24 dezembro 2008

PÚLPITO PARA AUTOMÓVEIS?! É O FIM




Nas minhas andanças pela internet, sempre estou visitando o blog “Púlpito Cristão” do meu cyberamigo Leo Gonçalves. No seu espaço do Google, ele posta suas denúncias sobre os descalabros e situações bisonhas preconizadas pelos senhores adeptos do Neo-neo-pentencostalismo, os quais vêm usando o púlpito (lugar sagrado) para fazer suas estripulias e aberrações em nome de um cristianismo de fachada. Sempre que posso, faço meus comentários de indignação e ponho no seu blog, no intuito de somar forças contra essa onda de anomalia espiritual que tenta solapar a credibilidade do evangelho de Cristo.

O que me levou a lembrar do irmão Leo Gonçalves e seu site “Púlpito Cristão”, foi uma reportagem que li recentemente na VEJA de 24 de Dezembro último, a cargo do jornalista André Petry. É coisa de estarrecer qualquer cristão, e vem lá do berço do neo-pentecostalismo. Lá dos EUA.
Todos sabem da crise atual que ameaça de falência as três gigantes da indústria automobilística americana.

Pasmem os senhores. Não é que na cidade de Detroit (sede da GM, da Ford e da Chrysler), uma igreja pentecostal colocou em cima do púlpito três carros utilitários, um da cada marca, para pedir proteção a Deus pelos fabricantes ( vide foto acima do texto). Tudo realizado de uma maneira “solene” ao som do hino: “Em Busca de um Milagre”. É trágico e ao mesmo tempo cômico essa esdrúxula situação a que chegou o evangelismo espetaculoso e imediatista dos EUA. Um total desrespeito com aquilo que outrora era um lugar sagrado (“o altar”, como diz a reportagem).

Não posso deixar de mencionar aqui o que se passou por minha imaginação, ao ler tamanha monstruosidade. Como deve ter sido essa oração ante os reluzentes carros O Km. Penso que foi mais ou menos assim:

“Senhor meu Deus, nós queremos continuar com nossos carrões. Eles nos dão status e visibilidade. Não importa Senhor, que eles sejam poluidores e causadores de mortes violentas. Não importa que eles desumanizem as cidades e façam muito barulho. Não importa que eles sejam inimigos da saúde, pois estimulam a obesidade. Mas Tu sabes Senhor que o que é bom para os EUA, é bom para Ti. Portanto salva a GM. Salva a Ford e salva a Chrysler”. Amém.

Bem, não quero me estender muito sobre esse tipo de oração. Fica ao critério do leitor, através de seu comentário, acrescentar mais dados sobre como poderia ter sido essa prece automobilística.

Já que as grandes metrópoles estão sendo engolidas pelos automóveis em fenomenais engarrafamentos (caso de São Paulo), não seria mais sensato pedir a Deus uma outra alternativa de emprego para os fiéis que trabalham nessas fábricas?

Pelo andar da carruagem desse vergonhoso neo-pentecostalismo, logo logo, aparecerão por essas bandas, templos com heliportos e grandes garagens para carretas. Aliás, no futuro ─ talvez não veja, pois já estou com sessenta e dois anos de idade ─ muitos templos serão substituídos por “mega-shoppings” de Deus.

Nesse momento de tanto escândalo, quero fazer meu, o velho refrão de Boris Casoy: “ISSO É UMA VERGONHA!!!”.


Crônica por Levi B. Santos
Guarabira, 24 de Dezembro de 2008


3 comentários:

Anônimo disse...

Que preguiça de ser "crente"... rs

Obrigado pela indicação, Levi. Estarei publicando essa postagem lá no Pulpito também.

Abração.

Leonardo

Leonardo Gonçalves disse...

Voltei, Levi, rs...

Acrescentei esse comentário à publicação da sua postagem no Pulpito Cristão:

Quando vi a foto no blog do Levi, achei que tratava-se de algum evento no Salão do Automóvel em São Paulo. Não tenho a informação (ainda), mas sabendo que os EUA é um país predominantemente evangélico - ainda que em sua maioria sejam crentes nominais - estou pensando 'cá com meus botões: quanto será que os donos da GM, Ford e Chrysler deram ao pastor dessa igreja para fazer essa "benzeção" em pleno culto? Aliás, me pergunto se algum deles não seria membro dizimista dessa igreja... Mas são fugalidades.

As vezes, quando não tenho nada para fazer - o que é raríssimo! - sintonizo meu televisor na rede "Enlace", onde pregam os mais famigerados pastores da América Hispana, bem como também o idolatrado Benny Hinn. Entre outras abobrices e "fugalidades", heresias e muita história da carochinha que permeiam as programações, num espaço que deveria ser aproveitado para a propagação do evangelho, sabiam que tem um "pastor de jovens" que prega em uma igreja em que o púlpito é um automóvel? A igreja é toda decorada no melhor estilo "Velozes e Furiosos", com réplicas das supermáquinas que aparecem nesse filme que tem grande aceitação entre o público jovem.

Que ilário ver os protestantes, que antes quebravam as imagens de esculturas dos santos católicos e não permitiam nada que desse a menor margem à idolatria em seus templos, substituindo as ultrapassadas imagens religiosas por símbolos do mundo moderno.

Mais ainda bem que nem todo mundo é "farinha do mesmo saco". Ainda existem os 7 mil que não se dobraram aos ídolos do mundo contemporâneo.

Levi B. Santos disse...

Prezado Leonardo

Quando a maior revista de circulação nacional publica uma reportagem como essa, os reacionários neo-pentecostalistas vêm logo com a tradicional ladainha de que estão sendo perseguidos por “amor a Cristo”. Esperemos a repercussão.

Só a foto (republicada no meu blog) da reportagem “Três Ícones no Abismo”, toma uma página e meia da revista.

Você pode clicar em www.veja.com.br e ir a edições anteriores da VEJA (na de número 2092), para ler a reportagem completa.

O jornalista André Petry (correspondente em N. York), autor da matéria, foi recentemente atacado por Silas Malafaia, sobre um artigo que ele escreveu sobre homofobia, na Revista VEJA, se não me engano, do mês passado.

Cordialmente,
Levi B. Santos
Qui Dez 25, 04:46:00 PM 2008