20 fevereiro 2010

Sem o Velho Roupão ─ O Que Será Deus?


Hoje, os pensadores da modernidade, como em nenhuma época, têm de forma surpreendente se voltado para o estudo aprofundado da alma e sua relação com Deus.


Esmiuça-se o Divino como quem disseca um cadáver em uma aula de anatomia, talvez com a finalidade de torná-lo mais científico e mais palatável.


Mas até onde vai essa ânsia devoradora de querer despir Deus do velho roupão?


Vale a pena vesti-Lo com um traje mais apresentável para que a sociedade moderna possa, enfim, se voltar para a espiritualidade?


Será que a imagem do Bom Deus de Israel que se revela e também se esconde, não está ameaçada de desaparecer dos nossos olhos, ao não ter mais estatutos definidos?


Não será verdade, que a consciência do nosso eu pessoal está simplesmente cortada ao invés de consolidada, pois a eterna dúvida vem sempre como recheio no final do bolo, sempre como o resultado final de nossas escaramuças transcendentais?


Será que ao despir Deus do seu antigo roupão, não estaríamos nos precipitando, valendo-nos de todas as nossas formas de suficiências, como se a verdade de Deus tivesse necessidade do nosso brilho e grandeza, para existir?


Será que na ânsia de vestir Deus com uma roupagem mais moderna, não estaríamos exacerbando as nossas contradições ao mais alto ponto, adocicando e aplainando a realidade presente?


Será que ao exercer o nosso moderno diálogo com a divindade, não estaríamos apenas recolhendo pedaços rotos de nossa própria infância perdida?


Será que os fantasmas do nosso mundo interior não estão vindo à luz, de uma maneira grosseira e primitiva como os desenhos toscos que as crianças fazem?


Será que realmente estamos navegando à reboque dos nossos poderosos navios, ou pelo contrário, estamos atravessando um tenebroso oceano, em um frágil barquinho, tal é a nossa condição humana?


O que dizer de nossos pais e avós, cuja evolução religiosa foi harmoniosa quando gozavam de uma saúde psíquica e física dentro dos frágeis limites do que eles percebiam como graça divina?


Será que ao adquirirmos nossas muletas por um preço razoável nas grandes lojas do saber, não estamos contaminando os medíocres felizes que têm sempre a tez florida por estarem bem atrelados, participando de outra felicidade: aquela que se encontra na fé?


Será que a realidade cruel de um Deus dissecado, não vai subtrair o essencial do Velho e compassivo Benfeitor, que envolve a sua criatura no manto confortável da segurança dando-lhe entusiasmo para viver a vida?


Será que na ânsia de estudar minuciosamente o Divino, não estaríamos aviltando a maneira de muitos crerem, ao recobrir o fundo original de sua religião, com outros tipos de delírio  o delírio da razão?


Será que não estamos projetando Deus para fora de uma realidade que nos é inconsciente?

Por hora, só ouvimos os ecos abafados de respostas que, talvez um dia, sejam completamente audíveis.


O Futuro o dirá...


...............“O que será, que será?

................Que vive nas idéias desses amantes!

................Que cantam os poetas mais delirantes!

................Que juram os profetas embriagados!

................Que está na romaria dos mutilados!

........................(Estrofe da canção “QUE SERÁ” - de Chico Buarque)

.

Ensaio por Levi B. Santos

Guarabira, 20 de fevereiro de 2009




53 comentários:

Anônimo disse...

Penso compreender minimamente o sentimento que permeia o seu texto. E, se isto for mesmo verdade, posso lhe afirmar que prefiro sentir a dor do que duvida do que a alegria do débil que nada sabe e que sequer tem conhecimento deste fato.

Já estamos aqui, agora é tarde demais. Não adianta vivermos nos escondendo dos fantasmas da nossa própria realidade.

E sim: o deus dos antigos hebreus já não compreende a alma do homem do século 21. "Quem tem olhos para ler, leia" (risos).

Abraço.

Eduardo Medeiros disse...

Levi, li, meditei e vou processar um pouco mais o que você escreveu, pois a lan já está quase fechando. Volto depois.

abraços

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Mestre Levi;

Seu texto com toda a sua complexidade, me faz imaginar um homem passando por uma crise existêncial.

Parece que posso ver este homem, horas na janela, olhando para o céu contando as estrelas, pois ouviu Deus lhe mandar contar para assim comparar com sua descendência.

Ja tarde da madrugada, quase ao romper da aurora, este cansado, pois perdeu a conta inumeras vezes e precisou recontar as estrelas.

Na verdade Deus não pediu literalmente que o homem contasse as estrelas, mas o homem para acreditar na promessa precisava saber quantas estrelas estavam lá.

Assim somos nós envoltos nos pensamentos e questionamentos á respeito de Deus, penso que obteremos as repostas que Deus nos quiser dar. Mais com tudo fé é acreditar que Deus existe, não precisamos o decifrar, se o fizermos, Deus não será o que realmente é.

Forte abraço.

Marcio Alves disse...

Mestre Levi, li e reli o seu significativo ensaio, e como o Duduzinho, eu também estou processando e re-processando os meus pensamentos já pensados e até os não pensados, para tentar comentar.

Então vamos lá:

Deus é, e não a como dissecá-lo por ser no seu ser, pois somos sendo não sendo Deus.
Mas em contrapartida, precisamos das imagens símbolos, que são significativas, aja visto Deus ser um assombro do mistério mais oculto não desvendando do saber humano.

Em toda cultura, época e povos, Deus é compreendido diferente, pois simplesmente diferimos dos antigos, então construímos nossa percepção, já que Deus não é mesmo o mesmo do ser em nossos entendimentos, por sermos não sendo iguais, então pensamos, mesmo que insignificantemente e inutilmente para o nosso presente, pois nos desesperamos, e não achando Ele, construímos nossas pontes, que nada mais do que representações simbólicas do Grande Ser que é para o nosso ser mesmo que não seja Ele mesmo, mas será para nós.

Abraços

Levi B. Santos disse...

“...prefiro sentir a dor do que duvida do que a alegria do débil que nada sabe e que sequer tem conhecimento deste fato”

Um ligeiro comentário sobre o parágrafo que você escreveu acima, detendo-me mais na “alegria do débil”

Tudo bem Isaias, você tem toda razão de preferir , agora, a dor dos que duvidam à alegria daquele que ainda não se conhece inteiramente. Mas, a meu ver, isso não quer dizer que devamos generalizar e fazer tábula rasa do nosso passado igrejeiro, pois, o que é que temos para oferecer ou propor, de imediato, àqueles que vivem num nível extremo de profundidade inconsciente, fadados a serem amparados por tempo indefinido pela santa muleta religiosa?

O que podemos dar em troca ao homem-menino confiante em sua “saúde espiritual”, que na sua fé se conforma candidamente com sua existência?

O crente que exercita o seu culto a Deus o faz por necessidade. O Sagrado preenche o vazio de sua alma, onde residem a perda e a renúncia. Deus só poderá existir como Deus, onde há necessidade Dele. Assim a religião consola o débil em seu delírio fazendo esquecer as misérias de sua existência, evitando nele uma manifestação psicótica mais alarmante.
E ele em sua experiência consegue costear os abismos da sua alma sem abandonar a margem da saúde.

A fé permite ao crente débil triunfar inconscientemente de um delírio de dimensões maiores, mesmo que isso se faça à custa de uma ilusão – nesse caso, bendita ilusão.


Aqui fico no aguardo, do que vem de lá (rsrsrsrs)


Abçs,

Levi B. Santos

Levi B. Santos disse...

Bela construção saiu de teu coração, irmão e amigo Jair:

“Mais com tudo fé é acreditar que Deus existe, não precisamos o decifrar, se o fizermos, Deus não será o que realmente é”.

Sem sombra de dúvida a fé em Deus é um forte antídoto contra o isolamento neurótico ameaçador.

Ao compartilhar de sua fé com os demais, o indivíduo embeleza o seu delírio particular e sagrado que para ele tem uma existência real.



Um forte abraço,

Levi B. Santos

Levi B. Santos disse...

Caro Márcio

Esse trecho do seu comentário resumiu tudo:

“Deus é, e não a como dissecá-lo por ser no seu ser, pois somos sendo não sendo Deus”.

O essencial aqui é a profundeza de um inconsciência, porque a partir da impressão de Deus, revela o homem a si mesmo.

O homem se descobre na refração de Deus sobre ele. Então ele é, não sendo Deus, como você bem falou no trecho acima, por mim pinçado.


Abçs,

Levi B. Santos

Marcio Alves disse...

Mestre Levi e Isaias

Permitam-me entrar um pouco na “discussão” de vocês dois.
Será que eu posso?

Sua fala Levi: “A fé permite ao crente débil triunfar inconscientemente de um delírio de dimensões maiores, mesmo que isso se faça à custa de uma ilusão – nesse caso, bendita ilusão”.

Minha resposta: Toda ilusão embora traga certo alivio e produza felicidade momentânea é, a meu ver, prejudicial, pois impede de que a pessoa perceba a realidade da nossa existência, sendo fantasiada como em um conto de fadas, sendo enganada, anestesiada pela droga que a religião oferece que é entorpecedora do existir.

Sua fala: “Assim a religião consola o débil em seu delírio fazendo esquecer as misérias de sua existência, evitando nele uma manifestação psicótica mais alarmante”.

Minha resposta: Não acho que os delírios que a religião produz no ser, embora venha o anestesiar para o sofrimento e dor da vida, um caminho justo, pois engana o sujeito que assim pensa, sendo a verdade da realidade, mesmo que seja nua e crua, um direito que todo ser pensante tem.

Se assim for Levi, o que você diria a um paciente que estivesse perto de morrer, devido a uma doença grave:
Enganá-lo-ia dizendo que não morreria, que Deus certamente livrá-lo-ia? Ou diria a verdade?

Sua fala: “O que podemos dar em troca ao homem-menino confiante em sua “saúde espiritual”, que na sua fé se conforma candidamente com sua existência?”

Minha resposta: A verdade de sua realidade, e nunca a mentira que iludi, conscientizando e ensinando o menino a se tornar adulto.

Sua fala: “o que é que temos para oferecer ou propor, de imediato, àqueles que vivem num nível extremo de profundidade inconsciente, fadados a serem amparados por tempo indefinido pela santa muleta religiosa?”.

Minha resposta: Andar com suas próprias pernas, trabalhar com seus próprios braços, viver a realidade nua e crua, e prepara lho para morrer, pois assim é a nossa vida, não estamos e não somos protegidos por Deus, podemos morrer a qualquer momento, não seremos ajudados por deus, não receberemos curas, não seremos livrados do mal, pois essa é a nossa realidade, e o quanto antes, podermos alertar-lhos, menos será a decepção no futuro.

Ou você acha, que por mais que seja forte a ilusão religiosa, as pessoas serão enganadas para sempre, sem que seus olhos sejam abertos em algum momento em suas vidas, para a realidade da tragédia que é inevitável, as contingências que são impossíveis de serem antecipadas?

Aqui fico no aguardo que vem daí. Rsrsrsrsrsrsrs

Abraços

Anônimo disse...

Você chegou exatamente onde eu gostaria que você chegasse para que o que vou dizer a seguir não parecesse muito "solto" no espaço.

Até "ontem", como você bem lembrou, eu aparentemente estava no papel do "débil". Ocorre que sim, um dia eu estive neste papel; mas nenhum de vocês me conhecia nesta época, tenho certeza absoluta.

Em meu estado anterior eu estava escravizado pelas "boas intenções", exatamente estas que vieram visitar a sua alma neste exato momento. Eu negava a minha essência, os meus saberes, a minha experiência em nome desse "zelo" pelos mais "simples", digamos assim.

Entretanto, cansei de me fazer de cego por receio de fazer cair no buraco os que são/estão cegos de verdade. Quem não pode ler/viver/absorver o que escrevo/vivo/sinto, que fique com a religião! E sabe o que pode acontecer se experimentarem coisas além da sua compreensão? Simplesmente "quebrarão a cara", depois aprenderão a lição e retornarão ao seu caminho, o que notadamente constitui uma das coisas mais normais deste mundo.

Não se esqueça também de que "a um foi dado um talento, a outro três e a um terceiro cinco". E quem foi condenado? Justamente o que tinha menos e do pouco que tinha ainda não granjeou nada.

Não podemos e não devemos "enterrar os talentos que Deus nos deu". Se outros têm menos? Paciência, não fomos nós que fizemos a distribuição!

Abraço.

Marcio Alves disse...

Novamente Mestre Levi. Rsrsrsrs


Pela quarta vez eu li a sua postagem, e gostaria de fazer um novo comentário, respondendo as suas perguntas.
(Estarei seguindo a ordem em que foi escrita)


Até a onde conseguirmos “despi-lo” dos velhos paradigmas, das respostas prontas e engessadas que não respondem de forma satisfatória as novas perguntas formuladas.


Não! Pelo menos para mim, não! Não quero vestir Deus de uma roupa mais agradável, para ser bem aceito, até porque Deus é Deus mesmo sem nós.
E ainda mais, que o conceito de Deus que trabalho para mim – não necessariamente para os outros – não é um deus popular, tipo o deus da teologia da prosperidade, antes, é um Deus que ama a todos, nos deu a liberdade, e agora não interfere em nossas decisões, nos deixando a nossa própria sorte.


O deus de Israel foi o deus de Israel, como o nosso deus é o deus de cada um de nós, sendo experimentado, percebido e crido por cada ser.
Então o deus de Abrão, Isaque e Jacó, é agora o deus de Marcio. Levi, Isaias e etc, pois ele é singular entendido singularmente por sujeitos singulares.


Com certeza a duvida permeia o nosso entendimento, não somente de Deus, mas da vida, mundo e natureza.


Pelo contrario, nós é que precisamos de deus, e para crermos, precisamos pelo menos, no mínimo entender o que estamos crendo – nem que seja para nós mesmos esse crer.


Não há como escapar da sentença de que os olhos pelos quais deus nos vê é os mesmo pelos quais vemos deus.


Com certeza, toda teologia é frágil e inútil esforço para compreender deus, sendo o infinito descrito por uma fresta na janela, partícula de um oceano, um grão no espaço cósmico.


Assim como todos nós, terão de apreender e amadurecer, caminhando por novos processos rumo à maturidade da consciência livre.


Melhor o preço pago por duvidas sem nenhuma certeza, do que a comodidade ilusória das respostas absolutas estagnadas.


Só de saber da existência de deus já é intrinsecamente um conforto para alma.
Não precisamos da ilusão de uma divindade melindrosa que através de barganhas venha mediocremente proteger os seus filhos, enquanto o resto da humanidade que se ferre!!!


Melhor os delírios da razão do ser consciente pensante, do que as mentiras da religião!!!!


Pelo contrario, estamos tentando trazer a consciência da experiência com o divino para nossas vidas aqui em nossa existência real, e nunca usar de subterfúgios da religião para covardemente fugir da realidade da vida.


Abraços

Levi B. Santos disse...

Caro Marcio

“Toda ilusão embora traga certo alivio e produza felicidade momentânea é, a meu ver, prejudicial, pois impede de que a pessoa perceba a realidade da nossa existência, sendo fantasiada como em um conto de fadas, sendo enganada, anestesiada pela droga que a religião oferece que é entorpecedora do existir”.

Do seu comentário, pincei esse trecho para embasar melhor os meus argumentos (rsrsrs)

Concordo inteiramente com você, e é isso o que eu e você de modo CONSCIENTE pensamos e entendemos.
Quem de nós, no estágio que nos encontramos, vai a procura de algo falso, de algo enganoso?
Quem de nós quer ser ludibriado por livre e espontânea vontade?

Mas será que o débil crente tem a CONSCIÊNCIA que temos? Pense bem?

Veja bem o que escrevi: “A fé permite ao crente débil triunfar INCONSCIENTEMENTE...”

Uma coisa é triunfar “conscientemente” e outra coisa é triunfar “inconscientemente”

Quando a ilusão é produto do inconsciente, o sujeito a vive como sua realidade real, nua e crua.

Um dos grandes nós, é que a palavra “ilusão” tem sido pouco valorizada pelos dicionários, e em geral é definida como: Erro de percepção, causada por uma falsa aparência, ilusão dos sentidos, opinião falsa, crença errônea, utopia, sonhos, etc.

No entanto a palavra ilusão, do latim: “in + ludere” – significa “jogar dentro” ; ilusão, como um jogo que ocorre dentro de si – como uma brincadeira.

A ilusão nesse sentido mais profundo (usado pela psicanálise) é um jogo interno que o homem faz para manifestar seu desejo, para melhor viver e enfrentar seu desamparo, por isso ninguém vive sem ilusões.

Kant, definiu a ilusão como aquele jogo que persiste quando se sabe que o pressuposto objeto não é real.

Olhando para trás com os olhos de hoje, diremos que a noção de povo eleito pode ter sido produto de uma ilusão que o povo judeu criou. Mesmo sendo considerada ilusão ou delírio judaico, é um delírio que fez a história de um povo e de suas criações, de seus livros e de sua peregrinação pelo mundo.

Assim já muda a forma de pensar a ilusão, como sendo um erro, um engano ou uma distorção da realidade.


Aguardando o que vem de lá, aqui fico (rsrsrsrs)


Levi B. Santos

Noreda Somu disse...

Levi Bronzeado, é um imenso prazer para mim poder comentar neste teu consultório psicanalítico. Tenho lido todos os teus ensaios e devo salientar que este em especial me atraiu, assim como um magneto atrai o ferro. Não poderia ficar só nos bastidores, então resolvi me pronunciar.

Antes de dar início ao meu comentário, se é que já não o fiz, gostaria de fazer uma pergunta, e sinceramente, se eu estiver enganado, perdoe-me.

Não seria este belo texto teu, uma crítica velada aos demais confraternos? Pois analisando o que os garotos escrevem, este teu escrito vai de encontro ao que eles praticam, ou seja, “teologia”.
Vamos pensar um pouco.

A biologia estuda a vida dissecando organismos ou analisando pequenos pedaços de tecido orgânico no microscópio. O biólogo pega o ser vivo, leva-o para o laboratório, coloca-o sob determinadas condições e o examina. Assim aprende. Assim se faz biologia.

Será se dá para fazer isso com Deus? Colocá-lo numa mesa de laboratório e examiná-lo? Você consegue imaginar os teólogos sentados à mesa, com Deus ali esticado, um examinando o pé; outro, o olho; outro, o esôfago? Você acha que nos seminários estamos estudando Deus? E aqui, na blogosfera, é Deus que estamos estudando?

Teologia é o estudo de Deus? Há teólogos que julgam que sim, e afirmam que a teologia é o estudo de Deus e das coisas de Deus. Isso significa, que o conteúdo da teologia - as doutrinas e os dogmas - são uma espécie de descrição de Deus e das coisas de Deus. Para esse tipo de teologia e de teólogo, Deus não só pode ser conhecido, mas descrito (ainda que parcialmente)

Mas se teologia então não deve ser tratada como estudo sobre Deus, como deve ser tratada? Ora, como falar sobre Deus, sobre a vida, e sobre o que cremos que Deus faz na vida? Considero teologia, a interpretação dos fatos da vida a partir de suas convicções pessoais a respeito de Deus.

Teologia então, não seria compreendida como estudo sobre Deus, mas como estudo sobre o que os homens pensam sobre Deus.continua...

Noreda Somu disse...

Continuando...

Teologia tem a ver com a compreensão que os homens têm sobre Deus e não com o próprio Deus. Teologia é pura vida e história pessoal pulsando no coração. É o concurso de tudo quanto somos e fazemos, tudo isso concentrado em nosso discurso sobre Deus. E então se diga:

Boa vida e bom coração, boa teologia; vida má e mau coração, má teologia.

Teologia é importante. Tanto que todos nós fazemos teologia, uns sem saber que fazem, outros sabendo. A teologia, no entanto, pode servir para uma adaptação ou para uma confrontação. A teologia pode servir para conformar-nos com modelos prontos(Deus de roupão surrado), mas também pode e deve servir para transformar-nos(Não transformar Deus). Sim, sim: teologia pode e deve ser transformadora.Teologia e transformação começam no mesmo lugar.

O projeto de Deus para resgatar o homem,foi justamente se tornar como ele: sentir suas dúvidas,medo,pessimismo,falta de esperança,vazio,solidão ,raiva e não somente experimento isso como também,alegria,esperança,paz,fé,amor,amizade e permanência na sua existência.Sim Deus se tornou humano como eu e você!

Não acho que ao apresentarmos um Deus despido do “velho roupão”, irá deixá-lo mais atraente para a sociedade moderna, principalmente para os crentes, pois o Deus apresentado hoje por muitos dos meninos na confraria, é rejeitado pelos mais fundamentalistas, porque é um Deus que não interfere de forma alguma na vida de suas criaturas, pelo contrário, não há milagres, não há super-proteção, não há castigo para os “maus”, não há inferno e céu, e outras coisas que tanto atraem os seres humanos ao Deus que seus pais lhes apresentara.

Não seria a “velha crença”, em um Deus micro-gerenciando as vidas e colocando debaixo de suas asas os fiéis, algo parecido com “tratamento placebário”, pois nada mais é do que auto-engano?
Não podemos no lugar daquele Deus, apresentar um outro mais coerente com a realidade? Ou devemos usar “xupeta” (ser infantis) enquanto deveríamos estar saindo para trabalhar? (adultos)

Acredito Caro Levi, que boa parte das perguntas levantadas no texto, são retóricas, pois pelo seu conhecimento (que não é pouco), acredito que já tenha a resposta para muitas delas, senão todas. Espero não ter me excedido no comentário e que não encare como uma crítica, pois entendo a proposta de seu ensaio, a saber, a reflexão dos mais novos.

Obrigado!
Noreda Somu Tossan

Marcio Alves disse...

Mestre Levi


Entendo o seu ponto de vista, acho valido, contudo, ainda não concordo. Então vamos lá novamente....... (rsrsrsrsrs)


Bem, uma parte já está solucionada, e acho que entramos em um acordo, como bem expressou você nesta sua fala:


“Concordo inteiramente com você, e é isso o que eu e você de modo CONSCIENTE pensamos e entendemos.
Quem de nós, no estágio que nos encontramos, vai a procura de algo falso, de algo enganoso?
Quem de nós quer ser ludibriado por livre e espontânea vontade?”.


Restando ainda ser resolvido, o problema exposto por você, nesta sua fala:

“Mas será que o débil crente tem a CONSCIÊNCIA que temos? Pense bem?”.


Minha resposta: O crente débil com certeza não possui a consciência que temos, porque mais uma vez, como sempre, a religião o ilude, engana, aprisiona o sujeito, pois toda religião trabalha com a hipótese de dar segurança, conforto e felicidade para o seu seguidor, mas se esquece que, a vida aqui não é um mar de rosa, mais cedo ou tarde, a própria pessoa irá descobrir, sendo que a religião que engana, deveria justamente fazer o papel de CONSCIENTIZAÇÃO do sujeito religioso.


Já não temos deus, porque a mentira de que os fieis estão protegidos em bolhas de aço?
Porque não seria a existência de deus suficientemente boa e geradora de paz na alma humana?
Seria preciso recorrer às falácias e engodos da religião, de uma vida segura, feliz e confortável aqui e agora?


A verdade da realidade da vida, não produz necessariamente felicidade, mas produz LUCIDEZ, é exatamente isto do que precisamos para encarar a vida.
Melhor ensinar a “verdade” agora, preparando a pessoa para as agruras da vida, do que deixar que a pessoa encontre a desilusão e venha se decepcionar profundamente com a vida, mundo e até mesmo deus.


Já o delírio produz conforto e segurança, pois gera um contentamento falso, e muitos são os covardes existenciais que com medo de encarar a realidade, busca se esconder da vida na religião, mas o que não sabem é que um dia, o dia mal vai chegar, a tempestade vai assolar, as nuvens vão esconder o brilho do sol, e ai meu amigo Levi, elas vão se arrasar porque as ilusões das promessas mentirosas da religião não se sustentam diante da crueza dos fatos da vida.


Interessante Levi, que o maior psicanalista de todos os tempos, não concorda com você, pois ele acha melhor falar a verdade para as pessoas, alertando-as, abrindo os olhos para a realidade da vida.
Ou você acha que JESUS apoiou e proporcionou a ilusão da fantasia de um mundo sem percalços?
Veja você o que ele disse da vida aqui no mundo:
“No mundo vocês terão aflições”.


Não podemos dourar a pílula existencial, não podemos omitir que seria o mesmo que mentir, se escapamos do abismo da ilusão, não deveríamos também avisar o nosso próximo, mesmo que seja ele um débil na fé, pois assim também éramos nós outroramente, então precisamos ajudar os nossos irmãos para que não venham cair na profunda decepção da realidade, que um dia vai bater na porta, e as vezes ela chega é muito forte mesmo.



Agora é contigo........aguardo o que vem daí. (rsrsrsrsrs)


Abraços

Levi B. Santos disse...

Caro confrade Isaias


Não tenho nenhuma dúvida quanto a eficácia dos resultados que você obteve após a sua auto-análise, quando no tempo do “Cristão Revoltado” você combatia como Saulo em prol do que você entendia como lei de Deus.

Mas entenda-me, não quero com isso, dizer que você passou de um radicalismo para outro como aconteceu com o apóstolo fundador do cristianismo.

Naquela época eu já vislumbrava (em parte) o seu dilema. Sabia também que a projeção e a negação eram mecanismos de defesa que o Ego lançava mão ao se vê diante do perigo.

Na verdade, quando você diz: “eu negava a minha essência em nome do zelo pelos mais simples”, traduzido na linguagem do inconsciente, creio que tudo se passava assim: esse zelo e cuidado veementes pelos mais simples, já era um modo de você se defender.
Você se projetava nos débeis crentes, e ao defendê-los, você protegia o seu próprio eu.

Com relação ao que você disse: “...que fui visitado pelas boas intenções”, traduzindo para a linguagem psicanalítica isso não quer dizer simplesmente, que a criança que existe dentro de mim falou mais alto? Mas, será que posso entrar no reino dos céus, sem que me faça criança?

Será que na religião, muitos não estão vivenciando, num eterno ato de repetição, o desejo infantil de onipotência, época em que os velhos roupãos de Rei, Juiz e Herói são imprescindíveis?

O apóstolo Paulo diante dos débeis crentes dizia: “Já devíes pelo tempo ingerir alimentos sólidos”, mas, mesmo desaprovando, terminava por dar leite aos fiéis.

A individuação parece não obedecer à lógica da ordem imperiosa: “é preciso que se faça!”


Abraço fraterno,

Levi B. Santos

Levi B. Santos disse...

Prezado Noreda

É um prazer e uma honra tê-lo por aqui.

Não sei se isso é vaidade, mas já vou antecipando que alguma coisa da minha autocrítica te chamou a atenção . Como faço parte da irmandade da C.F.G, ao me flagelar, flagelei vocês também. (rsrsrsrs)

Mas meu caro Noreda, veja bem:

A psicanálise ou Psicologia profunda (como nomeia Tillich) não está separada da Filosofia, e, ambas estão intimamente relacionadas com a Teologia.

Certamente o desenvolvimento do existencialismo e da psicologia profunda tem sido de infinito valor para a Teologia.

A psicanálise ajudou a Teologia a descobrir as estruturas demoníacas determinantes de nossa consciência e de nossas decisões. Quando acreditamos que tomamos decisões livres, na verdade, algo nos aconteceu que nos orientou antes de agirmos.

É importante, meu caro Noreda, saber que a Teologia teve de aprender com o método psicanalítico, o significado da graça, do perdão, isto é o perdão como aceitação dos inaceitáveis.

A palavra “Graça”, por exemplo, que até certo ponto havia perdido o sentido, foi recuperada .
O trabalho do analista consiste em aceitar os indivíduos em seus estados. Ele não diz: “Você é aceito”, mas o aceita.

O trabalho da psicologia profunda aliada ao existencialismo trouxe uma grande dádiva a Teologia, na releitura e ressignificação da palavra “pecado” ─ o pecado como separação do nosso ser essencial.

Você assim perguntou:

“Não podemos no lugar daquele Deus, apresentar um outro mais coerente com a realidade? Ou devemos usar “chupeta” (ser infantis) enquanto deveríamos estar saindo para trabalhar?”

Apesar de Freud ter considerado a religião como uma repetição de uma experiência infantil, concordo que podemos e devemos trabalhar o psiquismo humano, só que isso, é um processo longo, não se faz da noite para o dia. Temos que analisar profundamente a atividade mental e emocional de cada ser, a qual permanece imbricada com a “imago” das autoridades e seus substitutos, fazendo-o incapaz de ter crenças próprias.


Apareça sempre,

Levi B. Santos

Antônio Ayres disse...

Meu caro Levi:

Confesso-lhe que, de todas as suas importantes colocações, neste tão oportuno ensaio, a que mais chamou a minha atenção foi a seguinte:

”Será que ao despir Deus do seu antigo roupão, não estaríamos nos precipitando, valendo-nos de todas as nossas formas de suficiências, como se a verdade de Deus tivesse necessidade do nosso brilho e grandeza, para existir?”

Já há algum tempo, essa questão tem sido para mim, objeto de reflexão.

O que acredito, meu amigo, é que neste início de milênio, o pensamento pós-moderno permeou imensamente a mente de alguns que, inconscientemente, vêm-se a si mesmos como conscientes.

Entretanto, essa consciência é, segundo penso, é uma pseudo-consciência que, para se colocar, para se fazer ouvir, para encontrar eco; tem a necessidade de apresentar-se como arrogante, para ganhar foros de “suficiência” e de, pelo menos, aparente legitimidade.

E qual poderia ser a conseqüência imediata disso?

Em primeiro lugar, a “adoção” de mecanismos de defesa entre os quais, por escolha inconsciente, a racionalização aparece, disparadamente, como o mais adequado.

Em seguida, passar a ter uma visão de mundo necessariamente relativista, uma vez que as “descobertas libertárias” são subjetivas e, em sendo subjetivas, não poderiam ter vez e lugar num mundo de absolutos.

Acontece que o Deus bíblico se apresenta como absoluto, a encarnação do Verbo se apresenta como absoluta, assim como a ressurreição de Cristo é também absoluta.

Como não se podem compatibilizar as verdades subjetivas com a Verdade Absoluta, a solução é (enganosamente) simples: “cria-se” um deus antropomórfico, dessacraliza-se o sagrado, transforma-se a Bíblia num livro mítico, ou, no máximo, de histórias judaicas; e passa-se a viver a verdade relativa e subjetiva de cada um.

Ora, a conseqüência previsível e lógica disso é não apenas o “despir Deus do seu antigo roupão”, mas considerar esse Deus com apenas “um deus”.

O “deus verdadeiro” e subjetivo do pensamento pós-moderno passa ser, então, a projeção das recém descobertas de cada um.

Logo, é alguém que entende, concorda, aceita e aquiesce com todo e qualquer tipo de pensamento e comportamento.

Parodiando o título do clássico livrinho “ Seu Deus é Pequeno Demais” do ministro anglicano John Bertram Phillips, lançado em 1952, talvez os pensadores pós-modernos a que nos referimos diriam: “Seu Deus é Anacrônico Demais”.

Uma pena que isso seja assim.

Quem conhece a obra e a vida de Carl Gustav Jung reconhece que quanto mais ele mergulhou nos mistérios da psique humana; embora muitos não o admitam, mais próximo ele ficou do Deus que é absoluto.

Espero não ter aborrecido.

Do amigo de sempre,

Tony Ayres

Levi B. Santos disse...

Prezado Márcio


Acho que não fui bem entendido.

Reproduzo a minha resposta ao seu primeiro questionamento:

“No entanto a palavra ilusão, do latim: ‘in + ludere’ – significa “jogar dentro” ; ilusão, como um jogo que ocorre dentro de si – como uma brincadeira infantil”.

“A ilusão nesse sentido mais profundo (usado pela psicanálise) é um jogo interno que o homem faz para manifestar seu desejo, para melhor viver e enfrentar seu desamparo, por isso ninguém vive sem ilusões”.

A ilusão no sentido de “jogo das forças psíquicas interiores” é o motor da história do outro. O poder dessa realidade psíquica, na qual as ilusões representam os desejos, vão constituir a história humana.

Entendo que o que se infiltra na alma do débil crente na subjetivação de sua fé é “Um Algo Maior”(mesmo dentro do antropomorfismo)

Enquanto o crente moderno sente a presença de Deus na relação “Eu – Tu”, o débil ou "Sereia" O sente na relação “EU - Algo Maior. E é a esse Algo Absoluto que ele dirige a sua oração.
Na oração, mesmo realizada de modo pragmático, ele se desprende para pedir a manifestação Divina, tendo instantaneamente a percepção sensível de sua presença. Essa espontaneidade nascida de suas raízes consegue superar tudo que o perturba.
Em sua oração ele pede a Deus implorando e chorando, como se fosse uma repetição do ato infantil de pedir ao pai um favor ou um presente que o satisfaça. Ele ora ao Pai – o substituto do pai natural gravado como uma “imago” em seu inconsciente.

O “débil crente” talvez nunca venha a entender isso: “A oração é um monólogo entre as camadas internas do Eu”  como bem define o crente científico.

Sobre o que você escreveu aqui:

“...é um Deus que ama a todos, nos deu a liberdade, e agora não interfere em nossas decisões, nos deixando a nossa própria sorte”.

Quanto a sua assertiva acima, eu sinceramente tenho as minhas dúvidas, pois não tenho nem idéia das forças tremendas que habitam o porão do meu inconsciente.

Se quando acreditamos que tomamos decisões livres, na verdade, algo nos aconteceu que nos orientou antes de agirmos, como posso admitir que Deus (ou o Divino do meu inconsciente) não interferiu em minhas decisões?

Sobre esse trecho seu:

“Não há como escapar da sentença de que os olhos pelos quais deus nos vê são os mesmos pelos quais vemos deus”.

Mas, como contestar o crente débil que sabiamente ora assim:

“Só Tu Senhor, conheces o meu interior e sabes perfeitamente o que é bom ou não para mim, pois os teus caminhos não são os meus caminhos!...”


P.S.: Marcio, querido confrade, a minha intenção com esse texto foi suscitar a reflexão e um sadio diálogo como esse que está ocorrendo até agora entre nós. (rsrsrs)



Abçs calorosos

Levi B. Santos

Esdras Gregório disse...

AO NUREDA:

Nureda gostaria que ao menos falasse um pouco mais de você mesmo, não precisa falar seu nome e cidade, mas sua profissão, idade e como nos encontrou.

Realmente é uma honra te-lo com a gente com a sua contribuiçao, mas seria bem melhor se soubéssemos definitivamente que não é um de Nos.

Sim pois como somos um circulo de amigos, e não seria legal que um de nos mantivesse um segredo por muito tempo, mantendo a suspeita de um para o outro.

Por isso peço encarecidamente que você fale mais de você, para você mesmo participar mais com a gente. não precisa falar tudo, mas apenas o necessário para tirarmos a suspeita que temos um do outro.

Esdras Gregório disse...

Levi eu estou com muito pouco tempo de internet e por isso por hora vou falar um pouco somente.

Você colocou seu texto exatamente no dia que eu escrevi um post intitulado: "um Deus a nossa imagem" aonde como em nenhum outro eu tiro realmente todo o roupa antiga de Deus, mas ele vai ficar de molho no word por umas semanas.

Olha confesso que podemos sim vestir Deus não somente de uma roupa nova, como também pintar seu cabelo crisado de preto.
Mas o grande problema é que a sua imagem ficou tao fortemente gravada em nosso consciente que nos temos um certo medo.

sim, medo, pois os medos que nos incutiram quando criança ainda nos vem a tona quando estamos num estado de espirito desconfortável entre a lucides e sonolência, de forma que ao dormirmos mal, o velho Deus e seu capacho o diabo vem nos puxar pelo pé durante o sono.

Ou seja essa imagem antiga aida esta fortemente gravada em nos, e mesmo que conscientemente podemos revestir Deus, a sua velha e fedida roupa aida esta guardada no porão do nosso inconsciente.

Anônimo disse...

O que você não está percebendo, Tony Ayres, é que na verdade aqueles que você critica em seu comentário são pessoas que perceberam que a religião é feita para o homem, para melhorar a sua vida, e não para lhe inserir ainda mais conflitos e traumas psicológicos.

Entretanto, a religiosidade engessada cerceia-lhes toda liberdade de pensamento e de duvidar, fazendo com que prefiram um Deus que respeite as suas subjetividades, ao invés do deus que tutela suas ações, seu modo de viver e de pensar a cada instante.

Não somos Israel; não temos que odiar todos os outros povos, considerados indistintamente como inimigos (coitados dos argentinos, hehe); não temos que apredejar os nossos irmãos que erram. Se é para adorarmos àquele antigo deus, então é necessário que toleremos estes e muitos outros absurdos impostos pelas lideranças religiosas judaicas daquele tempo e as que persistem até hoje, como a circuncisão.

Até dá para viver no Brasil com um pezinho em Israel; mas não é possível viver no século 21 como se vivêssemos há 2.700 anos, época em que meu xará mais famoso ainda profetizava a vinda de Jesus.

Abraço.

Noreda Somu disse...

Esdras Gregório, "a curiosidade matou o gato", mas concordo com você no que diz respeito ao fato suspeitas entre irmãos...ser nociva.

Então, faço uma sugestão:

Se ouver consenso entre os confraternos, e acharem melhor que eu me identifique (coisa que nunca escondi de ninguém, está óbvio quem eu sou..e por motivos também óbvios), eu pensarei no assunto com carinho.

Mas de antemão aviso: Posso rejeitar a opção da revelação e simplesmente não aparecer mais...está nas mãos de vocês...decidam!

Mas quero ainda, Caro Levi,colocar mais umas questões a respeito deste "desvestir" Deus.

Para tratarmos melhor esta questão, vamos então conhecer um pouco deste "moderno" recorrente em nosso tempo. Um dos maiores perigos, tanto pelo excesso quanto pelo desleixo é justamente querermos moldar um deus às nossas convêniencias, que seja compatível ao modo de pensar nas diversas épocas de nossa sociedade.

O que acontece em nossa época?

Acontece que há um esfriamento da Fé, um esquecimento muito grande do compromisso com a Fé e seus mínimos preceitos, um aniquilamento do modo geral de que Fé não é exatamente necessário para ser uma boa pessoa, o clima atual nos faz pensar que a Fé é apenas um ato bom e natural e que no fundo no fundo não leva ninguém a nada, a não ser confortá-las até o fim da vida (como você mesmo salientou).

Já que há uma dormência do conhecimento de Deus, então alarga-se o campo das teorias religiosas de nossos tempos e que estas teorias, muitas delas bestiais, encontrem um grandioso campo fértil para a sua propagação e que acabam sendo acolhidas por muitos e muitos, grandes e pequenos, ricos e pobres, etc. É muito fácil, muito bom e confortável acolhermos a imagem de um Deus moderno", que concede a liberdade não para que O amemos, mas para que possamos fazer tudo o que se pode fazer, principalmente, este "deus-amor" é contrário a repressão dos sentimentos desordenados, pelo contrário, é a imagem de um deus que antes incentiva tais desordens, já que este deus é a pura misericórdia, tudo e todos estão salvos, então comamos, bebamos e morramos depois. Isto é mal!

Para propagar este deus-amor, muitas vezes as pessoas, já confortavelmente envolvidas com este deus, gostam de contrastar o deus-amor de hoje com o Deus de nossos pais, ou seja, o Deus que os nossos pais tiveram a virtude de nos ensinar desde o nosso berço, é um Deus de castigo, um Deus de rosto fechado, bravo, pronto a nos dar cachimbadas pelos nossos erros, então claro, o deus de nossa época é muito melhor que o Deus de nossos pais, pois não castiga, não cobra respostas inteligíveis ao dom da Fé, não nos ameaça com a perdição eterna do inferno... um deus praticamente hippie, que se possivel viria a terra para gandaiar conosco e conduzir a festa.

Talvez..e posso até arriscar que certamente, esta é tanto a tua flagelação, quanto a minha e dos demais confraternos.

Deve haver um "meio termo" ou "moderação" para os limites do pensamento humano sobre Deus...se é que não há!

Abraços!

Noreda Somu Tossan

Levi B. Santos disse...

Caro Amigo Tony


As suas inserções como Terapeuta Cristão da Escola Junguiana são sempre bem vindas aqui neste espaço.

Que bom se pudéssemos contar com a sua presença, de forma mais assídua entre nós, pois teríamos a oportunidade rara de beber da grande experiência que você tem nos campos da Teologia e da Psicologia

Todos que aqui comentaram são fervorosos entusiastas no debate da Teologia, da Mitologia, da Filosofia e ultimamente, mesmo de modo amador, estão fazendo incursões pela Psicologia profunda aplicada às Escrituras Sagradas.

O modo amável e o espírito alegre dos que aqui comentam tomou conta de mim e me contagiou de tal maneira que conversando com eles, aqui nesse recanto do Google, me sinto em família, como se estivesse num bom papo ao redor da mesa, num boteco (rsrsrs).

Eles me lisonjeiam chamando-me de mestre, mas, gostaria muito mais de ser considerado como um irmão mais velho, já que descambei dos 62 anos de idade.
Rejubilo-me ao ver neles, em plena mocidade, o interesse pelo estudo no campo da Humanística e da Religião, que nem de longe, os moços de minha época um dia sonharam ter.

Fica claro, que devemos ter muito cuidado e atenção, porque na ânsia de se aprofundar demais no campo do saber, pode ser que venhamos ser tragados pelas águas tenebrosas desse poço sem fim, como as suas sábias palavras deixam transparecer nesse trecho:


“Como não se podem compatibilizar as verdades subjetivas com a Verdade Absoluta, a solução é (enganosamente) simples: “cria-se” um deus antropomórfico, dessacraliza-se o sagrado, transforma-se a Bíblia num livro mítico, ou, no máximo, de histórias judaicas; e passa-se a viver a verdade relativa e subjetiva de cada um”.



Muito obrigado pelos seus abalizados conselhos e volte sempre, amigo


Levi B. Santos

Levi B. Santos disse...

Gresder a Mil Km/hora



Olha essa velocidade meu amigo, tu podes voar. Começou com 80 – 120 – 150 – 200, e agora descambou.... (rsrsrs)

Eu fiz um ensaio saudosista com Deus com suas vestes tradicionais, para frear mais, o teu impetuoso bólido, e tu vens agora, com essa história de vestir Deus com roupa nova e, além do mais, querer pintar o seu cabelo. É demais...

Ainda bem que tu falaste sobre o medo. Certos medos são necessários (rsrsrs)

De qualquer maneira vamos aguardar esse teu ensaio de “um deus a nossa imagem”.

Os comentários que começaram aqui terminarão lá.


Abçs,

Levi B. Santos


P.S.: Dê um forte abraço em Nureda, por mim (Se possível amanhã mesmo)

Marcio Alves disse...

Irmão mais velho Levi. Rsrsrsrsrs


Entendo que o debate sobre a ilusão que aconteceu entre nós, ocorreu em dois campos distintos, ou seja, você então não se contrapôs aos meus argumentos sobre a ilusão, pois você interpreta a ilusão nos moldes da psicanálise, enquanto eu interpretei ilusão no prisma da realidade da vida.


Então sendo assim, já que estamos de acordo com ambos, os pontos de vista, vamos mais um pouco – se tiver ainda paciência comigo. Rsrsrs – dialogar, só que agora, em outro campo, que considero minado, aja visto, não conhecer nada de psicanálise, sendo que aprendi de e com você.


Então vejamos estas falas suas, que eu destaco:
“A oração é um monólogo entre as camadas internas do Eu”.

“como posso admitir que Deus (ou o Divino do meu inconsciente) não interferiu em minhas decisões?”.


Minha resposta: Caro irmão mais velho Levi (rsrsrsrs) quero em cima do que você escreveu, lhe fazer uma pergunta honesta, e gostaria que você respondesse de igual modo, não tenha medo do impacto que poderá causar em nós todos, os confraternos.


Então lá vai:


Sempre suspeitei de você amigo, irmão e mestre Levi, mas nunca tive a coragem de lhe perguntar, sendo agora o momento mais propicio para isto.
Você, dês de que comecei a ler as suas postagens, nunca abortou a temática DEUS, falando apenas de relance, bem breviamente em suas postagens, e, em nossos debates, mais ainda para reforçar minhas suspeitas, você agora de modo claro e enfático, inconscientemente (rsrsrs) fez estas declarações do ATEISMO DA PSICANALISE, você Levi é ATEU?????


Sempre quando você fala de deus, você se refere a Ele como sendo nossa psique, ou seja, quando oramos para Ele, estamos na verdade – segundo eu entendi de suas palavras – simplesmente orando de nós para nós mesmos!!!!


Pode abrir o seu coração e falar a verdade para todos nós.
Ninguém terá preconceito de você, pois sempre você será o nosso querido Mestre!!!!


Abraços e aguardo sua resposta.....................

J.Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
J.Lima disse...

Levi.
Li o seu texto e a profundidade é tanta que honestamente não me sinto muito capacitado para fazer um comentário a altura que esse texto merece...

Mas como membro da confraria deixe-me arriscar:

A teologia vetero-testamentaria tem na sua gênese um fator interessante é que o NOME de DEUS carregava um mistério tão profundo e sacro que sequer deveria ser pronunciado.

A Palavra SER composta do tetragrama da língua hebraica, alguns interpretes dizem que poderia ser traduzida por EU SEREI O QUE SEREI ou EU SEREI O QUE MOSTRAREI SER
י Yodh ou Yud
ה He ou Hêi
ו Waw ou Vav
ה He ou Hei

Mostra algo no mínimo curioso:

Porque o antigo testamento coloca tanto mistério sacralizando tanto o nome, visto sendo o oposto das culturas das nações em sua contemporaneidade?Onde saber o nome já era uma forma não só de CONHECER, a divindade, mas de ter poder sobre ela?

Será quando o homem dá NOME ao que os não religiosos ou anti-religiosos, não aceitam que é o nome DEUS, mas que admitem uma espiritualidade nata no homem esses reconhecem e chama de MISTÉRIO!

Uma coisa é certa ao nominarmos o mistério chamando o de DEUS, já estamos fazendo teologia.

Inconscientemente chamar o absoluto, a causa primária de todo o universo de DEUS, já está se tentando decodificar o mistério e mistério não pode ser nominado não pode ser decodificado.

Por isso na minha modesta opinião o homem tem ao longo da sua existência tentado descobrir esse mistério e somente o fato de chamá-lo de DEUS, já limita o mistério que é ilimitado!

Por isso meu caro Levi, DEUS, ou qualquer que seja o nome dado em reconhecimento a um ser superior, a causalidade de todas as coisas, sinceramente que se fosse possível o melhor seria sequer dar nome!

Chamar esse MISTÉRIO do que? Se ao chamá-lo já estou tirando o que lhe é peculiar o MISTÉRIO!

Bom como minha fé hoje tem mais alicerce no MITO, e sei que MITO é projeção, é anseio é verdade que está além de min e fora de min, EU caminho nas roupagens, ora nova ora velha ora substituindo... mas vou dando nome ao MISTÉRIO lutando para que ele deixe de ser um MISTÉRIO, pois conhecê-lo é uma forma de poder DOMINÁ-LO.

Mas sei que não entender DEUS é o que mais me fascina...e quanto mais longe ele estiver do meu entendimento mais tento o entender e mais sou atraido!

Para min CRISTO foi a roupagem mais perfeita do mistério...o mistério tirou um pouco da sua roupa, nos deu um arquétipo do homem minha utopia gostaria de ser, esse Deus que ficou sem roupa!

Ao longo da minha existência vou vestindo ele com minha roupagem, ao mesmo tempo em que agonizo para vestir a roupagem dele...
Mais uma vez parabéns pelo magnifico texto!

Abraço.

Esdras Gregório disse...

Nureda como assim: "está óbvio quem eu sou..e por motivos também óbvios" para mim não esta nada óbvio e já desisti de tentar adivinhar quem você.

Será que estou sendo castigado?

Mas agora vai fazer drama e chantagem emocional para se revelar, o que eu queria é saber se você era um de fora, somente isso.

Noreda Somu disse...

Esdras Gregório, é claro que você está sendo castigado, mas é para seu bem. O nosso amigo Levi, não deve estar gostando muito deste seu "curiosísmo" que está trirando o foco de sua postagem que é tão relevente. Ele nem respondeu ao meu último comentário, acredito eu, porque pensa que sou você!

Mas quero dizer a você jovem escritor, que sempre disse quem eu sou...Sempre!

É óbvio que sou um de vocês, estou sempre entre vocês, porquê os amo muito...considero-os meus melhores amigos, e irmãos.

Vocês, todos vocês, me ajudaram muito, num momento muito difícil de minha vida, me apoiei em vocês...e serei eternamente grato à todos por esses braços que me sustentaram.

Irei aparecer em outros blogs da confraria, e sinceramente,não gostaria de me revelar, pois dei todas as pistas possíveis e nenhum de vocês conseguiu decifrar.

Me desculpe Levi Bronzeado por usar seu espaço desta maneira, peço aos comentadpres que atenham-se ao que o texto deste mestre chamado Levi diz!

Obrigado!

Noreda Somu Tossan

Levi B. Santos disse...

Prezado amigo e irmão Marcio

Me deterei nesse trecho do seu comentário

“Sempre quando você fala de deus, você se refere a Ele como sendo nossa psique, ou seja, quando oramos para Ele, estamos na verdade – segundo eu entendi de suas palavras – simplesmente orando de nós para nós mesmos!!!!”


Espero que você entenda o seu ambivalente irmão mais velho (rsrsrs)

O texto que escrevi, é antes de tudo, uma oração de mim para mim mesmo. Sabe Marcio, não sei se isso acontece com você. É que com o tempo vou solidificando as minhas certezas e construindo muros aparentemente indevassáveis, mas , aqui e acolá vão surgindo brechas no muro que eu considerava bem acabado. Estas brechas são desmanches provocados pela “velha dúvida” que sorrateiramente assome e começa a fazer estragos, demolindo aquilo que eu tinha como certeza insofismável.
E lá se vai a imagem de um Deus vestido á minha imagem, como que atropelado pelas forças poderosíssimas do Superego.

E no meio da crise, eu me rendo, dizendo:

“Seja feita a tua vontade meu velho Pai!”

Veja que o texto que postei é carregado de interrogações. E o que é que ele reflete na verdade? Na verdade, ele mostra o avesso das minhas certezas. Talvez a dúvida seja a pitada divina que, sorrateiramente, invade a minha alma para que eu não destrua a mim mesmo. É da dúvida que a fé se alimenta. Por isso as minhas certezas acabadas, são acabadas para mim, mas não para Deus ou para o Divino que habita o meu inconsciente.


No que diz respeito à psicanálise, ela tem me ajudado muito, a entender o meu próprio interior. De modo que compreendo que as minhas reações, minhas racionalizações e o meu egoísmo, as minhas argumentações veementes e radicalizações são mecanismos que o meu eu lança mão com a finalidade de defender ou deixar intocáveis recalques frutos da somação dos desejos não realizados que foram reprimidos para um porão obscuro do inconsciente.


Sobre o que eu disse:

“orar de nós para nós mesmos”

A oração é o choro da criança que habita em mim dirigida a um Pai simbólico que habita em meu inconsciente. E tudo se passa nos lugares celestiais de minha mente. O Deus do velho roupão está lá adormecido, e de vez em quando surge, ou aflora em minha consciência me impulsionando a escrever, o que escrevi.

Lembrei-me agora do filme “Deus e o Diabo na terra do sol” de Glauber Rocha, que traduzindo em linguagem psicanalítica quer dizer: “As forças demoníacas e Divinas no inconsciente do Nordestino”.

Quero terminar esse meu comentário com uma pérola do grande poeta Castro Alves:

“Em meu peito reside um Deus que chora e um demônio que ruge”.


Um abraço do velho amigo,


Levi B. Santos

Levi B. Santos disse...

Prezado amigo J. Lima


Passei o dia fora da internet.
Ao entrar nesse recanto, me deparei surpreendido com o seu instigante e lúcido comentário.

Estava realmente sentindo a sua falta em meio ao intercâmbio de idéias que o texto postado provocou.

Você chegou no final, mas, os últimos serão os primeiros a ficar por aqui. (rsrsrs)

Esse trecho que você escreveu é contundente:

“Para mim CRISTO foi a roupagem mais perfeita do mistério...o mistério tirou um pouco da sua roupa, nos deu um arquétipo do homem minha utopia gostaria de ser, esse Deus que ficou sem roupa!”

Lembrou-me muito o Nietzsche, quando assim escreveu:

“Como suportaria a existência de um Deus sem ser Deus?”

Mas por falar em Nietzsche, O que será que esse velho rabugento pensava , quando dizia: “Deus está morto!”. Será que ele, na verdade, queria dizer: “Esse Deus de velho roupão está morto?” (rsrsrs)


Abçs,

Levi B. Santos

Levi B. Santos disse...

Prezado Nureda,ou Noreda ou sei lá...



Se você é o alterego de alguns que aqui comentaram até agora, está levando um imensa vantagem sobre os demais, pois, como agente duplo,ou "duplo eu" está cortando como uma espada de dois gumes, isto é, pelos dois lados.

Às vezes é contra e a favor. Ora é Camaleão, ora é sereia.
Provoca para depois conciliar.

Com a palavra os da Confraria, para investigar a identidade desse estranho personagem.


Do membro mais velho da C.F.G.

Levi B. Santos

Anônimo disse...

Querido Mestre Levi,

Acabo de ler seu ensaio, e confesso que estou tentando "digerir" minuciosamente todas as suas palavras, para postar um comentário digno e coerente para seu merecimento...

Voltarei para postar um fragmento de reflexão....mas enquanto isso, vou fazer valer a minha visita aqui, e ajudar meus irmãos da Confraria descobrirem quem é este gênio Noreda...

Vocês todos não conseguiram "ver" a verdadeira identidade deste filósofo, porque sempre são mais atentos aos detalhes dos comentários "teológicos", que aos detalhes "pessoais"..

Como sou a "sentimental" aqui..rs..e "penso" com o coração, é logicamente que eu poderei confessar a todos vocês que eu sei quem é o Noreda...

Mas não somente os "olhos do coração" me ajudaram a descobrir, como também a minha tão amada e idolatrada MATEMÁTICA (Lógica), me ensinou a raciocionar com a própria lógica....

Agindo com a lógica, você é capaz de enxergar "anagramas" ou "códigos identificadores" onde pensamos não existir.....

Se vocês estivessem utilizando a lógica desde o início, já teriam analisado, que o Noreda assina sempre com o nome verdadeiro....

Grande Beijo....

Estarei na "área" ...

P.S. Mestre Levi, me desculpe pela liberdade, mas eu preciso desvendar este mistério aqui no seu espaço.....

Eu voltarei!!!

Anônimo disse...

P.S. O NOREDA ESTÁ DENTRO DA "CONFRARIA"....

Beijos...

Esdras Gregório disse...

Pelo amor de Deus Paulinha cada vês mais u eu fico mais confuso.

Mas vamos voltar ao texto:

Levi não é mais do que evidente de que Deus não é como os imperadores que não asseitavam em ser questionados, pois tal atitude só pode ser humana e não divina?

Por que então esse nosso medo de questionar as coisas mais sagradas da religião, sendo que Deus que é um ser nobre jamais ira nos punir por exercermos aquilo pela qual mais nos caracteriza: a razão.

Levi B. Santos disse...

Prezada Paulinha


É uma pena, termos esquecido esse importante detalhe: Os pensadores pré-socráticos utilizavam constantemente a matemática e a Geometria para formular as suas teorias.

Olhe como foi bom ter uma especialista em Matemática para ajudar a desvendar o filósofo de duas caras que está aqui "invisivelmente" no nosso meio (rsrsrs)


Em nome da Confraria (a maioria) agradeço desde já a sua cooperação.
Estou ansioso para ver se as minhas suspeitas serão ou não confirmadas


Saudação fraterna,

Levi B. Santos

Levi B. Santos disse...

Gresder meu caro


Já dizia Blaise Pascal:

"O coração tem razões que a própria razão desconhece".

Plagiando Pascal e me aproximando de Freud, eu diria:

"Deus (ou o inconsciente, ou o Superego) tem razões que a nossa própria razão desconhece".


Abçs,

Levi B.Santos(e não Tossan)

Guiomar Barba disse...

Vibrei com seu ensaio. Estou voltando de umas boas e merecidas férias.

Como é bom ter Deus presente, amigo, vendo a gente por dentro e fazendo a gente sentir Ele por dentro e por fora... Que não daria eu para proclamar o quanto Ele tem sido presente e íntimo na minha vida para todo o mundo.
Gosto de saber que Ele me conhece, e que eu não posso jamais me esconder dEle, isto me da uma incrível segurança.
Se os homens o buscassem com humildade entenderiam que até mesmo uma migalha da sua graça os faria transbordantes de júbilo.
Abraço amigo.

Anônimo disse...

Mestre Levi,

Permita-me postar algo muito importante para a "Confraria" aqui em seu maravilhoso espaço...

Pois bem meus "manos", vou desvendar o mistério do tão misterioso Noreda, e confessar a vocês quem é esse tal Noreda....

Mas vou contar no próprio Blog do Noreda...Na sala do "outro evangelho"....

Beijos...

Voltarei para colaborar com a refexão de seu texto Levi..

Anônimo disse...

Tomei uma água e voltei...rs..

Mestre Levi,

Eu lhe admiro muito e tenho lido muitos artigos seus, embora não comentei pela extrema correria do dia a dia....

Mas aqui estou..

Quando diz: "Mas até onde vai essa ânsia devoradora de querer despir Deus do velho roupão?"

Mestre,

Como humanos temos ânsia de tudo, ânsia de querer experimentar algo que nunca experimentamos, e ânsia de principalmente querer "despir" para entender perfeitamente os detalhes que se escondem por de trás de um velho roupão....

Deus não nos punirá por desejarmos saber algo mais, algo que não vemos, algo que não entendemos....

Talvez questionar Deus, é uma coisa incerta...mas assim é o homem, gerado por incertezas e questionamentos..

Temos sede de saber, e temos sede principalmente de descobrir o verdadeiro evangelho que se esconde por de trás de um Deus, ao qual conhecemos como Deus dos Exércitos..

Se Deus nos privar de nossos questionamentos, sejam eles feitos em igrejas ou não...estará nos privando de conhecer a própria verdade, verdade que muitas igrejas insistem em esconder dos fiéis...

Beijos!!

Leonardo Gonçalves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Leonardo Gonçalves disse...

Amigo Levi Bronzeado,

Jamais vi como mediocridade o cristianismo tradicional. Não desejo ser objeto da pena dos “pensadores”, nem quero que eles deixem de “dissecar” Deus por medo de diluir minha fé. A razão porque nem sempre me envolvo em debates deste tipo é porque sei que o que move estes corações é a imensa vontade de não crer, a qual os capacita a criar deuses à sua imagem, e conforme a sua semelhança. Para mim, este cristianismo a-religioso nada mais é do que a velha idolatria. Pintaram o poço, é verdade, mas a água continua a mesma.

Contudo, seu ensaio me fez lembrar de um trecho escrito por Nietzsche (talvez ele tenha oferecido a base para este ensaio), quando ele fala de um certo louco que, nas primeiras horas da manhã, corre pelo mercado com um lampião na mão e grita: “Procuro Deus! Procuro Deus!” . Como muitos a sua volta não crêem em Deus, sua atitude provoca risos. “Deus se perdeu?”, zombam dele. “Será que foi viajar?”, e riem alto. Então, escreve Nietzsche, o louco para no meio deles e crava-lhes o olhar:

“Onde está Deus?”, ele grita. “Eu lhes direi. Nós o matamos - vocês e eu. Todos nós somos seus assassinos. E como fizemos isso? Como pudemos beber o mar? Quem nos deu a esponja para apagar todo o horizonte? O que fizemos quando desamarramos esta terra do seu sol? Para onde ela está a mover-se agora? Para longe de todos os sóis? Não estamos caindo sem parar? Para trás, para os lados, para a frente, em todas as direções? Restou alguma coisa em cima ou em baixo? Não estamos vagando como que por um nada infinito? Não estamos sentindo a respiração do espaço vazio? Não ficou mais frio? Não está a chegar cada vez mais a noite? Não estamos a ter de acender lampiões de manhã? Não ouvimos apenas o barulho dos coveiros que estão sepultando a Deus? [...]Deus está morto [...]. E nós o matamos. Como é que nós, os maiores de todos os assassinos, iremos consolar-nos a nós mesmos?”

Incrível como aquele louco tinha todas as perguntas realmente importantes. Penso que de todos os personagens de Nietzsche, este louco é o mais sensato, pois entendeu o quão absurdo é a vida sem Deus, sem milagre, sem fé, sem expiação e promessa de eternidade. No entanto, os sábios deste mundo querem desmistificar o sagrado, dissecar o eterno, subjetivar o absoluto, criando novas divindades. Estes novos deuses, apesar do discurso moderno, em nada diferem dos deuses do Olímpo, imagem e semelhança dos homens, cheio de vícios e paixões.

Deus me livre desse deus. Prefiro a loucura do evangelho, a qual é mais sabia que os homens. E se o evangelho de Paulo, Pedro e Jesus é loucura para estes modernos inventores da roda, para os que crêem é potencia salvadora. Portanto, falem de teodicéia, de teísmo e deísmo, de henoteísmos e de tudo quanto quiserem, mas que eles deixem Jesus fora deste discurso. Será muito mais honesto da parte deles.

Grande abraço deste amigo que, apesar de polemista, só quer viver a simplicidade do evangelho.

Leonardo.

Esdras Gregório disse...

Ao LEORNARDO GONSALVES,

a primeira pessoa que conheci na blogfera.

Como te disse ontem por e-mail: “prefiro mil vezes a sua critica, do que o seu desprezo”

Mesmo que não fosse eu pegaria essa critica a mim, mas como ela de certa forma é quase que direta é mim mesmo, mais do que aos outros “ate na reinvenção da roda você falou de novo rsrs) eu a recebo expondo os meus sentimentos e o que me levam a crer e pensar assim.

Mas antes eu quero perguntar o que aconteceu com você, para você poder ter a capacidade de sondar os corações, para dizer que isso vem da vontade de não crer.

Você não acha que para falar de Deus e das coisas atribuídas a ele a pessoa não teria que crer muito mais do que quem resume Deus para poder não mais pensar nele. Pois digo de mim mesmo, e o que escrevo reflete em minha alma durante toda a semana de forma que sei que ao falar assim só pode ser porque eu estou diante de Deus todo dia, não como os crentes que só sentem “a presenças” de Deus na oração ou louvor, mais muito mais alem do que isso, me sinto diante do seu juízo, e por ter a certeza de que ele é um ser nobre eu posso questioná-lo pois sei que ele não é um idiota como eu e você que não aceita ser questionado, pois essa roupa foi dada para Deus pelos caras que pensaram que ele era como os imperadores e “papas” que subjugava a mente das pessoas.

Estou tão certo de que este não é o Deus de toda a terra que eu posso deixá-lo de cuecas, pois quem relativiza Deus não é o liberalismo teológico, mas a ortodoxia que da a ele atributos humanos como, não dar o direito de não se crer nele, não aceitar não ser amado, pois dizem que Deus da à liberdade, mas depois castiga quem não o escolher, palhaçada né.

Que negocio é esse Deus agora é como um criador de cão que da cuidado e carinho aos bichinhos mas quer receber amor em troca, por acaso Deus é homem, nada tão ridículo como crer que Deus precisa receber glória, acaso ele é um rei humano, nada tão doentio como um Deus que precisa das criaturas, do seu amor da sua atenção como criador de cães. Não somos cães e Deus não é homem, quem relativiza Deus são vocês que criam um Deus carente do homem a qual se ofende com a ingratidão do homem, que pune quem não o reconhece. E que coloca milhões de pessoas neste mundo nascendo em pecado para depois condená-las para o inferno por que elas não se tornaram crentes estúpidos como eu e você!! Ou você é melhor do que eu? Ou eu sou melhor do que você? Ou somos melhores do que os “ímpios”. Que diferença existe? Nem uma!!!

Ao rejeitar a visão crista tradicional eu estou certo de que não estou questionado a Deus, e mesmo se estivesse errado sei e estou confiante de que Deus é um ser nobre, a qual ira relevar toda a minha incredulidade e critica. Mas se ele não perdoar os homens por serem homens, é por que ele não é Deus, e seria preferível ir mesmo para o inferno com o Lucios, quem sabe não era ele que estava certo, pois ortodoxia é a opinião dos poderosos rsrsrs.

(continua)

Esdras Gregório disse...

(continuaçao)

Prefiro um milhão de Vezes não existir do que estar nos céus enquanto alguém fique a eternidade no inferno, só podem existir duas possibilidades compatíveis com um Deus totalmente transcendente e distinto do homem: o universalismo ou o deismo, todas elas admitem Deus, mas não os mitos que o envolvem.

Quanto a Jesus acaso você leu os evangelhos comparadamente para perceber que eles são uma edição feita para se crer, e não um relato fiel a literalidade, acaso se Jesus não tivesse nascido de uma virgem ou não fosse Deus, mas apenas um escolhido singular de Deus para aquilo a sua fé não faz sentido como para Paulo que precisava de uma ressurreição. Se o próprio errou grosseiramente em acreditar que a vinda de Jesus estava próxima, você acha que eu vou desprezar minha consciência para acreditar em todas as coisas que eles disseram. Eu sinto o Cristo ressurreto com o coração, mas com a mente eu acredito no Galileu que somente morreu, entende? Nem eu “o coração tem razão que a razão desconhece”

Falo e escrevo com a sensação real de uma morte próxima como também como estando diante do Próprio Deus, e por isso meu coração não tem vontade de não crer, mas por crer tanto Fala o que fala, sem medo de uma punição. E não preciso distorcer a bíblia, conhecendo eu a rejeito quando vejo que algumas coisas são apenas escritas por homens exatamente iguais a mim, movidos por intuições e certezas como as minhas. Só quem é um escritor pode conhecer a alma de um outro escritor.

Se não me perdi até agora, é por que ele é nobre e não empurra de uma vez só porque eu não quero segurar sua mão, mas se já estou perdido, então estou perdido, e de qualquer jeito vou até o fim. Trilhei esse caminha a-religioso para não corromper a minha alma na religião, pois sei que tenho o potencial para se tornar um Malafaia nesta vida. E por isso te dou um conselho, você é novo, mas esta envolvido com a igreja, você pode se tornar daqui uns vinte anos um pastor honesto igual seu sogro ou um filho da puta igual aqueles que você critica no céu blog, cuide da sua alma, quero interagir mais com você, não me perca de vista, talvez essa vida seja a única,se Deus não resolver passar a bola para outra turma rsrs.

Levi B. Santos disse...

Prezada Paulinha

"Mas até onde vai essa ânsia devoradora de querer despir Deus do velho roupão?"


Antes de tudo, quero dizer-lhe que o meu questionamento acima, foi primeiro fruto de uma auto-reflexão.
Talvez, essa ânsia que tenho em desvestir Deus, seja fruto do meu passado igrejeiro, quando eu sabia segurar a minha rebeldia com graça e leveza.

E não é que eu era feliz e não sabia! (rsrsrs)


Saudações cordiais,


Levi B. Santos

Marcio Alves disse...

Leonardo Gonçalves

Embora não te conheça, e talvez a sua critica não tenha sido dirigida a mim e aos meus amigos, contudo, eu também – assim como o Gresder – quero responder ao seu comentário:

Eu também nunca vi o cristianismo tradicional como medíocre, pois embora pensamos hereticamente fora da gaiola os pensamentos proibidos para a ortodoxia, contudo reverenciamos sem necessariamente concordar com o tradicional cristianismo, e de todos heróis e pessoas maravilhosas que o constituíram, mas que pensaram a partir dos pressupostos filosóficos de suas épocas e culturas, e por isso foram relevantes e determinantes para o seu contexto.
Embora eu repita que reverenciamos a clássica teologia, não somos obrigados a concordar com esta, como se fosse à única verdade absoluta de Deus na terra.

Dissecar Deus, jamais!!!
Todo exercício reflexivo não visa Deus, mas nós, pois os pensamentos sobre Deus, não muda quem de fato Ele é, mas com toda certeza nos mudarão.
Na verdade o Gresder está corretíssimo quando disse que quem relativiza deus, não somos nós, mas a teologia ortodoxa, pois é ela e os seus defensores que imputa atributos a Deus, pois para nós (confraria) Deus sempre será o grande mistério, sendo expresso e crido de maneiras diversas e até divergentes por todas as religiões.

Abraços

Levi B. Santos disse...

Meu amigo Leonardo


Que bom tê-lo aqui opinando, e dando a sua inestimável colaboração sobre o ensaio polêmico que postei, fruto de um auto-reflexão, como afirmei por mais de uma vez aos meus amigos que comentaram aqui antes de você.

Acompanho o seu “Púlpito Cristão” desde as suas primeiras postagens, inclusive, foi no seu blog que eu postei o primeiro comentário, por sinal uma crítica ácida sobre a desnecessidade de púlpito para se pregar, e que você respondeu tão cortesmente e de forma estraordinariamente humorada que acabei me tornando cativo de seus publicações.
De modo que seu estilo solto, leve e sem papas na língua me estimulou a escrever textos contra o evangeliquês universal gospel que assola o país.

Passamos a ser parceiros na publicação de muitos ensaios, dentre eles, um eu não esqueço, e que causou bastante alvoroço na blogosfera, naquela época: “O Pai Nosso Empresarial” que graças a sua divulgação, foi publicado em várias línguas pelo mundo todo, inclusive no Japão,preenchendo cerca de três ou quatro páginas do Google.

Com certeza você tem muito a nos passar, através de sua longa e sofrida experiência como missionário aí nas terras dos Incas, principalmente por ter dividido o seu coração entre as almas sedentas de Deus, ai do Perú, e os amigos batalhadores do reino aqui nas terras de D. João VI.

Não tenho dúvida de que foi o zelo pela obra de Deus, que o levou a escrever o seu incisivo texto, o qual foi mais uma alerta para mim e para os jovens que militam na blogosfera cristã.
Digo, porque conheço bem o seu estilo, e tudo foi feito no bom sentido.

Sobre o “débil crente” (expressão que aqui foi usada por mim e por vários comentaristas) quero afirmar que tão somente pensei naquele homem simples, iletrado, leigo em Teologia, Filosofia e psicologia. Seja o que for, que esse débil crente pede em sua marcante oração, em última análise, pede a manifestação da presença Divina,e ao pedir de forma espontânea tem imediatamente a percepção sensível de Sua presença.

Rogo a Deus que nunca me dê certezas inabaláveis, para que a dúvida possa agir, alimentando a minha Fé, e fazendo com que a mesma não esmoreça ou desapareça por completo.

Por isso mesmo, entendo que os teus temores, caro amigo, também são os meus.

O teu texto, entendo mais como um alerta aos amigos (até porque ninguém vai alertar os inimigos – rsrsrs) do que uma afronta.

O meu amigo Psicanalista Cristão, Tony, em seu blog “Psicoterapeuta Cristão”, encerrou o seu mais recente artigo (similar), com uma contundente citação de Paulo, que eu faço questão de registrar aqui como epílogo da minha postagem:


“Seja sempre Deus verdadeiro, e todo homem mentiroso”(Romanos 3:4)


Um forte abraço,


Levi B. Santos

Leonardo Gonçalves disse...

Levi,

Não tenho nenhuma vasta experiencia como missionário. Não tenho vasta experiencia nem como humano! rs... Guarde esses adjetivos para quem os mereça de fato, meu irmão, porque esse teu amigo aqui é só o doulos de Cristo, e o inútil que jamais fez o que lhe foi pedido.

Não foi meu desejo, em nenhum momento, te ofender (nem a quem quer que seja). Mas não seria mais honesto se deixasse de dizer o que eu penso.

Meu mal (e o "erro" que me transformou em vilão) foi ter encontrado no cristianismo tudo aquilo que nossos amigos tentam negar. Parafraseando o grande Chesterton, "Tentei fundar uma heresia só minha, e quando lhe dei o último acabamento, descobri que era ortodoxia".

Grande abraço, e parabéns pelo excelente espaço. Você sabe que é um dos meus sites preferidos (sem demagogia).

Leonardo.

Eduardo Medeiros disse...

Levi, mestre-irmão Levi, só agora consegui ler todos os comentários da sua instigante postagem.

O debate foi(continua sendo) excelente, visto que o tema que você abordou também é uma pedra no meu sapato...

Já disse por aí que tenho saudades quando eu era um crente feliz calcado e abalisado em minhas certezas dogmáticas. Meu deus era o deus da bíblia e eu nunca sonhei em negá-lo ou muito menos, dissecá-lo. gostava sim, de estudar e ler a ortodoxia, pois era ela o meu farol.

quero comentar a sua pergunta "Mas até onde vai essa ânsia devoradora de querer despir Deus do velho roupão?"

Será mesmo "ânsia devoradora" ou "ânsia piedosa"? Estou dizendo que a sua pergunta sugere que ao pensarmos sobre deus fora dos parâmetros da nossa velha ortodoxia, estamos na verdade contentes em derrubar todos os absolutos e todas as certezas com o intuito de propagar o ateísmo ou deminuirmos a importância da fé e da religião.

Mas não é isto que estamos fazendo. Concorda? Somos todos filhos do cristianismo fundamentalista ortodoxo e se agora, ouso pensar e perguntar para além dele, não é que eu queira dizer que ele se tornou inútil ou inválido; Para mim, talvez, mas sei que para milhões de crentes ortodoxos, não.

Eduardo Medeiros disse...

Eu tenho o velho deus de roupão ainda aqui guardado em algum lugar da minha psiqué. Mas ele não é mas minha referência, ele não responde mais às minhas indagações. Sei que ele responde às indagações de muitos crentes, e que asssim, seja. Deixemos as crianças beberem leite, pois dár-lhes feijoada provacariam a sua morte.

De maneira nenhuma quero destruir a fé de uma criança, mesmo porque, se me julgo adulto, adulto posso não ser, e estar apenas me autoenganando e sendo apenas pretensioso e arrogante.

Só quero conversar com aquelas crianças que de repente, começam a questionar se papai noel existe ou não. A essas, não me privo de dizer-lhes que a realidade divina não pode ser dita absolutamente.

Digo-lhes que a fé(saber que deus existe) é certeza, mas que as crenças (teologias, doutrinas) são apenas construções que o tempo um dia relegam ao arquivo morto das construções que já não fazem nenhum sentido para a existência de hoje.

Sabemos que a própria bíblia esboça em suas páginas, diferentes interpretações da realidade divina. Então porque nós, não deveríamos continuar esse processo que um dia, na eternidade, nos levará às respostas definitivas?

Levi, acho mesmo é que vou escrever uma postagem a partir do seu texto e do manifesto do gresder.

abraços

Levi B. Santos disse...

Caro Eduardo


Na verdade esse meu ensaio foi fruto de minhas dúvidas, até porque, as certezas acabadas não existem, pois, todas as convicções são circundadas pelo halo da dúvida que atrai a fé. Creio duvidando. Um meu lado crê e outro duvida. Um tem uma vontade o outro tem outra completamente diferente. E em mim o dualismo se impõe com toda a sua força.

Ma por falar em dualismo, o que você diz sobre estas locuções emblemáticas de Cristo:

“Pai, seja feita a Tua vontade e não a minha!” e “Gostaria de não tomar esse cálice, mas tenho que tomá-lo!” – Conflito? Ambivalência? Dualismo? Luta entre o Ego e o Id, para depois se render ao Pai de velho roupão? (superego)


O debate não tem tempo para acabar (rsrs)


Abçs,
Levi B. Santos

glauciasemfalas disse...

Aconteça o que acontecer ELE continuará a ser o que É o que ERA e o que HÁ DE VIR.

E eu continuarei a ser PN, praticamente nada, ou seja lá o que tiverem pensado.

Fico imaginando um SER em que diante dele até os céus e a terra se prostam.

E o insignificante homem, que só porque foi criado a sua imagem e semelhança se acha igual a ELE.

E quando sai para fazer uma caminhada no final da tarde e é surpreendido por uma chuva de raios, o tal homem vê o quão vulnerável é, um raiozinho pode fulminá-lo.

Não sei falar igual a vocês, como dizia o Caetano Velozo, cheio de Hermetismos Pascoais...

Eu não sei falar cheia de Levismos Bronzeados.

Eu sou apenas uma mulher, grande mestre Levi.