05 abril 2011

A Neurose Eclesiástica das Cruzadas Está de Volta



A postura de um “Deus” intolerante dos tempos da inquisição e das cruzadas está de volta, num lugar onde o evangeliquês gospel mais prospera — Flórida (EUA) — na figura do pastor (possivelmente portador de neurose eclesiástica), Terry Jones e sua igreja, na localidade de Gainevislle.

Segundo o Site de Notícias e Artigos Sobre o Cristianismo da Pós-Modernidade, com um elevado número de acessos (664.364), “o pastor Terry Jones programou um "julgamento" dentro de sua igreja, no qual o livro sagrado muçulmano (Alcorão) foi declarado "culpado" de várias acusações, entre elas assassinato. Em seguida a pena foi executada — o exemplar foi queimado”.

A resposta do outro “Deus – Alá”, da parte de Ismael contra o “Deus- Javé” de Isaac (ambos filhos de Abraão) veio rápida. Nesta sexta-feira (1° de abril), sete funcionários das Nações Unidas e quatro civis morreram durante um ataque contra a sede do organismo na cidade afegã de Mazar-i-Sharif, em aparente represália pela queima do livro sagrado no dia 20 de março, na igreja liderada pelo pastor Terry Jones.

Infelizmente, é esse “marketing de salvação” que importamos das terras do Tio Sam, para grassar de forma endêmica aqui nas terras de Dom João VI. Os seus propósitos estão mais para o “marketing das trevas”, pois se centram mais, na vil mesquinharia da conquista física de homens e mulheres. O campo de ação e exploração desse “marketing das trevas” é o espírito do homem, com suas angústias, ansiedades, inquietações e incertezas.

Quando religiosos usam a “fé” para propaganda de seu deus, o que se tem como resultado é a radicalização e conseqüente ativação do instinto de destruição entre grupos fanáticos inimigos. A vingança é levada as últimas consequências, pois, muitos pensam que o tempero do gozo de um suposto céu é ver o seu rival, enfim, pagar pelo mal que fez, ardendo no fogo eterno. Um exemplo de como a vingança imaginada pode ser projetada em pensamento para uma vida futura, está bem explícita lá no livro do Apocalipse: “As almas dos que morreram por amor a Cristo clamavam com grande voz: até quando ó verdadeiro e santo Soberano, não vingarás o nosso sangue dos que habitam sobre a terra”. (Apoc. 6:10)

Quando um líder “cristão” comete a loucura ou o desatino de queimar o livro sagrado de um grupo religioso rival no recinto do seu próprio templo, está, de forma criminosa incitando o revide dos que não seguem a sua facção fanática.

É triste constatar que em plena pós-modernidade o homem se refugia na “religião” não para mergulhar no seu ser em si, mas para ocultar as verdades que ainda não conhece ou evita conhecer. São fanáticos que atribuem o seu desejo de vingança e a sua moral patológica, como se fossem qualidades dos deuses (ídolos) que adoram. Não aceitam o diagnóstico de que são neuróticos compulsivos ou esquizofrênicos. Toda neurose se relaciona com a vida mais íntima do homem. O instinto de violência, os afetos como ódio, inveja, medo são tidos como virtudes divinas no meio dos templos. Chega a ser surpreendentemente assustador quando essas forças destrutivas coletivas irrompem no ser humano. Não raro, um homem aparentemente afável pode tornar-se um louco varrido ou uma fera selvagem. É assim que o líder fanático religioso desce ao seu grau mais inferior, transformando a massa de crentes em uma turba desordenada, incitando-a a soltar as suas “feras e seus demônios” contra os de fora.

Não raro, as lideranças religiosas doentias interpretam os quadros esquizofrênicos compostos de alucinações visuais e auditivas, como se fossem vozes vindas da parte de Deus.

O Pastor Terry, se tivesse um mínimo de saúde psíquica veria que o “bem” do seu grupo e o “mal” que ele vê no grupo contrário ao dele, são atributos da imagem simbólica do seu próprio deus. Veria que a Parábola do Trigo e do Joio dos Evangelhos nunca teve o propósito maquiavélico de julgar ou separar quem é do BEM de quem é do MAL. Essa Parábola é, acima de tudo, um convite para cada um, olhar para dentro de si, e entender que ela fala dos afetos paradoxais ou ambivalentes — que caracterizam o HUMANO. Nunca é demais lembrar que, as guerras dos exércitos de deuses imaginários do tempo dos bárbaros, ainda é a mola geradora dos conflitos atuais de natureza destrutiva entre grupos religiosos extremistas. Cada grupo fanático querendo considerar-se Trigo, e julgando o outro como Joio — deturpa de forma grotesca e insana o sentido das figuras de linguagem presentes na narrativa alegórica realizada por Cristo. (Vide o texto: Quando Sou Trigo e Quando Sou Joio”.)

Pessoas esquizofrênicas, como esse pastor americano, são extremamente perigosas quando estão à frente de uma denominação religiosa, por não serem capazes de entender que as suas radicalizações são produtos ou projeções dos instintos ou pulsões destrutivas de uma psique desequilibrada. Não entendem que é a dimensão do surto psicótico, e não Deus, que lhe aciona reações intempestivas, cujo intuito inconsciente, é o de por vingança, provocar sofrimento em pessoas que não são do seu grupo religioso fanático.


Por Levi B. Santos

Guarabira, 05 de abril de 2011

P.S.: Assista, agora, o protesto no Afeganistão contra o pastor evangélico americano — que resultou na morte de doze pessoas; entre elas, sete funcionários da ONU.


16 comentários:

Eduardo Medeiros disse...

levi, sobre o post anterior, eu fiquei admirado com a nova fotografia da terra. e as outras, eram todas montagens...???? rsss

o radicalismo patológico, infelizmente, não é só no lado dos filhos de ismael...

sua análise foi brilhante, levi. só não se pode achar que isso aí é o pensamento da grande maioria dos religiosos cristãos ou mulçumanos, mas infelizmente, a mídia está colocando tudo no mesmo balaio de gato.

Levi B. Santos disse...

“As almas dos que morreram por amor a Cristo clamavam com grande voz: até quando ó verdadeiro e santo Soberano, não vingarás o nosso sangue dos que habitam sobre a terra”. (Apoc. 6:10)

Eduardo,

O trecho acima retirado do livro do apocalipse de João nos dá a entender que a visão e os sonhos tem muito a ver com o visionário e o sonhador(rsrs)

A Religião, diferentemente do sentimento religioso se nutre da vingança. Ela pode até aparecer com capa de piedade. Mas o que o “religioso” deseja mesmo é a vitória sobre seus algozes. Ele quer mesmo é descer ao Hades para mostrar aos hereges que estão lá: “Vencemos e vocês foram derrotados”. (Como no clássico — “O inferno de Dante”).

Já o “sentimento religioso” que não tem nada a ver com religião, não se nutre da competição entre deuses. Creio que este profundo sentimento “religar-se” está muito, mas muito mesmo, além dessa competição denominada evangelismo de resultados.

A mídia pode explorar a religiosidade, mas nunca o “sentimento religioso” que é subjetivo e não se liga ao plano terreno nem as emoções massificadoras. Pode ser que eu esteja errado, mas penso que o que move a religião, mesmo de forma latente, ainda é o famoso “ganhar almas”. Aí eu pergunto: “Ganhar almas para quem? É de arrepiar: esta frase emblemática “Deus dos exércitos” usada e abusada pela mídia gospel.

Mas, entendo que nada do que falei é novidade para nós, que estamos no mesmo time (rsrs)

E por falar em time: ontem o Flu desceu as profundezas do Hades (e lá ficou). Que vexame, Hein???

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Nas últimas décadas, o mundo passou a ver os muçulmanos como radicais e fanáticos, porém a consciência de grande parte da maioria dos ocidentais óde ter se esquecido dos males que o fundamentalismo cristão TAMBÉM é capaz de cometer.

No texto que escrevi ontem em meu blogue sobre o massacre ocorrido na escola do Rio de Janeiro, o fanatismo religioso e político é capaz, inclusive, de gerar violência coletiva, levando comunidades e nações a agirem de modo semelhante.

Ontem o nosso país assistiu aos resultsados de uma ação individual praticada pelo jovem Wellington Menezes de Oliveira, cuja carta por ele assinada revelou uma mente perturbada e cheia de conflitos relacionados ao sexo. Um jovem que, possivelmente, resolveu esconder-se atrás destes valores ao invés de encarar quem ele era.

Hoje pela manhã, quando um jornalista do "Bom Dia Brasil" disse que todos estavam se sentindo um pouco "pais e irmãos" daquelas crianças mortas pelo atirador, pensei também na identificação que podemos estabelecer com o assassino. Isto porque todos nós somos capazes de cometer as mesmas coisas.

Sem dúvida que um carismático líder religioso ou político pode influenciar multidões a cometerem atos de violência e de intolerância. Com todo respeito à liberdade de expressão, mas acho que se um homem decide quimar o Corão ou chutar a imagem de uma imagem venerada pelos católicos em frente às câmeras da TV, como havia feito um pastor da IURD vários anos atrás, certamente que tal pessoa é incitadora de ódio. Não está promovendo a re-ligação, mas sim uma cruzada religiosa.

A citação da passagem bíblica do Apocalipse, a qual contém a palavra traduzida como vingança, torna-se interessante porque nos mostra que não apenas o Corão, mas também o Novo Testamento cristão tem potencial para ser negativamente manipulado tal como no diálogo com Satanás da tentação de Jesus no deserto quando o diabo deturpava as Escrituras. Porém, o mesmo texto de Apocalipse, se compreendido no seu contexto, pode nos mostrar que nenhum homem deve tomar vingança, mas ser paciente e esperar que Deus faça sua justiça. Pelo menos é assim que eu intepreto a citação que fez.

Bem, por enquanto é isto. Vale a pena lutarmos contra toda esta intolerância religiosa e política que há no mundo. E, quando falo em política, refiro-me a episódios não muito distantes que marcaram o século XX com sangue e ainda contaminam o começo do novo milênio. Alias, muitas ideologias políticas tornam-se perniciosas religiões.

Abraços.

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Em tempo!

Eis aí um exemplo atual do que pode ser um radicalismo político que está se criando bem perto de nós aqui na América Latina:


CHÁVEZ ADOTA, POR LEI, INSTRUÇÃO MILITAR PARA CRIANÇAS NAS ESCOLAS!

(Clarín, 07/04/2011) 1. O presidente Hugo Chávez reformou a lei das Forças Armadas para com isso dar formação de milícias a todos os níveis de educação. Os estudantes terão treinamento com armas. O objetivo é se preparar para defender a nação. "Pátria ou morte, ordenou o meu comandante!" devem repetir as crianças das escolas da
Venezuela, onde aprenderão de forma obrigatória o treinamento militar, incluindo formação, desfile, doutrinação e treinamento em armas para defender a nação.

2. O presidente Hugo Chávez reforçou legalmente o papel da milícia como uma força armada paralela, atribuindo a tarefa de formar crianças- soldados desde o ensino básico. "Dentro do sistema educativo nacional, será atribuído à milícia o papel de formação, preparação e organização do povo para a defesa geral da nação", disse em defesa da mudança da lei o deputado governista Carlos Escarrá.

3. Em 24 de Março, foi publicada no Diário Oficial a Resolução n º 0172621 do Ministério da Defesa, intitulada "Educação para a Defesa Integral", em que se atribui a milícia nacional – quinto componente da Força Armada Nacional, FAN – a missão de dar aulas obrigatórias de instrução militar nas escolas, institutos e universidades.


OBS: Notícia divulgada pelo ex-blog do César Maia.

Levi B. Santos disse...

Caro Rodrigo


“CHÁVEZ ADOTA, POR LEI, INSTRUÇÃO MILITAR PARA CRIANÇAS NAS ESCOLAS”!


A manchete acima, fez-me lembrar de um fato. Aqui em minha cidade, há mais de três anos, pastores “evangélicos” estão arregimentando jovens de 5 à 18 anos para fazer parte de um grande exército de Deus. Já compõem um dos maiores grupos que desfilam como militares no dia sete de Setembro. Existem treinamentos padronizados nos mesmos moldes da polícia local. Enquanto marcham num calor de 40 graus, gritando os mesmos slogans dos policiais, eles se sentem na pele dos exércitos do deus altíssimo do V.T., preparando-se para uma guerra contra inimigos ainda não completamente identificados (ainda bem –rsrsrs). Por incrível que pareça, já tomei conhecimento de que eles são apaixonados pelos embates narrados no Velho Testamento. (rsrs)

Um fato me surpreendeu. Uma parente minha que mora em Israel, enviou-me várias fotos de escolas palestinas, com alunos de cinco anos de idade, aprendendo a manejar armas de plásticos, e a gritar slogans de intolerância e ódio contra os israelenses.

Ela ficou extasiada quando lhe contei que em minha cidade existia um treinamento para imbuir nos jovens o espírito bélico.

É triste constatar que a religião, não mudou. Talvez tenha ficado mais sutil no seu mecanismo perverso, mas em essência, o motor que a move é o mesmo dos tempos bárbaros.

Eduardo Medeiros disse...

levi, é claro que eu não vou discordar de você em linhas gerais quanto ao assunto em pauta. já sabemos bem como esses mecanismos de dominação religiosa acontecem.

mas você não acha que existe aí uma conspiração para minar de uma vez por todas a sociedade ocidental judaico-cristã?

não vou discutir agora se os valores da sociedade judaico-cristão estão ultrapassados ou desgastados, o que eu quero discutir é se existe de fato tal ataque e o que dele pode resultar.

os recentes ataques raivosos da turma dos neoateus praticantes e radicais querem destruir a religião como tal. ora, uma vez destruída a religião, para onde vai o sentimento do re-ligare?

o sentimento do re-ligare está contido na religião formal ainda que a religião formal não esteja contido no re-ligare. mas para os neoateus, tudo é religião, tanto o sentimento quanto a instituição. atacando um eles estão também, atacando o outro.

pelo menos, essa é a minha visão inicial do assunto que poderemos também discutir lá na confraria com o texto do inimigo número um dos neoateus, olavo de carvalho.

Eduardo Medeiros disse...

quanto ao texto do apocalipse que você destacou, penso que a vingança não é de forma alguma, um sentimento que é alimentado pelo cristianismo histórico, muito pelo contrário.

os primeiros cristãos foram perseguidos e mortos pelo império romano e não me consta que eles se organizaram para se vingar do império, com armas humanas.

a vingança do cristianismo primitivo (se houve tal sentimento genealizado neles) foi ver em 400 anos todo o império se tornar cristão.(nem que fosse por decreto...rs).

o novo testamento como um todo, enfatiza a vingança divina e não a humana. é deus quem vinga os seus escolhidos dos que os perseguiram, torturaram e mataram.

perceba que a vingança vem depois da opressão, e ela é do alto e não da baixo.

creio que essa era o sentimento que se passava pela cabeça dos cristãos perseguidos quando o apocalipse foi escrito.

o rodrigo trouxe uma notícia preocupante do amiguinho do lula, o chaves que agora deu para armar crianças.

sei que em israel todos são obrigados a passar pelo serviço militar e logo, todo israelense é um soldado em potencial mas o contexto socio-político em que eles vivem (um estado judeu cercado por inimigos mulçumanos) até que justifica tal coisa.

já a venezuela de chaves tem uma realidade bem diferente. não consigo perceber o que vai pela cabaça do ditadorzinho amiguinho do lulinha que continua desfilando sua arrogância disfarçada de simpatia pelo mundo.

o que você nos conta também dos soldadinhos de jesus também é muito preocupante.

Levi B. Santos disse...

Eduardo - Grande debatedor

Seria bom, se pudéssemos levar os comentários que foram efetuados aqui, lá para a sala da C.P.F.G.. Que achas?

“o novo testamento como um todo, enfatiza a vingança divina e não a humana. É deus quem vinga os seus escolhidos dos que os perseguiram, torturaram e mataram (Eduardo).

Olhando pelo ângulo psicológico, o que você escreveu acima, encaixa-se perfeitamente no que chamamos projeção psíquica sutil de uma vingança humana, introjetada na “imago paterna” (Deus).

O vingativo que não se vinga espera ser ressarcido pela “justiça divina” – o que não deixa de ser um desejo de vingança. A vingança não executada dos fracos contra os fortes é levada na imaginação a ser executada por alguém mais forte que os mais fortes – Deus.

Cartola, parafraseando a passagem em que João (no apocalipse) pede vingança em nome dos que morreram, assim escreveu esta memorável letra:

“Mas enquanto houver força em meu peito, eu não quero mais nada / só vingança, vingança, vingança aos SANTOS clamar...”

O Cartola com essa analogia, mostrou que também entende do Apocalipse de João (rsrsrs)

O debate tá bom...

Eduardo Medeiros disse...

levi, é só levar o texto lá prá confraria.

você tem razão ao dizer

"O vingativo que não se vinga espera ser ressarcido pela “justiça divina” – o que não deixa de ser um desejo de vingança."

o cristianismo anulou o sentimento humano da vingança(anulou mas não eliminou) ao projetá-lo em deus.

diferentemente do islã radical que toma para si mesmo a tarefa de vingar os infiéis, os inimigos de alá.

do ponto de vista social, a posição cristã produz menos estragos. imagina se os cristãos fossem matar todos que falam mal de jesus...cara, muita gente teria que morrer...rsssss

mas vai falar mal de maomé...salman rushdi que o diga.

"A 14 de Fevereiro de 1989, a fatwa ordenando a sua execução foi proferida pelo Aiatolá Ruhollah Khomeini, líder do Irã, chamando o seu livro de "blasfémia contra o Islão"." (wikipedia)

o cristianismo convive bem com livros de teólogos liberais afirmarem por exemplo, que jesus não é deus, que não ressuscitou, etc. existe a não concordância mas nunca vi nenhum radical cristão matando um teólogo liberal.

Anônimo disse...

Grande Levi,

Enquanto existirem cerebros doentios, existirao lideres e seguidores doentios...
A religiao eh somente a desculpa.

Abracos,

Evaldo Wolkers.

Levi B. Santos disse...

É isso mesmo, Edu

Toda essa polarização ou radicalização entre os seguidores de Alá e os seguidores de Javé, começou quando resolveram dar um nome ao “sentimento religioso”.

E quando damos um nome por nós mesmos a esse sentimento, o resultado só poderá ser a AVERSÃO ao outro que deu um nome diferente do meu a esse nobre sentimento de religar-se a parte que perdemos quando éramos UNO com os nossos pais nos primeiros meses de vida.

Não posso deixar de sonhar, mas devo acordar para entender que aceitar o vazio do desamparo e da impotência é que torna semelhantes tanto gregos como os troianos.

Os sistemas religiosos tomaram para si a inglória tarefa de abarcar o “sentimento religioso”. Ao darem um nome a esse sentimento, que é subjetivo, inominável e particular para cada indivíduo, prestaram um desserviço, e com isso atravancaram o indivíduo de relacionar o seu vazio e a sua solidão e desamparo a algo dentro de si.
As imagens projetadas pela psique dos antigos, a religião as transformou em monstros e deuses, e com isso, o outro (diferente) no vivenciar e na demonstração dos seus afetos profundos passou ser um inimigo temido.

Eduardo Medeiros disse...

levi, você resumiu toda a questão nesse teu recente(último, não!!!! rs) comentário.

mas você acha possível que o ser humano consiga apenas "sentir" e não "pensar e nomear" o que está sentindo e portanto, buscar explicações para o sentimento?

Levi B. Santos disse...

EDU

mas você acha possível que o ser humano consiga apenas "sentir" e não "pensar e nomear" o que está sentindo e portanto, buscar explicações para o
sentimento?


Como o homem se relaciona com a “questão” Deus:

Parece-me que o fiel de uma instituição religiosa, não importa o que Deus é em sua essência, mas sim o que Deus é em relação a ele, isto é, aquele com o qual o ser humano pode estabelecer uma relação inter-pessoal. Quando dá um nome a seu “sentimento religioso” ele coloca num pólo “a imago paterna” dele, e num pólo oposto a “imago paterna” do outro.

A relação dos extremistas religiosos não é uma relação “EU-TU” e sim uma relação “Eu-Isso”. E é assim que o sentimento religioso do outro sob a máscara da NOMEAÇÃO, é coisificado ou estigmatizado.

Eduardo Medeiros disse...

levi, muito interessante o que você disse. pelo que entendi,
"A relação dos extremistas religiosos não é uma relação “EU-TU” e sim uma relação “Eu-Isso” " isso quer dizer então se a relação for eu-tu a religião seria então melhor do que ela é? ou seja, em última instância, tudo depende da minha relação com a divindade.

Levi B. Santos disse...

EDU

O "EU" da expressão "EU-TU" é diferente do "EU" do expressão "EU-Isso".

No primeiro caso: temos a pessoa consciente de sua subjetividade, respeitando a do outro. [Aqui: "Eu" sou "Eu", por que "Tu" és "Tu"]

No segundo caso: temos uma relação utilitarista e egótica, em que o "Eu" utiliza outro como objeto.
[Aqui: "EU sou "EU" por que Tu és nada]

Anônimo disse...

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