24 setembro 2011

A IGREJA – Segundo Escreveu Dostoievski


Fiódor Dostoievski (1821-1881), foi o autor da fenomenal fábula — “O Grande Inquisidor” —, que pode ser considerada um dos pontos mais altos da literatura mundial. Essa história faz parte de um dos capítulos de sua fantástica obra: “Os Irmãos Karamazov”.

O interesse do famoso autor russo foi o de questionar a Igreja católica de seu tempo. Na sua crítica instigante, ele mostra como a instituição religiosa rejeitou a mensagem de Cristo, trocando-a pelo poder político e eclesiástico.

Olhando o atual mercado religioso que sobrevive graças à exploração do “divino”, achei conveniente trazer ecos da emblemática fábula escrita por Dostoievski, visando uma reflexão acurada sobre a religiosidade tão intensamente apregoada de forma desequilibrada em todos os rincões de nosso imenso país.

Richard Elliot Friedman, autor do livro ― “O Desaparecimento de Deus”, da Editora Imago (páginas 209 à 210) ―, expõe com primor os pontos principais dessa emblemática fábula:

Dostoievski (*) apresenta “O Grande Inquisidor” como uma história em forma de “poema e prosa” criada por Ivan, o irmão ateu, que a conta a seu irmão mais novo, Aliocha, o aspirante a sacerdote.

Na história, Jesus volta à terra durante a inquisição espanhola. A narrativa é inserida no contexto da ocultação da face de Deus, quando Ivan diz na introdução: “Quinze séculos se passaram desde que o homem parou de ver sinais vindos do céu”.

“E agora, a divindade aparece novamente entre os homens naquela forma humana em que Ele por três anos conviveu no meio dos homens quinze séculos atrás”. O visitante divino realiza milagres: um cego recupera a visão; uma criança ressuscita. Todos o reconhecem. E, então o velho cardeal que comanda a inquisição o e manda que o capturem e o tranquem na prisão. Na cela da prisão Jesus não diz nada; na verdade, o inquisidor é quem ordena que ele não diga nada, pois “Vós não tendes o direito de acrescentar coisa alguma ao que já dissestes no passado”. “Por que viestes agora para nos atrapalhar?” — diz o inquisidor para Jesus. Nos evangelhos são os ‘demônios’ que fazem esse questionamento a Cristo. E aqui, vai uma crítica ferrenha do autor da fábula, ao Catolicismo Romano: a idéia de que Deus não pode falar nem se intrometer, porque agora “Tudo já foi transmitido por Vós ao Papa, não havendo necessidade alguma de Virdes atrapalhar. “Mas a liberdade é muito difícil e assustadora para as massas, diz o inquisidor, e então a igreja aceitou os três assombrosos presentes do diabo, o “poderoso espírito”.

Em um trecho da narrativa, o Grande Inquisidor diz então a Jesus que ele errou quando resistiu às três tentações do diabo no deserto. O diabo lhe ofereceu milagre, mistério e autoridade, e Jesus os rejeitou. Mas, revela o velho cardeal, a igreja os aceitou. A igreja governa as massas exatamente através do milagre, do mistério e da autoridade; é disso, argumenta o cardeal, que as massas precisam.

Jesus não quis conquistar as pessoas através de atos milagrosos e dominá-las pelo poder; ao contrário, queria que elas tivessem liberdade de escolha.

Por fim, o cardeal declara que o invasor divino deve ser queimado na fogueira no dia seguinte. Mas Jesus ainda calado, apenas se limita a beijar o inquisidor nos lábios — “Essa foi a sua única resposta”. O Grande Inquisidor então abre a porta da cela e diz: “Ide e não volteis mais... não volteis jamais, nunca mais”. E o visitante divino vai embora.

Numa época em que as pessoas não anseiam por outra coisa que bens materiais e misteriosas curas, a fábula de Dostoievski ainda tem o condão de tornar lúcido ou claro que a mensagem do Messias Judeu não foi a de pregar a medíocre liberdade idealista da felicidade terrena a todo custo. Infelizmente, a “autoridade eclesiástica” da modernidade se apossou do “...e sereis livres”, com a finalidade espúria de saciar sua sede de domínio psicológico, político e econômico sobre as mentes receptivas, valendo-se de uma ordem supostamente "celestial" pré-estabelecida em épocas remotas.

Uma liberdade que se centra em um objetivo supérfluo como o de adquirir, de possuir, obter lucro, e o de produzir espetáculos em nome de Deus, não é realmente uma liberdade, é sim, uma alienação.


(*) Dostoievski morreu em 1881. Na juventude passou maus pedaços: doença, pobreza, uma sentença de morte aos vinte e sete anos, acorrentado entre criminosos inveterados na Sibéria. Esse período de sua vida foi decisivo. Foi quando descobriu a força de sua intuição psicológica; mais ainda, foi quando seu espírito se tornou mais doce e, ao mesmo tempo, mais profundo. [Carta a Gast, de Nice, publicada em 7 de março de 1887] . FONTE: “Um Mistério Divino” — Richard Elliot — Editora Imago


Por Levi B. Santos

Guarabira, 23 de setembro de 2011

20 comentários:

Felipe disse...

Muito bom que Deus possa levantar outras pessoas assim como este escritor que possam influenciar a nossa geração, para o bem e livrá-los deste mercadores de almas.

Eduardo Medeiros disse...

os irmãos karamazov é sem dúvida, um dos pontos altos da literatura universal. essa passagem do inquisidor e de jesus é a grande crítica de dostoievski ao sistema castrador do cristianismo católico de sua época.

jesus, preso pela inquisição, mas salvo talvez por uma pequena lucidez do inquisidor?

quem dera tal lucidez pudesse se fazer presente hoje, no cristianismo desfigurado que tanto o catolicismo quanto o protestantismo em suas diversas ramificações hoje produzem.

está na hora de libertar jesus outra vez.

Levi B. Santos disse...

Felipe Ferreira


Seja bem vindo a esta sala para interagir conosco.

Sou grato pelas suas palavras de incentivo. Apareça mais vezes. A casa aqui é sua.

Abraços,

Levi B. Santos disse...

EDU

Para o herói pagão, o valor de um homem jazia em suas proezas para atingir o PODER. Ele, parece, morria alegremente no campo de batalha lutando pela vitória.

Você não vê um paralelo desse “desejo do herói pagão” no que o apóstolo Paulo escreveu em uma de suas cartas: “Lá seremos reis e sacerdotes...”? .

Será que, mesmo de uma forma inconsciente, o fundador do cristianismo não estaria imbuído pelo irresistível anseio humano do mesmo tipo de poder, só que projetado imaginariamente numa vida após a morte?

Aguardo sua sábia resposta... (rsrs)

Eduardo Medeiros disse...

levi, questão interessante...rs

creio que o teor de "guerreiro" sempre esteve no inconsciente de paulo, já que ele usa muitas metáforas como armas, armaduras, guerras, etc, mas sempre do ponto de vista espiritual.

paulo não quer "herdar a terra", não quer poder temporal, quer herdar os céus; mas isso vai de encontro ao que disse jesus que os mansos/humildes herdariam a terra.

sem entrar nessa pendenga teológica, concordo que paulo dá a entender que o povo eleito teria um certo tipo de poder num reino espiritual.

"as nossas armas não são carnais mas poderosas em deus.." dizia ele. o negócio de paulo era brigar com potestades espirituais e não com potestades humanas. aliás, ele era bem condescendente com o império romano.

Unknown disse...

Meu Mestre Levi Bronzeado.

Depois de um longo inverno vem a primavera...estação das flores e frutos...que despertaram meu coração que me pediu para passar aqui primeiro, sem desmerecer os demais confrades...Tú és e sempre será o meu Mestre Levi Bronzeado.

Volto para comentar sua postagem

Donizete disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Donizete disse...

Edu e Levi,

Tem mais, Paulo em alguns momentos demonstrava desejos conflitantes. Não temos como afirmar se era devido a sua condição de encarcerado naquele momento histórico de sua vida. Mas o que Ele deixa claro é que; o importante mesmo para o crente é a certeza da continuidade da vida no porvir.

“porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro.
Caso continue vivendo no corpo, terei fruto do meu trabalho. E já não sei o que escolher!
Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor;
contudo, é mais necessário, por causa de vocês, que eu permaneça no corpo”.

Veja o contraste entre as palavras otimistas do apóstolo, e as melancólicas perspectivas do ateu Ivan Karamazov: (personagem da ficção)

"Quando a humanidade, sem exceção, tiver renegado Deus (e creio que essa era virá), então cairá por si só, sem antropofagia, toda a velha concepção de mundo e, principalmente, toda a velha moral, e começara o inteiramente novo. Os homens se juntarão para tomar da vida tudo o que ela pode dar, mas visando unicamente à felicidade e à alegria neste mundo. O homem alcançará sua grandeza imbuindo-se do espírito de uma divina e titânica altivez, e surgirá o homem-deus. Vencendo, a cada hora, com sua vontade e ciência, uma natureza já sem limites, o homem sentirá assim e a cada hora um gozo tão elevado que este lhe substituirá todas as antigas esperanças no gozo celestial. Cada um saberá que é plenamente mortal, não tem ressurreição, e aceitará a morte com altivez e tranquilidade, como um deus. Por altivez compreenderá que não há razão para reclamar de que a vida é um instante, e amará seu irmão já sem esperar qualquer recompensa. O amor satisfará apenas um instante da vida, mas a simples consciência de sua fugacidade reforçará a chama desse amor tanto quanto ela antes se dissipava na esperança de um amor além-túmulo e infinito". - página 840.

"Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens".

Abração.

Edson Moura disse...

Levi, muito bom seu artigo. O Russo Fiodor aprendeu às duras penas como se deve dar valor à vida.

Soube de uma estória, que não sei ainda se é verdade, mas gostaria que você me revelasse.

É verdade que Fiodor foi sentenciado à morte e na hora do fuzilamento, já com os olhos vendados, as armas foram disparadas, mas os tiros eram de festim?

Uma forma de tortura psicológica que funcionava muito bem, pois, segundo diz a velha lenda, Fiodor passou a viver a partir daquele momento, e diz que os anos preso, foram os melhores e mais bem vividos de sua vida.

Verdadeiro ou falso?

Parabéns meu mestre. Quando terminar de ler os irmãos Karamazov e for postar lá Estante Online, já sei onde pesquisar para o resumo do livro. rss

Levi B. Santos disse...

o negócio de paulo era brigar com potestades espirituais e não com potestades humanas.” ( EDU)

O certo é que Paulo percebia dentro de si uma luta constante (antagonismo psíquico), entre o que ele denominava CARNE e o que ele denominava ESPÌRITO. No seu imaginário cristão, a percepção que experimentava era como se estivesse diante de uma realidade física, como se estivesse a presenciar uma luta exterior (fora dele) entre potestades nos lugares celestiais (no ar).

A experiência que o apóstolo Paulo percebia como Céu, trono, Deus, era a experiência de seu próprio desejo de transcender o corpo mortal em confronto como uma força estranha contrária, que no seu dizer era o “homem exterior”.

Sabemos hoje que a linguagem do Inconsciente é representacional, e é expressa de acordo com a subjetividade de cada um. As imagens que saem do inconsciente são percebidas e traduzidas de acordo com o que a pessoa está vivenciando naquele momento.
Então, para se discernir o que vem das profundezas da psique, geralmente se faz uso de analogias que, no meu entender, não devem ser entendidas no seu sentido literal. Potestades nos lugares celestiais é uma percepção psíquica.

Nessa parte em que diz: “que foi arrebatado até ao terceiro céu e não sabia se no corpo ou fora do corpo”, Paulo já chega a exibir uma dúvida se o processo foi mental ou extra-corporal. Para época em que o apóstolo viveu, o registro dessa ambivalência, por si só, já fornece uma base psicológica onde se evidenciam os antagonismos na imagem de Deus presentes no inconsciente coletivo judaico-cristão, naquilo que Freud veio mais tarde denominar de: Pulsão de morte ( Tânatos) e Pulsão de vida (Eros).

Levi B. Santos disse...

Meu caro Poeta Jair

Que saudades...

Mas já que estamos falando aqui das experiências espirituais do Apóstolo Paulo, que certa vez falou de um arrebatamento em que foi até o terceiro céu, te pergunto agora, amigo: Por quantos céus voaste nesses longos meses de ausência do nosso convívio?

Faço votos que voltes, de uma vez por todas, à nave dos “hereges de Javé”, para nos brindar com teus inspirados versos (rsrs)

Levi B. Santos disse...

Donizete

"Tem mais, Paulo em alguns momentos demonstrava desejos conflitantes.

Tenho a impressão que, sobre o conflito interior de Paulo, está, em parte explícito no meu comentário ao comentário do EDU.
Donizete

"Tem mais, Paulo em alguns momentos demonstrava desejos conflitantes.

Tenho a impressão que, sobre o conflito interior de Paulo, está, em parte explícito no meu comentário ao comentário do EDU.


“o homem sentirá assim e a cada hora um gozo tão elevado que este lhe substituirá todas as antigas esperanças no gozo celestial. Cada um saberá que é plenamente mortal, não tem ressurreição, e aceitará a morte com altivez e tranquilidade, como um deus”.

Dostoievski, em seu imaginário, talvez tenha se dado conta da reação da divindade diante do primeiro ato de rebelião humano no “Jardim do Éden”, quando assim se expressou: “O humano passou a ser como um de nós (rsrs)

Mas o que sabemos é que Dostoievski vivenciou profundas “lutas divinas” em sua psique que, sofridamente, retratou em sua fenomenal ficção.

Levi B. Santos disse...

“É verdade que Fiodor foi sentenciado à morte e na hora do fuzilamento, já com os olhos vendados, as armas foram disparadas, mas os tiros eram de festim?” (EDSON)

Caro Noreda

Sobre a sentença de fuzilamento de Dostoiesvski, existe a história de que ele chegou a ouvir os disparos dados (não sei se foi um “insight” piscológico da parte dele), mas o que se conta é que na hora H, um mensageiro exibiu uma ordem do Czar transformando a sua pena em trabalhos forçados na Sibéria.

Você sabia, Edson, que Nietzsche admirava Dostoievski, pela sua sensibilidade com que mergulhava nas profundezas da alma humana?

O material psicológico de suas narrativas chamou muito a atenção do barbudo que morreu louco. (rsrs)

Eduardo Medeiros disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eduardo Medeiros disse...

levi,

concordo com a análise que você fez das lutas internas que paulo travou com as "potestades do ar". mas o que eu enfatizei, é exatamente que para ele a briga era com essas potestades e não com as potestades humanas, visíveis, no entanto, o que você disse aqui

"No seu imaginário cristão, a percepção que experimentava era como se estivesse diante de uma realidade física, como se estivesse a presenciar uma luta exterior (fora dele) entre potestades nos lugares celestiais (no ar). "

de fato, paulo exteriorizava tal luta como se fosse realidade física, mas ele entendia que a realidade era espiritual.

creio que isso era exatamente o resultado de tudo que lhe saia do inconsciente como imagens simbólicas de uma realidade inexpremível pela linguagem concreta.

e aí, mestre, é por aí mesmo ou estou perdido pelos atalhos? kkkkk

E SALVE A VOLTA DO NOSSO AMIGO POETA JAIR, DEPOIS DE UM LONGO PERÍODO SABÁTICO!!!!!!

Eduardo Medeiros disse...

LEVI, outra questão sobre a citação que o donizete fez da fala do irmão ateu.

Dostoievski, como cristão que era, estaria nessa passagem expondo suas dúvidas teológicas?

Levi B. Santos disse...

EDU

“ Cada um saberá que é plenamente mortal, não tem ressurreição, e aceitará a morte com altivez e tranquilidade, como um deus. Por altivez compreenderá que não há razão para reclamar de que a vida é um instante, e amará seu irmão já sem esperar qualquer recompensa.”

Esse trecho da fala do ateu Ivan, é qualquer coisa de extraordinário. Ficaríamos falando semanas inteiras e não esgotaríamos esse poço de profundidade presente na mente de Dostoiesvski.

Sabemos que Dostoievski, na prisão em que estava confinado, só tinha a Bíblia como livro de leitura.
Claro é que a sua vida trágica exacerbou nele um conflito interior, exteriorizado no que escrevia: o desamparo fazia ele sentir a nostalgia do Deus que aprendera na Escola dominical, e, ao mesmo tempo, dominado pelo sentimento de revolta sentia a necessidade de negar a Deus.

Mas esse paradoxo de “lutar com Deus” faz parte da trajetória de todo aquele que resolve conhecer um pouco de si.

A “Ausência –Presença” da “Imago Paterna” é que caracteriza o humano. A ambivalência é a cruz que recebemos pela decisão que tomamos de SER COMO UM DELES (rsrs)

Donizete disse...

Caro Levi,

Muito oportuna a sua colocação na resposta a pergunta do Edu.

Mas Levi, sabemos que todo relacionamento gera conflitos. E talvez seja exatamente neste momento crítico que o crente acaba conhecendo melhor o seu Senhor, amadurecendo mais etc... Eu diria que, ainda que nesta teologia de gaiola ensinada em muitas igreja, onde questionar ou viver um momento de conflito com Deus é tido como uma blasfêmia, é importantíssimo contudo no processo de aperfeiçoamento e conhecimento de Deus. Inclusive o próprio Deus nos convida a isso. "Vinde vamos refletir juntos" (Is 1:18), parafraseando:"venham, sentem-se, vamos discutir este assunto".
Neste aspecto eu diria que dadas as circunstâncias, é perfeitamente compreensível a crise existencial de Dostoievski.
Agora, se ele saiu ileso desta crise, ou se foi laçado pela desconfiança total em Deus é difícil inferir, visto ser esta sua última obra.
Talvez a melhor pista seria a frase que ele pediu para escrever no seu epitáfio:
"Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto". (João 12:24)

Até mais.

Eduardo Medeiros disse...

levi,

então somos todos herdeiros de dostoievsk, não é verdade que carregamos essa tensão em nós mesmos?

donizete,

interessante você apontar o escrito na lápide dele. mas eu não sei o que interpretar a partir dela, já que é uma frase da qual poderia sair inúmeras reflexões sobre a vida, a existência e a pós-existência.

Levi B. Santos disse...

Edu e Donizete

O que temos em comum com Dostoievski:

"nascemos e fomos criado num evangelho" de terror e tremor".

E o apreço que sentimos por ele, é o que Freud denominou de identificação.
Então, podemos concluir que somos todos Dostoievskianos (rsrs)

E olhem que, em relação a atmosfera inquisitória javelística da época do autor de "Crime e Castigo", a nossa é café pequeno. (rsrs)