tag:blogger.com,1999:blog-32291124.post6592760071556573054..comments2023-10-23T13:17:14.819-03:00Comments on Ensaios & Prosas: Divagações Sobre “Onipotência do Desejo”Levi B. Santoshttp://www.blogger.com/profile/06225852189975361955noreply@blogger.comBlogger8125tag:blogger.com,1999:blog-32291124.post-36577139080319785552014-08-18T11:05:37.190-03:002014-08-18T11:05:37.190-03:00Essas construções psicológicas, a que você se refe...Essas construções psicológicas, a que você se refere, Eduardo, começam na tenra infância, e são reflexos culturais em cada povo. <br /><br /> A “onipotência do desejo” está presente no brincar e no fantasiar ― a área de ilusão, que o famoso psicanalista inglês, Donald Winnicott (1975) chamou de "espaço transicional ou potencial" <b> onipotência do desejo</b> - Grifo meu), a qual se tornará a fonte das criações que irá realizar as diversas formas simbólicas da Cultura.<br /><br /> Quando brinca, diz Freud, toda criança comporta-se como um poeta. (rsrs). <br /><br />A “ilusão” aí entra em cena. Mas não custa nada revê que a palavra “ilusão” (in + ludere) significa “jogar para dentro”. Já dizia, Abrão Slavutzky, autor de “Psicanálise e Cultura”: <br /><br /><i>”A palavra ilusão é um jogo, pois imaginar é preciso, por isso é possível pensar o EU como um teatro onde ocorrem cenas que marcam e constituem a realidade psíquica”.</i><br /> <br /> O perigo maior é que a “ilusão” ou “onipotência do desejo” venhaa se transformar em uma ideia fixa delirante. (rsrs)<br /><br />Penso, que os autores bíblicos, não foram imunes a estes conceitos. O “desejo de potência” arraigado na psique infantil e paterna do povo judeu, não tenho dúvidas de que foi responsável indireto pela epopéia desse povo. Epopeia esta que ainda continua a fazer sangue, hoje, na “ex-canaã celestial”. (rsrs)Levi B. Santoshttps://www.blogger.com/profile/06225852189975361955noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-32291124.post-35766019318238233862014-08-17T22:09:55.134-03:002014-08-17T22:09:55.134-03:00" A palavra” inferno” soa como uma projeção e..." A palavra” inferno” soa como uma projeção egocêntrica, efeito da onipotência do desejo paterno de castigar o filho rebelde" (Levi)<br /><br />essas interpretações psicológicas dos dogmas bíblicos é uma coisa muito séria. As coisas se encaixam muito bem..rss <br /><br />Mas Levi, me diga: Você entende que os autores bíblicos quando estavam escrevendo faziam essas construções psicológicas conscientemente? E quanto aos eventos históricos que a Bíblia narra, eles também foram afetados por esse modo de expressar tais conceitos?<br />Ou tudo saia de modo inconsciente para que mais tarde Freud tivesse a honra de descobrir essas projeções?Eduardo Medeiroshttps://www.blogger.com/profile/10606904231908922282noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-32291124.post-16031645354909173752014-08-15T12:53:25.942-03:002014-08-15T12:53:25.942-03:00”...sendo que hoje Deus concede graça em Cristo Je...<i>”...sendo que hoje Deus concede <b>graça</b> em Cristo Jesus para que todos possam se arrepender escolhendo a Vida.” </i> (Rodrigo)<br /><br /> Na linguagem teológica popular o conceito de <b>onipotência</b> deixa de ser metáfora quando implica em um ser superior que é capaz de fazer tudo que lhe apraz. Devemos rechaçar essa noção tanto no âmbito religioso, quanto no teológico, diz Paul Tillich em sua “Teologia Sistemática”.<br /><br />A psicologia ajudou a teologia a redescobrir as estruturas demoníacas determinantes de nossa consciência. A “Graça” para Jung e Tillich é a aceitação dos inaceitáveis, desde que se compreenda que “céu”, “paraíso”, inferno” são metáforas, ou arquétipos representativos dos estados ambivalentes de nossa alma. O “inferno” que imaginamos como um lugar que muitos irão sofrer eternamente é a parte sombria e obscura de nós que repudiamos através da tela dos que estão ao nosso redor. A palavra” inferno” soa como uma projeção egocêntrica, efeito da onipotência do desejo paterno de castigar o filho rebelde; afeto esse que foi introjetado na tenra infância, principalmente daquele que nasceu num lar fundamentalista evangélico.<br />Levi B. Santoshttps://www.blogger.com/profile/06225852189975361955noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-32291124.post-19127078641302848152014-08-14T20:28:18.482-03:002014-08-14T20:28:18.482-03:00Oi, Levi.
Não tenho problemas em aceitar o “Céu” ...Oi, Levi.<br /><br />Não tenho problemas em aceitar o “Céu” e “Inferno” como metáforas de afetos humanos paradoxais e ao mesmo tempo considerar que a consciência pode viver em tais condições em relação à eternidade, sendo que hoje Deus concede graça em Cristo Jesus para que todos possam se arrepender escolhendo a Vida. Por isso, considero o Evangelho do Reino a ferramento para libertar pessoas das prisões infernais nas quais elas mesmas aderem.<br /><br />Quando diz que "a onipotência do desejo projetou o bem e o mal em duas criaturas sobrenaturais", não nos esqueçamos de que o diabo é uma criatura de Deus, o que ganha um grande significado. Só que o escritor sagrado percebe a necessidade de separação entre os dois pólos tendo em vista a impenitência dos homens perversos que insistem em viver no pecado prejudicando deliberadamente o próximo. Pense nisto!<br /><br />Um abraço. RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZhttps://www.blogger.com/profile/11194206186123507005noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-32291124.post-15283318606900574162014-08-13T21:53:18.750-03:002014-08-13T21:53:18.750-03:00Eduardo
É meio psicológico, filosófico e teológi...Eduardo <br /><br />É meio psicológico, filosófico e teológico essa tal “onipotência do desejo”. Mas na religião quando dizemos que Deus é onipotente, não estamos a falar da onipotência do desejo cravado no inconsciente humano? Se bem que por outro lado, não deixa de ser “real” a experiência do fiel que projeta sua onipotência numa figura antropomórfica, quando diz : <i>“vamos reinar com Ele”</i><br /><br />Mirandinha falou de um “legado do seu inesquecível pai” em um comentário ao texto do Rodrigo sobre o dia dos pais. O próprio Rodrigo também assim se referiu sobre o que eu considero como “onipotência do desejo” que os pais transmitem às crianças: <i>”a falta da figura paterna pode desestruturar os filhos, tirando-lhes o rumo da vida, expondo-os a se tornarem pessoas inseguras e infelizes”</i><br /><br />Esse desejo paterno plantado em nós nunca é esquecido, nunca esmorece, ou seja, há sempre um pouco da onipotência do desejo paterno residindo no centro de nossas decisões. É preciso equilíbrio, para que esse desejo paterno não venha nos alienar. Se não pudermos dizer SIM ou Não, como disse Betty Milan, a esse princípio do prazer que tem a onipotência em seu âmago, não iremos aprender a sofrer a conseqüência de nossos atos. <br /><br />A velha frase: <b>“Você está pagando caro por não ter feito como seu pai”</b> pode proporcionar um sentimento de culpa no receptor, se ele não puder dizer “NÃO” a quem proferiu o vaticínio. Na concepção lacaniana de Betty Milan, a resposta “SIM” – seria aceitar o destino da onipotência do desejo paterno, traçado previamente.<br /><br />Penso que há um meio termo. O negócio é contrabalançar (há tempo pra tudo): Não fugir do princípio da realidade dolorosa de nossa finitude humana, nem tampouco deixar de “viajar” ou “relaxar e gozar” ― como aconselhou a Marta Suplicy, certa vez. (rsrs)<br />Levi B. Santoshttps://www.blogger.com/profile/06225852189975361955noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-32291124.post-78530490504647565222014-08-13T18:39:34.063-03:002014-08-13T18:39:34.063-03:00Levi, que texto interessante, hein?
Vou cutucar u...Levi, que texto interessante, hein?<br /><br />Vou cutucar um pouco a afirmação do Rodrigo "Até que ponto essa busca humana não possui um quê de real"? <br /><br />E aí eu emendo: por que não aceitar que a própria busca é real independente do que ela busca de fato ser real ou não?<br /><br />Como você cita no texto Mircea, a leitura de um belo romance ficcional em si torna-se a experiência verdadeira, mesmo que a história não tenha acontecido no nosso tempo histórico e sensível.<br /><br />Levi, tira uma dúvida. não entendi bem o que quer dizer esse frase: <br /><br />"A gente pode até esquecer os ancestrais. O desejo deles nunca esquece a gente, é o chamado ‘desejo do outro’, que só não é destino porque tanto podemos dizer SIM a ele quanto NÃO.” <br /><br />Em que sentido o desejo deles nunca nos esquece? não captei bem a metáfora..rss<br />Eduardo Medeiroshttps://www.blogger.com/profile/10606904231908922282noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-32291124.post-8205840898203380552014-08-11T19:44:07.610-03:002014-08-11T19:44:07.610-03:00Será que os fundamentalistas, um dia, irão aceitar...Será que os fundamentalistas, um dia, irão aceitar o “Céu” e “Inferno” como metáforas de nossos afetos paradoxais, Rodrigo? <br /><br />A onipotência do desejo fez o homem sonhar com um Deus-Pai. Mas esse “Deus-Pai” da religião agiu à semelhança da imagem do pai natural que premia o filho quando submisso fica e o castiga quando não entende suas negativas.<br /><br />O problema é que a onipotência do desejo projetou o bem e o mal em duas criaturas sobrenaturais, ao invés de fundi-la em uma só criatura de duas faces, a exemplo do deus Janus. <br />E o conflito que deveria ser humanamente interno, transformou-se numa guerra externa onde homens em nome de deuses opostos se trucidam ou se devoram.<br /><br />É ai que entra a significativa metáfora de Betty Milan, no ensaio postado, quando diz: <br /><br /><i> “O desejo deles nunca esquece a gente, é o chamado ‘desejo do outro’, que só não é destino porque tanto podemos dizer SIM a ele quanto NÃO”.</i><br /><br />Levi B. Santoshttps://www.blogger.com/profile/06225852189975361955noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-32291124.post-40841644433265708222014-08-11T16:01:56.751-03:002014-08-11T16:01:56.751-03:00Até que ponto essa busca humana não possui um quê ...Até que ponto essa busca humana não possui um quê de real? Lembrei-me do "mito da caverna" de Platão e aí, considerando que estamos imersos numa realidade que transcende os limites da Física (digo da nossa física que conseguimos perceber), certos fatos atribuídos ao imaginário podem bem representar aquelas "sombras" que são refletidas do "mundo exterior" para dentro da "caverna". Ora, essa realidade que podemos chamar de "extrafísica" seria para o nosso espírito tão concreta quanto é para o nosso corpo o teclado do computador através do qual estou escrevendo estas palavras. Aí, como Paulo bem ensinou, as coisas espirituais se discernem espiritualmente de modo que a nossa percepção/revelação interior precisa ser traduzida para mente. Por exemplo, as ideias sobre um "céu" ou um "paraíso" presentes nas religiões serviriam de metáforas para tentar explicar quem sabe uma condição ou um estado espiritual da consciência em relação ao tempo eterno. Mas o que a linguagem fez foi tornar pedagogicamente acessível ao homem comum entender coisas da realidade espiritual afim de que as pessoas procurem transcendência, o que envolve certamente o plano ético consciencial.RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZhttps://www.blogger.com/profile/11194206186123507005noreply@blogger.com