(Cavaleiro Cruzado)
Logo
após o ataque às
Torres Gêmeas (Nova Iorque ─
EUA)
em 11 de setembro de 2001, o
republicano George W. Bush
decidiu
reacender, em seu país,
as
‘CRUZADAS’
da idade média do velho
continente. Para
nomear ou dar nome a essa
guerra como
ato de vingança, adotou o discurso maniqueísta de: os
que estão do nosso lado são do BEM, e os que estão contra nós são
do MAL. Osama Bin Laden
foi, enfim, o nome escolhido por Bush para ser o inimigo ideal da
nação ferida em seu orgulho; inimigo a ser caçado na Cruzada
nominada ou batizada de ─
“Justiça Infinita”
─,
sob a égide de um suposto “Deus que estava acima de
tudo e de todos”.
O
certo é que o conflito contra os muçulmanos (os do mal?), em nome
do ‘Deus Acima de Tudo’ da geração do Tio Sam(os
do Bem?), após o atentado às Torres Gêmeas, ressuscitou as CRUZADAS do período de 1096 à
1272 ─, guerra que visava a tomada da Jerusalém dos muçulmanos
pelos cristãos dos principais países e reinos do velho continente, em um mega-conflito que durou quase duzentos anos. As Cruzadas foram um projeto tão criminoso que São Francisco se indignou a ponto de exclamar: "vim converter os infiéis e descobri que os que precisam de fé não são os guerreiros muçulmanos, mas os soldados de Cristo e, antes de mais nada, os bispos que os conduzem" (Vide: 'O Livro Negro do Cristianismo' - página 18 - Ediouro)
Na
pós-modernidade, estimulado pelo arquétipo dos cavaleiros
cruzmaltinos, os cristãos americanos revestiram-se dos símbolos da
idolatrada pátria para, num insano ufanismo nunca antes visto, editar mais uma vez a guerra fratricida(de irmãos contra irmãos) para
fins terrenos, políticos e mundanos.
Não
deu outra, Hollywood, ressurgiu para encetar uma TRÉGUA entre a face
mercantil e mais sutil do 'Deus-Pai' da nação ocidental, sob o nome de Javeh, e a contra-face que, na ótica dos combatentes cristãos era a mais ameaçadora desse
mesmo 'Deus-Pai', adorada pelos muçulmanos, com o nome de Alah
(palavra que na língua árabe representava o mesmo Deus de Noé,
Abraão, Moisés e Davi).
O diretor de cinema, Ridley Scott,
finalmente recebeu a autorização para, em 2005, lançar no mercado
religioso o filme ─ ‘CRUZADA’ ─, espetáculo bem produzido
para angariar a empatia tanto do público ‘cristão’, quanto do
público muçulmano.
O
presidente dos EUA, com sua mente doentia e perversa, considerava-se o
representante divino da ‘maior potência mundial’, agraciada com
o poder de enfeitiçar os súditos, cuja missão principal era a de
colocar seu próprio Deus no lugar mais alto do pódio, ou seja, em
um lugar ‘ACIMA DE TUDO e de TODOS’, rebaixando aos lugares
terrivelmente inferiores o Deus dos muçulmanos que eles consideravam vil. Coube ao
republicano, George W. Bush, incendiar sua nação de
fundamentalistas cristãos, trazendo de volta o espírito das antigas
Cruzadas dos séculos X, XI e XII(tempo em que muitos muçulmanos,
para não morrerem, foram obrigados a se “converterem” ao
cristianismo).
Ainda
hoje, os evangélicos de lá e os de cá do novo mundo usam o termo CRUZADA em suas
campanhas de convencimento para ganhar almas para $eus rebanho$.
Pasmem
senhores e senhoras, aqui, nas terras de D. João VI, consideradas o quintal do Império do Tio Sam, a
ação perversa de se usar frases bíblicas ganhou contornos
políticos e mundanos jamais imaginados. Em todas ações escusas e
corruptas de propaganda política, intrometem, sem a menor
cerimônia, o nome do ‘Deus-Javeh’ como meio
mesquinho e ignóbil de angariar votos, apoio das massas e ‘favores’
inconfessáveis.
Os
cruzados de outrora, à maneira dos militantes de hoje, eram também
chamados de ‘militância de Cristo’ na ferrenha luta pela
recuperação dos lugares alegadamente sagrados da Palestina;
altaneiros, carregavam uma cruz em lugar bem visível de suas
indumentárias, símbolo maior do ‘cristianismo’. Essa ‘Cruz de
Malta’ tinha pouca diferença da ‘Cruz de Ferro’ que deu origem
a suástica nazista. Por falar em suástica, coincidência ou não,
saliente-se, que o morticínio dos judeus campeou tanto através das
malditas Cruzadas, quanto sob o regime totalitarista do genocida
maior do Terceiro Reich.
Nos
dias atuais, mais do que nunca, versículos da Bíblia são pinçados
e reverberados em alto som, como formas de seduzir o filão mais
conservador da sociedade. “E conhecereis a verdade e a
verdade vos libertará!” ─ é um dos bordões mais usados e abusados,
hoje, para fins espúrios e nocivos. Mas esse artifício do reino
das trevas vem de longe, e não se constitui nenhuma novidade. A
História mostra que Deus, na sociedade festiva, nunca foi
instrumentalizado para fins éticos, espirituais, transcendentais ou divinos, mas sim para vergonhosas barganhas e fins profanos. Não custa nada lembrar Hitler, cuja violência foi
perpetrada no suposto nome do Deus Cristão. No livro “Mein Kampf”,
o genocida alemão cita 20 vezes o nome de Deus. No cinturão de
todos os soldados ou guerreiros do Fuhrer estava lá escrito: 'Deus está
conosco!' ─, lema que na idade média era monopólio da ‘Ordem
Teutônica’.
EM
RESUMO: a História das CRUZADAS é cíclica, ou seja, a essência de
seu passado está sempre se repetindo, ou retornando à cada época de grandes crises. Na verdade, aquilo que se percebe hoje como mudança, é apenas uma sutil e astuciosa enganação que não resiste ao crivo do tempo e da razão.
Guarabira, 06 de maio de 2021