1 . Muito embora Jesus tenha denominado o Rei Herodes de “raposa” ─, não convém ao crente assim proceder. Devemos dispensar o melhor tratamento às autoridades, mesmo que elas tenham, às vezes, condutas irregulares e hipócritas. Está escrito: “Toda autoridade provém de Deus”.
2 . Muito embora Jesus tenha cognominado de “sepulcros caiados”, os homens da Lei que estavam sentados na cadeira de Moisés ─, não é conveniente ao cristão assim o fazer. A boa ética manda que o crente tenha sabedoria e controle emocional, a fim de que não caia na tentação de detratar as pessoas.
3 . Muito embora Jesus não tenha encontrado onde repousar a cabeça ─, não é conveniente ao crente está falando mal das autoridades religiosas que enriqueceram graças aos seus extraordinários dons. As mansões, os carrões, as chácaras e o mar de riquezas que essas autoridades possuem, foram frutos do seu honesto trabalho. Está escrito: “Todo obreiro é digno do seu salário”.
4. Muito embora Jesus em sua missão tenha ido buscar pessoas para serem discipuladas, “extra-muros” do Templo ─, não é de boa norma, o crente organizar grupos para o ensino da palavra por aí afora. O Templo é o único local adequado para esse fim. Está escrito: “Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor”.
5 . Muito embora Jesus tenha entrado no templo, armado de chicote para expulsar os poderosos que faziam da Casa de Deus uma “bolsa de valores” ─ não é conveniente ao crente de forma desastrada, assim se comportar. Está escrito: “Não é por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor”.
6 . Muito embora Jesus tenha reprovado os religiosos de sua época, por adorarem os primeiros lugares no templo ─, não é ético para o cristão assim proceder. Em todas as igrejas, é de praxe, que os primeiros assentos sejam destinados às autoridades eclesiásticas. Está escrito: “A quem honra, honra”.
7 . Muito embora Jesus não tenha tomado uma atitude enérgica, quando os discípulos seus, invadiram um roçado de milho alheio, para saciar a fome num dia consagrado ao descanso ─, não convém ao crente assim proceder. Mesmo estando faminto, não ouse tirar nada de alguém, sem plena autorização. Está escrito: “Pedi e dar-se-vos-á”. Portanto, basta dobrar os seus joelhos e orar.
8 . Muito embora Jesus não tenha respondido a pergunta de Pilatos, sobre “o que era a verdade” ─, não convém ao crente, deselegantemente, silenciar diante da pergunta feita por uma autoridade. Peça a Deus sabedoria e Ele porá a palavra certa em sua boca. Está escrito: “Se estes se calarem, até as pedras clamarão”.
9 . Muito embora Jesus tenha dito de forma pública, que os escribas e fariseus, apesar de serem dizimistas, negligenciavam o mais importante, como a justiça, a misericórdia e a fé ─, é atitude reprovável e contrária à ética, o cristão expor aos quatro cantos do mundo uma simples falta (perdoável) dos seus superiores, ainda mais, se eles estiverem sentados na cadeira de Moisés. Está escrito: “E o oferecerá com a oferta sobre o altar, e assim o sacerdote fará expiação por ele, e será limpo”.
10. Muito embora Jesus tenha se posicionado contra os fariseus que enfrentavam todo tipo de obstáculos para ganhar almas, ocasião em que os denominou de duas vezes filhos do inferno ─, não é de bom alvitre o crente tomar tão irredutível atitude. Está escrito: “Mas que importa? Contanto que Cristo de qualquer modo, seja anunciado, ou por pretexto, ou por verdade... .” (Filipenses 1: 18).
CONCLUSÃO: Por esse manual legalista de "ética cristã", que todo cristão autêntico deve repudiar, Jesus teria sido reprovado com nota zero. Mas, não custa nada perguntar:
Se Cristo viesse hoje com aquele verdadeiro e contudente discurso do capítulo 23 de Mateus, seria ou não seria, rotulado de “ANTI-ÉTICO”, pelos donos do poder eclesiástico?
Ensaio por Levi B. Santos
Guarabira, 03 de março de 2009
13 comentários:
Paz amado! De onde saiu este manual louco? Jesus é, e continuará sendo nosso principal exemplo, modelo e referêncial... Qto a repetir certas práticas, temos q entender e discernir a vontade de Deus para as nossas vidas...
Abraço.
Paz do Senhor!
Excelente reflexão!
Deus abençoe!
Caro Levi,
Provavelmente nao existe esse manual a venda nas livrarias, mas na pratica eh o que vemos por aih, infelizmente...
Shalom!
Excelente reflexão...
O irmão apresentou o "Tratado da Vaquinha de Presépio" ou a "Constituição do Engole e Cala a Boca"!!
Talvez eu fosse um pouco mais longe e apresentasse a refutação bíblica correta a essas afirmações, pois vai acabar passando gente por aqui que vai achar que o senhor está validando essas afirmações... sério! Tem gente pra tudo...
Mas, seguindo Marcos 4, quem tem que entender, entenderá!
No mais, constatei que já sabe da premiação a qual indiquei seu excelente blog... nada mais justo que divulgar o que é bom!
Um fraternal abraço!!
Caríssimos irmãos Guiomar,Vanessa, Yehudith, Ricardo Dondoni e Teóphilo
Agradeço os comentários de vocês todos. Vejo que entenderam o espírito do ensaio, ou seja aonde eu queria chegar. Graças a Deus.
O meu intuito foi justamente demonstrar que muitos conselhos aparentemente éticos do evangelismo de resultados, estão recheados de versículos da Bíblia. No entanto, ao examinarmos acuradamente o conjunto da obra, iremos constatar que, embutido no catecismo de moral e ética tão intensamente enfatizado, está o fermento do medo, que não tolera, ou não suporta trazer para o aqui e agora, os momentos de indignação de Cristo, tão claramente narrados nos evangelhos, principalmente no capítulo 23 de Mateus. O que os legalistas citam como preceitos éticos, confeitados com citações bíblicas de efeito, vão de encontro às denúncias graves ditas em público pelo Mestre dos mestres. Os fisiologistas da ética adoram esconder verdades dolorosas debaixo do tapete. E, foi por não varrer nada para debaixo do tapete, que Cristo foi duramente perseguido pelos seus, até a morte de cruz.
Abraços fraternais,
Levi B. Santos
Olá, Levi.
Parabéns pela excelente reflexão. Nunca havia visto tanta "ironia boa" reunida em um só texto. Se permitir, postarei esse texto lá no Púlpito.
Quanto àquele diálogo, ele é o climax de outros diálogos, via-emails e comentários, muitos dos quais jamais foram publicados pelo administrador.
Abraço fraterno,
Leonardo G. Silva
Prezado Levi,
Excelente Reflexão!
Deus o abençõe!
E continue trazendo reflexões como esta...
Prezado Allan
Este texto que postei, foi republicado no site "Pulpito Cristão" com um lúcido e irretocável preâmbulo, a cargo do homem de pena afiada à serviço do autêntico evangelho - o meu amigo Leonardo.
Confira lá como ficou o conjunto da obra.
Graça e Paz,
Levi B. Santos
Um texto ironicamente delicioso...
Parabéns.
Paz amado!
Desta vez demorei a aparecer, mas porque o tempo está curto.
Vale a pena refletir sobre as "desculpas bíblicas" que usamos para não ter um caráter parecido com o de Cristo, e por que não ser parecido com Cristo? Simplesmente por que quem se parece com Cristo não anda preocupado em agradar às demais pessoas, mas somente a Deus.
Dou glórias a Deus, por que é dele que vem a nossa aprovação a despeito do que os outros pensem de nós.
fiz uma postagem no meu blog com o título: Palavra dura?
As idéias tem uma certa semelhança com o exposto em seu ensaio, espero que leia e se edifique.
Forte abraço,
Luis Paulo Silva.
Um forte abraço.
Caro irmão Levi:
Deixei um comentário no post recomendado por você. Agora, este,sem aquela abençoada CONCLUSÃO seria uma completa loucura.
Parabéns pela forma criativa como abordou assunto tão delicado.
E também, por ter se preocupado em explicar sua real intenção aos irmãos que levaram o seu "manual" ao pé da letra.
Bem é "fazermo-nos de fracos com os fracos", como nos ensinou Paulo.
Caro professor e amigo Tadeu Ayres
Agradeço o seu conciso e lúcido comentário.
Não sei se estou sendo bem compreendido entre a maioria dos blogueiros evangélicos. Deus sabe que a minha intenção ao escrever um texto de forma irônica(a meu ver saudável), foi a de suscitar reflexão profunda em todos nós cristãos, no sentido de rever conceitos e paradigmas que estão indo de encontro a mensagem real que Cristo deixou.
Abraço fraternal,
Levi B. Santos
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