Falta apenas uma hora para o ano terminar. Os blogueiros meus amigos depuseram as armas (os teclados dos computadores) e só voltarão amanhã ou, talvez, depois de amanhã para tentar mudar o mundo do interior de cada um de nós, para que se possa mudar o de lá de fora.
Adianta ou não?
Podemos ou não apagar as escritas que os nossos antepassados fizeram sob a forma de sulcos profundos na parede de pedra dos nossos corações, quando ainda não tínhamos provado do fruto do bem e do mal?
Ah, lembrei-me de um verso do poeta Fernando Pessoa ─ “Adiamento”
Vou parar por aqui para ver o espetáculo de luzes de fogos multicores num céu enluarado, que vai me encantar por 15 minutos. E depois?
Depois de amanhã, ou amanhã mesmo, voltarei ao meu campo de batalha.
Tudo logo passará, é apenas um efêmero adiamento, a fim de que eu possa renovar as minhas forças para amanhã ou depois de amanhã, recomeçar.
Estamos a dois dias da entrada de mais um JANEIRO, mês que recebeu esse nome em homenagem ao deus JANUS que na mitologia romana é o Deus dos “Inícios”. É representado por duas faces em oposição, uma olha para o que começa, e a outra olha para o que é findo ou passado.
A porta que esse deus abre tem simultaneamente dois lados: a entrada é ao mesmo tempo a saída. Na metáfora de Janus o presente e o passado se confundem. O presente que vemos hoje une o passado ao futuro ─ que no carrossel do tempo já foi passado. Em suma, isso quer dizer que o tempo não passa, nós é que passamos por essa porta que é passado e futuro ao mesmo tempo. À cada passagem, o indivíduo vai somando marcas e cicatrizes ao seu ser, sob a forma de desventuras, decepções, sonhos desfeitos, amor que não veio, vitória adiada, projetos inacabados, alegrias efêmeras, etc.
É nessa época que renovamos nossas apostas por um ano com menos dissabores.. Todo ano participamos de olimpíadas nos vários setores de nossa vida: social, religiosa, familiar e política. No campo da política, por exemplo, muda-se a cobertura, mas o bolo permanece o mesmo, com os mesmos sabores e os mesmos ingredientes dos que foram feitos nos anos que se foram.
Nas olimpíadas de 2009 a Politica se juntou com a religião para disputar a medalha de ouro da principal competição, denominada corrupção. Ganhou de modo quase unânime, a “Oração da Propina” dos políticos evangélicos de Brasília. A cobertura desse bolo foi uma das mais indigestas já vistas ─ servos do senhor altíssimo pedem a bênção de Deus para que Ele oculte das vistas dos inimigos o produto do roubo escandaloso, em que esse mesmo Deus ganharia o dízimo para aplicar na sua obra, em prol das pobres almas perdidas no lamaçal do pecado.
Janus se aproxima, e em lugar da reflexão mitológica sobre esse momento de passagem do ano, o que se ouve nos bastidores dos dois principais candidatos ao posto maior da nação é a soberba maniqueísta que mutila a política, com o “é dando que se recebe”. Três grandes grupos religiosos já estão oferecendo os seus rebanhos a quem ofereça a melhor recompensa.
Saindo da metáfora romana para o ensinamento bíblico do livro de Gênesis, de tanto olhar para trás, na reedição de atos de corrupção, estamos fadados a virar eternas estátuas de sal, como foi o triste caso da mulher de Ló.
Peçamos força e coragem a Deus para poder entrar pelos umbrais de Janus de 2010 com os nossos próprios pés, sem ajuda da seiva adocicada do deus Mamon, sem dinheiros escondidos em cuecas e meias, sem panetones de mentiras para serem doados aos pobres, sem os artifícios vergonhosos dos que legislam em seu próprio benefício e sem as chicanas jurídicas que através de peças intermináveis livram os influentes, patrocinando um patético teatro da impunidade.
Mas o que esperar de um ano eleitoral, meu Deus, senão mais imposturas sem fim num congresso desmoralizado? Em 2010 o Brasil comemora 25 anos de democracia. A soma do que deu errado de lá para cá é vasta. Só em 2009, a lista foi enorme de assaltos aos cofres públicos, indo do deputado do Castelo às verbas indenizatórias, dos atos secretos do senado à farra das passagens aéreas, culminando com a medalha de ouro da corrupção que foi o escândalo de Brasília.
Não meu Deus, tira esse filme de minha cabeça, é que ando tendo visagens, ando sonhando com escândalos e outros processos escusos mais sofisticados que poderão ser usados pela máquina estatal, ando antevendo a gastança estratosférica da campanha presidencial, que só espera o deus Janus entrar, para mostrar a sua cara.
Mas se Deus é brasileiro, que o ano de 2010 seja o ano da transparência. O olho da blogosfera está aí para não deixar passar nada. Não é Danilo, Leonardo, Hermes, Renato Vargens, Gresder, Marcio Alves, João Paulo, Eduardo Medeiros, Edson, Caio, Jasiel Botelho, Tony, Ricardo Gondim, e muitos outros que a minha gasta memória não lembra?
Tenham todos, um anão em 2010. (rsrsrs)
Quero agradecer ao meu grande amigo Eduardo Medeiros do Blog "Sala do Pensamento", por lembrar essa música de Milton Nascimento na voz de Maria Rita, que traduz de forma poética o ensaio por mim postado
Por Levi B. Santos Gurabira, 29 de dezembro de 2009
È nas festas de fim de ano que a sedução consumista que afeta milhões de pessoas, atinge o seu ápice. Trata-se de uma época em que se busca refúgio nas compras. Época em que nos iludimos com a idéia de que comprando, será possível aplacar angústias, ansiedades e dores que têm causas mais profundas. Época em que gostamos de nos divertir e nos enganar por algum tempo.
Passado o acalanto ilusório das festas de Natal, nos frustramos ao constatar que o presente bonito oferecido, não pode compensar lacunas afetivas. Esse irresistível impulso nos faz até ultrapassar os limites da razão, embotando a nossa visão para não enxergarmos o rombo futuro em nosso extrato bancário, ou do cartão de crédito.
O personagem dominado pela ânsia incomum das compras, talvez não saiba que, o que o seduz é unicamente o espírito impulsionador das estratosféricas vendas de um comércio que soube muito bem aproveitar o nascimento do Redentor da humanidade a seu favor. O "amor" embrulhado passou a ser objeto dos interesses comerciais. Durante todo o mês de dezembro, essa palavra é a mais citada e exaustivamente repetida.
Paremos um pouco para tomar conhecimento de um fato que ocorreu com uma senhora e sua filha mais velha, em um shopping de São Paulo:
Uma mulher aparentando seus 45 anos de idade, ofegante e apressada, carregando um montão de sacolas, comentava para a filha adolescente que a acompanhava nas compras: “Agora só faltacomprar dois malditos presentes daquela lista que fiz!”. A jovem imediatamente respondeu: “Não mãe, faltam apenas o presente do meu pai e de meu irmão Junior!”.
Obviamente, ali, não existia nada que denunciasse a presença de amor, ainda mais, que os “malditos presentes” eram justamente para as pessoas mais próximas da senhora em questão.
O que realmente existia no coração daquela senhora era a obrigação de comprar para cumprir exigências da tradição de presentear, talvez, estimulada pelo conto dos três reis magos que levaram ouro, incenso e mirra para o menino Jesus.
Mas, por que essa tradição é tão forte, a ponto de vencer a nossa resistência, fazendo-nos tomar decisões baseadas na atitude dos outros, que não são nossas?
Longe de afirmar que o universo das pessoas nessa época é absolutamente sem Deus, pelo contrário, seu Nome é invocado a cada hora, e os ritos por elas executados garantem a sua lembrança.
Entretanto, serei sincero para expor o que fica em mim, após essas festanças Natalinas. Fica em mim, um sentimento estranho como se a Divindade se tivesse ausentado, tornando-se apenas um contorno de uma ausência ─ algo que não está lá, embora devesse estar.
O saldo do Natal parece me mostrar que um Deus se ausentou e deixou almas e bolsos vazios. Assusta-me o Deus desse Natal se tornar tão distante. Contudo, resta-me um mundo em que as pessoas têm de reconciliar-se consigo próprias, para conviver com seus dramas, suas desventuras e também suas raras alegrias.
Que paradoxo! Cristo veio trazer a Paz, e o povo escolheu esse “frenesi” caótico do TER, que se prolonga por todo o mês de dezembro, culminando com o rega-bofe do dia magno da cristandade. As Boas Novas de paz para os homens, nessa época, vem sendo substituída por um espetáculo consumista e hedonista, que por instantes, encantam os olhos e entorpecem os corações.
É nos dias que antecedem a esta festa, que a tranqüilidade vai às favas. As ruas são transformadas em um caldeirão fervente de balbúrdia e correrias sem sentido. As nossas cidades, nessa época, não diferem muito da atual Belém da Judéia, cujas ruas e vielas ficam tomadas por um formigueiro de gente de todas as nacionalidades, que ali vai adorar, mais ao deus “Mamon” que ao Deus Cristão.
A epopéia do casal Maria e José ─ os excluídos da sociedade judaica que não tiveram direito a uma estalagem para abrigar o seu filho Jesus que estava prestes a nascer, hoje, são simbolizados por aqueles que nesse Natal estão longe das mesas repletas de guloseimas e vinhos; são representados por aqueles que estão bem distantes do burburinho da cidade engalanada e repleta de efêmeros atrativos. O drama dos pais de Jesus que não foram acolhidos pela sociedade daquela época, se repete diariamente na pele dos excluídos de nossa sociedade. O vídeo que segue abaixo aponta para aquilo que muitas vezes nos recusamos a ver. Ele obriga-nos a confrontar nossas próprias mazelas, nossa miséria social e afetiva, nossa hipocrisia em relação aos excluídos e marginalizados. O conteúdo da gravação contradiz a nossa religiosidade e vinculação com o transcendente que, em analogia ao nosso Hino Nacional, “está entorpecida e deitada eternamente em berço esplêndido”. Eles, os excluídos, tão somente nos revelam grandes verdades que o espelho distorcido e deformado de nossas consciências teima em não querer enxergar. Ao assistir a este vídeo, veio imediatamente a minha mente as palavras de Cristo: “...tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; fui desprezado e não me recolhestes; estive nu e não me vestistes; estive enfermo e preso e não me visitastes.”
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Por Levi B. Santos
Guarabira, 20 de dezembro de 2009
...........De quando em vez me surpreendo assoviando uma estrofe de uma cantiga dos meus tempos de estudante ginasial. A melodia dessa canção faz a minha mente viajar para trás suscitando-me uma regressão aos tempos do meu paraíso edênico.
Lá se vai a minha velha embarcação caminhando em sentido contrário à corrente do rio que é a vida, corrente essa que teima em se nutrir mais do olhar para frente, do que o andar para trás. Sinto lá nos recônditos da alma, o rumor das águas do rio de minha vida pueril. Vejo dentro de mim, cenas do turbilhonar dessas águas. Elas estão represadas não sei onde, e de vez em quando, extravasam através das comportas estanques da memória, sob a forma de reminiscências. É especialmente na época do Natal, que as águas do meu passado distante transmitem-me um sentimento de nostalgia de algo prazeroso que vivenciei nos tempos em que o meu “eu” não conhecia a Lei que mais tarde poria dentro do meu ser a inimizade entre o profano e o sagrado.
No convés de minha embarcação, navegando para trás, encontrei o menino de 13 anos de idade, cantando alegremente num grupo orfeônico, em uma festa natalina após as provas do final de ano letivo. Os olhos da alma insistiam em querer ver o que a embarcação já deteriorada pela ação do tempo não permitia enxergar. A velha embarcação construída há sessenta e três anos, demorou demais no trajeto inverso, e eu só pude reter, ou rever a segunda parte daquela canção que tanto marcou os meus Natais pela vida afora. Essa parte da melodia foi a que o barco de memórias conseguiu resgatar, e correspondia a uma dolente sinfonia em tom menor, que eu, por toda a vida de adulto assoviara. Sem a letra, hoje considerada profana, só restou o assovio da metade da bela modinha reverberando nas cordas do meu violão.
O cérebro, esse antiquado computador, deletou a primeira estrofe da canção que cantei jubilosamente com os meus coleguinhas de classe, num salão imenso ornamentado de luzes multicores, e árvores carregadas de nacos de algodão, que mais tarde eu viria saber que eram para imitar a neve que naturalmente decoravam as árvores no natal dos países frios. Que bons tempos aqueles do coral orfeônico de minha saudosa escola. Era sob a batuta do experiente e paciente maestro que a música transformava-me em um corpo coletivo. As notas musicais transportavam-me a outro mundo, e eu me identificava com os outros, meus colegas, meus irmãos, numa efusão prazerosa de felicidade e êxtase. O que mais me interessava não era a letra da canção e sim a beleza extra-subjetiva dos acordes que mergulhava o meu coração na atmosfera harmônica indescritível carregada de uma inefável serenidade.
Essa máquina maravilhosa ─ o computador ligado a rede mundial de informação, como um poderoso cérebro, foi buscar, nos seus antigos e raros arquivos, essa obra musical monumental de autoria do nosso grande compositor Heitor Villa Lobos, intitulada "Canto do Pajé”
Através do vídeo abaixo, pude adentrar de novo a Catedral do mundo estrutural e espiritual dos meus verdes anos, quando o maniqueísmo do bem e do mal, do sagrado e do profano não tinha ainda se entranhado em meu ser.
A emoção que como adulto sinto no momento, nada mais é que a REPETIÇÃO de minha primeira experiência no mundo sublime da música, refletida no meu imaginário.
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo” ─ este enunciado, que é considerado um dos pilares básicos do Cristianismo, tem sido objeto de muitas interrogações através dos tempos.
O pai da psicanálise, que se debruçou durante toda a sua vida, estudando os meandros da alma humana, achou esquisita essa formulação Neo-Testamentária.
Podemos amar o inimigo? Isso é possível? O amor como algo precioso, se deve gastá-lo com qualquer que não o mereça ─, como àquele que nos é estranho?
Foi o psicanalista Jacques Lacan (1959 e 1960) quem se aprofundou no tema, fazendo uma releitura das obras de Freud (Judeu pelo lado paterno e Cristão pelo lado materno).
Lá onde Sigmund Freud parou, ante o paradoxo do enunciado cristão, Lacan retoma a especulação sobre o amor ao inimigo, afirmando categoricamente: “Amar o seu semelhante é amar a si mesmo; é amar ao outro, mas um outro, que está em mim mesmo, e não somente quando o outro é amável, mas também quando o outro conhece a angústia ou o sofrimento, pois esta angústia já foi ou poderá, talvez ser minha um dia. Amar o inimigo é entender que a maldade que eu pressinto no outro está igualmente em mim e não tem por efeito encorajar a agressividade, mas ao contrário, visa contê-la, limitá-la e fazer barreira. Se o outro é a minha imagem, lhe fazer mal será fazer mal a mim próprio. Destruir o outro seria um atentado contra meu próprio “eu”.
Quando nos lançamos sobre o outro com sadismo, ferocidade e ódio, ele já não é mais nosso semelhante, e sim um objeto a mercê de nosso bel prazer.
Na história que o evangelista Lucas conta do Samaritano, levanta-se uma questão: Por que este samaritano esteve tão tocado de compaixão? Por que ele e não os outros, representantes da Lei, que passaram de modo indiferente junto ao ferido? Talvez, simplesmente, porque neste homem ferido à beira da estrada, o Samaritano pode se enxergar. Ele teve a capacidade de se ver no outro. O sofrimento do outro era o seu sofrimento. Deve ser por este mesmo motivo que quando choramos sobre um doente, derramamos lágrimas sobre a imagem de nós mesmos, representado pelo moribundo.
Por outro lado, quando, com conhecimento de causa acusamos o outro de invejoso, estamos simplesmente corroborando que um dia já experimentamos secretamente a inveja, Ao ver ali a nossa frente o indivíduo com este sentimento a aflorar, reprovamos nele aquilo que já foi ou ainda faz parte de nós.
Se o outro não é percebido como nosso semelhante, se o outro não permite mais essa identificação, então surge a indiferença, que pode culminar lá mais na frente com a produção da agressividade.
Para a ontologia do relacionamento humano não importa, talvez, o que Deus é em sua essência, mas sim o que Deus é naquele que pensa diferente de nós. À medida que nos afastamos do outro que nos é estranho, nos distanciamos do verdadeiro “ser”.
O homem só pode corresponder à relação com Deus da qual ele se tornou participante, se ele na medida de cada dia atualiza ou vê Deus no outro e no mundo.
O pensar midiático dos dias atuais tem nos transformados em “estrangeiros” de nós mesmos. Ficamos exilados em nossas próprias casas. Sentenciados a entender os outros e por ninguém ser entendido. Por vezes, deixando a frivolidade errante que leva nossos pensamentos a lugares comuns, às vezes paramos e nos massificamos com o “isto” ou “aquilo”, provocadores de efêmeros gozos. Mas, logo, logo, somos transportados a um deserto, aonde iremos descobrir um raio de silêncio em meio ao infernal tumulto sem sentido do cotidiano. É neste silêncio que começamos a sentir, e ouvir o inominável “estrangeiro” dentro do nosso Ser, que nada mais é, que o nosso outro incomodado pela estranheza da diferença.
“Ao estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás, pois estrangeiro fostes na terra do Egito”. (Êxodo 22: 21)
Ensaio por Levi B. Santos Guarabira, 08 de dezembro de 2009
Era um garoto de apenas oito anos de idade, que não conseguia aprender nada na escola, por ser muito confuso da cabeça.
O professor e reverendo Engle, por diversas vezes, chegou a perder a paciência com esse menino agitado e perguntador, de cabelos eternamente despenteados, que se recusava a decorar as lições, diferente dos demais alunos de sua classe, e ainda por cima ouvia mal.
Naquele ano de 1855, o pastor era o único professor da única sala de aula da cidadezinha de Milan, no estado americano de Ohio, perto da fronteira com o Canadá. “Cabeça oca” ─, foi o terrível diagnóstico dado por seu impaciente mestre, o que, de certa forma, contribuiu para que a criança abandonasse a sua carreira de estudante tão cedo. No entanto, à medida que ela crescia, a inquietude, a vontade de saber e o excesso de curiosidade o dominavam cada vez mais.
Lia a Bíblia com avidez incomum. Ficava por longo tempo extasiado com o Livro da história da criação (Gênesis), principalmente a parte que se referia à criação da luz, quando Deus disse: “Haja luz, e houve luz”. Tinha pavor à escuridão, e à noite, em sua cidadezinha, sentia-se incomodado com a fraca luz dos lampiões de gás, que deixava o seu mundo numa penumbra mais triste e melancólica do que as manhãs nubladas da estação de inverno
Um belo dia, lá estava o rapazote com a velha Bíblia de seu pai a tiracolo, imóvel como uma estátua, mal piscava os olhos que se encontravam fixos em Hebreus 11, 1: “Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem”.
Não sabia ele, que a fé iria brotar do imenso território de dúvidas do seu ser. Não sabia que, da dúvida entre aceitação passiva da pequenez do seu mundo e a não conformação com o estado de sua cidadezinha pobre em iluminação, nasceria algo de extraordinário em benefício de toda humanidade. Diariamente, a dúvida ─ sua insistente e inseparável companheira ─ assomava-lhe a alma deixando-o perplexo e mentalmente carregado de pensamentos paradoxais, como as duas correntes elétricas opostas de Faraday. Nas cordas do seu coração reverberava as vozes da ambivalência, sob a forma de gritos: “Posso, não posso? Devo, não devo? Crio, ou não crio algo para clarear a tristonha penumbra em que minha cidade encontra-se mergulhada em suas longas noites?”
A eterna dúvida consumia o seu juízo, deixando-o insone por muitas noites, Às vezes, nesse constante movimento pendular da mente, ficava perguntando para si mesmo: “Nesse meu intento de querer que a noite vire dia, não estarei eu, contrariando o que Deus fez como imutável?
De tanto pensar em inventar algo que iluminasse o seu mundo noturno, ele uma noite sonhou. Sonhou que a sua pequena cidade tinha se tornado uma metrópole, e que nela não havia noite, pois ao por do sol, várias bolotas incandescentes como que soltas no ar, iluminavam-na de tal maneira, que se permitia encontrar até um alfinete no chão de pedras da rua.
O terceiro versículo da primeira página do livro de Gênesis, junto com o que lera na carta aos Hebreus, dera-lhe ânimo incomum para seguir no seu projeto, naquilo que seria sua mais audaciosa invenção. Agora sim, sentia-se imbuído daquela fé, de que o autor do livro dos Hebreus escrevera. O enlevo, que o fazia sonhar acordado, imprimira-lhe no seu espírito a certeza de que não demoraria muito a realização do seu maior intento, tudo era uma questão de tempo.De experimento em experimento, ele chegaria um dia, a criar algo que pudesse resistir à tensão entre o pólo positivo e o pólo negativo da eletricidade, algo que unisse esses dois condutores aparentemente paradoxais, sem provocar explosões ou destruição.
O dia ansiado e sonhado chegara.Surgiu, quase que por acaso, um resistente filamento de carbono que tinha o poder de segurar e controlar a força dos dois elementos contrários e, finalmente, transmitir o clarão que transformaria suas noites de trevas, em dias iguais aos de sol de verão.
............Antes de batizar com o nome de “Resistência”, o filamento incandescente da lâmpada, o inventor tinha lido e refletido sobre o que estava escrito e grifado em sua Bíblia, lá em Efésios 6, 13: “Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais “resistir” no dia mau e, havendo feito tudo ficar firmes.”
.............Por um tempo,continuou folheando o Livro Sagrado, até que, num ato repentino, pegou de um lápis e escreveu a palavra “lâmpada”, riscando o termo “lamparina” que estava escrito no livro dos Salmos. “Lamparina para os meus pés é a Tua palavra [...]”, ficou assim, na sua nova versão: “Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra [...]”.
.............No intuito de rever ou percorrer com a mente todos os seus passos até a grande descoberta, deixou rabiscado na contra capa de sua gasta Bíblia a seguinte oração: “Do escorregadio e minado campo da dúvida, nasceu a FÉ, que me fez ver o amanhã com os olhos do coração, que por meio das aflições dos experimentos infindáveis, infundiram em mim a paciência para que eu perseverasse pelo tempo que fosse necessário, nas mãos de Deus, como um instrumento Seu na consecução de uma dádiva que seria para toda humanidade”.
P.S.: Ainvenção da lâmpada por Thomas Edison, entre suas muitas descobertas, completou 130 anos no dia 21 de outubro do corrente ano.
"A todo cientista minucioso deve ser natural algum tipo de sentimento religioso, pois não consegue supor que as dependências extremamente sutis por ele vislumbradas tenham sido pensadas pela primeira vez por ele. No universo incompreensível revela-se uma razão ilimitada. A opinião corrente de que sou ateu baseia-se num grande engano.Quem julga deduzi-la de minhas teorias científicas, mal as compreendeu. Entendeu-me de forma equivocada e presta-me péssimo serviço..."
(Albert Einstein (1879–1955), ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1921)
TEXTOS PUBLICADOS PELO AUTOR DO BLOG - EM REVISTAS E JORNAIS DE CIRCULAÇÃO NACIONAL:
Comentário de Levi Bronzeado - Sobre "Duelo de Abusos - STF" - VEJA - Edição 2632 (Pág 14)
Em tempos sombrios, como os que ora vivemos, nunca é demais lembrar Montesquieu, especialmente em Do Espírito das Leis: “Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse estes três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos”. Levi Bronzeado dos Santos - Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado Sobre a Tragédia de Brumadinho - VEJA - Edição 2621 (pág. 16)
De nada adianta a Vale apresentar desculpas esfarrapadas. Os especialistas são quase unânimes: esse tipo de barragem, bem antes de romper, dá sinais evidentes de que algo grave está para acontecer. Levi Bronzeado dos Santos - Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre "A Fadiga da Democracia" - VEJA - edição 2595 (Pág. 34)
Nunca foi tão grande a distância entre os partidos e a sociedade. Quando isso acontece, a autocracia aparece. Levi Bronzeado dos Santos - Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado - Sobre "Burocracia" - VEJA - Edição 2452(pág. 26)
A que ponto chegamos. Enquanto autoridades da alta esfera de nossa vilipendiada república andam articulando acordãos para salvar sua própria pele, os pequenos e médios empreendedores do país, para ficar em dia com suas obrigações, se submetem de forma humilhante aos mais desastrados ditames de uma emperrada máquina administrativa. Como empregador doméstico fui recentemente atingido pela incompetência do site eSocial que custou aos nossos suados bolsos mais de seis milhões de reais. O fato de a mandatária maior da tão propalada “Pátria Educadora” não ter ido aos meios de comunicação se desculpar de vergonhosa trapalhada, por si só, evidencia extrema falta de respeito aos trabalhadores brasileiros que levam seus compromissos a sério. Faço coro à expressão de indignação estampada na capa de VEJA: “É de lascar!”. Levi Bronzeado dos Santos - Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado - Sobre "Segredos Devastadores" - VEJA - nº 2437 (Pág. 30)
O olhar distante e vago do ex-presidente Lula na genial Capa de Veja (29 de julho) me deteu por longos minutos. Vi as dores da alma refletidas nos olhos do outrora homem mais poderoso de nossa vilipendiada república, um olhar de quem não tem a mais remota dúvida de que não há nada mais a fazer. Na foto residem a melancolia e a resignação de quem espera o desfecho fatal de um enredo que não deu certo. Levi Bronzeado dos Santos. Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre o "Planalto e o TCU" - VEJA (Edição 2390 - pág. 36)
Antes de votar, todo cidadão deveria tomar conhecimento da reportagem “Eu Sei Bem a Que Devo” (03 de setembro). A farta documentação exposta pelos jornalistas, Robson Bonin e Hugo Marques, não deixa dúvida de que a presidente Dilma Rousseff, desde 2008, vem adotando tráfico de influência junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). A pouco menos de um mês das eleições, VEJA presta mais um grande serviço ao Brasil, revelando em detalhes como funciona o “toma lá dá cá” entre a Casa Civil da Presidência da República e o órgão cuja função precípua seria investigar o próprio Governo. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre "A Fraude da CPI da Petrobrás" - Edição 2386 de VEJA (pag. 30)
Mais uma vez estamos perplexos com os escabrosos e vis procedimentos de um governo perdido, em conluio com figuras de “alto calibre”, cooptadas para exibir uma ópera-bufa no grande “teatro” de Brasília. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre “Roberto Civita” (in memoriam) – VEJA (edição 2325 – pag.36)
Fiquei imensamente emocionado ao ler a reportagem especial sobre as antológicas memórias do fenomenal editor, Roberto Civita, que com denodo incomum conseguiu manter a distribuição do semanário “Veja” por todos os rincões do Brasil, numa época em que a liberdade de imprensa encontrava-se cerceada pela ditadura militar. Em 11 de setembro de 1968, dia em que comemorava meus 22 anos de idade, a primeira edição dessa magnífica revista foi o meu maior presente, adquirida na modesta e única banca de revistas de minha pequena cidade natal ― Alagoa Grande – (PB). De lá para cá, a VEJA ― estrela maior da constelação de revistas da Editora Abril ―, consolidou-se como parte inerente a mim e a todos os que compõem o meu lar. Levi Bronzeado dos Santos. Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre “Mapeamento da Mente” – VEJA – Edição 2312 (pág. 32)
Os achados recentes da neurociência são surpreendentes. VEJA apresentou, de forma clara e objetiva, os avanços no mapeamento do cérebro. Os conceitos freudianos, no entanto, não devem ser desprezados. Levi Bronzeado dos Santos – Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado ao Artigo "O Preço do Poder" - VEJA (Edição 2297 - pag. 44)
O dinheiro compra “tudo”?. Talvez, na solidão de suas reclusões, os utilitaristas venham, enfim, a compreender que o “vil metal” não tem o poder de comprar a paz de espírito. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, Pb
Comentário de Levi Bronzeado ao tema - "Eu Decido Meu Fim" - Veja - edição 2287 (página 40):
Há poucos dias, eu, aos 66 anos de idade, como médico aposentado, vivi um drama quando assistia, em domicílio, minha mãe de 87 anos, portadora de um quadro clínico irreversível. Ela expôs a vontade de abandonar, como abandonou, os sete medicamentos que vinha tomando, alegando que seu viver não tinha mais sentido diante de tanto sofrimento. Disse-me que, a partir daquele momento, estava tudo entre ela e Deus, e que deveriam respeitar sua decisão. Fiel ao juramento que fiz ao término do curso de medicina ― o de utilizar todos os recursos para aliviar o sofrimento dos doentes ―, decidi, contrariamente a sua vontade, levando-a ao CTI de um Hospital. Lá, ela ficou monitorizada por dois dias. Tranquilizou-me perceber que, durante o período de assistência intensiva, a atroz agonia que lhe consumia tinha, enfim, sido aliviada, apesar da ausência dos entes queridos junto ao seu leito. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário do Editor do Blog Sobre "Corrupção" - VEJA n° 2229 (pag. 34)
As apurações a cargo dos seus renomados jornalistas, todas comprovadas por testemunhas e fartas provas documentais, estão dando fôlego à presidente Dilma para agir com rigor contra as quadrilhas que se aninharam no governo. O saneamento do Dnit já foi realizado. Agora é a vez do Ministério da Agricultura. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário do Editor do Blog na VEJA 2219 (pag. 38) - Sobre "Obras Para a Copa de 2014"
Que essa brilhante reportagem seja um sonoro alerta para o Ministério Público agir com rigor na apuração de malversação dos recursos da nação por aqueles que descaradamente, se locupletam deles através da prática vil do sobrepreço de materiais e serviços nos empreendimentos públicos. Meu temor é que o governo, no intuito de fazer caixa, use o expediente da dispensa de licitação, alegando urgência para concluir as reformas em tempo hábil. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário do Editor do Blog na VEJA N° 2215 (pag 43) - Sobre o Artigo: "Veja Funciona"
Venho acompanhando a revista Veja desde a sua primeira edição (setembro de 1968), nos duros tempos da ditadura militar. Durante mais de quarenta anos tenho sido testemunha de sua luta em prol da democracia, ao reprovar de forma veemente os desmandos dos políticos que se elegem com o único propósito de dilapidar o patrimônio da nação. Só na edição desta semana (N° 2.214), num olhar rápido, já dei de cara com cerca de nove páginas trazendo valiosas informações sobre andamentos investigativos de procedimentos criminosos por parte dos que deviam dar exemplo de honradez e honestidade ao lidar com a coisa pública. Indubitavelmente, o Brasil deve muito de sua normalidade institucional às reportagens minuciosamente dissecadas pela corajosa equipe de editores, que fazem desse semanário, um dos mais respeitados órgãos de imprensa do mundo. (“VEJA Funciona”, 27 de Abril) Levi Bronzeado dos Santos - Guarabira - PB
Comentário do Editor na Veja n° 2159 ( pag 37) - Sobre o Kit-campanha de Dilma Roussef
Com a reportagem "O kit da candidata é um luxo" (31 de março), VEJA prestou um inestimável serviço à nação, ao mostrar aos eleitores o "homem dos 12% de propina" que vai comandar a campanha da Dilma. Creio que num possível governo, diante de uma encrenca tipo "mensalão", a presidenta não terá como alegar que "nada sabia", a não ser que a amnésia crônica do seu compadre Lula já tenha contaminado os seus neurônios. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário do Editor do Blog na VEJA - sobre Lula e a ditadura cubana (pag. 40 - edição 2155)
Como cidadão brasileiro, senti-me imensamente envergonhado quando vi o maior mandatário de nossa nação afagando Fidel Castro, o maior ditador de todos os tempos, ao mesmo tempo em que fazia vista grossa a um preso político que, nos estertores de sua agonia, pedia a sua atenção nos porões infectos da ditadura cubana. Nunca na história recente de nosso país vi tamanha falta de sensibilidade por parte de um presidente ("De olhos bem fechados", 3 de março). Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário do Editor na VEJA ( página 20) - sobre o LIVRO SAGRADO (Edição Especial do Natal 2009)
A reportagem especial foi um belo e valioso presente de Natal que VEJA ofereceu aos seus assinantes. Com clareza e elegância, Isabela Boscov conseguiu demonstrar como a Bíblia, código fundador de nossa cultura, permaneceu com sua densidade espiritual incólume através dos séculos. Muito embora esse livro sagrado tenha centenas de sentidos diferentes em sua narrativa, nunca deixará de ser uma fonte de riqueza inesgotável, da qual jorram lições de ética, bondade, justiça e liberdade ("A história sem fim", 23 de dezembro). Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre a "crise global dos mercados" (pag 30 da edição 2082 de VEJA)
Um grito ecoa nos céus de Wall Street: "Socorram os tubarões do mercado imobiliário! Não deixem faltar o seu principal alimento, que são os peixinhos incautos e indefesos do tenebroso oceano do capital selvagem". Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre o "Custo da Saúde" (página 39 da edição 2061)
Gostaria de acrescentar outro fator que tem contribuído para aumentar os gastos com a saúde do nosso tão sofrido povo. Não podemos negar que nós, médicos, ao recorrer de forma metódica a exames caros e sofisticados, somos em parte responsáveis pelos reajustes dos planos de saúde. É evidente que, se não tivéssemos tanta pressa em nossas consultas e dedicássemos mais tempo à análise minuciosa da "história" do doente, valorizando seus sintomas, faríamos o diagnóstico da maioria dos casos sem o obsessivo hábito de recorrer a procedimentos complementares de alto custo. Levi Bronzeado dos Santos Ginecologista Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado - sobre "cels tronco" ( pags 39 e 42 da edição 2057 de VEJA)
O lúcido ensaio de Roberto Pompeu de Toledo chegou em boa hora, no exato momento em que o STF se prepara para uma histórica decisão. O texto desse grande ensaísta, defensor das pesquisas com células-tronco, além de irretocável, foi providencial, devolvendo a esperança de cura aos portadores de doenças degenerativas do cérebro. Ao não defender uma vida digna para os doentes que podem se beneficiar dos avanços da ciência, a Igreja Católica simplesmente deixa de lado a misericórdia – pedra fundamental do Evangelho de Cristo. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado - sobre "Hipertensão" ( pag 34 da edição 2053 de VEJA)
É salutar a evolução dos anti-hipertensivos, porém, como sinal de alerta, gostaria de deixar registrado o meu caso. Como médico aposentado, aos 61 anos de idade, fui surpreendido ao constatar que os meus níveis de tensão arterial estavam em 14 por 9. Sem fazer uso de medicamentos, comecei a caminhar durante 45 minutos três vezes por semana, restringi o sal e passei a usar adoçante dietético no lugar do açúcar. Ao cabo de dois meses, tinha perdido 3 quilos do peso corporal, e a pressão arterial havia baixado para 11 por 7. Infelizmente, a ausência de simples medidas preventivas, como as que tomei quando a hipertensão ainda era leve, tem levado muitos à incapacidade física ou à morte por acidentes vasculares cerebrais ("12 por 8, a missão", 19 de março). Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre "psicossomática" ( pag 33 da edição 2038 de VEJA)
A reportagem de capa "Emoções e saúde" me deixou imensamente gratificado. Como ginecologista, trabalhando há 33 anos na área de prevenção do câncer cérvico-uterino, quero afirmar que o transparente e lúcido trabalho a cargo de Anna Paula Buchalla prestou uma das maiores e inestimáveis contribuições à saúde pública do país. Em preciosas oito páginas, VEJA confirmou o que venho observando em minha prática diária de consultório: as mulheres portadoras do HPV, possuidoras de um efetivo equilíbrio emocional, têm seu sistema imunológico reforçado. Como conseqüência, em pouco tempo, elas se vêem livres das lesões provocadas pelos diversos tipos de vírus sem necessidade de recorrer a medicamentos ou procedimentos cirúrgicos. Levi Bronzeado dos Santos Ginecologista Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado, sobre "partidos políticos" ( pag 48 da edição N° 2037 de VEJA
Como leitor de VEJA, venho tendo semanalmente verdadeiras aulas sobre como funciona a astúcia institucionalizada, sob o rótulo falso de "política". Aprendi que no país do mensalão a "oposição" inexiste. O que existe são grupos "em posição" de dar o bote. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado - sobre a coluna do Diogo ( pag 51 da edição 2035 de VEJA)
A denúncia que Mainardi fez aos quatro ventos está sendo apurada na Itália ("Tem algum procurador aí?", 14 de novembro). Nestas terras de dom João VI, as autoridades ainda estão "deitadas em berço esplêndido". Agüente firme, caro Diogo. Não se mude para a Europa. Sua coluna está passando o Brasil a limpo. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Texto de Levi B. Santos sobre a "Crise e os Carros" no caderno A do Correio da Paraiba (21/01/2009)
Uma das recentes preocupações do mundo globalizado, e que a imprensa vem dando uma cobertura toda especial, é a relativa à crise das montadoras de automóveis. O governo dos EUA já desembolsou quantias bilionárias para salvar a GM, a FORD, e a Chrysler. No Brasil as nossas autoridades econômicas vêm fazendo de tudo, tentando manter o ritmo de crescimento dessa indústria. Para isso criou várias facilidades, entre as quais, a diminuição de impostos do setor.O mercado saturado de automóveis não dá bolas para as cidades entupidas de carros, em detrimento da população que vem perdendo a cada ano o seu direito de livremente circular pelas ruas. Na grande metrópole, São Paulo, as ruas não são mais das pessoas, são tomadas por filas intermináveis de carros praticamente parados, andando a uma velocidade menor que a do pedestre. Até agora, todas as tentativas de melhorar o trânsito na nossa maior cidade foram infrutíferas.Quem, porventura, tiver a ousadia de tentar disputar o espaço com esses bólidos automotivos nas grandes cidades, pagará caro. O pobre do pedestre é obrigado a aceitar como "coisa" normal, os barulhos acima de sua capacidade auditiva, a poluição no ar que se respira, sem falar da invasão desrespeitosa de seu já exíguo espaço, entre outros infernais incômodos.Não é de se pensar que essa crise caiu do céu? Não seria esse o momento para uma reflexão mais profunda por parte de nossas autoridades? Não seria essa a ocasião propícia, para entender que as cidades já não suportam a grande quantidade de automóveis existentes, além do que é despejado anualmente pelas montadoras? As nossas estradas e vias urbanas não têm as mínimas condições para oferecer um tráfego razoável.
A MÍDIA E O SUDÃO - Texto de Levi B. Santos no caderno A6 do Correio da Paraiba (10/01/2009)
Já duram catorze dias os bombardeios de imagens que adentram os nossos lares, transmitidas pelas nossas telinhas de TV. As cenas de crianças e adultos despedaçados em meio a prédios destruídos nos deixam comovidos e estupefatos. Em um recente artigo, Reinaldo de Azevedo fala que os cadáveres de crianças palestinas mostrados pela mídia televisiva têm um efeito pior do quem as bombas jogadas por Israel, porque estimulam mais ainda o anti-semitismo em todo o mundo.A cada dia que se passa, as manchetes dos maiores jornais do país estampam a gradativa soma de mortos no conflito Palestino- Israelense.A grande tragédia que está acontecendo no Sudão não nos causa nenhum transtorno, justamente pela escassez de imagens transmitidas da carnificina naquele recanto do mundo. “Uma imagem vale mais do que mil palavras”. Sendo assim, ficamos de olhos fechados para uma mortandade trezentas vezes maior do que a do Oriente médio, por falta de cobertura. Os senhores governantes mulçumanos da guerra do Sudão já contam 300 mil mortos entre cristãos e animistas, afora os três milhões de refugiados que se deslocaram para Darfour. Diante dessa gigantesca guerra civil no Sudão o conflito da palestina parece ser coisa secundária. Lógico, que não interessa a mídia apresentar as imagens do nosso paupérrimo povo-irmão africano sendo dizimado de forma selvagem. Com certeza, as guerras tribais desse povo não elevam o Ibope. Lá não há jogo político de grandes proporções. Enfim, a África não é a vitrine do mundo, até porque as vidas dos africanos são a nossa nódoa maior. E como tal, está sendo colocada lá no porão do esquecimento, como uma criança faz com um brinquedo velho e imprestável.
Texto de Levi B. Santos publicado no caderno A do Correio da Paraiba de 07/01/2009
Venho assistindo diàriamente há mais de uma semana a carnificina do Oriente Médio transmitida ao vivo via televisão e internet. Em pleno século XXI, olhando pedaços de cadáveres e sangue fluindo como rios, em contraste com a alegria do pipocar das rolhas de champanhe saudando o novo ano, eu me pergunto: Em que a civilização está nos abrandando?Se o que se entende por civilização for o jogo de palavras e manchetes inúteis da ONU, dos EUA e dos principais governos da Europa diante de uma guerra, ela desenvolveu no homem por todos esses séculos apenas uma diversidade de sensações... e nada mais. Não seria mais honesto se estes homens se desnudassem de suas máscaras e admitissem que, lá no fundo, encontram certo prazer no derramamento de sangue?
Bombardeios no Natal - Texto publicado na página A6 do Correio da Paraiba de 30/12/2008
Hoje (27 de Dezembro de 2009), após o café da manhã, entro na internet, e deparo com o real natal da suposta terra santa Israel. A foto (acima estampada) mostra o violento e insano bombardeio, cometido ao ocaso da data em que se comemora o nascimento de Cristo. A triste notícia está em destaque no topo do site da UOL, encabeçada pelos seguintes dizeres: “Israel ataca faixa de Gaza em represália. Ao todo são cerca de 155 mortos, e mais de 300 feridos em estado grave". Nessa época em que se deseja a “paz” entre as nações, por ironia, é justamente na terra em que Cristo viveu e pregou as “Boas Novas de Paz”, que o ódio e a vingança exalam os seus vapores mais bestiais. Para corroborar o que digo, leiam o que diz um trecho da recente reportagem: “A organização Hamas pediu aos seus seguidores que 'vinguem pela força' os bombardeios israelenses na Faixa de Gaza". "Pedimos que nossas tropas se vinguem pela força às operações do inimigo israelense" - conclamou o porta-voz do Hamas em uma mensagem difundida na emissora de rádio da organização. Tudo isso que está ocorrendo lá na Palestina confirma a rejeição por parte desses povos em constantes atritos, de um dos pilares básicos do evangelho de Cristo, que preconiza o AMOR AO INIMIGO. Lá continua vigorando a máxima do Velho Testamento: “Olho por Olho, e Dente por Dente.”
Texto sobre a eleição de Obama, publicado no caderno A do Jornal Correio da Paraiba (08/11/2008)
Assistindo no momento a euforia generalizada em torno de um jovem negro assumindo o trono da maior e mais poderosa nação do mundo, me vem a grande pergunta: “O que fará por uma nação que se diz cristã, um homem de uma raça que, apesar dos ventos do progresso, vem sendo duramente castigada e injustiçada há séculos?". A engrenagem de uma máquina que privilegia o capital em detrimento dos que nada têm, por acaso aceitará em seu mecanismo insano, um Obama decidido a reparar injustiças, a ressuscitar a ética e a honestidade na coisa pública? Ao ver jovens alegres, cheios de ufania, batendo no peito e gritando ─ “Obama, a esperança”, fico torcendo para que os “Herodes” do mundo globalizado não destruam mais um grande sonho da juventude americana sedenta de justiça. Levi Bronzeado dos Santos . Guarabira, PB
Selos de Premiação
Presente de Leonardo Gonçalves do blog Púlpito Cristão
Presente de Teóphilo Noturno do blog "O Mundo Jaz no Maligno"
Presente de Rodrigo Melo do blog "Considerações Acerca da Vida!"
Um presente de Marcelo Batista Dias do blog "Ecclesia Reformata Sed Semper Reformanda".
Segundo presente de Marcelo Batista Dias do blog "Ecclesia Reformata Sed Semper Reformanda".
Presente triplo de Teóphilo Noturno, Rodrigo Melo e Leonardo Gonçalves