Foto do editor do Ensaios & Prosas entre os seis e sete anos de idade. As "asas" simbolizam a "santidade" projetadasobre ele.
Nunca ninguém havia encontrado algo que desabonasse a sua conduta de “menino crente”. Desde os primeiros anos de “banco” em sua igreja, era um exemplo de criança dedicada e obediente. Do jeito que a sua mãe o colocava no assento, ele permanecia sem se mexer durante todo o culto. Ficava tão impassível em seu lugar, que a um primeiro olhar, mais parecia uma estátua. A mãe se orgulhava quando todos sem exceção diziam: “esse menino é um santo, faz gosto mesmo de ver”.
Chegara à adolescência, sem ter recebido uma só repreensão de seus mestres da escola dominical. Era tido como um verdadeiro gênio das hostes divinas. Todos ficavam abismados com a sua capacidade de decorar textos. As pessoas ao seu redor extasiavam-se ao vê-lo recitar os comentários das lições bíblicas da escola dominical, decoradas em seus mínimos detalhes.
O Pastor eufórico dizia para a mãe do menino-prodígio: “Como é bom ter um filho nascido noevangelho, que nunca provou das coisas do mundo”. “Esse, minha irmã ─ vai longe” ─ dizia com muito orgulho. “Fique certa: Se a irmã o criar assim, separado do mundo, sem deixar elese misturar com essa molecada imunda das ruas, a senhora vai ver Deus fazer maravilhasextraordinárias através dele. Disto eu tenho absoluta certeza” ─, concluía o entusiasmado ministro eclesiástico, mergulhado em seu paraíso utópico.
A casa do “menino que nascera crente” era todo o dia, visitada por parentes e outros que não faziam parte de sua grande família. A sua parentela era imensa, correspondendo, mais ou menos, a sessenta por cento de toda a igreja.
Certa vez, o Pastor em visita a sua casa, disse para sua mãe: “Olhe minha irmã, toda vez que eu prego sobre a parábola do filho pródigo, eu me lembro do seu filho. Vejo Deus mesmo, apontando para o seu filho, como se estivesse a dizer: Esse nunca procederá como o filho pródigo, pois foi criado dentro da doutrina santa e imaculada”.
Às vezes, o menino ouvia alguns admiradores dizerem: “Este foi escolhido desde o ventre da mãe para a obra do Senhor”.
Nunca passara por sua cabeça contestar algo, ou ir de encontro ao que se pregava como recado divino. Era enfim um robô passivo à serviço do Rei.
Foi por volta dos seus 9 anos de idade que um acontecimento surpreendente fizera desmoronar o seu mundo ilusório de santificação. Os “filhos pródigos da vida” ou moleques de rua como eram considerados por sua grande família “cristã”, desmascararam a esquisita história da cegonha contada desajeitadamente em seu meio. Foi um choque, ficar sabendo através do linguajar rude dos meninos de rua (os perdidos), a verdade escondida pelos seus, sobre como tinha sido gerado e vindo ao mundo.
Não era mais um anjo, pois perdera as suas asas. Agora, se sentia “um igual” entre os meninos mal educados de rua. As falsas certezas apreendidas desmancharam-se instantaneamente, dando lugar à desconfiança. Ao perceber que fora enganado, deixou de voar junto aos seus queridos pais, e, o único remédio que encontrou para aliviar as feridas feitas de maneira dolosa, foi sair da inocência do “Jardim do Éden”, caminhando com os seus próprios pés.
Agora, livre das amarras das asas angelicais, ele refletia sobre o avesso da parábola do filho pródigo. Ao ler e reler essa emblemática história bíblica chegou à conclusão de que, por caminhos tortuosos, o seu Pastor tinha alguma razão no que falava. É que, a continuar com o seu virtuosismo, ele estava fadado pela meritocracia eclesiástica, a ser o eterno irmão mais velho da “parábola do filho pródigo” ─, aquele rapaz exemplar, obediente e cheio de virtudes exteriores, mas que lá no fundo ardeu-se de ressentimento e inveja, ao ver o seu desordenado irmão ser perdoado graciosamente pelo Pai.
Ele, enfim, abriu os olhos para enxergar o óbvio: não queria mais ser a cópia de um anjo, a exalar santidade através da mudez de seu comportamento exemplar. Não mais seria uma criatura arrogante e intolerante com os de fora, nem mais espargiria o veneno do ressentimento contra os desprestigiados, sem méritos e sem virtudes ─, os quais, pelas suas próprias condições, tinham tudo para serem alcançados pela graça e misericórdia Divinas. Aliás, graça e misericórdia, ele só conhecera de ouvir falar, pois, ao ser forjado e projetado para ser um anjo, jamais poderia entender a história de um Deus deixando o seu trono para provar em sua própria carne, da ambivalente fragilidade humana, e só assim, poder salvar os que tinham se extraviados pelos descaminhos do mundo.
A fotografia no topo desse ensaio revela claramente o olhar atemorizado do menino que, no dizer dos seus, “nascera no evangelho”. Sobre os seus ombros pesava o fardo da “santidade” regada pelos seus tutores, que ao invés de projetarem sobre ele a graça redentora de Cristo, transformaram-no na figura de um anjo submetido aos caprichos humanos.
A expressão vaga do menino, na foto, é a de quem realmente não pode corresponder ao que o Pastor e seus jovens pais tanto esperavam.
Olhando, agora, para o seu passado longínquo, ele não podia de maneira nenhuma negar que ali estampada na foto, estava a fiel imagem de quem se sentia realmente desamparado, triste, e ameaçado por temores vindos não sei de onde.
Analisando a sua imagem de menino de ontem, o velho de hoje não pode deixar de reconhecer que a fotografia, apesar de estar encardida pelo tempo, revela com cores fortes a contrariedade de quem foi forçado na infância a representar um “eu” irreal.
Ao continuar observando demoradamente o seu retrato de 55 anos atrás, por um instante, sentiu-se como o personagem principal de uma estéril peça teatral eclesiástica.
Estava tão absorto na concentração de sua antinatural imagem infantil, que em sua imaginação, via pender sobre os seus ombros, duas enormes asas angelicais. No entanto, a sua fisionomia triste emoldurada na foto, mais que tudo, revelava um coração bem distante de toda aquela antiga artificialidade religiosa, em que foi criado e exposto, para gáudio de uma platéia ávida de um “sacrossanto” perfeccionismo doentio e inumano.
Ensaio biográfico por Levi B. Santos
Guarabira, 12 de maio de 2009
Caríssimo Levi, profundo este seu ensaio... O fato é que a grande maioria de nós que passamos dos 40 anos, vivemos esse tipo de situação em nossa infância. Só que em muitos casos, o "tiro" saiu pela culatra. Ou seja, muitos dos "santinhos infantis" daquela época, são verdadeiros emissários do mal nos dias de hoje. Dizem por aqui, que uma parte siginificativa de traficantes nas comunidades aqui do Rio de Janeiro, foram criados no "evangelho"... Ou seja, são filhos de crentes. Lamentável, mas é fato. Por outro lado, muitos outros tantos que eram criados como anjinhos, hoje são homens do qual o mundo não é digno. Isso aponta para a teoria da eleição. E eu afirmo que nem pai nem mãe podem eleger ninguém para a ssntidade, mas Deus é soberano. Um enorme abraço
Jailson Freire CRÔNICAS DE UM OBSERVADOR http://www.cronicasdeumobservador.blogspot.com/
"Não quero ser um anjo!, prefiro ser um homem totalmente dependente da graça divina". Quanto aos olhos do menino da foto, não há o que acrescentar. No olhar ensaísta, 55 anos depois, a alegria de quem foi achado pela graça. Recordo agora das palavras do reformador: "Peca fortemente, mas crê mais fortemente!". Nunca entendi o que esse louco quis dizer, até ter minha vrdadeira natureza desvelada, e pela primeira vez sentir-me totalmente nu aos olhos de Deus.
Quinhentos anos depois da reforma, a velha graça, a graça barata, a "graça de graça", ainda é uma estranha nos círculos protestantes.
***
Adicionei seu nome ao do Danilo Fernandes, em "Colaboradores" - no Púlpito Cristão. Espero com isso enviar algumas visitas ao seu blog.
Há uma diferença entre nós no que se refere ao tempo, pois tenho hoje apenas 21 anos de idade, e não faz muito tempo que passei pela infância. Há uma grande semelhança entre nós, pois eu sempre fui também tido como o rapazinho exemplar da igreja. Controverso para mim pareceu discordar cada vez mais de minha instituição à medida que lia a palavra de Deus. Lembro-me que cada vez que eu discordava de meu pai em algum assunto religioso, era fortemente repreendido, e todos olhavam para mim, e se referiam à minha pessoa com o nome diminuto do meu pai "Francisquinho" eu não tinha identidade, era apenas o filho do pastor que deveria viver o que ele pregava. Esta falta de identidade sempre me incomodou, ao ponto de eu dizer abertamente o que considerava certo e o que considerava errado, sem me importar com a conseqüência de minhas afirmações. Os pais precisam saber que seus filhos não podem ser isolados das experiências que eles mesmos tiveram. Precisam compreender que Deus trabalha com cada indivíduo individualmente, e não coletivamente, não baseando-se no chamado de seus pais. Assim como a responsabilidade pela salvação é individual, a certeza da mesma deve ser, pois não vale à pena viver seguro na certeza alheia, antes, devemos buscar a nossa própria experiência com Deus.
Que Deus o abençoe!
Com relação ao texto ocupar um espaço mais amplo no lay-out do seu blog, eu consegui fazer isto "escolhendo um novo modelo" O sr. pode ir em "lay-out" e "escolher novo modelo".
Você escreveu: “...muitos dos santinhos infantis daquela época, hoje são emissários do mal – para realçar citou os casos dos traficantes do Rio de Janeiro (ex-crentes?)”.
Justamente, aí é onde reside a essência do que eu quis mostrar no ensaio postado. O perigo de se criar artificialmente “santinhos” na igreja, é o futuro descrédito deles no evangelho, quando já adultos, verem suas asas postiças caírem, até por não fazerem parte do seu próprio corpo. A semente do engodo plantada e regada na infância é, a meu ver, a grande causa da marginalidade em nosso meio Cristão.
Aqui em minha cidade a tônica é a mesma daí: “cerca de 60% dos detentos são “ex-crentes”(ou ex-santinhos?).
Que a dialética a respeito desse ensaio crie raízes, para que possamos refletir com profundidade esse tão delicado tema.
A lei disse para mim: “Tu és culpado” Mas como você tão bem frisou, "a graça de graça, a velha graça, a graça barata" acabou com aquela idéia remota de perfeição e “santidade”, que exigia de mim sacrifício em troca de alívio.
Que me desculpe aquele maioral da seita da prosperidade: nada mais agora é pago.
O grande privilégio que temos é saber que somos perdoados a través de Cristo, até setenta vezes sete. É mole?
Quem não se desnuda e esconde as suas faltas com medo de confessá-las, nunca compreenderá o que é a “graça”.
Penso como você. Temos a nossa individualidade própria, com características únicas, que só Deus entende.
Não podemos, de maneira nenhuma, nos tornamos um papel em branco, para o outro escrever a nossa história, mesmo sendo esse outro, nosso pai, pastor ou amigo.
Agradeço o seu comentário. É muito difícil a dialética através da escrita. Contudo, tenho certeza de que você entendeu a razão maior do pequeno fragmento de minhas reminiscêcias pueris postadas aqui.
Levi! Amigo de amigo meu é meu amigo. Ainda mais quando manda muito bem no teclado! Parabens pelos textos! To colocando seu blog no blog roll do Genizah. Se ainda não conheceu... passa por lá! Danilo http://genizah-virtual.blogspot.com/
A história do "Menino-Anjo" tão bem retratada pelo ensaísta que o sucedeu na vida, parece-me ter irrompido, quando veio abaixo um mito de um personagem também alado: a cegonha - uma mentira, aparentemente "inocente", mas, na realidade, devastadora, porque torna tabu para uma criança crédula, um dos dois fatos mais absolutamente naturais da vida: o nascer e o morrer.
Não é à toa (assim entendo eu), meu amigo, que você, dentre todas as especialidades médicas, escolheu a de trazer crianças ao mundo.
Sua escolha é o grito de vitória de um ser humano emancipado, que procurou a forma mais incontestavelmente probatória para mostrar que "cegonhas com bebês no bico" não existem, da mesma forma que um menino de seis anos não pode ser enganado.
E mais, o "menino enganado" não precisa tornar-se um revoltado e, adulto, tornar-se um número a mais no presídio de Bangu 1.
Concordo com o irmão Jailson, apenas fazendo uma ressalva (de algo, que acredito, foi dito por ele sem intencionalidade).
Para mim, a sua história retrata muito bem, não a teoria, mas a doutrina da predestinação, ou da graça, como preferir.
Como você deixa transparecer nas entrelinhas, não precisamos ser "bonecos teleguiados".
A despeito das intempéries da vida, Deus nos concede o privilégio de fazermos as nossas próprias escolhas e trilharmos os nossos próprios caminhos na vida.
TEXTOS PUBLICADOS PELO AUTOR DO BLOG - EM REVISTAS E JORNAIS DE CIRCULAÇÃO NACIONAL:
Comentário de Levi Bronzeado - Sobre "Duelo de Abusos - STF" - VEJA - Edição 2632 (Pág 14)
Em tempos sombrios, como os que ora vivemos, nunca é demais lembrar Montesquieu, especialmente em Do Espírito das Leis: “Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse estes três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos”. Levi Bronzeado dos Santos - Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado Sobre a Tragédia de Brumadinho - VEJA - Edição 2621 (pág. 16)
De nada adianta a Vale apresentar desculpas esfarrapadas. Os especialistas são quase unânimes: esse tipo de barragem, bem antes de romper, dá sinais evidentes de que algo grave está para acontecer. Levi Bronzeado dos Santos - Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre "A Fadiga da Democracia" - VEJA - edição 2595 (Pág. 34)
Nunca foi tão grande a distância entre os partidos e a sociedade. Quando isso acontece, a autocracia aparece. Levi Bronzeado dos Santos - Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado - Sobre "Burocracia" - VEJA - Edição 2452(pág. 26)
A que ponto chegamos. Enquanto autoridades da alta esfera de nossa vilipendiada república andam articulando acordãos para salvar sua própria pele, os pequenos e médios empreendedores do país, para ficar em dia com suas obrigações, se submetem de forma humilhante aos mais desastrados ditames de uma emperrada máquina administrativa. Como empregador doméstico fui recentemente atingido pela incompetência do site eSocial que custou aos nossos suados bolsos mais de seis milhões de reais. O fato de a mandatária maior da tão propalada “Pátria Educadora” não ter ido aos meios de comunicação se desculpar de vergonhosa trapalhada, por si só, evidencia extrema falta de respeito aos trabalhadores brasileiros que levam seus compromissos a sério. Faço coro à expressão de indignação estampada na capa de VEJA: “É de lascar!”. Levi Bronzeado dos Santos - Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado - Sobre "Segredos Devastadores" - VEJA - nº 2437 (Pág. 30)
O olhar distante e vago do ex-presidente Lula na genial Capa de Veja (29 de julho) me deteu por longos minutos. Vi as dores da alma refletidas nos olhos do outrora homem mais poderoso de nossa vilipendiada república, um olhar de quem não tem a mais remota dúvida de que não há nada mais a fazer. Na foto residem a melancolia e a resignação de quem espera o desfecho fatal de um enredo que não deu certo. Levi Bronzeado dos Santos. Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre o "Planalto e o TCU" - VEJA (Edição 2390 - pág. 36)
Antes de votar, todo cidadão deveria tomar conhecimento da reportagem “Eu Sei Bem a Que Devo” (03 de setembro). A farta documentação exposta pelos jornalistas, Robson Bonin e Hugo Marques, não deixa dúvida de que a presidente Dilma Rousseff, desde 2008, vem adotando tráfico de influência junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). A pouco menos de um mês das eleições, VEJA presta mais um grande serviço ao Brasil, revelando em detalhes como funciona o “toma lá dá cá” entre a Casa Civil da Presidência da República e o órgão cuja função precípua seria investigar o próprio Governo. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre "A Fraude da CPI da Petrobrás" - Edição 2386 de VEJA (pag. 30)
Mais uma vez estamos perplexos com os escabrosos e vis procedimentos de um governo perdido, em conluio com figuras de “alto calibre”, cooptadas para exibir uma ópera-bufa no grande “teatro” de Brasília. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre “Roberto Civita” (in memoriam) – VEJA (edição 2325 – pag.36)
Fiquei imensamente emocionado ao ler a reportagem especial sobre as antológicas memórias do fenomenal editor, Roberto Civita, que com denodo incomum conseguiu manter a distribuição do semanário “Veja” por todos os rincões do Brasil, numa época em que a liberdade de imprensa encontrava-se cerceada pela ditadura militar. Em 11 de setembro de 1968, dia em que comemorava meus 22 anos de idade, a primeira edição dessa magnífica revista foi o meu maior presente, adquirida na modesta e única banca de revistas de minha pequena cidade natal ― Alagoa Grande – (PB). De lá para cá, a VEJA ― estrela maior da constelação de revistas da Editora Abril ―, consolidou-se como parte inerente a mim e a todos os que compõem o meu lar. Levi Bronzeado dos Santos. Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre “Mapeamento da Mente” – VEJA – Edição 2312 (pág. 32)
Os achados recentes da neurociência são surpreendentes. VEJA apresentou, de forma clara e objetiva, os avanços no mapeamento do cérebro. Os conceitos freudianos, no entanto, não devem ser desprezados. Levi Bronzeado dos Santos – Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado ao Artigo "O Preço do Poder" - VEJA (Edição 2297 - pag. 44)
O dinheiro compra “tudo”?. Talvez, na solidão de suas reclusões, os utilitaristas venham, enfim, a compreender que o “vil metal” não tem o poder de comprar a paz de espírito. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, Pb
Comentário de Levi Bronzeado ao tema - "Eu Decido Meu Fim" - Veja - edição 2287 (página 40):
Há poucos dias, eu, aos 66 anos de idade, como médico aposentado, vivi um drama quando assistia, em domicílio, minha mãe de 87 anos, portadora de um quadro clínico irreversível. Ela expôs a vontade de abandonar, como abandonou, os sete medicamentos que vinha tomando, alegando que seu viver não tinha mais sentido diante de tanto sofrimento. Disse-me que, a partir daquele momento, estava tudo entre ela e Deus, e que deveriam respeitar sua decisão. Fiel ao juramento que fiz ao término do curso de medicina ― o de utilizar todos os recursos para aliviar o sofrimento dos doentes ―, decidi, contrariamente a sua vontade, levando-a ao CTI de um Hospital. Lá, ela ficou monitorizada por dois dias. Tranquilizou-me perceber que, durante o período de assistência intensiva, a atroz agonia que lhe consumia tinha, enfim, sido aliviada, apesar da ausência dos entes queridos junto ao seu leito. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário do Editor do Blog Sobre "Corrupção" - VEJA n° 2229 (pag. 34)
As apurações a cargo dos seus renomados jornalistas, todas comprovadas por testemunhas e fartas provas documentais, estão dando fôlego à presidente Dilma para agir com rigor contra as quadrilhas que se aninharam no governo. O saneamento do Dnit já foi realizado. Agora é a vez do Ministério da Agricultura. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário do Editor do Blog na VEJA 2219 (pag. 38) - Sobre "Obras Para a Copa de 2014"
Que essa brilhante reportagem seja um sonoro alerta para o Ministério Público agir com rigor na apuração de malversação dos recursos da nação por aqueles que descaradamente, se locupletam deles através da prática vil do sobrepreço de materiais e serviços nos empreendimentos públicos. Meu temor é que o governo, no intuito de fazer caixa, use o expediente da dispensa de licitação, alegando urgência para concluir as reformas em tempo hábil. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário do Editor do Blog na VEJA N° 2215 (pag 43) - Sobre o Artigo: "Veja Funciona"
Venho acompanhando a revista Veja desde a sua primeira edição (setembro de 1968), nos duros tempos da ditadura militar. Durante mais de quarenta anos tenho sido testemunha de sua luta em prol da democracia, ao reprovar de forma veemente os desmandos dos políticos que se elegem com o único propósito de dilapidar o patrimônio da nação. Só na edição desta semana (N° 2.214), num olhar rápido, já dei de cara com cerca de nove páginas trazendo valiosas informações sobre andamentos investigativos de procedimentos criminosos por parte dos que deviam dar exemplo de honradez e honestidade ao lidar com a coisa pública. Indubitavelmente, o Brasil deve muito de sua normalidade institucional às reportagens minuciosamente dissecadas pela corajosa equipe de editores, que fazem desse semanário, um dos mais respeitados órgãos de imprensa do mundo. (“VEJA Funciona”, 27 de Abril) Levi Bronzeado dos Santos - Guarabira - PB
Comentário do Editor na Veja n° 2159 ( pag 37) - Sobre o Kit-campanha de Dilma Roussef
Com a reportagem "O kit da candidata é um luxo" (31 de março), VEJA prestou um inestimável serviço à nação, ao mostrar aos eleitores o "homem dos 12% de propina" que vai comandar a campanha da Dilma. Creio que num possível governo, diante de uma encrenca tipo "mensalão", a presidenta não terá como alegar que "nada sabia", a não ser que a amnésia crônica do seu compadre Lula já tenha contaminado os seus neurônios. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário do Editor do Blog na VEJA - sobre Lula e a ditadura cubana (pag. 40 - edição 2155)
Como cidadão brasileiro, senti-me imensamente envergonhado quando vi o maior mandatário de nossa nação afagando Fidel Castro, o maior ditador de todos os tempos, ao mesmo tempo em que fazia vista grossa a um preso político que, nos estertores de sua agonia, pedia a sua atenção nos porões infectos da ditadura cubana. Nunca na história recente de nosso país vi tamanha falta de sensibilidade por parte de um presidente ("De olhos bem fechados", 3 de março). Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário do Editor na VEJA ( página 20) - sobre o LIVRO SAGRADO (Edição Especial do Natal 2009)
A reportagem especial foi um belo e valioso presente de Natal que VEJA ofereceu aos seus assinantes. Com clareza e elegância, Isabela Boscov conseguiu demonstrar como a Bíblia, código fundador de nossa cultura, permaneceu com sua densidade espiritual incólume através dos séculos. Muito embora esse livro sagrado tenha centenas de sentidos diferentes em sua narrativa, nunca deixará de ser uma fonte de riqueza inesgotável, da qual jorram lições de ética, bondade, justiça e liberdade ("A história sem fim", 23 de dezembro). Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre a "crise global dos mercados" (pag 30 da edição 2082 de VEJA)
Um grito ecoa nos céus de Wall Street: "Socorram os tubarões do mercado imobiliário! Não deixem faltar o seu principal alimento, que são os peixinhos incautos e indefesos do tenebroso oceano do capital selvagem". Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre o "Custo da Saúde" (página 39 da edição 2061)
Gostaria de acrescentar outro fator que tem contribuído para aumentar os gastos com a saúde do nosso tão sofrido povo. Não podemos negar que nós, médicos, ao recorrer de forma metódica a exames caros e sofisticados, somos em parte responsáveis pelos reajustes dos planos de saúde. É evidente que, se não tivéssemos tanta pressa em nossas consultas e dedicássemos mais tempo à análise minuciosa da "história" do doente, valorizando seus sintomas, faríamos o diagnóstico da maioria dos casos sem o obsessivo hábito de recorrer a procedimentos complementares de alto custo. Levi Bronzeado dos Santos Ginecologista Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado - sobre "cels tronco" ( pags 39 e 42 da edição 2057 de VEJA)
O lúcido ensaio de Roberto Pompeu de Toledo chegou em boa hora, no exato momento em que o STF se prepara para uma histórica decisão. O texto desse grande ensaísta, defensor das pesquisas com células-tronco, além de irretocável, foi providencial, devolvendo a esperança de cura aos portadores de doenças degenerativas do cérebro. Ao não defender uma vida digna para os doentes que podem se beneficiar dos avanços da ciência, a Igreja Católica simplesmente deixa de lado a misericórdia – pedra fundamental do Evangelho de Cristo. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado - sobre "Hipertensão" ( pag 34 da edição 2053 de VEJA)
É salutar a evolução dos anti-hipertensivos, porém, como sinal de alerta, gostaria de deixar registrado o meu caso. Como médico aposentado, aos 61 anos de idade, fui surpreendido ao constatar que os meus níveis de tensão arterial estavam em 14 por 9. Sem fazer uso de medicamentos, comecei a caminhar durante 45 minutos três vezes por semana, restringi o sal e passei a usar adoçante dietético no lugar do açúcar. Ao cabo de dois meses, tinha perdido 3 quilos do peso corporal, e a pressão arterial havia baixado para 11 por 7. Infelizmente, a ausência de simples medidas preventivas, como as que tomei quando a hipertensão ainda era leve, tem levado muitos à incapacidade física ou à morte por acidentes vasculares cerebrais ("12 por 8, a missão", 19 de março). Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado sobre "psicossomática" ( pag 33 da edição 2038 de VEJA)
A reportagem de capa "Emoções e saúde" me deixou imensamente gratificado. Como ginecologista, trabalhando há 33 anos na área de prevenção do câncer cérvico-uterino, quero afirmar que o transparente e lúcido trabalho a cargo de Anna Paula Buchalla prestou uma das maiores e inestimáveis contribuições à saúde pública do país. Em preciosas oito páginas, VEJA confirmou o que venho observando em minha prática diária de consultório: as mulheres portadoras do HPV, possuidoras de um efetivo equilíbrio emocional, têm seu sistema imunológico reforçado. Como conseqüência, em pouco tempo, elas se vêem livres das lesões provocadas pelos diversos tipos de vírus sem necessidade de recorrer a medicamentos ou procedimentos cirúrgicos. Levi Bronzeado dos Santos Ginecologista Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado, sobre "partidos políticos" ( pag 48 da edição N° 2037 de VEJA
Como leitor de VEJA, venho tendo semanalmente verdadeiras aulas sobre como funciona a astúcia institucionalizada, sob o rótulo falso de "política". Aprendi que no país do mensalão a "oposição" inexiste. O que existe são grupos "em posição" de dar o bote. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Comentário de Levi Bronzeado - sobre a coluna do Diogo ( pag 51 da edição 2035 de VEJA)
A denúncia que Mainardi fez aos quatro ventos está sendo apurada na Itália ("Tem algum procurador aí?", 14 de novembro). Nestas terras de dom João VI, as autoridades ainda estão "deitadas em berço esplêndido". Agüente firme, caro Diogo. Não se mude para a Europa. Sua coluna está passando o Brasil a limpo. Levi Bronzeado dos Santos Guarabira, PB
Texto de Levi B. Santos sobre a "Crise e os Carros" no caderno A do Correio da Paraiba (21/01/2009)
Uma das recentes preocupações do mundo globalizado, e que a imprensa vem dando uma cobertura toda especial, é a relativa à crise das montadoras de automóveis. O governo dos EUA já desembolsou quantias bilionárias para salvar a GM, a FORD, e a Chrysler. No Brasil as nossas autoridades econômicas vêm fazendo de tudo, tentando manter o ritmo de crescimento dessa indústria. Para isso criou várias facilidades, entre as quais, a diminuição de impostos do setor.O mercado saturado de automóveis não dá bolas para as cidades entupidas de carros, em detrimento da população que vem perdendo a cada ano o seu direito de livremente circular pelas ruas. Na grande metrópole, São Paulo, as ruas não são mais das pessoas, são tomadas por filas intermináveis de carros praticamente parados, andando a uma velocidade menor que a do pedestre. Até agora, todas as tentativas de melhorar o trânsito na nossa maior cidade foram infrutíferas.Quem, porventura, tiver a ousadia de tentar disputar o espaço com esses bólidos automotivos nas grandes cidades, pagará caro. O pobre do pedestre é obrigado a aceitar como "coisa" normal, os barulhos acima de sua capacidade auditiva, a poluição no ar que se respira, sem falar da invasão desrespeitosa de seu já exíguo espaço, entre outros infernais incômodos.Não é de se pensar que essa crise caiu do céu? Não seria esse o momento para uma reflexão mais profunda por parte de nossas autoridades? Não seria essa a ocasião propícia, para entender que as cidades já não suportam a grande quantidade de automóveis existentes, além do que é despejado anualmente pelas montadoras? As nossas estradas e vias urbanas não têm as mínimas condições para oferecer um tráfego razoável.
A MÍDIA E O SUDÃO - Texto de Levi B. Santos no caderno A6 do Correio da Paraiba (10/01/2009)
Já duram catorze dias os bombardeios de imagens que adentram os nossos lares, transmitidas pelas nossas telinhas de TV. As cenas de crianças e adultos despedaçados em meio a prédios destruídos nos deixam comovidos e estupefatos. Em um recente artigo, Reinaldo de Azevedo fala que os cadáveres de crianças palestinas mostrados pela mídia televisiva têm um efeito pior do quem as bombas jogadas por Israel, porque estimulam mais ainda o anti-semitismo em todo o mundo.A cada dia que se passa, as manchetes dos maiores jornais do país estampam a gradativa soma de mortos no conflito Palestino- Israelense.A grande tragédia que está acontecendo no Sudão não nos causa nenhum transtorno, justamente pela escassez de imagens transmitidas da carnificina naquele recanto do mundo. “Uma imagem vale mais do que mil palavras”. Sendo assim, ficamos de olhos fechados para uma mortandade trezentas vezes maior do que a do Oriente médio, por falta de cobertura. Os senhores governantes mulçumanos da guerra do Sudão já contam 300 mil mortos entre cristãos e animistas, afora os três milhões de refugiados que se deslocaram para Darfour. Diante dessa gigantesca guerra civil no Sudão o conflito da palestina parece ser coisa secundária. Lógico, que não interessa a mídia apresentar as imagens do nosso paupérrimo povo-irmão africano sendo dizimado de forma selvagem. Com certeza, as guerras tribais desse povo não elevam o Ibope. Lá não há jogo político de grandes proporções. Enfim, a África não é a vitrine do mundo, até porque as vidas dos africanos são a nossa nódoa maior. E como tal, está sendo colocada lá no porão do esquecimento, como uma criança faz com um brinquedo velho e imprestável.
Texto de Levi B. Santos publicado no caderno A do Correio da Paraiba de 07/01/2009
Venho assistindo diàriamente há mais de uma semana a carnificina do Oriente Médio transmitida ao vivo via televisão e internet. Em pleno século XXI, olhando pedaços de cadáveres e sangue fluindo como rios, em contraste com a alegria do pipocar das rolhas de champanhe saudando o novo ano, eu me pergunto: Em que a civilização está nos abrandando?Se o que se entende por civilização for o jogo de palavras e manchetes inúteis da ONU, dos EUA e dos principais governos da Europa diante de uma guerra, ela desenvolveu no homem por todos esses séculos apenas uma diversidade de sensações... e nada mais. Não seria mais honesto se estes homens se desnudassem de suas máscaras e admitissem que, lá no fundo, encontram certo prazer no derramamento de sangue?
Bombardeios no Natal - Texto publicado na página A6 do Correio da Paraiba de 30/12/2008
Hoje (27 de Dezembro de 2009), após o café da manhã, entro na internet, e deparo com o real natal da suposta terra santa Israel. A foto (acima estampada) mostra o violento e insano bombardeio, cometido ao ocaso da data em que se comemora o nascimento de Cristo. A triste notícia está em destaque no topo do site da UOL, encabeçada pelos seguintes dizeres: “Israel ataca faixa de Gaza em represália. Ao todo são cerca de 155 mortos, e mais de 300 feridos em estado grave". Nessa época em que se deseja a “paz” entre as nações, por ironia, é justamente na terra em que Cristo viveu e pregou as “Boas Novas de Paz”, que o ódio e a vingança exalam os seus vapores mais bestiais. Para corroborar o que digo, leiam o que diz um trecho da recente reportagem: “A organização Hamas pediu aos seus seguidores que 'vinguem pela força' os bombardeios israelenses na Faixa de Gaza". "Pedimos que nossas tropas se vinguem pela força às operações do inimigo israelense" - conclamou o porta-voz do Hamas em uma mensagem difundida na emissora de rádio da organização. Tudo isso que está ocorrendo lá na Palestina confirma a rejeição por parte desses povos em constantes atritos, de um dos pilares básicos do evangelho de Cristo, que preconiza o AMOR AO INIMIGO. Lá continua vigorando a máxima do Velho Testamento: “Olho por Olho, e Dente por Dente.”
Texto sobre a eleição de Obama, publicado no caderno A do Jornal Correio da Paraiba (08/11/2008)
Assistindo no momento a euforia generalizada em torno de um jovem negro assumindo o trono da maior e mais poderosa nação do mundo, me vem a grande pergunta: “O que fará por uma nação que se diz cristã, um homem de uma raça que, apesar dos ventos do progresso, vem sendo duramente castigada e injustiçada há séculos?". A engrenagem de uma máquina que privilegia o capital em detrimento dos que nada têm, por acaso aceitará em seu mecanismo insano, um Obama decidido a reparar injustiças, a ressuscitar a ética e a honestidade na coisa pública? Ao ver jovens alegres, cheios de ufania, batendo no peito e gritando ─ “Obama, a esperança”, fico torcendo para que os “Herodes” do mundo globalizado não destruam mais um grande sonho da juventude americana sedenta de justiça. Levi Bronzeado dos Santos . Guarabira, PB
Selos de Premiação
Presente de Leonardo Gonçalves do blog Púlpito Cristão
Presente de Teóphilo Noturno do blog "O Mundo Jaz no Maligno"
Presente de Rodrigo Melo do blog "Considerações Acerca da Vida!"
Um presente de Marcelo Batista Dias do blog "Ecclesia Reformata Sed Semper Reformanda".
Segundo presente de Marcelo Batista Dias do blog "Ecclesia Reformata Sed Semper Reformanda".
Presente triplo de Teóphilo Noturno, Rodrigo Melo e Leonardo Gonçalves
9 comentários:
Caríssimo Levi, profundo este seu ensaio...
O fato é que a grande maioria de nós que passamos dos 40 anos, vivemos esse tipo de situação em nossa infância. Só que em muitos casos, o "tiro" saiu pela culatra. Ou seja, muitos dos "santinhos infantis" daquela época, são verdadeiros emissários do mal nos dias de hoje. Dizem por aqui, que uma parte siginificativa de traficantes nas comunidades aqui do Rio de Janeiro, foram criados no "evangelho"... Ou seja, são filhos de crentes. Lamentável, mas é fato.
Por outro lado, muitos outros tantos que eram criados como anjinhos, hoje são homens do qual o mundo não é digno.
Isso aponta para a teoria da eleição. E eu afirmo que nem pai nem mãe podem eleger ninguém para a ssntidade, mas Deus é soberano.
Um enorme abraço
Jailson Freire
CRÔNICAS DE UM OBSERVADOR
http://www.cronicasdeumobservador.blogspot.com/
Meu irmão Levi,
"Não quero ser um anjo!, prefiro ser um homem totalmente dependente da graça divina". Quanto aos olhos do menino da foto, não há o que acrescentar. No olhar ensaísta, 55 anos depois, a alegria de quem foi achado pela graça. Recordo agora das palavras do reformador: "Peca fortemente, mas crê mais fortemente!". Nunca entendi o que esse louco quis dizer, até ter minha vrdadeira natureza desvelada, e pela primeira vez sentir-me totalmente nu aos olhos de Deus.
Quinhentos anos depois da reforma, a velha graça, a graça barata, a "graça de graça", ainda é uma estranha nos círculos protestantes.
***
Adicionei seu nome ao do Danilo Fernandes, em "Colaboradores" - no Púlpito Cristão. Espero com isso enviar algumas visitas ao seu blog.
Abraço fraterno,
Leonardo.
Irmão e amigo Levi.
Há uma diferença entre nós no que se refere ao tempo, pois tenho hoje apenas 21 anos de idade, e não faz muito tempo que passei pela infância.
Há uma grande semelhança entre nós, pois eu sempre fui também tido como o rapazinho exemplar da igreja.
Controverso para mim pareceu discordar cada vez mais de minha instituição à medida que lia a palavra de Deus.
Lembro-me que cada vez que eu discordava de meu pai em algum assunto religioso, era fortemente repreendido, e todos olhavam para mim, e se referiam à minha pessoa com o nome diminuto do meu pai "Francisquinho" eu não tinha identidade, era apenas o filho do pastor que deveria viver o que ele pregava.
Esta falta de identidade sempre me incomodou, ao ponto de eu dizer abertamente o que considerava certo e o que considerava errado, sem me importar com a conseqüência de minhas afirmações.
Os pais precisam saber que seus filhos não podem ser isolados das experiências que eles mesmos tiveram. Precisam compreender que Deus trabalha com cada indivíduo individualmente, e não coletivamente, não baseando-se no chamado de seus pais. Assim como a responsabilidade pela salvação é individual, a certeza da mesma deve ser, pois não vale à pena viver seguro na certeza alheia, antes, devemos buscar a nossa própria experiência com Deus.
Que Deus o abençoe!
Com relação ao texto ocupar um espaço mais amplo no lay-out do seu blog, eu consegui fazer isto "escolhendo um novo modelo"
O sr. pode ir em "lay-out" e "escolher novo modelo".
Luis Paulo Silva.
Prezado Jailson Freire.
Você escreveu: “...muitos dos santinhos infantis daquela época, hoje são emissários do mal – para realçar citou os casos dos traficantes do Rio de Janeiro (ex-crentes?)”.
Justamente, aí é onde reside a essência do que eu quis mostrar no ensaio postado.
O perigo de se criar artificialmente “santinhos” na igreja, é o futuro descrédito deles no evangelho, quando já adultos, verem suas asas postiças caírem, até por não fazerem parte do seu próprio corpo.
A semente do engodo plantada e regada na infância é, a meu ver, a grande causa da marginalidade em nosso meio Cristão.
Aqui em minha cidade a tônica é a mesma daí: “cerca de 60% dos detentos são “ex-crentes”(ou ex-santinhos?).
Que a dialética a respeito desse ensaio crie raízes, para que possamos refletir com profundidade esse tão delicado tema.
Sou grato pela sua valiosa colaboração.
Levi B. Santos
Prezado amigo Leonardo
A lei disse para mim: “Tu és culpado” Mas como você tão bem frisou, "a graça de graça, a velha graça, a graça barata" acabou com aquela idéia remota de perfeição e “santidade”, que exigia de mim sacrifício em troca de alívio.
Que me desculpe aquele maioral da seita da prosperidade: nada mais agora é pago.
O grande privilégio que temos é saber que somos perdoados a través de Cristo, até setenta vezes sete. É mole?
Quem não se desnuda e esconde as suas faltas com medo de confessá-las, nunca compreenderá o que é a “graça”.
Graça e Paz,
Levi B. Santos
Caro Luis Paulo
Penso como você. Temos a nossa individualidade própria, com características únicas, que só Deus entende.
Não podemos, de maneira nenhuma, nos tornamos um papel em branco, para o outro escrever a nossa história, mesmo sendo esse outro, nosso pai, pastor ou amigo.
Agradeço o seu comentário. É muito difícil a dialética através da escrita. Contudo, tenho certeza de que você entendeu a razão maior do pequeno fragmento de minhas reminiscêcias pueris postadas aqui.
Um grande abraço,
Levi B. Santos
Levi! Amigo de amigo meu é meu amigo. Ainda mais quando manda muito bem no teclado! Parabens pelos textos!
To colocando seu blog no blog roll do Genizah.
Se ainda não conheceu... passa por lá!
Danilo
http://genizah-virtual.blogspot.com/
Querido irmão e colega Levi:
A história do "Menino-Anjo" tão bem retratada pelo ensaísta que o sucedeu na vida, parece-me ter irrompido, quando veio abaixo um mito de um personagem também alado: a cegonha - uma mentira, aparentemente "inocente", mas, na realidade, devastadora, porque torna tabu para uma criança crédula, um dos dois fatos mais absolutamente naturais da vida: o nascer e o morrer.
Não é à toa (assim entendo eu), meu amigo, que você, dentre todas as especialidades médicas, escolheu a de trazer crianças ao mundo.
Sua escolha é o grito de vitória de um ser humano emancipado, que procurou a forma mais incontestavelmente probatória para mostrar que "cegonhas com bebês no bico" não existem, da mesma forma que um menino de seis anos não pode ser enganado.
E mais, o "menino enganado" não precisa tornar-se um revoltado e, adulto, tornar-se um número a mais no presídio de Bangu 1.
Concordo com o irmão Jailson, apenas fazendo uma ressalva (de algo, que acredito, foi dito por ele sem intencionalidade).
Para mim, a sua história retrata muito bem, não a teoria, mas a doutrina da predestinação, ou da graça, como preferir.
Como você deixa transparecer nas entrelinhas, não precisamos ser "bonecos teleguiados".
A despeito das intempéries da vida, Deus nos concede o privilégio de fazermos as nossas próprias escolhas e trilharmos os nossos próprios caminhos na vida.
Um abraço cordial.
Em Cristo.
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