09 outubro 2011

Inesquecíveis Momentos Com o Meu Amigo “X”

Em minhas conversas com meu amigo “X”, tenho sempre batido numa tecla: a de que aquilo que se pensava no passado como parte da própria vida mental humana constituída por percepções e sentimentos considerados ou como coisas sobrenaturais e estranhas ao EGO, hoje, não mais são atribuídas ao mundo externo, mas entendidos como fenômenos que se originaram na própria psique.

O meu amigo “X”, em uma das cartas a mim endereçadas falou-me de sua vivência de igrejeiro, e a conclusão a que tinha chegado recentemente, é a de que a religião é uma ilusão, ao mesmo tempo em que fazia uma ressalva: a de que não chegara a assimilar essa coisa de “sentimento oceânico” ou sensação de algo ilimitado que eu lhe havia falado tempos atrás. Certa vez, lembro-me bem, ele falou veementemente que, “o crente só é crente devido a promessa de uma recompensa”.

Uma vez, cheguei a refletir silenciosamente, ante o argumento muito forte que ele usou, quando me disse: talvez o crente seja um mercenário, ‘amando’ e ‘servindo’ a Deus só para ser recompensado por Ele”. Intuitivamente, talvez, estivesse querendo que eu compreendesse que o “amor” cristão não era desinteressado; ainda reforçou dizendo: Não se ama a Deus, se ama o que ele tem para nos dar”.

E não é que cheguei a aplaudi-lo quando ele, numa tirada sensacional, falou-me que “eram os desejos do crente que talhavam um deus correspondente a sua vontade”. Quando o seu rosto cobria-se de rubor, eu já sabia o que ia sair de sua boca: Deus não existe! —, dizia de punho cerrado. Eu entendia a sua linguagem: durante o verdor dos seus melhores anos ele vivera deslocando o seu sentimento religioso para uma figura paterna antropomórfica, que na sua concepção habitava um outro mundo de paz e harmonia — um sucedâneo de seu pai natural, que nunca chegou a realizar por completo os seus desejos e suas fantasias de criança.

Numa ocasião em que dialogava sobre o “sentimento saudoso” de ansiarmos pela completude perdida, ele ficou bastante contrariado quando eu repeli as suas racionalizações, dizendo que, embora uma pessoa rejeite toda a crença, dogma e ilusão religiosa, não significa que ela tenha anulado o sentimento nobre dere-ligar-se’ a um éden utópico”. Mas o meu amigo não se dando por vencido retrucou imediatamente: “Não consigo identificar em mim esse tal ‘sentimento sublime!”.

O meu amigo demonstrava dificuldade em assimilar o que eu entendia como “sentimento religioso”. No entanto, esse afeto estava bem presente ali, nos momentos idílicos que passávamos trocando ideias. Eu sabia que o vazio ou “buraco” decorrente do primeiro desamparo experimentado, é que fazia surgir em nós o desejo de RE-LIGAÇÃO, que a instituição eclesiástica a qual ele antigamente pertencia, prometia para o fim dos tempos, desde que se submetesse a carregar fardos pesados da subserviência, sem questionamentos, geralmente apresentados como lei divina.

Tentei convencê-lo de que, às vezes, as pessoas esquecem que esse afeto de natureza primária existe, por exemplo, quando se está escrevendo ou lendo um romance, apreciando um quadro de um pintor famoso, ou ouvindo uma música preferida.

Quando ele me falou que, “esse sentimento nobre, ou desejo de se religar a algo perdido na nossa gênese era uma espécie de droga, que deixava o sujeito dependente”, eu retruquei, argumentando que, a dependência psicológica não só se reflete naquele que não pode viver sem praticar seus rituais religiosos regularmente”.

O meu amigo “X” ficou de cenho franzido, quando fiz a seguinte afirmação: “Às vezes, as pessoas procuram a independência e acabam caindo em uma outra forma de dependência”.

“Pense bem no que vou dizer-lhe” —, falei de uma maneira pausada e enfática: Nos vínculos afetivos familiares ou virtuais, caro amigo, estamos na verdade exercitando o ‘sentimento religioso’, mesmo que de forma inconsciente”.

Não sei o que se passou em sua cabeça quando cabisbaixo e silencioso ficou por alguns segundos.

Lembro-me que, numa noite fria, regada a cafezinhos com biscoitos, ele riu até não querer mais, quando falei que a primeira recompensa, suficiente para que pudéssemos vencer a dor da renúncia e do desamparo, ocorreu quando nos deram a primeira “chupeta” em substituição às tetas verdadeiras de nossa mãe, quando éramos bebês. Demonstrando desapontamento, ele disparou: “isso tudo é presunção!”. Fez cara feia por não concordar comigo no momento em que fiz ver que o passado de nossa tenra infância, quando ainda não tínhamos consciência, ainda hoje interferia no agir de nós, adultos”.

Em uma de nossas conversações, ele chegou a torcer o nariz quando falei: Ao longo da vida adulta, mesmo em pessoas intelectualmente sofisticadas esse sentimento nobre não abandona o homem, antes estabelece novos e fortes vínculos buscando atenuar o desamparo metafísico, que à maneira da antiga chupeta, nos transmite uma sensação apaziguante”.

Recordo-me de um de nossos efusivos encontros, em que citei trecho de um autor que o meu amigo adorava ler antes de dormir — Khalil Gibran: Homem algum poderá revelar-nos senão o que já se encontra meio adormecido na aurora de nosso entendimento”. Pela reação esboçada, pude perceber que ele tinha entendido onde eu queria chegar.

Nessa noite, ficamos até altas horas divagando pelos caminhos tortuosos e enigmáticos da psique.

Despediu-se rapidamente de mim, prometendo voltar na próxima temporada de verão. Deu para ouvir os seus passos se afastando pelo corredor, e, não pude conter a emoção quando percebi que ele assoviava suavemente e com uma perfeição rara, a canção de Chico Buarque“João e Maria”, sem saber que aquilo era uma espécie de “prece”, uma forma inconsciente de expressar o seu sentimento de RE-LIGAÇÃO com o poço profundo das coisas passadas, dos desejos rotos e desfeitos do tempo de menino.

Não sei o “por quê” de ter ficado por completo gravado em mim, só a última estrofe dessa emblemática música:

Agora era fatal/ que o faz de conta terminasse assim/ Pra lá desse quintal era uma noite que não tem mais fim/ Pois você sumiu do mundo sem me avisar/ E agora eu era um louco a perguntar/ O que é que a vida vai fazer de mim?”.

Por Levi B. Santos

Guarabira, 09 de outubro de 2011

Site da imagem: blogbielsantos.blogspot.com

22 comentários:

Antônio Cavalcante disse...

Parabéns pelo texto. Esplêndido!

guiomar barba disse...

Levi, não pude deixar de sentir uma dor por este amigo seu, uma vontade de chorar e abraça-lo e dizer a ele que nos decepcionamos com o deus que nos foi apresentado, mas o Deus que nós conhecemos pela sua revelação a nós, jamais nos decepcionaria.

Ele se equivoca quando pensa que todo crente serve a Deus por causa da vida eterna, muitos de nós O amamos pelo fato de ser Ele o criador do universo o Pai do nosso Senhor Jesus Cristo.
Mente quem diz que ama a qualquer ser neste mundo sem receber absolutamente nada em troca, o amor é compartilhado ou é uma carência. Se eu não amo a mim mesma não vou amar a ninguém. Não é certo?

Levi, não esqueça que milhares e milhares de seres humanos, nunca souberam o que é um colo de mãe e muito menos um par de tetas.

Beijo.

Eduardo Medeiros disse...

é, também tenho um "amigo x" com o qual costumo conversar;trocamos altos papos sobre a vida, sobre a existência, sobre deus, sobre a dependência das "tetas maternais".

ele já conseguiu mudar muita coisa no meu modo de pensar as crenças e a fé, mas ele ainda não conseguiu(e creio que não conseguirá)desprezar esse sentimento oceânico que me invade o peito toda vez que eu olho para as estrelas.

levi, você é um escritor fenomenal. agradeço ao nosso amigo comum blogger a oportunidade que me deu de eu te ler.

Levi B. Santos disse...

Ilustríssimo juiz, professor, escritor e amigo, Antonio Cavalcanti

Sinto-me honrado em tê-lo aqui nesta humilde sala compartilhando comigo do mesmo sentimento indestrutível ― o re-ligare . Suas palavras incentivam-me a enfronhar-me mais nessa arte, da qual nunca deixamos de ser aprendizes — a escrita.

Como o texto que postei fala do sentimento oceânico, quero lhe dizer algo mais, sem que seja “rasgação de seda” (rsrs):

Admiro bastante o seu estilo literário. Lembro-me bem, há mais menos seis anos, quando dava plantão na Clínica Santa Clara (Guarabira), aos domingos, a primeira coisa que fazia era pegar o jornal “O Momento” — colocado a cada início de semana sobre a mesa de cabeceira do quarto de repouso médico ―, e ir direto a sua coluna de crônicas do cotidiano.
Nestas ocasiões me deleitava com as suas narrativas leves e profundas que me faziam aquietar a alma antes de começar as minhas longas 24 horas de trabalho médico.

Agora, como blogueiro, já não preciso esperar, o Jornal “O Momento”, pois basta um clique, e lá estou eu em seu blog, bebendo de sua fonte. (rsrs)

Abraços,

Levi B. Santos disse...

“Levi, não pude deixar de sentir uma dor por este amigo seu, uma vontade de chorar e abraça-lo...”

Disseste bem, cara confrade, Guiomar

Este amigo que a gente tem dó dele e quer abraçá-lo, está em nós mesmo.

Enquanto escrevia esse meu “monólogo”, também tive vontade de abraçar e de chorar o meu “EU” duplo.

Levi B. Santos disse...

EDU

Agradeço também ao blogger,por ter me dado a oportunidade de pousar lá no blog Repensando, e me deleitar com uma poesia digna de figurar na mais lida antologia poética da pós-modernidade, cujo título é: "Lamentos de um tempo Perdido" - que também versa sobre esse tal "sentimento oceânico" (rsrs)

guiomar barba disse...

kkkkkkkkkkkkk Não era difícil de se perceber que os amigos eram você com você.

Será que você nunca está além de você para sentir a dor que não é sua? Será que todas as dores são iguais?

Apesar de ser você o grande Levi, eu penso diferente.

Beijo.

Eduardo Medeiros disse...

levi,

acho muito interessante a concepção do desamparo infantil quando é expulso do "seu éden" e quando lhe tiram as tetas que tanto prazer lhe dá como origem do sentimento de se religar a um deus que é pai e protetor(ou mãe, nas antigas sociedades matriarcais?)como símbolo daquele nosso éden uterino.

mas sabe, levi, tenho impressão que esse sentimento extrapola a teoria freudiana mas sem anulá-la.

gosto também de uma das teorias da fenomenologia religiosa que vê a origem do sentimento religioso quando o homem primitivo tem consciência de estar só num mundo selvagem e muito perigoso, somando-se a isso, a experiência da morte.

creio que as raízes dessas duas teorias vão se encontrar lá em algum lugar da nossa psiqué.

e a grande questão para mim é: por que a natureza(ou o Mistério-Deus)nos projetou com tal sentimento?

é possível que esse sentimento tenha origem fora de nós?

Levi B. Santos disse...

Cara confrade e missionária Guiomar


Cada um de nós vive no seio de um duplo EU.

Existe um “eu” humano que se fez o mais vestido dos animais, mas continua visível o outro “eu” ― o “NU”, mais visível do que quando não era coberto por qualquer roupagem
(Nilton Bonder ― líder espiritual da Congregação Judaica do Brasil)

Levi B. Santos disse...

“e a grande questão para mim é: por que a natureza (ou o Mistério-Deus)nos projetou com tal sentimento?
é possível que esse sentimento tenha origem fora de nós?
(Edu)

O ser humano, Edu, é marcado pela impotência de viver isolado.

A sua infância em relação a dos demais mamíferos é longuíssima. Durante o primeiro ciclo de vida sobrevive graças à mediação do corpo da nutriz, dos adultos, dos tutores que o protegem. Dependeu nutricional e emocionalmente de quem lhe deu calor e proteção nos primeiros anos.

Depois de crescido e de ter experimentado o primeiro desamparo, a primeira solidão a predominância da função simbólica ligada a sua memória, faz com que todas as suas percepções se liguem (aí vem o sentimento religa-re) às suas necessidades afetivas de satisfação.

Agora, a própria impotência do homem faz nascer o desejo de voltar ao ninho primevo, suscitando nele uma potência imaginária. A religião, de certa forma, instrumentaliza o desejo nascido do desamparo, levando- o homem a idealizar “o eterno retorno” de um dia poder voltar ao PODER de se unir a outra parte que lhe foi amputada.

Na religião, um Pai imaginário, CONSOLA a criança que existe no adulto, prometendo a volta das moradas primevas, o aconchego da gênese que existia no nosso desenvolvimento bio-psicológico quando éramos filhotes, ao dizer: “Eu enviarei um consolador ― uma pomba (símbolo da mãe ou nutriz acolhedora”

A promessa da volta do “Lar paterno” do tempo de nossa inconsciência (pois não tínhamos completa consciência, uma vez que de nada nos lembramos dos primeiros meses de vida) apazigua o crente no “vazio da solidão existencial”.

A escolha (consolo) é percebida de acordo com o imaginário de cada um: É no campo das artes, no campo de nossas interações virtuais ou não, que nos re-ligamos de modo sublime ao “Èden Primevo”.

Porém, há quem prefira viver imaginariamente num mundo sem questionamentos, se sentindo como moradores eternos do “Jardim do Éden”, como se de lá nunca tivessem sido expulsos (rsrs)

Donizete disse...

Amigo Levi,

Todos nós temos os nossos amigos Xs. E como é bom tê-los. Aprendemos lições e nos identificamos com aqueles que são ou se tornaram niilistas, sentimos empatia por eles. Como com aqueles que tem no otimismo a sua marca, e de igual modo vestimos a sua camisa também.

Isso me remete a uma frase que o Shimon Peres Proferiu no forum mundial de Davos estes dias: "Tanto o otimista como o pessimista terminam morrendo. Mas os dois aproveitaram a vida de maneira completamente distinta"

Envio o meu abraço de solidariedade ao seu amigo.rsrsrs.

Abração.

Levi B. Santos disse...

Olá, Donizete

É isso aí...
A nossa alma transita entre esses dois pólos (o do pessimismo e o do otimismo)

No nosso caminhar existencial, nada é fixo, tudo é movimento, onde, há sempre um pé pra frente e outro para trás, para podermos nos equilibrar —, em consonância com o que disse o nosso cantor e filósofo Lulu Santos:

“A vida vem em ondas como o mar/Num indo e vindo infinito”

Abraços,

Eduardo Medeiros disse...

levi,

entendi que para a teoria psicanalítica, o sentimento pela transcendência de volta ao éden vem de dentro de nós sem nenhuma interferência exterior.

mas o meu lado "Y" não consegue se libertar da ideia que há algo maior no universo no qual estamos mergulhados e que talvez, esse sentimento de dependência não venha exclusivamente da nossa infância mas sim, venha ainda de um tempo anterior quando nós ainda éramos uma coisa só com a matéria concentrada do universo que veio a se expandir e criar tudo o que há.

mas para que isso acontecesse, uma consciência teria que estar presente para provocar o colapso da matéria que evoluiria "necessariamente" até reproduzir a si mesma na consciência humana.

é uma concepção que acho elegante e totalizadora; então, a origem do sentimento de "separação do éden" é ainda anterior ao útero; na verdade, o próprio útero materno ficou desamparado quando saiu do útero universal.

desculpe a viajem...kkkkkkkkkkkk

guiomar barba disse...

Edu, "é uma concepção que acho elegante e totalizadora; então, a origem do sentimento de "separação do éden" é ainda anterior ao útero; na verdade, o próprio útero materno ficou desamparado quando saiu do útero universal."

Você sabe dizer com elegância o que digo com torpeza...

Só não entendo porque ninguém fala sobre o adulto que nunca teve um édem e muito menos um par de teta em sua infância, para sentir saudades?

Esperando uma resposta faz algum tempo...

Eduardo Medeiros disse...

gui,

essa eu deixo para o mestre responder...rss

Levi B. Santos disse...

Guiomar


SOBRE O PRIMEIRO DESAMPARO:

“O choro foi a primeira expressão, a primeira linguagem, nos primeiros minutos de nossa vida. Este seria o primeiro e impressionante retrato do nosso ser: músculos da face e da boca contraindo-se e se relaxando ante um forte sopro vindo dos pulmões a extrair das cordas vocais um estranho e fundo gemido. A nossa velha expressão de dor e desamparo nascera ali no mesmo leito daquela que nos abrigara por longos nove meses. Desamparo, pela expulsão violenta e bisonha, do “paraíso uterino”, onde tão felizes e bem acomodados estávamos.
(Trecho de uma postagem de fevereiro de 2009 no “Ensaiso & Prosas”)

Para ler o texto completo, vide link:
http://levibronze.blogspot.com/2009/02/de-volta-ao-paraiso-uterino.html

Já não é mais novidade, cara confrade, o que a psicologia pré-natal, vem conseguindo demonstrar. “Ela acompanha o desenvolvimento evolutivo e psico-afetivo-emocional do indivíduo antes do nascimento. Faros ocorridos nesse período recebem um registro mnésico, guardado somente no INCONSCIENTE, influenciando a personalidade pós-natal, conduta e comportamento. O feto já é possuidor de inteligência, sensibilidade e traços de personalidade própria e definida, vida afetiva e emocional vinculada à mãe com comunicação empática e fisiológica (Peixoto e Amorim, 2007)

O ambiente uterino é o primeiro universo que o ser humano conhece e onde se originam as primeiras percepções. Tudo que acontece nesse período é esquecido ao nascer, porém fica registrado no inconsciente.

Leia o artigo completo, sobre o TEMA, acessando um interessante trabalho científico da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra – Portugal. O link vai aí abaixo:

http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0157.pdf

Abraços, e boa leitura.

Levi B. Santos disse...

“Só não entendo porque ninguém fala sobre o adulto que nunca teve um éden e muito menos um par de teta em sua infância, para sentir saudades?”

Sobre a sua declaração acima, Guiomar, tenho um artigo científico muito bom, mas muito bom mesmo, para você se debruçar quando tiver com mais tempo (rsrs).

O link vai aí abaixo:


www.labsfac.ufsc.br/documentos/efeitosAbandonoDesenvolvimento.pdf


Abraços,

Eduardo Medeiros disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eduardo Medeiros disse...

levi e gui:

levi, o link que você indicou sobre o abandono está aparecendo quebrado no comentário.

depois de "/documentos" vem
/efeitosAbandonoDesenvolvimento.pdf

Levi B. Santos disse...

Notei que me esqueci de comentar sobre a metáfora do EDU: “de um útero materno saindo do útero universal”, que não deixa de ser um forma de expressar o “sentimento oceânico” de ser UNO com tudo e todos. (rsrs)

O psicanalista dos diretores de novelas e astros da Globo, Flávio Gikovate, em seu livro, “NÓS — OS HUMANOS”, fala de um modo solto e leve, sobre esse esse nobre sentimento. Diz ele:

“Nos últimos tempos de gestação, o cérebro já está formado, de modo que nosso primeiro registro corresponde a esse estado. O registro seguinte é o da dramática ruptura do humano ― o nosso BIG BANG —, em clara conexão com o NASCER. Nascer corresponde pois, à passagem de uma situação boa para uma “ruim”. É como se não tivéssemos nos conformado com o fato de termos sido expulsos do Paraíso, e, insistíssemos em voltar para lá. É como se desejássemos “desnascer”

Quando estamos buscando a fusão original com outras esferas das galáxias, estamos (sem querer querendo) aplacando ou atenuando a dor do primeiro desamparo.

Concluindo: é o sentimento de nos RELIGAR às nossas origens que impulsiona todo tipo de progresso científico e de auto-conhecimento.

Levi B. Santos disse...

Edu

Quando copio o link (que vc falou que estava incompleto) para colar no comentário do blog, ele sai automaticamente quebrado. Mas mesmo assim, ao copiar e colar na barra de endereços do meu comoputador, ele vai direto ao Trabalho científico.

O título do trabalho é:

"OS EFEITOS DO ABANDONO PARA O DESENVOLVIMENTO
PSICOLÓGICO DE BEBÊS E A MATERNAGEM COMO FATOR DE
PROTEÇÃO"

Responda-me se conseguiu acessar.

Abçs,

guiomar barba disse...

Levi, eu creio que o nosso espírito tem saudade de algo muito maior que do útero de onde saímos.

Do útero uns trazem saudades talvez, outros revolta, amargura, dor, apenas dor.

Vou chegar no site que você indicou.

Abraço.