21 junho 2014

Como Seria Uma Copa Gospel?





Já se tornou uma regra em nosso meio, dizer que Deus é brasileiro, afirmação essa corroborada pela ajuda que Ele tem dado a nossa Seleção 'Canarinho' que por cinco vezes foi campeã do mundo.

Ora, se Deus é um torcedor fanático do Brasil, por que não usar os recursos futebolísticos como estratégia para propaganda evangelística gospel?

Sabendo que o brasileiro adora ouvir uma transmissão de partida de futebol, por que não mudar a rotina enfadonha e insossa dos cultos de domingo à noite, e passar a executá-la com o sensacionalismo e a emoção dos locutores esportivos? A TV Record (é claro), caberia a exclusividade na transmissão dos jogos. Já pensou no golpe mortal que a TV Globo levaria?
Se a Record já conseguiu levar grande parte dos atores para sua emissora, com certeza a contratação do maior locutor esportivo da televisão seria ‘favas contadas’.
Transmitir um culto como quem transmite um jogo de futebol, é muito mais eletrizante, tendo a grande vantagem de não permitir que ninguém venha cochilar durante o duelo entre os meliantes de Belial e os meliantes dos exércitos da salvação.
O campeonato seria de pontos corridos, e creio que não faltariam times para se inscreverem na Confederação Brasileira Gospel de Esportes. Acho até que devido ao grande número de denominações evangélicas, o campeonato deveria ter uma série A (a principal), e uma chave B (de acesso).

Você caro(a) leitor(a),poderá experimentar agora mesmo, um novo e emocionante estilo de culto neo-pentecostal domingueiro.


Segure-se bem em sua poltrona, pegue seu saco de pipocas bem quentinhas e com reverência, clique no vídeo abaixo, para assistir a uma amostra desse deslumbrante e emblemático culto "futebolístico" narrado por um locutor esportivo "divinamente" inspirado:



Prosa por Levi B. Santos 

Guarabira, 07 de setembro de 2009

Título do Original: "Culto Gospel Narrado Por Locutor Esportivo"

Site da Imagem: http://copagospelfutebol.blogspot.com.br/2013_09_01_archive.htm

14 junho 2014

Não Me Deixaram Falar



Faltava ainda cerca de meia hora para a abertura da Copa. Esse espaço de tempo durou uma eternidade. Em sua cabeça fervilhavam as vozes da dúvida: “Faço ou não faço?. Falo ou não falo?”. Se permitissem, só queria  dizer apenas quatro palavras, e ponto. Lembrou-se de Nelson Rodrigues,  seu autor predileto que tanto gostava de citar em suas falas. A célebre frase do Nelson que dizia que “no Maracanã vaia-se até minuto de silêncio, aumentava mais a sua ansiedade.

Nesse ínterim, parecia ouvir uma voz a lhe dizer: “Tu não estás no Maracanã!  Estás no Itaquerão!  O Itaquerão é do povão corintiano. O Itaquerão é do povão grato pelo ‘bolsa família’! Portanto rompe o script, e fala! Eu porei em tua boca o que hás de dizer!”.

Mesmo sem ser católica praticante, lembrou-se instantaneamente do episódio bíblico da “tentação de Cristo pelo Diabo”. E, em pensamento,  retrucou imediatamente: “Pra trás de mim Satanás!”

Por alguns minutos passou a ver imagens. Viu o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, abrindo a Copa de quatro anos atrás em um discurso tão pequeno que não levou mais que três minutos. Tinha exatamente em mente, as simples palavras do maior representante daquele país Africano, que tem em Mandela, seu maior ícone: “Senhoras e senhores, nós, como país, aceitamos a honra de receber esse grande evento do mundo. A África está feliz. Essa Copa é da África. Declaro aberta a Copa!”

“Não, não! Não seria ela a primeira representante de um país a ser impedida de fazer a abertura da Copa. Vou falar. Não vou cair no conto de soltar pombinhas, no lugar do meu discurso”  ― dizia de si para si.

O Blatter, nesta hora, bate no ombro da presidenta e pergunta o que ela está balbuciando, quando faltavam apenas 15 minutos para o início do grandioso evento.  “Não é de sua conta. Não atrapalhe minhas meditações nesse difícil momento de abertura da Copa!”  ― respondeu a presidenta, com um ar de quem comeu e não gostou.

“Tem nada não. Já que me cassaram o discurso,  no primeiro gol que o Neymar fizer  eu vou pedir que as câmaras  me focalizem, para que a minha alegria de torcedora fanática seja transmitida em três D para o mundo todo. Não é possível que me vaiem, só por que estou comemorando um gol do meu querido Brasil” ― pensou a presidenta com  seus botões.

O endiabrado Neymar  faz o gol da virada, quando o Brasil perdia por 1X0. A torcida comemora em exaustão. A presidenta explode de alegria com os braços para o alto, e recebe desrespeitosas vaias.

Não se passou meio minuto, depois do gol, lá estava  Blatter, morto de vergonha, a consolar a sua amiga:

― Minha cara amiga, feche os ouvidos para essa elite que tem dinheiro de sobra para pagar ingressos caríssimos. Esse povo que está aqui lotando o estádio não é aquele que vai fazer você ser  re-eleita.  Os xingamentos não vêm do povão que você está a ajudar em sua gestão. Essa falta de compostura da elite que diz ser contra a corrupção em seu governo, está em evidente contradição, pois, ela mesma, não reclamou do gol roubado, quando da marcação de um pênalty inexistente pelo juiz (mui amigo) do Japão.

Foi nesse momento que o Todo-Poderoso da Fifa sussurrou de maneira carinhosa aos ouvidos da presidenta:

  “Esse penalty  foi um presente  a  maior colônia japonesa do mundo,  que reside aqui em São Paulo, minha estimada amiga. Anime-se!”

E não é que os dois, dessa vez, riram em secreto sem nenhuma vaia a incomodá-los.


 Por Levi B. Santos

 Guarabira, 14 de junho de 2014


05 junho 2014

Podemos Fazer o Diabo Quando é Hora de COPA

Estação da Luz Superlotada  (hoje)  – São Paulo


Por Lei, a revisão, aumento ou reajuste de salário do funcionalismo público, não podem ocorrer dentro dos 180 dias que antecedem as eleições.

Ante a notícia de que a Polícia Federal entraria em greve nos próximos dias, a presidenta Dilma correu às pressas para uma conversa com seu ministro da justiça, Eduardo Cardozo. A polícia Federal em greve seria o caos do caos, pois paralisaria o forte esquema de segurança nos aeroportos nacionais, e principalmente inibiria a possível nomeação de Cardozo para a vaga do ministro Joaquim Barbosa, que vai deixar o Supremo agora em junho. [Vide Link]

A única solução encontrada para o governo petista sair dessa saia justa foi a de burlar a legislação dando aumento de 16% aos Policiais Federais, à revelia do que o TSE decidiu.  De tudo isso, o que ficou demonstrado foi o poder de fogo da categoria profissional ― Polícia Federal. [Vide link]

Seguindo a regra infalível de que quem tem poder de pressão sobre o governo consegue o seu intento, os metroviários de São Paulo deram início a sua greve, em consonância com o ditado que diz: “Por onde passa um boi passa uma boiada”. “Se passou o aumento salarial dos policiais federais, por que não o nosso?” ― inquirirão os líderes das outras categorias.

O governo de São Paulo, nos últimos dias, evitando tocar no tema ― “aumento dos policiais federais” ―, fez seu “sapiente” julgamento: “a greve dos metroviários é abusiva e de natureza política”.  Deu a entender que estão aproveitando o momento da Copa, pela visibilidade que o evento proporciona. Em suma, o que o matreiro governador fez, foi sair pela tangente. [Vide Link].

O governo, que vaticinou que essa será a “Copa das Copas”, parece que não vai dar bolas para às leis vigentes. Se houver alguma contestação na justiça sobre aumentos salariais concedidos não haverá tempo hábil para uma discussão sobre o que é ou não burlar as leis em ano eleitoral, principalmente diante de um mega-evento como a Copa 2014, que será vista por três bilhões de pessoas no mundo.

 Parodiando a frase - “Eu não posso é perder esse emprego!” ― de Nico Bondade (personagem de Chico Anysio no programa humorístico “Chico City”) a presidenta a essas horas, está a dizer para si e para seus auxiliares mais diretos: “Olhem, Eu não posso é perder essa Copa!”

O sucesso da recente greve dos garis no Rio de Janeiro e a concessão de aumento de salários à P.F vai arder ainda mais a chama do “me dá o que é meu, senão a Copa vira um caos”.  Já pipocam pelo país a oito dias da Copa, movimentos grevistas em 12 categorias profissionais. [Vide link]

Não me surpreenderia, de forma alguma, se Dilma, para se ver livre das paralisações em massa em meio a Copa, decidisse antecipar para todo mundo, os aumentos de salários que seriam dados em 2015 ― ano em que já re-eleita, cobraria a farra com juros e dividendos, através de aumentos na energia, na gasolina, na taxa selic e impostos como, IR, IPI, IOF, COFINS entre outros.

Em março de 2013 ― num discurso que fez em João Pessoa (Pb) ―, a presidenta deixou escapar do seu inconsciente uma célebre e incômoda verdade. Disse: “Podemos fazer o diabo quando é hora de eleição”. Transportando o mesmo raciocínio político para a esfera do evento “Copa das Copas”, bem que a presidenta poderia dizer: “Podemos fazer o diabo quando é hora de COPA”.


Por Levi B. Santos
Guarabira, 05 de junho de 2014

 Site da Imagem: oglobo.globo.com