20 julho 2014

Dilma, Putin e Um Míssil Depois da Copa

Dilma e Putin Assinam Acordo. Três dias antes do abate do Avião Malaio (Foto; BAND/UOL)



Ainda no calor da Copa, pouco depois da reunião com Dilma em Fortaleza (sobre os BRICS), Putin quando voltava para Rússia “soube” que um dos misseis dos separatistas que recebem seu apoio tinham atingido uma aeronave da Malasya Airlines, com 298 passageiros a bordo, na maioria holandeses, sobre o espaço aéreo da Ucrânia.

A presidenta está vivendo realmente seu inferno astral.  Não bem acabou a Copa da Vergonha, as enquetes dão conta de que ela perdeu dois preciosos pontos percentuais nas intenções de votos e a taxa de descontentes com seu governo é a pior desde o inícío de seu mandato. Como que a refletir o placar da Alemanha contra o Brasil na Copa ― a inflação está em 7% e o crescimento em 1%. Para embaralhar mais o que já está complicado, a participação da azarada presidente na reunião dos BRICS em Fortaleza, sob o comando do todo poderoso Putin culminou com uma tragédia de repercussão política mundial: o Abate de um avião de passageiros na região em que seu grande amigo Putin está estimulando uma guerra civil. Segundo a imprensa, Vladimir Putin quer exportar a idéia de que a soberania nacional está acima da universalidade dos direitos humanos. Então vidas humanas metralhadas são coisas secundárias. Em primeiro lugar está a expansão dos domínios territoriais. “Sem nenhum obstáculo à sua frente, Putin deverá continuar subjugando as atividades civis como bem deu a entender em conversas aqui no Brasil”. E Dilma, com uma marionete, fica inerte, assistindo a sua popularidade baixar, com  seus olhos cheios de inveja  vendo a popularidade do seu grande amigo russo passar dos 80%. Não sei, mas ela deve andar sonhando muito, e não ver à hora da republiqueta de D. João VI se transformar em uma Cuba, Venezuela ou Bolívia para que seus índices atinjam picos nunca dantes alcançados.

Surgiu até uma recente piada para boi dormir, em que os adeptos da presidenta aventaram a hipótese absurda de que os mísseis dos separatistas pró-rússsia, desejavam no fundo derrubar o avião de Putin que estava na rota do que foi destruído. É que o horário dos dois aviões parecia estar muito próximos um do outro. Inventar historieta como essa, sem pé nem cabeça, para defender amigos do peito é no mínimo uma afronta as vítimas fatais do desastre (VIDE LINK: Dilma Diz Que Míssil Que  Abateu  Avião  da Malaysia Airlines Poderia Atingir Putin)

Momentos depois da tragédia como o Boeing 777 da Malasya Airlines por rebeldes separatistas pro- Rússia, Dilma abusou da bizarrice discursiva ao tentar defender o companheiro Vladimir Putin. Disse a presidenta que o governo brasileiro não se posicionará sobre a queda do avião malaio até que haja informações mais claras. (Vide LINK: Dilma Faz Discurso Insano Para Defender Putin no Caso da Derrubada de Avião Comercial na Ucrânia)


Em tempo:


 Na aeronave destruída não havia nenhum parente de políticos da base aliada do governo da república das bananas (Tá Explicado: Ahhhhhhh!!)

7 comentários:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Caro Levi,

Na entrevista dada há dois dias atrás, até que a presidenta foi sensata em sugerir "prudência" sobre a queda do avião na Ucrânia, não tomando partido declaradamente nem de um lado e nem de outro. Ou seja, ela não ficou contra a Rússia e nem aderiu à posição estúpida do Kremlin de que a Ucrânia possa ter tentado assassinar o Putin. Senao vejamos o que ela disse:

"Eu acho que é prudente a gente tomar cuidado [para apontar os responsáveis], porque ao mesmo tempo tem um segmento da imprensa dizendo que este avião foi derrubado porque estava na rota do avião do presidente [Vladimir] Putin e que a rota coincidiu na hora".

Estaria ela protegendo as relações que o Brasil tem hoje com a Rússia? De certo modo sim, mas, quando o Putin havia passado por Brasília antes de ir a Fortaleza, Dilma, sem entrar em detalhes, sem citar a anexação da Criméia pelos russos, defendeu uma solução pacífica para os conflitos no mundo:

"Nós consideramos que a escalada de conflitos em várias partes do planeta ameaça a estabilidade mundial e obriga as organizações multilaterais a serem cada vez mais eficientes"

Quanto a isto, Putin não fez qualquer comentário...

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Em tempo!

Vale lembrar que o Brics tem por objetivo cuidar das áreas de comércio e investimentos sem adentrar nas questões políticas de cada um dos membros. O Brasil continua sendo um país democrático.

Quanto à pontuação de Dilma nas pesquisas, sua queda se deve à grande quantidade de indecisos e de votos nulos, o que dá alguma esperança à oposição num provável segundo turno. Ou seja, as eleições não se definiram no começo de julho como aconteceu em campanhas anteriores para presidente. Vai ser uma campanha difícil para os dois lados e até Eduardo Campos tem alguma chance.

Levi B. Santos disse...

Rodrigo,

“O Homem de olhos de lince da Rússia quer os BRICS para sair da crise na produção e exportações de armas, o que tem aumentado as contradições com o imperialismo, e ainda enfrenta o aumento da desestabilização no Sul do País, principalmente, com o avanço da guerra civil que atingiu em cheio a Síria”.

Levi B. Santos disse...

EM TEMPO:

O estudioso de política internacional, Oliveiros Ferreira, perguntado sobre se a política externa russa pode ser entendida, de certa maneira, como uma continuidade das políticas seguidas durante a Guerra Fria.
Assim respondeu:

“É uma nova fase das relações de poder na Europa e no Oriente Médio que nada tem a ver com o período da Guerra Fria. O que assistimos, atualmente, é o Putin querendo firmar a Rússia como potência mundial”.

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Boa noite, Levi.

Mais do que o Brasil, a Rússia é uma país continental. Ou melhor dizendo, encontra-se situada em dois continentes: Europa e Ásia. E, se não tivesse vendido o Alasca para os Estados Unidos, teria ainda um pé na América do Norte. (rsrsrs)

Desde os tempos dos czares absolutistas que a política russa é expansionista e cheia de conflitos, quer seja com os demais europeus a oeste, com os muçulmanos ao sul e chineses a leste. E isto não mudou muito até o século XXI. Hoje então andam desafiando os interesses dos ursos polares ao norte com a perigosa exploração de petróleo no Ártico. O Greenpeace que o diga...

Mas é certo que, como bem foi colocado na citação feita acima, as relações de poder de agora "nada tem a ver com o período da Guerra Fria". Ou seja, não há mais uma ideologia socialista por trás do novo expansionismo russo. Na verdade, o governo de Moscou apela para sua força militar afim de buscar atalhos que possam proporcionar resultados nas jogadas comerciais evitando as difíceis negociações, os investimentos em tecnologia de ponta, etc. Tendo ainda um vasto arsenal nuclear, dentre outras armas, os russos preferem jogar sujo a ponto de violar os direitos humanos sabendo que estão livres de qualquer intervenção militar dos Estados Unidos, da OTAN ou das Nações Unidas.

Agora, quanto ao BRICS, veja aí essas notas bem interessantes que encontrei no informativo do César Maia, ex-prefeito do Rio:


O BANCO DOS BRICS!

(Blog de Mauricio David, Economista) 1. Em 1979 um grupo de intelectuais brasileiros que retornavam do exílio juntou-se em um projeto, liderado pelo sociólogo Luiz Gonzaga de Souza Lima, para criar a primeira instituição acadêmica brasileira voltada para o estudo das Relações Internacionais, então uma disciplina nascente na universidade brasileira. Surgia então o IRI-Instituto de Relações Internacionais, da PUC/RJ, do qual tive a honra de ser um dos fundadores ao lado do prof. Souza Lima e de uma plêiade de acadêmicos. Já naquela ocasião, era grande a pressão americana para que o Brasil assumisse parte das responsabilidades financeiras do Banco Mundial e do FMI, sob a alegação de que o Brasil já era um país "industrializado" (criou-se até uma terminologia nova - NICs, Newly Industrializing Countries).

2. O governo brasileiro - e principalmente o Itamaraty - se opuseram fortemente, alegando que seria um "ardil" dos países desenvolvidos. 35 anos depois, para alegria dos Estados Unidos, do Japão e da União Europeia, a "velha" proposição do início dos anos 80 vê a luz com a iniciativa do Banco dos BRICS e do Fundo complementar ao FMI, a ser assumido pelos países do Sul (entre os quais, o Brasil). Os americanos estarão muito contentes, pois é tudo o que vinham pedindo... No entanto, aqui do lado do Sul, há gente que solta foguetes, acreditando ingenuamente que se trata de uma iniciativa para romper a hegemonia dos países centrais. Precisamos estudar mais o que se passa no espaço geoeconômico e geopolítico globais, para não nos deixarmos iludir tão facilmente...”


Fonte: http://emkt.frontcrm.com.br/display.php?M=4458259&C=f55055c006c82ea2f27dbd46f2190801&S=9166&L=514&N=3484

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Agora uma pergunta que não quer calar e que faz lembrar os protestos que até bem pouco tempo ocorriam nas ruas das nossas cidades quanto ao Mundial já realizado, tendo em vista a demora nas obras e os protestos da população brasileira em 2013. Será que, se as relações da Europa e dos Estados Unidos com a Rússia ficarem cada vez mais azedas, vai ter Copa em 2018? (rsrsrs)

Levi B. Santos disse...

Na aeronave explodida por um míssil russo estavam:

192 holandeses – 1 deles também tinha nacionalidade americana
44 malaios – incluídos os 15 integrantes da tripulação e 2 bebês
27 australianos
12 indonésios – entre eles 1 bebê
10 britânicos – 1 deles com dupla nacionalidade sul-africana
4 alemães
4 belgas
3 filipinos
1 canadense
1 neozelandês

Coincidência(?): Na aeronave não estavam nenhum passageiro de países pertencentes ao BRIC.