Tem
o tempo livre rodeado de aparelhos
Um
mundo de informações e imagens a um simples toque
Está
sempre com pressa, pois o tempo vale ouro
Imagina
que está ganhando, mas deixa que está perdendo
Aquilo
que é essencial nas profundezas do seu ser:
Aquela
ausência sem preço que se denomina PAZ
A
existência moderna de a muito já expulsou.
Em
um constante alerta por obrigações pendentes
O
progresso tecnológico tomou-o e pariu insônias
Para
conciliar de noite, o seu sintético sono
Deglute
uma combinação de vários tipos de fármacos
Hoje
não sonha mais de modo tão natural
O
barbitúrico roubou-lhe o tempo da meditação.
Tempo
que foi tragado no efeito colateral.
Das
telas, enfeitiçado pela gula informacional
Lhe
engoliu o tempo livre que tinha pra conversar
Intoxicado
pelo excesso do cibernético desejo
Que
se apoderou de si de forma sutil e estranha.
Em
seu mundo entorpecido como uma estátua de sal
Hoje
é um abúlico de corpo com a alma enrijecida.
Tem
mãos atadas ao teclado e olhar na horizontal.
Insensível
e adaptado à tecnologia moderna
Segue
o homem insensível numa efêmera excitação
Tal
qual uma peste epidêmica que degrada a consciência
Não
permite nem um olhar para dentro de seu ser
Em
um lazer cronometrado, vivendo sem substrato
Nem
nota que uma folha verde produz o oxigênio
Com
mais sofisticação que um técnico artefato.
Descrito
por Platão, o homem em seus primórdios
Vivia
preso em correntes numa caverna de pedra
Com
a visão distorcida do mundo de lá de fora
Preferia
o reino de sombras e não a realidade
Hoje,
pensa que é feliz em seu mundo artificial
Dedilhando
sem parar de frente para uma tela
Vive
sem o calor humano, numa Caverna Digital.
Por
Levi B. Santos
Guarabira,
13 de outubro de 2016
Site
da Imagem: noticias.uol.com.br/saude
4 comentários:
Triste essa realidade atual, amigo. E felizes são os poucos que hoje conseguem viver num mundo tecnológico estabelecendo limites à própria compulsão e às "obrigações" que outros tentam nos impor pela eventual demora em lermos e respondermos os recados no WhatsApp. Até as chamadas telefônicas tornaram-se raras e agora a internet tornou-se o ambiente para as pessoas se comunicarem entre si, criando uma necessidade de a todo momento monitorar o recebimento de mensagens.
Mas se as coisas estão assim, há um motivo. S e alguém prefere se enviar na "caverna digital" ao invés de desfrutar da convivência com amigos, das belezas naturais, de uma atividade física, não seria porque está a procurar algo melhor? Problema é que as maravilhas do mundo digital são ilusórias e não tomamos consciência de seus colaterais efeitos.
Em tempo!
Tomei a liberdade de compartilhar o seu artigo no blogue do nosso grupo, isto é, da Confraria dos Pensadores Fora da Gaiola
Abraços.
Já observou, Rodrigo, que as praças da alimentação dos shoppings transformaram-se em verdadeiras cavernas digitais?
Os componentes das famílias modernas reunidas antes e depois das refeições não mais conversam entre si. Cada um ligado em seu smartfhone prefere viver no seu mundo virtual.O barulho de vozes já não mais existe. (rsrs)
Sem que percebêssemos caímos numa caverna triste e escura. Neste caso, somente o Evangelho pode trazer a esperança de um amanhecer longe das paredes mofadas de nossa existência pateticamente digital.
Postar um comentário