No
domingo eu escapulia
Para
o campo da engenhoca
No
quintal de tia Anás
Futebol
eu assistia.
Bem
atrás de uma trave
Sobre
a faxina escondido,
Eu
aplaudia as jogadas
Do
meu time preferido.
Cada
gol era uma festa
A
orquestra respondia.
Puxando
um frevo alegre
Numa
bela sinfonia.
Depois
do primeiro tempo
No
campo podiam entrar.
Pela
frente do estádio
Eu
entrava sem pagar.
Juntava umas três moedas
Para
comprar as doçuras
Que
vendiam na torcida,
Uma
verdadeira loucura.
Vendiam
amendoim
Laranja
Pêra e sorvete
Pirulito
e Alfinim
E
palitos de rolete.
Geladinhas
de refresco
Afora
as tapiocas
Tinha
doce americano
E
pacotes de pipocas.
Iguarias
iguais aquelas
Nunca
pensei em provar.
Para
falar a verdade
Nem
em festas no meu lar.
Meu
clube era o Tabajaras,
De
grandes craques da bola:
Cereba
e Lula Teixeira
Não
me saem da cachola.
Você
veja que loucura
Eu
em cima de uma faxina,
Assistindo
um partidaço
Com
o Treze de Campina.
O Tabajaras em casa
Não
perdia uma vezinha,
Mesmo
ele jogando ruim
O
juiz dava uma mãozinha.
..Os
jogadores d’outro time,
Gritavam:
“juiz ladrão!”
Para
nós na passeata
Em
cima de um caminhão.
Passando
por minha casa
Em
caminho obrigatório,
Mamãe
se desesperava
Gritando
um palavrório.
Sai
de cima desse carro
Uma
surra tu vais ter.
E
eu pulando pels grades
Ía
então me esconder.
Dizia
então minha mãe
Numa
tristeza medonha:
Tu
és crente, vagabundo,
Tá
me fazendo vergonha.
Por
Levi B. Santos