...........................A mesma estação nos idos de 1930
..........................Marcas que o tempo imprimiu.
..........................Cenas tão vivas da infância,
..........................Riqueza que um dia existiu.
..........................Mas que conserva a fragrância,
..........................Do
que viu, e o que ouviu.
..........................Ouvia o apitar do trem,
..........................Deitado, de madrugada.
..........................Da
locomotiva o barulho,
..........................Dando início a jornada.
..........................Na
distante Capital,
..........................Parentes esperam a chegada.
..........................Andar de trem nessa época,
..........................Deixava a mil os corações.
..........................Sentar nos bancos macios,
..........................Olhar por seus janelões,
..........................A
paisagem em movimento,
..........................Como um filme nos telões.
...........................Em cada estação era uma festa
...........................Quando o trem então parava.
...........................A
meninada alvoroçada,
...........................Pelos vagões passeava.
...........................Comendo fruta e cocada
...........................Que os pais então compravam.
............................Café com pão, bolacha não,
............................Lá ia o trem a cantar.
............................Mas não doía aos ouvidos,
............................Esse seu estribilhar.
............................E a gente então cochilava
............................No seu ritmo a balançar.
............................Do dia, ao entardecer,
............................No calçadão da estação,
............................Meninos, moços e velhos,
............................Com o coração nas mãos,
............................Aguardavam o velho trem,
............................Com os pais e seus irmãos.
............................Freando forte nos trilhos,
............................Eu ouvia o trem a chiar.
............................Muita gente em alvoroço,
............................E eu na janela a espiar,
............................Beijos, risos e abraços,
.............................Dos que estavam a esperar.
............................Hoje, aos sessenta anos,
............................Resolvi dar uma olhada,
............................Na velha estação de trem.
............................Fiz nostálgica caminhada,
............................Por onde passavam as linhas,
............................Numa rua, sepultadas.
............................Consegui conter as lágrimas,
............................Ao ver tudo abandonado.
............................As paredes ainda de pé,
............................Com mesmo tom amarelado,
............................E lá em cima, no cume,
............................O nome da terra estampado.
.............................Versos por: Levi B. Santos
..............................Guarabira, 25 de Março de 2008
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2 comentários:
Caro Sr.Levi Bronzeado, bom dia.
Cheguei aqui em seu Blog fazendo uma pesquisa sobre o "Trem de Alagoa Grande". Estou postando um link para essa publicação no Facebook, no intuito (na esperança) de sensibilizar aqueles filhos de Alagoa Grande que ainda acreditam que é possível a recuperação da Estação Ferroviária de nossa cidade, não apenas para preservar aquele precioso patrimônio histórico, como para transformar essa edificação num atrativo turístico sustentável, capaz de gerar ocupação e renda para pessoas da cidade.
Faço parte de um pequeno grupo de pessoas que tenta, há alguns anos, estruturar um trabalho de apoio a ações de desenvolvimento local sustentável.
Se quiser conhecer outras iniciativas, basta acessar nossa página no Facebook.
https://www.facebook.com/ArticulaoesSociaisAG
Att.,
Nazareno Felix
Que Belo poema. No meu livro Nos Trilhos da Memória - pare, olhe, escute, eu publiquei o poema O Trem, dedicado à memória de meu pai. Ferroviário João Maria de Araújo, que começou sua trajetória em Guarabira nos anos 40.
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