27 março 2009

A CHATICE DAS CONVENÇÕES




Os congressos e CONVENÇÕES,
..Com a melhor das INTENÇÕES
....Deixam os nervos em TENSÕES;
........Deixam a mil, .os ..CORAÇÕES,
..........Ao mostrar mais .INVENÇÕES,
..........,....Tal qual insossas REFEIÇÕES
....................Fornecidas ..nas ..PENSÕES.




....Tudo é coisa muito CHATA,
.......Que irrita a gente PACATA,
..........E que por educação ACATA
.............A discussão - INSENSATA.
................Recebe então uma - LATA,
...................Que tem por dentro a NATA,
......................Se comer, ela o MALTRATA.




..........Acabada a BRINCADEIRA,
.............Após muita FALADEIRA,
..................Ele enrola a BANDEIRA.
...................Levantando da CADEIRA,
.....................Se espreguiça de CANSEIRA,
........................Sai sentindo uma ZONZEIRA
............................De escutar tanta BESTEIRA.



Prosa por Levi B. Santos
Guarabira, 27 de março de 2009





24 março 2009

A BÍBLIA DE JUDAS ISCARIOTES






Todo mundo conhece de cor e salteado a história de Judas Iscariotes ─ personagem marcante, que fazia parte do grupo seleto dos doze que Cristo escolhera para o seu ministério aqui na terra. Judas estava no meio dos discípulos, mas o seu projeto visava mais o reino daqui de baixo, cujo deus se chama “Mamon”. Foi ele o articulador do mais audacioso plano religioso-comercial daquela época ─ o da venda de Cristo por trinta valiosas moedas de prata”.


Jesus escolheu Judas, para ser o contraponto da mensagem de um Reino que não era desse mundo, justamente por saber que o seu futuro traidor, era por demais, ligado a área monetária, e porque não dizer: a área do enriquecimento ilícito. Judas, o discípulo da prosperidade terrena, deve ter considerado Simão Pedro um otário ou imbecil, pois, realizara a tolice de deixar a sua empresa de pesca para seguir o Mestre dos mestres.


Judas, ao vender o seu Mestre, naturalmente deve ter imaginado: “Puxa, fiz um grande negócio ao trocar Jesus por estas trinta moedas. Ele não é bobo, quando estiver às vésperas da condenação, como Filho de Deus, fará o maior milagre de todos os tempos: fulminará todos os seus algozes instantaneamente ─ e assim, eu terei unido o útil ao agradável ─ além de rico, participarei como mentor maior de um futuro reino, em Jerusalém”.


Raffaele Mertes, diretor do filme lançado em 1999, sobre a história do traidor, mostra um Judas frustrado e visivelmente abalado, ao constatar que Jesus, em seus últimos momentos de vida, não usara os seus poderes Divinos para libertar-se dos seus algozes. Judas ao ver seu sonho terreno cair por terra, desesperançado, toma a decisão trágica de se enforcar.


Hoje, num momento conturbado de nossa história, alguns discípulos interesseiros estão resgatando a mensagem e o projeto de Judas, ao expor nas prateleiras das livrarias gospel do nosso país, bíblias de preços exorbitantes, com títulos reluzentes, como algodão-doce-colorido que faz a festa da criançada, para enganar as incautas ovelhas que não examinam as Escrituras Sagradas. Estão usando o mesmo método de Judas: vendendo o produto “cristo”, para engordar os seus paraísos terrenos.


Comentários, que são verdadeiros atos de profanação, estão sendo acrescentados nos rodapés das páginas do Livro Sagrado, com o mesmo propósito espúrio de que foi movido Judas: fazer de Cristo um produto para uso e abuso dos marajás de um reino terreno e fugaz.


Essa bíblia de cunho financeiro, que muito bem poderia ser denominada “Bíblia de Judas Iscariotes”, tem elementos e caracteres básicos para ser diferenciada das demais. Senão vejamos:



............Ela não estimula pregar a Palavra, e sim vendê-La.


Ela não estimula a ser mais crente, e sim a ter mais crentes.


Ela não estimula a ser mais prudente, e sim mais astuto.


Ela não estimula o crescimento interior, e sim o exterior.


Ela não estimula a pacificação, e sim a competição.


Ela não preconiza o sofrer por amor da justiça, e sim a gozar com o fruto da injustiça.


Ela não preconiza a transparência, e sim a aparência.


Ela não oferece jugo suave, e sim juros pesados.


Ela não promete aflição, e sim comissão.


.......


É preciso que fiquemos de prontidão, pois, o anticristo sutil que deturpa a Palavra para fins mundanos, já está entre nós, como foi predito lá em I João 4 , 3: “[...] Este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e agora já está no mundo”.




Ensaio por Levi B. Santos
Guarabira, 24 de março de 2009

17 março 2009

O PODER SEDUTOR DA MÍDIA GOSPEL



Desde os anos sessenta, os EUA, como capital mundial das celebridades e como pátria da fabricação de imagens em quantidade e velocidade nunca vista, vêm exportando para nosso país o movimento gospel neo-pentencostal. Esse tipo de manifestação tomou um impulso extraordinário nos últimos dias, tanto lá como aqui, nas terras de D. João VI, encontrou terreno fértil para propagar as suas ideias, e, como uma epidemia incontrolável, vem se alastrando, contaminando os não vacinados, com o vírus maléfico da sedução, que transformou o símbolo da cruz, em passaporte para o “reino interno”.


Essa indústria de entretenimento religioso tem anestesiado as massas, e sobre elas, tem causado um impacto assustador. O seu objetivo (está claro), não é de pregar e ensinar as verdades existentes na mensagem de Cristo, e sim, o de fazer unicamente a propaganda da fé.


Os programas empacotados trazidos dos EUA empanturram e saturam as almas que procuram apoio espiritual para suas agruras. Nunca se viu tantas celebridades e estrelas gospel, subindo e descendo dos palcos dos templos, para dar o seu recado mercadológico de diversão, conforto, e conveniência ou prazer, que mais parecem emanações fantasmagóricas.


Eu me pergunto: Como é que tantos, passam horas e horas escutando mentiras, promessas de prazeres rasteiros num grau sem precedentes?


Ah! Como esses líderes midiáticos sabem tão bem amarrar as suas vítimas nas engrenagens mortais de suas máquinas. Será que a única coisa que consola o sofrimento desse povo, é a diversão? Na mídia gospel se sabe que o entretenimento forma hábitos. Na busca de excitação, as pessoas podem tolamente imaginar que a posse de objetos, as tornarão mais felizes. E o que fazem: deixam de ver o único caminho possível para a salvação ─ a devoção cristã.


Lembro-me agora, do que li sobre o famoso cantor e compositor Americano, Bruce Springsteen. Acostumado a fazer shows para centenas de milhares de pessoas, ele sempre falava esse refrão gospel diante da multidão em delírio: “Não posso lhe prometer a vida eterna, mas posso lhe prometer a vida bem AGORA”. Eis aí, a nobre promessa da mídia gospel. Quando Bruce, através de seu ministério do “rock’n’roll”, gritava para uma imensa platéia enlouquecida, os seus fãs respondiam com um trovão de vozes, retribuindo-o no mesmo espírito. O vínculo do fã com a estrela gospel é o mesmo do torcedor fanático com o seu time.


Eu me pergunto: Por que eles nomeiam de “poder divino” ou “avivamento do alto”, esses excessos de sentimentos que raiam à beira da loucura? Por que não ser fã de um ídolo gospel, hoje, é o mesmo que nadar contra a maré? Maré essa, constituída por congressos e reuniões onde se debatem os últimos sermões e obras das celebridades importadas, todos usando devidamente suas estrelas no peito, como marcadores de distinção.


Eu me pergunto: Onde está o senso crítico dessa gente? Como é que se deixa ser levada por essa espúria “facticidade sacrossanta”? Como é que eles se realizam, absorvendo os produtos de ilusão dessa fábrica de manufaturas “inspirituais”? Como se deixam ser subjugados pela lengalenga vazia dos pesadelos gospel? Como se deixam passivamente ser sugados pelos “vampiros de almas” que assolam as igrejas de nosso país?


Uma constatação triste assoma a minha mente nesse instante: Os discursos gospel com seus estilos sanguinário, explosivo e dilacerador têm, indubitavelmente, um poder de atração fora do comum para entorpecer as massas. Não foi à toa, que os filmes “Duro de matar 1, 2, 3 e 4; Máquina mortífera 1, 2, 3 e 4”, tiveram um sucesso imenso de bilheteria em todo o mundo.
Diante de tudo isso, como então admitir que os “Rambos” da mídia gospel, possam um dia, arrefecer o seu poder de sedução sobre as multidões, para que enfim, Cristo apareça?



Ensaio por Levi B. Santos
Guarabira, l7 de março de 2009

13 março 2009

A MULTIFACE DE DEUS




A inapreensível e inconquistável apresentação do Deus dos Judeus, nas suas múltiplas formas de revelação, incíta-nos a repensar o nosso “discurso”. A cada apreensão que fazemos, conhecemos umas de suas “faces”, sem chegarmos nunca a entender as inúmeras outras faces desse Deus.


Como um paradoxo de linguagem, o lado obscuro de Deus, às vezes denominamos de “diabólico”, como diabólico é tudo que foge a pequenez do nosso mundo de saberes, a que rotulamos de “princípios”. Então, na busca de preencher o vazio do Sagrado, exterioriza-se em nós a “resistência”, que sob uma forma emocionalmente agressiva, nos faz extrair pérolas como esta: “É diabólico porque foge aos nossos princípios”. E, em defesa destes princípios ficamos presos a nossa “parentela”. Deixamos de caminhar, de conhecer outras paragens, outros rostos, outras faces de um Deus que é movimento e recriação.


Para conhecermos mais este Deus, precisamos sair do fosso que construímos com muros tão indevassáveis, como é a nossa resistência ao que é novo, ao que é diferente. Tenhamos a coragem de Abraão que, contra tudo e contra todos, resolveu romper com o seu pequeno mundo e abrir-se para o desconhecido, preferindo o nomadismo de um Deus de “passagem” (palavra que está na raiz do nome Judeu), a ficar entranhado no aconchego do Lar, de horizontes tão curtos. Abraão não recusou, como não considerou “diabólico”, conhecer um Deus fora dos seus domínios.


O que devem ter imaginado alguns amigos do patriarca, vendo-o partir repentinamente rumo a um mundo desconhecido, em busca de um Deus revelado só a si. Naturalmente, devem ter cogitado o que qualquer um de nós, em tais circunstâncias, pensaria, se tivéssemos que nos defrontar com uma pessoa íntima, fugindo do nosso convívio sem nenhuma explicação. Racionalizaríamos tratar-se de um caso de “loucura” ou “coisa do diabo.”


É, às vezes não compreendemos atitudes aparentemente estranhas, tomadas pelo nosso próximo. E por não entendermos a razão de suas súbitas decisões, acabamos denominando de “diabólico”, uma das múltiplas faces de Deus.


Ao refletir sobre a odisséia de Abraão, talvez, no nosso imaginário, possamos vislumbrá-lo partindo para o desconhecido. Lágrimas para todos os cantos, e certos amigos, esperando ele desaparecer no horizonte, para sussurrarem de ouvido a ouvido, como se Deus não pudesse ouvir: “Isto só pode ser coisa do diabo!”.



Ensaio por Levi B. Santos
Guarabira, 13 de março de 2009

11 março 2009

QUE CRISTIANISMO É ESSE, MEU IRMÃO!!!




O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que, no tempo da igreja primitiva se entregou ao Imperador Constantino em troca de cargos e isenção de impostos -, costume esse, que felizmente para uns e infelizmente para outros, ainda hoje reina?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que, no tempo do imperador Justiniano fomentou perseguições, revoltas e guerras por causa do culto às imagens de esculturas, ─ que ainda hoje, alguns praticam para gáudio de seus próprios “egos”?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que, para cristianizar e escravizar os povos do Ocidente fez do Rei Carlos Magno, seu chefe espiritual ─, cujo ideário ainda se mantém intacto na esdrúxula politicagem atual?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que introduziu as Cruzadas, para em duzentos anos de guerra, praticar roubos e crimes em nome de Deus ─, semelhante a nossa história de D. João VI para cá?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que promovia execuções públicas para concretizar sua intenção de intimidar o povo no tempo das grandes inquisições ─, que de forma escamoteada ainda predomina entre nós?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que fez do judeu convertido Tomás de Torquemada um sanguinário implacável, o qual em defesa da fé jogou dez mil à fogueira. ─ Fogueira essa, hoje, representada pelo submundo dos desvalidos e marginalizados do nosso imenso país?

O que o Cristo tem a ver com esse cristianismo que prendeu e torturou Galileu, só porque ele afirmou, com comprovação científica, que o sol e não a terra, era o centro do nosso sistema planetário ─ fato que ainda hoje faz da ciência a maior inimiga da religião?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo, que no Brasil, a troco de civilização, escravizou os nossos antepassados com um espúrio catecismo imposto a ferro e fogo, e que hoje, com um outro nome (doutrina) ─, faz o mesmo papel?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que reconstruiu os muros da intolerância entre as nações ─, e continua até hoje, através dos massacres ideológicos dos paises de primeiro mundo, contra os de segundo e terceiro mundos?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que restaurou o véu do templo, para ali, tentar falar com Deus sem a intermediação do seu Filho ─, como fazem algumas seitas que não quero revelar os nomes?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que faz propaganda enganosa de curas, diariamente, com horário pré-estabelecido nas emissoras de televisão?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que estimula e exalta os instintos arcaicos dos indivíduos, levando-os, por fim, a uma histeria coletiva grotesca ─, que muitos acreditam ser o mesmo poder que desceu sobre os que estavam reunidos em Jesusalém no dia de Pentecostes ─ acontecimento registrado no livro de Atos dos apóstolos?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que reedita a Sua crucificação ─ ao substituí-Lo por amuletos e réplicas desrespeitosas dos símbolos judaicos, numa heresia nunca vista nos últimos tempos?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que leva multidões de incautos, sem sabedoria, a se reunirem para sessões de quebra de maldições em praça pública ─, invalidando o sacrifício d’Aquele que se fez maldição por nós?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que deturpa o sentido dos versículos bíblicos ─, ao afirmar que, se o crente não possui tudo o que o vil deus Mamon oferece, é porque está em pecado?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que faz da Bíblia o livro mais vendido no mundo ─, para simplesmente ser carregada por muitos, em procissões, como imagem de escultura?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que prega e “emprega” ─, mas evita ao máximo, que as almas se disponham a comprovar através do estudo, se o que se alardeia é correto ─ como fizeram os de Beréia?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo que divide os crentes em duas classes ─ os de primeira classe são os que têm o dom de glossolalia, e os de segunda classe são aqueles comedidos que só falam o seu idioma pátrio?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo, que de forma engenhosa e sutil, continua nos nossos dias iludindo a muitos ─ com seu discurso hedonista, recheado de atraentes guloseimas que empanturram o corpo e enfraquecem o espírito?

O que Cristo tem a ver com esse cristianismo de pífios espetáculos e práticas escandalosas, cujos líderes promovem disputas engalfinhadas para se apoderar do farto comércio do “butim gospel”?


NA REALIDADE, MEU IRMÃO, CRISTO NÃO TEM NADA A VER COM ESSE SIMULACRO DE CRISTIANISMO, QUE VEM SENDO DIFUNDIDO DESDE OS TEMPOS MAIS REMOTOS ─ PELOS QUATRO CANTOS DA TERRA.



Ensaio por: Levi B. Santos
Guarabira, 11 de março de 2009





06 março 2009

DEZ REGRAS PRÁTICAS DO "AVIVAMENTO GOSPEL"


1.Ficar sempre atento à programação midiática gospel dos meios de comunicação, a fim de não faltar aos shows e congressos de avivamentos “inspirituais” programados em seu Estado. Se possível freqüente essas seções diariamente. Quanto ao estudo da Palavra, basta apenas aquela horinha na escola bíblica dominical.

2.Não quebre a cabeça com estudos bíblicos demasiados longos, principalmente àqueles que exigem uma infinidade de obras para consultar, como livros de História, de Geografia, de Filosofia Cristã, de Teologia e outras “gias”, além de enciclopédias e dicionários. Nas livrarias gospel você já encontra tudo mastigadinho para o seu crescimento espiritual, sem necessidade de forçar a mente. Lá você pode adquirir pacotes de “pague 3 e leve 4”.

3.Se tiver que decidir entre um “show de avivamento” e uma reunião de estudo bíblico, não vacile escolha o primeiro. Afinal, a nossa vida aqui é tão curta, e esse negócio de estudo pode prejudicar a saúde mental, principalmente daqueles que já ultrapassaram os 45 anos.. Veja e compare: aqueles que saem dos retetés de avivamento apresentam-se alegres e de faces radiantes, enquanto aqueles que saem do estudo das Escrituras Sagradas apresentam-se cabisbaixos, apáticos e com cenhos franzidos, como se tivessem acabado de assistir a uma sessão de tortura.

4.Nos grandes congressos e festas gospel use ao máximo, o som esfuziante das bandas de forró, axé e frevo. Não deixe a multidão “paradona”. Incentive as palmas, os gritos dos bordões evangeliquês, os pula-pulas, os cai-cai, etc.

5.Se você é o preletor oficial, nunca deixe de suar a camisa, e se possível o paletó. Nunca deixe de imprimir aquele vozeirão dramático e tonitruante. Se a platéia se mostrar fria, exerça os seus dons teatrais, como pulos, cambalhotas, sapateados e lançamentos de bíblias ou lenços, que você tão bem ensaiou.

6.Não deixe de comprar em nossas livrarias, os famosos livros de marketing sobre pregações para multidões, como os recentemente publicados: “Como Inflamar as Multidões” ─ de Flamarion Nazareno; e o best-seller: "Cem Conselhos para Incendiar as Igrejas"─ de Pinto Sette e Caio Botafogo.

7.Os organizadores dos shows de avivamento gospel, não podem em hipótese alguma, reservar muito tempo para a exposição da Palavra de Deus. Os sermões longos causam enfado e deixam as multidões sonolentas.

8. É patente e notório que, se você quiser ganhar um maior número de almas para seu rebanho, deverá pregar mais sobre Apocalipse, enfatizando com cores fortes, o terror do fim do mundo e do inferno. As pessoas temem muito o castigo final, e consequentemente, vão procurar ligeirinho, uma igreja para se congregar.

9. Não esqueça o que preconiza o marketing da “Hora do Apelo”. O mesmo deve ser executado com muito esmero. Intensa e solene dramatização, ao som de “corinhos” e de uma suave e crescente pressão dos auxiliares junto ao assustado pecador, para que “livremente”, ele se dirija ao púlpito, a fim de ser contabilizado para a honra e glória do pregador.

10.Após o término dos shows, todos deverão procurar as nossas barracas de cds, vídeos, camisetas, revistas, sandálias, toalhas, pratos, chaveiros, bolsas e bonés com versículos bíblicos e emblemas judaico-cristãos, a fim de adquirir um ou mais objetos para se guardar como recordação. OBSERVAÇÃO: levem sempre algum dinheiro na carteira, pois não aceitamos cheques ou cartões de crédito.



Por: Levi B. Santos
Guarabira,06 de março de 2009

03 março 2009

DEZ CONSELHOS DOS LEGALISTAS SOBRE "ÉTICA CRISTÃ"



1 . Muito embora Jesus tenha denominado o Rei Herodes de “raposa” ─, não convém ao crente assim proceder. Devemos dispensar o melhor tratamento às autoridades, mesmo que elas tenham, às vezes, condutas irregulares e hipócritas. Está escrito: “Toda autoridade provém de Deus”.


2 . Muito embora Jesus tenha cognominado de “sepulcros caiados”, os homens da Lei que estavam sentados na cadeira de Moisés ─, não é conveniente ao cristão assim o fazer. A boa ética manda que o crente tenha sabedoria e controle emocional, a fim de que não caia na tentação de detratar as pessoas.


3 . Muito embora Jesus não tenha encontrado onde repousar a cabeça ─, não é conveniente ao crente está falando mal das autoridades religiosas que enriqueceram graças aos seus extraordinários dons. As mansões, os carrões, as chácaras e o mar de riquezas que essas autoridades possuem, foram frutos do seu honesto trabalho. Está escrito: “Todo obreiro é digno do seu salário”.


4. Muito embora Jesus em sua missão tenha ido buscar pessoas para serem discipuladas, “extra-muros” do Templo ─, não é de boa norma, o crente organizar grupos para o ensino da palavra por aí afora. O Templo é o único local adequado para esse fim. Está escrito: “Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor”.


5 . Muito embora Jesus tenha entrado no templo, armado de chicote para expulsar os poderosos que faziam da Casa de Deus uma “bolsa de valores” ─ não é conveniente ao crente de forma desastrada, assim se comportar. Está escrito: “Não é por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor”.


6 . Muito embora Jesus tenha reprovado os religiosos de sua época, por adorarem os primeiros lugares no templo ─, não é ético para o cristão assim proceder. Em todas as igrejas, é de praxe, que os primeiros assentos sejam destinados às autoridades eclesiásticas. Está escrito: “A quem honra, honra”.


7 . Muito embora Jesus não tenha tomado uma atitude enérgica, quando os discípulos seus, invadiram um roçado de milho alheio, para saciar a fome num dia consagrado ao descanso ─, não convém ao crente assim proceder. Mesmo estando faminto, não ouse tirar nada de alguém, sem plena autorização. Está escrito: “Pedi e dar-se-vos-á”. Portanto, basta dobrar os seus joelhos e orar.


8 . Muito embora Jesus não tenha respondido a pergunta de Pilatos, sobre “o que era a verdade” ─, não convém ao crente, deselegantemente, silenciar diante da pergunta feita por uma autoridade. Peça a Deus sabedoria e Ele porá a palavra certa em sua boca. Está escrito: “Se estes se calarem, até as pedras clamarão”.


9 . Muito embora Jesus tenha dito de forma pública, que os escribas e fariseus, apesar de serem dizimistas, negligenciavam o mais importante, como a justiça, a misericórdia e a fé ─, é atitude reprovável e contrária à ética, o cristão expor aos quatro cantos do mundo uma simples falta (perdoável) dos seus superiores, ainda mais, se eles estiverem sentados na cadeira de Moisés. Está escrito: “E o oferecerá com a oferta sobre o altar, e assim o sacerdote fará expiação por ele, e será limpo”.


10. Muito embora Jesus tenha se posicionado contra os fariseus que enfrentavam todo tipo de obstáculos para ganhar almas, ocasião em que os denominou de duas vezes filhos do inferno ─, não é de bom alvitre o crente tomar tão irredutível atitude. Está escrito: “Mas que importa? Contanto que Cristo de qualquer modo, seja anunciado, ou por pretexto, ou por verdade... .” (Filipenses 1: 18).



CONCLUSÃO: Por esse manual legalista de "ética cristã", que todo cristão autêntico deve repudiar, Jesus teria sido reprovado com nota zero. Mas, não custa nada perguntar:

Se Cristo viesse hoje com aquele verdadeiro e contudente discurso do capítulo 23 de Mateus, seria ou não seria, rotulado de “ANTI-ÉTICO”, pelos donos do poder eclesiástico?


Ensaio por Levi B. Santos
Guarabira, 03 de março de 2009