Que paradoxo! Cristo veio trazer a Paz, e o povo escolheu esse “frenesi” caótico do TER, que se prolonga por todo o mês de dezembro, culminando com o rega-bofe do dia magno da cristandade. As Boas Novas de paz para os homens, nessa época, vem sendo substituída por um espetáculo consumista e hedonista, que por instantes, encantam os olhos e entorpecem os corações.
É nos dias que antecedem a esta festa, que a tranqüilidade vai às favas. As ruas são transformadas em um caldeirão fervente de balbúrdia e correrias sem sentido. As nossas cidades, nessa época, não diferem muito da atual Belém da Judéia, cujas ruas e vielas ficam tomadas por um formigueiro de gente de todas as nacionalidades, que ali vai adorar, mais ao deus “Mamon” que ao Deus Cristão.
A epopéia do casal Maria e José ─ os excluídos da sociedade judaica que não tiveram direito a uma estalagem para abrigar o seu filho Jesus que estava prestes a nascer, hoje, são simbolizados por aqueles que nesse Natal estão longe das mesas repletas de guloseimas e vinhos; são representados por aqueles que estão bem distantes do burburinho da cidade engalanada e repleta de efêmeros atrativos. O drama dos pais de Jesus que não foram acolhidos pela sociedade daquela época, se repete diariamente na pele dos excluídos de nossa sociedade.
O vídeo que segue abaixo aponta para aquilo que muitas vezes nos recusamos a ver. Ele obriga-nos a confrontar nossas próprias mazelas, nossa miséria social e afetiva, nossa hipocrisia em relação aos excluídos e marginalizados. O conteúdo da gravação contradiz a nossa religiosidade e vinculação com o transcendente que, em analogia ao nosso Hino Nacional, “está entorpecida e deitada eternamente em berço esplêndido”. Eles, os excluídos, tão somente nos revelam grandes verdades que o espelho distorcido e deformado de nossas consciências teima em não querer enxergar.
Ao assistir a este vídeo, veio imediatamente a minha mente as palavras de Cristo: “...tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; fui desprezado e não me recolhestes; estive nu e não me vestistes; estive enfermo e preso e não me visitastes.”
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Por Levi B. Santos
Guarabira, 20 de dezembro de 2009
É nos dias que antecedem a esta festa, que a tranqüilidade vai às favas. As ruas são transformadas em um caldeirão fervente de balbúrdia e correrias sem sentido. As nossas cidades, nessa época, não diferem muito da atual Belém da Judéia, cujas ruas e vielas ficam tomadas por um formigueiro de gente de todas as nacionalidades, que ali vai adorar, mais ao deus “Mamon” que ao Deus Cristão.
A epopéia do casal Maria e José ─ os excluídos da sociedade judaica que não tiveram direito a uma estalagem para abrigar o seu filho Jesus que estava prestes a nascer, hoje, são simbolizados por aqueles que nesse Natal estão longe das mesas repletas de guloseimas e vinhos; são representados por aqueles que estão bem distantes do burburinho da cidade engalanada e repleta de efêmeros atrativos. O drama dos pais de Jesus que não foram acolhidos pela sociedade daquela época, se repete diariamente na pele dos excluídos de nossa sociedade.
O vídeo que segue abaixo aponta para aquilo que muitas vezes nos recusamos a ver. Ele obriga-nos a confrontar nossas próprias mazelas, nossa miséria social e afetiva, nossa hipocrisia em relação aos excluídos e marginalizados. O conteúdo da gravação contradiz a nossa religiosidade e vinculação com o transcendente que, em analogia ao nosso Hino Nacional, “está entorpecida e deitada eternamente em berço esplêndido”. Eles, os excluídos, tão somente nos revelam grandes verdades que o espelho distorcido e deformado de nossas consciências teima em não querer enxergar.
Ao assistir a este vídeo, veio imediatamente a minha mente as palavras de Cristo: “...tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; fui desprezado e não me recolhestes; estive nu e não me vestistes; estive enfermo e preso e não me visitastes.”
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Por Levi B. Santos
Guarabira, 20 de dezembro de 2009
11 comentários:
Levi, você mais do que qualquer um de nós, já deve ter visto muita coisa nessa vida.( não estou lhe chamando de velho, apenas experiente rsss)
Seu texto, juntamente com este vídeo, me fazem re-pensar, como vemos o natal.
Eu particularmente não comemoro esta data, pois como esses EXCLUÍDOS citados no vídeo, eu também cresci assim. Mas contrariando as estatísticas, eu não me tornei uma pessoa insensível e revoltada com todas as outras que vêem no "natal" uma data de festa, alegria (mesmo que muitas das vezes falsa).
Me nego, e nego mesmo, a comemorar tal dia, sabendo que tantas crianças neste exato momento estarão, assim como eu ficava, na calçada das marginal pinheiros aquí em São Paulo, esperando para algumas "boas almas", passassem de carro, e literalmente jogassem no lixão que havia alí perto, os brinquedos velhos de seu filhos.
Lembrei-me também de quantas vezes nessa época do ano, eu ia, juntamente com alguns amiguinhos da favela em que morávamos, pegar no conteiner do Mc Donald's, os pães que já não serviam mais para o consumo dos clientes. (era um ótimo dia)
Mas o pior, é que ainda me dói, saber que isso não acabou, apenas trocaram-se os personagens. (era eu,agora são eles)
Os excluídos, vivem sem perspectiva, eles "matam um leão" por dia, e certamente no dia 26 de Dezembro, terão que sair de casa, com seus saquinhos de bala para vender no farol, suas carroças para catar ferro velho, e seus baldes para pegar os restos de frutas que ficam no final da feira.
Essa infelizmente é a realidade do nosso Brasil de berço explêndido. O pior, é que já se ouve um burburinho nas igrejas "evangélicas":
"Este ano vindouro vai ser o ano da sua vitória"
"Vocês irão provar o melhor desta terra"
Que Grande mentira isso né Levi?
Muita coisa não vai mudar, se nós, eu disse NÓS, não fizermos nada.
"Se o que tem muito, ajudassem ao que tem pouco, o mundo seria melhor. Mas se os que têm pouco, ajadassem aos que não tem nada, não haveriam excluídos no Brasil"
"Feliz Natal" Levi...se puder irmão!
.
Eu detesto o natal.
Calma gente é que nele eu me sinto mais solitário, se é que vocês me entende.
Mas o que eu não gosto é da midia que em tudo só coloca gente bonita e "feliz" para vender produtos e ideias, esquecendo que a maioria dos consumidores dos seus "produtos" são gente feias e insatisfeitas, dai que no natal essa sensação aumenta,e muito.
Caro Edson
Sua história de exclusão, pelo que você aí relatou foi muito sofrida mesmo.
Você tem muito o que contar sobre o que é ser marginalizado, pois já foi na pele um excluído.
Mas, de uma maneira inconsciente, todos nós um dia sofremos como excluídos.
A primeira exclusão ocorreu quando fomos expulsos do útero materno de forma violenta (não sei se você já assitiu um parto, para comprovar o que digo)
A segundo exclusão se passou quando fomos excluidos do peito materno. Na falta dele começamos a ser enganados com um peito de mentira, que era chupeta de plástico.
A terceira exclusão aconteceu quando a cegonha morreu e tivemos que sair do seu ninho, para entrar no pântano da sexualidade reprimida.
Hoje já adultos andamos ansiosos e meio perdidos à procura do paraíso da inocência perdida, que não volta mais. Mas isso faz parte da vida (a rapadura é doce mas não é mole não, - como diz o cantor João Alexandre)
A fé - instrumentalizada pela religião, passaria a ser o único veículo que poderia manter a esperança de um dia voltar àquele simbólico jardim de delícias chamado EDEN, lugar onde nunca deveríamos ter sido expulsos.
Mas o que dói mais, é ver o lugar do que é transcendental, que poderia nos acolher, ser também falsificado como a chupeta velha de plástico que não mais nos oferece o verdadeiro leite.
Por isso, hoje, nos revoltamos com os que querem nos enganar oferecendo como verdadeiro, o leite falsificado da hipocrisia e dos abusos perpetrados em "nome de Deus".
Perdoemos aos que nos chamam de hereges ou desviados, pois em uma outra linguagem, isso quer dizer que nos tornamos excluídos por enjoar da fantasiosa brincadeira "de fazer de conta" que recuperamos o paraíso perdido.
P.S.: Sofredores excluídos anônimos, o que resta é o consolo de nos unirmos num relacionamento virtual e sincero.
Tenha um Natal tranquilo (apesar de tudo)
Abçs,
Levi B. Santos
Prezado Gresder
A sua insatisfação com esse Natal artificial é também a minha e a do Edson Moura
A insatisfação ou ojeriza que sentimos tem uma causa mais profunda. Ela é proveniente do desprazer da chupeta de plástico que nos foi imposta abruptamente nos nossos primeiros dias de vida.
Simbolicamente (no mundo religioso) andam nos oferecendo essa abominável chupeta como se fosse o verdadeiro peito.
Nesse mundão esquizofrênico não temos mais onde realizar o verdadeiro ato de mamar. Infelizmente essa é a realidade!
Não olhe para as falsas comemorações natalinas. Lembre-se apenas dos velhos Natais.
A nostalgia é a única maneira de trazer para o hoje, o gozo do paraíso perdido.
Tenha uma feliz recordação dos velhos Natais.
Levi B. Santos
Eu creio que todos os dias é dia de chorarmos e agirmos em favor dos excluídos...
Celebro o natal e louvo a Deus porque apesar de todo consumismo, de toda esta loucura,tudo de alguma forma grita que Jesus nasceu e vive e reina para sempre!
Se deixarmos de celebrar por causa deles, penso que deveríamos também deixar nossas casas confortáveis, nossa comidinha e vivermos juntos com eles na mesma miséria...
Graças a Deus pelo que temos recebido e pelo que podemos fazer por amor de todos os excluídos não só da celebração do natal, mas da vida em abundância que só Jesus pode nos dar.
“Que paradoxo! Cristo veio trazer a Paz, e o povo escolheu esse “frenesi” caótico do TER...... As Boas Novas de paz para os homens, nessa época, vem sendo substituída por um espetáculo consumista e hedonista, que por instantes, encantam os olhos e entorpecem os corações”.
Amigo e Mestre Levi, como falaste – e por sinal, muito bem – sobre a temática central do vosso texto que é os excluídos, e ainda por cima, o Edson corroborou, falando do mais profundo ser da sua interioridade, voltando ao seu passado triste, vou pegar este trecho do seu esplendoroso texto, puxar a linha e tecer um comentário dando ênfase a outro lado de sua postagem.
A saber:
Vivemos em uma época, sociedade e cultura – que você chama do TER – que chamo de coisificação.
Em que uma pessoa não é mais medida pelo seu caráter, pessoalidade e essência, mas o seu valor é aquilo que possui.
Por isto, os excluídos, são duas vezes excluídos.
A primeira é porque não tem, e por não ter, são passados e deixados as margens pela sociedade, sendo pela segunda vez excluído.
Por causa da coisificação, o consumismo é visto como alvo maior da existência, sendo perseguido e valorizado como em última analise, a coroa da felicidade.
As pessoas acham que por ter, serão felizes.
Então a lógica passa a ser, quanto mais você tiver de coisas, mais você será importante, valorizado e bem visto na sociedade.
Onde é que entra o natal nesta historia toda?
O natal passa a ser visto e valorizado, como o grande momento, de maior importância no ano todo.
As pessoas se preparam o ano todo, para no final, se divertirem ao extremo.
O problema não esta na diversão, mas sim na coisificação e valor existencial dado para esse momento.
O que acontece, é frustração pós-natal e ano novo.
Devido ter dado tanta importância a esse momento, as pessoas vão a mais profunda depressão.
A felicidade não esta na coisificação das coisas, mas antes na disposição do coração de se viver intensamente cada momento como se fosse o último de nossas vidas.
A felicidade não esta na chegada, mas no andar pelo caminho.
A felicidade não é a conquista, mas o percurso da conquista.
Felicidade não esta no natal, mas sim em cada coração que independente da situação, consegue celebra ao lado da família, a vida em todo o momento!
Um grande abraço
Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
É Levi, realmente você colocou as coisas de uma forma muito interessante.
Muitos talvez (certamente) não entendem o que queremos dizer com nossos textos...alguns preferem a "chuteta" mesmo.
Hoje posso Levi, ajudar algumas pessoas, alguns excluídos...devo isso à minha mãe (Dona Iris)Pernambucana "arretada" e meu padrasto Antônio (paraibano) que sofreram, batalharam, que mesmo depois de verem seu barraco destruído pelo
fogo, não desistiram.
As rédeas eram curtas...por isso não nos perdemos no mundo.
Talvez alguns "crentões" venham me dizer que tudo aconteceu assim porque Deus tinha uma obra na minha vida. (pode até ser)
Mas eu acredito que sou o que sou hoje porque meus pais, mesmo sendo nordestinos excluídos aquí na metrópole, conseguiram educar 3 filhos dentro de uma das favelas mais perigosas de São paulo na época.
É por isso Caro "Levi meu mestre Bronzeado" que hoje eu com 30 anos e 4 filhos...continuo morando com eles.
Abração e Feliz natal ...denovo! rsss
Levi,
Não quero repetir o que já foi dito, só quero me perguntar:
O que EU estou fazendo?
abraços
Levi, meu caro, obrigado por desafiar nossas consciências com um texto como este.
Tomei a liberdade de publicá-lo em meu espaço.
O mundo 'gospel' precisa ler isso.
Forte abraço.
Passei para espiar o seu blog e nao resisti ! Tive que te seguir !
Belo texto ! Com certeza vai ficar "martelando" na minha cabeça por alguns dias, inclusive no Natal.
E falando no Natal... Acho que deveria ser uma data para comemorarmos todos os dias. Eu andei percebendo nos comentarios as pessoas que dizem se sentir "sozinhas". Mas eu acho que nunca estamos sozinhas nessa data, nem em data nenhuma. Porque o aniversariante está conosco, e é Ele que temos que chamar para a mesa. É para Ele que temos que pedir paz nesse dia !
Deus te abençoe muito!
Passe no meu blog . Nao chega aos pés do céu, mas um dia eu chego lá. rsrsrs
http://babileaodeoliveira.blogspot.com
Existem estes verdadeiros excluídos do natal; e existem àqueles membros que fazem parte das família e que as famílias são obrigadas a recebê-los, porque é natal.
É uma situação horrível, ter que participar de uma reunião familiar com um clima desse das trevas.
Mas é o que acontece, e na maioria dos lares pelo Planeta Terra.
O patriarca da família ou a matriarca faz questão de ver a família reunida no natal, não importa se há comunhão entre eles ou não.
Já presenciei muitas reuniões assim, o clima é tão tenso e tão pesado, que cada palavra parece uma espada.
E há quem me venha falar de festa natalina, com todo mundo reunido trocando presentinho.
Não sei se um desses pequeninos exluídos, entrasse em uma casa com um clima desses, se ele estaria em segurança.
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