25 abril 2011

Salomé e Dilma ao Telefone


Dizem que o Chico Anísio é o Fernando Pessoa do Humor. E não é, que aos oitenta anos de idade, com mais de cem personagens encenadas, já demonstrando evidentes sinais de cansaço, decorrentes de uma insuficiência cardio-pulmonar, esse monstro sagrado da sátira e do gracejo, com esforço sobre-humano, resolve aparecer na TV para encarnar um dos personagens favoritos do povo brasileiro — Salomé, a gaúcha do "perguntar não ofende!", que por telefone conversa, faz piadas e graça com os presidentes de nossa República.

A sua voz cansada e rouca, faz com que retornemos o vídeo duas ou três vezes, a fim de se poder entender melhor a piada.

Chega a ser comovente a volta desse grande astro do humor na TV, após três meses de tratamento hospitalar intensivo.

Não tive como deixar de dar minhas gargalhadas, quando no desfecho do vídeo, Salomé diz: “Dilma, estou gostando de ti, ouviu!?”. E rindo ao telefone, acrescenta: “Juro, juro, juro”. É quando Dilma retruca: “Mas porque tanto juro?”. Aí a Salomé esbanja ao velho estilo Anisyano: “Pra que tanto juros?! - Para empatar com o governo dele..."

Para quem não sabe ainda, o Brasil, desde o governo Lula, lidera o vergonhoso ranking dos juros reais mais altos do mundo. Vide link: http://www.curiosando.com.br/paises-com-os-juros-mais-altos-do-mundo/#ixzz1Ka7lYTct

Agora, relaxe bem, e assista a esse primor de humor, com Salomé e Dilma ao Telefone:


21 abril 2011

A AGONIA FINAL DE DOIS AMIGOS — Reflexão Para a Páscoa

Por Levi B. Santos


Foi bem no final de sua “via crucis”, que Ele tomou conhecimento do fim trágico de Judas. Alguém, ali perto, sussurrou aos seus ouvidos o que tinha acontecido ao seu desafortunado amigo.

Apesar de cansado, ofegante e banhado em sangue, Ele chorava não só por suas dores. Dos seus recônditos afetivos fluia, também, um choro pelo seu maior amigo que fraquejara, quando por força das circunstâncias, foi forçado a delatá-Lo. Tinha recebido trintas moedas de prata, e isso, era o mínimo, diante da coragem que ele demonstrou depois, ao jogá-las de volta na cara daqueles que tentaram corrompê-lo.

O Mestre estava arrasado com o sofrimento que levara o seu melhor amigo a tomar aquela atitude extrema, de se jogar de cima de um penhasco: Duas lágrimas rolaram dos seus olhos quando Ele balbuciou: “Coitado, o seu pecado não foi maior do que o de Pedro aquele que por três vezes me negou diante das autoridades”.

Continuou a sua caminhada cambaleante carregando a pesada cruz. Parecia inacreditável , mas, aqueles dois toros de madeira que levava sobre os ombros, não pesavam tanto quanto o sentimento profundo que dilacerava seu peito pela perda do amigo de infância.

De passos trêmulos, tombando aqui e ali, já sem forças e com a vista a escurecer, Ele via pelos olhos da alma, exércitos de anjos saindo de um céu aberto, avançando ao seu encontro. Naquela imensa agonia, por um instante, se viu junto ao seu amigo Judas. Viu-se criança de novo. Lembrou-se de que, carinhosamente, o chamava de “Juju”, e, também, das estripulias e escaramuças que faziam juntos pelas ruelas e sítios de Nazaré, cavando poços, fazendo moleques e jarros de barro, à sombra das parreiras e oliveiras.

Que grande coincidência! Pois não é que Judas, minutos antes, tivera o seu coração tomado pelos mesmos sentimentos do seu amigo do peito. Sentira-se invadido pelas mesmas lembranças da infância, quando fazia juras eternas, prometendo ao querido amigo, que nunca O abandonaria.

No cimo da colina a ventania fria da tarde açoitava o corpo de Judas. Sua cabeça estava tomada por um vendaval de pensamentos, que traduzidos, diziam, que não haveria mais razão para ele continuar existindo, sem a companhia de seu grande amigo. O remorso advindo da gravidade do ato que cometera era tão intenso, que ele jamais poderia imaginar que Cristo o perdoaria. Dizia então no seu íntimo: “Viver sem Ele ao meu lado, é melhor morrer!” .

Deteve-se meditando por alguns instantes, para em seguida jogar-se despenhadeiro abaixo. Por alguns segundos teve a impressão de ver cavaleiros reluzentes de prata, com uma grande rede lá embaixo apara ampará-lo na queda. Quis falar, mas não conseguiu, pois uma onda extremamente gelada partindo dos pés à cabeça, parecia querer anestesiá-lo. No último instante, com a cabeça a pender sobre um galho de bambu, lembrou-se onde estava, o que era, e porque sentia dor. Ouviu uma voz que dizia: “Não! Não és um covarde, nem desertor, nem tampouco traidor!”.

Não muito longe dali, estava seu amigo pendurado na Cruz em estado de desidratação. Ao lado Dele estava também crucificado o ladrão chamado Dimas que, em seus últimos momentos, lhe fez essa súplica: “Lembra-Te de mim quando entrares no Teu Reino”. Na imaginação, o que Cristo via não era a imagem de Dimas, mas sim, a do amigo Judas, ali bem ao seu lado, pedindo-Lhe socorro.

Com a mente confusa por um pré-coma que se aproximava, ainda teve forças para balbuciar algumas palavras em direção à figura imaginária do amigo e confidente:

Judas, meu irmão e amigo disse Cristo, bem baixinho, começando a tremer por inteiro Porque fizeste isto? Partiste, sem ao menos saber que eu antes já tinha pedido ao meu Pai que te perdoasse.

Fazendo um esforço sobre-humano, já sucumbindo, com sua voz trêmula na direção de Dimas (ou Judas), assim balbuciou: “Hoje mesmo estarás comigo no PARAÍSO”.

Dizem, que os dois amigos foram solidários até no momento da partida. “O que está feito, está feito!” foi o último brado que saiu de suas gargantas.


P.S.: Com o passar dos anos, em nossa cultura, Judas ficou conhecido como a encarnação do diabo. Cristo, o chamava de amigo e sabia que mais cedo ou mais tarde a elite político/religiosa, hipócrita e corrupta que, incessantemente O perseguia, iria lhe impor a pena máxima de morte de cruz. É triste constatar que a morte Daquele que pregou o perdão de forma ilimitada, seja projetada maldosamente sobre um dos seus discípulos, como mostra o hediondo ato simbólico de vingança (malhação de Judas) que ainda hoje perdura nos sábados de Aleluia.


DIGA NÃO À MALHAÇÃO DE JUDAS.

[Ensaio-ficção publicado na páscoa de 2010]

16 abril 2011

Na Teia de Aranha


"Nada é tão difícil como tentar exercer a curiosidade, quando nos encontramos obstruídos por idéias preconcebidas. Levantar o véu que está agarrado a conceitos sedimentados é uma tarefa extremamente embaraçosa. Os seres humanos, por natureza, se agarram com tanta obstinação as velhas idéias, talvez, para não sofrer o malogro de não serem reconhecidos em suas novas descobertas".

Theodore Zeldin — Historiador inglês, considerado pela revista francesa “Magazine Littéraire”, um dos dez mais importantes pensadores vivos da atualidade. Em seu best seller, “Uma História Íntima da Humanidade”, discorreu como a curiosidade é perigosa para a tradição; para isso se valeu da aranha - uma das poucas criaturas que sobrevive há 250 milhões de anos, sem alterações. Da história dos dois anatomistas Galeno e Vesálius, ele fez uma interessante analogia, recorrendo a teia de aranha, como metáfora do conservadorismo que não tolera o espírito liberal. Assim, escreveu o historiador:

“Foi no ano 130 ou 200 d.C. que tanto cristãos como muçulmanos preferiram continuar enredados na teia de aranha tecida pelo médico Galeno. Educado em Alexandria, e posteriormente médico de uma escola de gladiadores na Ásia Menor, ele afirmou que o coração não era uma bomba, mas uma espécie de lareira que produzia o calor do corpo. Seus livros didáticos foram decorados por todos os médicos do Ocidente e do Oriente Médio. Durante cerca de um milênio nada viram nos pacientes que lhes despertassem a curiosidade para uma explicação diferente, uma vez que as ideias de Galeno formavam um todo coerente. [...]. [...] Na verdade ele se elevou a médico-modelo. O amor próprio dos religiosos foi emoldurado pelos ensinamentos de Galeno".

Os erros de Galeno sobreviveram, embora ele houvesse advertido que não se devia acreditar piamente em livros antigos. Se seus discípulos o tivessem ouvido mais cuidadosamente, não ficariam paralisados por suas idéias, conforme o próprio revelou: “Não sei como aconteceu, se por milagre ou inspiração divina, ou um frenesi, ou o que mais quiserem, mas desde a minha mais remota juventude eu desprezei a opinião da multidão, e ansiei pela verdade e pelo conhecimento, acreditando que não houvesse para o homem patrimônio mais nobre ou divino”.

“Quem procura pensar por conta própria sabe que as teias que a aranha tece são frágeis e incompletas; mas os que se contentam em ser seus discípulos, e ficam emaranhados nas teias de aranha dos outros, esquecem sua fragilidade e imaginam que pisam em terreno firme e estável. Ideias tomadas de empréstimo, originalmente destinadas a serem fios de teia de aranha, endurecem e se fossilizam; ideologias se tornam dogmas, e a curiosidade, que deveria soprar livre como o vento, de repente fica imobilizada”.

Andreas Vesalius de Bruxelas (1514 — 64) para escapar das teias de aranha do politicamente correto em Ciência, teve a curiosidade de ver como o coração realmente funcionava, e partiu para dissecar corpos humanos, diferentemente das deduções a que Galeno chegara a partir de corpos de macacos e cães. Passava longas horas no Cemitério dos Inocentes roubando cadáveres para pendurar em roldanas a fim de serem dissecados minuciosamente. A curiosidade era tamanha que o fedor que exalava dos corpos não o incomodava. Vesalius mostrou que as descrições da anatomia humana feitas por Galeno estavam muitas vezes erradas, e escreveu uma obra belíssima, “A Estrutura do Corpo Humano”. Mas eis que os cristãos e muçulmanos se recusaram a dar-lhe crédito, dizendo: “se Galeno parecia ter-se enganado, isso, se devia a erros na tradução de seus livros”.

Desta forma, Vesalius não pode escapar à teia de aranha de Galeno, e compreendeu o “porquê” da fixidez dos dogmas contra as novidades trazidas à luz despertadas pela curiosidade, que fazem os autores novos perderem para os autores antigos. Vesalius entendeu o quanto é difícil quebrar um sistema de pensamento que domina uma época e como levam séculos para que as “teias de aranha” venham a desaparecer.

Olhando bem, as teias de aranhas são frágeis e bem tecidas, mas o que atrapalha e dificulta os nossos vôos nos imobilizando ou nos prendendo em seu emaranhado, é a aparente invisibilidade de suas malhas.


Por Levi B. Santos

Guarabira, 17 de abril de 2011

11 abril 2011

O Luto é Revisitado Dois Anos Após Tragédia

“Trem de pouso do Airbus A330 encontrado no fundo do Atlântico


Notícias veiculadas em toda imprensa mundial nesse domingo (O3 de abril) dão conta de que foram encontrados corpos intactos dentro de partes da fuselagem do Airbus A330 da Air France que caiu no oceano Atlântico em 31 de maio de 2009. A profundidade de 4.000 metros onde os destroços do avião repousam tem temperaturas abaixo de zero e grande pressão, o que impedem a circulação de animais aquáticos, e a sobrevivência das bactérias. Talvez seja essa a razão pela qual os corpos ficaram conservados esse tempo todo, disseram os que realizaram a missão de busca oceanográfica, a cargo do governo Francês.

Fica uma pergunta no ar:

Como as pessoas que já viveram o seu luto, e já aceitaram em definitivo o sepultamento dos entes queridos nas profundezas abissais do oceano irão se comportar diante da volta inesperada dos corpos encontrados quase intactos, e quais serão as reações que esboçarão, num momento em que já estão reintegrados em sua vida afetiva, ao vencerem as etapas da dor e tristezas, e terem completado o seu ciclo normal de luto?

Freud em (Luto e Melancolia - 1916), diz que “o luto, de modo geral, é a reação à perda de um ente querido[...]”. “ [...]é um processo longo e doloroso, que acaba por resolver-se por si só, quando o enlutado encontra objetos de substituição para o que foi perdido.”

Segundo o pai da psicanálise, o trabalho de luto vai gradualmente se extinguindo, concomitantemente com o desaparecimento da tristeza e da melancolia. No final, não mais que um ano, a vida afetiva da pessoa volta ao seu curso normal. Em psicanálise diz-se que o indivíduo, completou o trabalho de luto com relação aquele ente querido desaparecido.

Passados tanto tempo, o luto daqueles que perderam seus familiares será que pode ser revivido? Creio que ninguém que tenha uma ferida já cicatrizada vai querer reabri-la, como bem afirmou Gwenola, noiva de uma das 228 vítimas: “Acho que onde eles estão, já era a nova casa deles. Não sei se eles próprios gostariam que a gente voltasse a mexer nesta história”

“Os familiares franceses das vítimas do voo AF 447 estão divididos sobre a descoberta de "vários" corpos junto aos destroços do Airbus A330, encontrados no domingo no oceano Atlântico. Enquanto alguns estimam que a localização é um passo importante para que o luto seja completo, outras consideram que esta etapa vai representar a uma nova fase de dor e tristeza” — diz a reportagem, de Lucia Muzell, direto de Paris.

Quanto aos sentimentos dos parentes das vítimas, para a ciência, interessa mais saber o que provocou a tragédia. Possivelmente em três meses, a fuselagem do avião será selada, numa operação que custará aos contribuintes franceses cerca de 5 milhões de euros, e levada para a superfície de um modo muito seguro, a fim de que os corpos não se desprendam durante o trajeto da subida.

Enquanto a mídia televisiva se prepara para uma espetacular transmissão da mega-operação para todo o mundo, os que sofreram as perdas estão atônitos com o que poderá acontecer com eles, quando as sepulturas forem enfim violadas para que os mortos retornem para ser dissecados no frio mármore dos escaninhos científicos

Um senhor ficou chocado ao ser informado sobre a inusitada descoberta, dois anos após a tragédia, e perplexo, assim falou:

"Eu mesmo ficaria muito abalado se só encontrassem o corpo ou da minha filha, ou do meu genro. Gostaria que eles não fossem separados, preferiria que eles permanecessem juntos, que foi a maneira como enfrentaram esta tragédia."

05 abril 2011

A Neurose Eclesiástica das Cruzadas Está de Volta



A postura de um “Deus” intolerante dos tempos da inquisição e das cruzadas está de volta, num lugar onde o evangeliquês gospel mais prospera — Flórida (EUA) — na figura do pastor (possivelmente portador de neurose eclesiástica), Terry Jones e sua igreja, na localidade de Gainevislle.

Segundo o Site de Notícias e Artigos Sobre o Cristianismo da Pós-Modernidade, com um elevado número de acessos (664.364), “o pastor Terry Jones programou um "julgamento" dentro de sua igreja, no qual o livro sagrado muçulmano (Alcorão) foi declarado "culpado" de várias acusações, entre elas assassinato. Em seguida a pena foi executada — o exemplar foi queimado”.

A resposta do outro “Deus – Alá”, da parte de Ismael contra o “Deus- Javé” de Isaac (ambos filhos de Abraão) veio rápida. Nesta sexta-feira (1° de abril), sete funcionários das Nações Unidas e quatro civis morreram durante um ataque contra a sede do organismo na cidade afegã de Mazar-i-Sharif, em aparente represália pela queima do livro sagrado no dia 20 de março, na igreja liderada pelo pastor Terry Jones.

Infelizmente, é esse “marketing de salvação” que importamos das terras do Tio Sam, para grassar de forma endêmica aqui nas terras de Dom João VI. Os seus propósitos estão mais para o “marketing das trevas”, pois se centram mais, na vil mesquinharia da conquista física de homens e mulheres. O campo de ação e exploração desse “marketing das trevas” é o espírito do homem, com suas angústias, ansiedades, inquietações e incertezas.

Quando religiosos usam a “fé” para propaganda de seu deus, o que se tem como resultado é a radicalização e conseqüente ativação do instinto de destruição entre grupos fanáticos inimigos. A vingança é levada as últimas consequências, pois, muitos pensam que o tempero do gozo de um suposto céu é ver o seu rival, enfim, pagar pelo mal que fez, ardendo no fogo eterno. Um exemplo de como a vingança imaginada pode ser projetada em pensamento para uma vida futura, está bem explícita lá no livro do Apocalipse: “As almas dos que morreram por amor a Cristo clamavam com grande voz: até quando ó verdadeiro e santo Soberano, não vingarás o nosso sangue dos que habitam sobre a terra”. (Apoc. 6:10)

Quando um líder “cristão” comete a loucura ou o desatino de queimar o livro sagrado de um grupo religioso rival no recinto do seu próprio templo, está, de forma criminosa incitando o revide dos que não seguem a sua facção fanática.

É triste constatar que em plena pós-modernidade o homem se refugia na “religião” não para mergulhar no seu ser em si, mas para ocultar as verdades que ainda não conhece ou evita conhecer. São fanáticos que atribuem o seu desejo de vingança e a sua moral patológica, como se fossem qualidades dos deuses (ídolos) que adoram. Não aceitam o diagnóstico de que são neuróticos compulsivos ou esquizofrênicos. Toda neurose se relaciona com a vida mais íntima do homem. O instinto de violência, os afetos como ódio, inveja, medo são tidos como virtudes divinas no meio dos templos. Chega a ser surpreendentemente assustador quando essas forças destrutivas coletivas irrompem no ser humano. Não raro, um homem aparentemente afável pode tornar-se um louco varrido ou uma fera selvagem. É assim que o líder fanático religioso desce ao seu grau mais inferior, transformando a massa de crentes em uma turba desordenada, incitando-a a soltar as suas “feras e seus demônios” contra os de fora.

Não raro, as lideranças religiosas doentias interpretam os quadros esquizofrênicos compostos de alucinações visuais e auditivas, como se fossem vozes vindas da parte de Deus.

O Pastor Terry, se tivesse um mínimo de saúde psíquica veria que o “bem” do seu grupo e o “mal” que ele vê no grupo contrário ao dele, são atributos da imagem simbólica do seu próprio deus. Veria que a Parábola do Trigo e do Joio dos Evangelhos nunca teve o propósito maquiavélico de julgar ou separar quem é do BEM de quem é do MAL. Essa Parábola é, acima de tudo, um convite para cada um, olhar para dentro de si, e entender que ela fala dos afetos paradoxais ou ambivalentes — que caracterizam o HUMANO. Nunca é demais lembrar que, as guerras dos exércitos de deuses imaginários do tempo dos bárbaros, ainda é a mola geradora dos conflitos atuais de natureza destrutiva entre grupos religiosos extremistas. Cada grupo fanático querendo considerar-se Trigo, e julgando o outro como Joio — deturpa de forma grotesca e insana o sentido das figuras de linguagem presentes na narrativa alegórica realizada por Cristo. (Vide o texto: Quando Sou Trigo e Quando Sou Joio”.)

Pessoas esquizofrênicas, como esse pastor americano, são extremamente perigosas quando estão à frente de uma denominação religiosa, por não serem capazes de entender que as suas radicalizações são produtos ou projeções dos instintos ou pulsões destrutivas de uma psique desequilibrada. Não entendem que é a dimensão do surto psicótico, e não Deus, que lhe aciona reações intempestivas, cujo intuito inconsciente, é o de por vingança, provocar sofrimento em pessoas que não são do seu grupo religioso fanático.


Por Levi B. Santos

Guarabira, 05 de abril de 2011

P.S.: Assista, agora, o protesto no Afeganistão contra o pastor evangélico americano — que resultou na morte de doze pessoas; entre elas, sete funcionários da ONU.


03 abril 2011

“A Terra Era sem Forma” — Prólogo do Gênesis

Imagem da Terra sob o efeito da gravidade


O autor do enunciado A Terra era vazia e sem forma” do livro bíblico do Gênesis acertou em cheio. As descobertas recentes divulgadas desta semana numa conferência em Munique Alemanha — colhida através de estudos oceanográficos, dão conta de que a Terra não é redonda como se pensava.Vide dados da ESA - (Agência Espacial Européia)

Que a Terra era vazia e hoje se encontra super-habitada não é novidade para ninguém. E bota superpolução nisso. Só a Índia (1,21 bilhões de habitantes) cresce um Brasil a cada dez anos.

A conclusão a que chegaram os cientistas sobre a ausência de uma figura geométrica para definir a forma da Terra, chega a nos surpreender. Talvez, o não querer aceitar que a imagem da Terra seja tão disforme e feia, se deva ao fato de nossa mente se encontrar impregnada, desde os tempos das primeiras letras, com a forma bela e simétrica daquele globo terrestre escolar que tanto nos embevecia nas aulas de Geografia.

Erraram os que afirmaram que a terra era plana; que era como um prato invertido; que era bem redondinha; que era oval; que era como uma laranja. Esse que pensou que era como uma laranja, chegou perto, só faltou dizer que ela (a Terra) tinha a forma de uma laranja podre ou amassada, como parece ser a imagem do topo (rsrs)

Não há forma geométrica que se enquadre na imagem produzida pela ESA através do satélite GOCE. Ela é tão cheia de “calombos” que poderíamos compará-la, por aproximação, a uma batata inglesa murcha, das mais deformadas que encontramos nos bancos de feiras de verduras. Segundo os cientistas, a deformação é provocada pela força gravitacional, que faz com que em algumas regiões da terra, haja mais massa, rocha ou água do que em outras.

Segundo Johannes Boumann (especialista do Centro de Pesquisas Geodésicas da Alemanha), os dados colhidos pelo satélite vão ajudar a entender mais os terremotos, como o que aconteceu recentemente no Japão.

Se a cada tremor de terra acima de 8 graus na escala Richter for empenando cada vez mais o eixo da Terra, temo que venha acontecer o que previu Euclides da Cunha, em seu antológico livro — “Os Sertões” (1902):

“Chegará o tempo em que o Sertão vai virar mar e o mar vai virar sertão”.


CLIQUE AQUI, e espere alguns segundos, para ver a versão animada da Terra.

Guarabira, 03 de Abril de 2011

Imagem: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/896402-europeus-fornecem-a-mais-exata-imagem-da-gravidade-na-terra.shtm