Semanalmente, a Revista VEJA, em suas primeiras páginas, endereça aos seus assinantes uma “Carta ao Leitor”, convidando-nos a uma reflexão sobre os desmandos que acontecem no país, e sobre fatos que, em sua maioria, ferem os direitos mais elementares da população.
Da edição desta semana (01 de maio), resolvi trazer à tona, ecos do artigo “Além da Imaginação”, que eu considero antológico, por ter a finalidade específica de nos despertar da indolência, ante o que vem acontecendo nos escaninhos subterrâneos da Capital surrealista (Brasília).
É evidente que o estágio avançado de nossa economia, tão propalado pelas maiores nações que passam por sérias crises no momento, não dá a ninguém, o direito de esconder os descalabros e a falta de vergonha dos que estão no topo do poder político, a reger os nossos destinos.
A série de episódios escabrosos de corrupção no gerir da coisa pública, é tão intenso que já chega a anestesiar a capacidade de indignação do cidadão brasileiro.
A cidade do poder imperial político (Brasília), deu as costas aos seus súditos. Ontem mesmo, a nata da cúpula política, aplaudiu e riu desavergonhadamente de nossa cara, ao referendar para o “imaculado” Conselho de Ética do Senado, nada mais e nada menos que as principais cabeças do famigerado “Mensalão” (A Volta dos Mortos Vivos) - "Cidade subterrânea" .
Mas, como imaginar não ofende, quero trazer a série de ecos imaginários sobre o nosso gigante adormecido, Brasil — publicado recentemente na Revista VEJA:
IMAGINE um país em que um senador tinha as contas de sua amante pagas por uma empreiteira, e que perdeu o cargo de presidente da Casa por esse motivo, mas foi indicado na legislatura seguinte para integrar o Conselho de Ética do Senado, ou seja, para julgar os seus pares.
IMAGINE um país em que outro senador arranca o gravador das mãos de um jornalista que lhe fez uma pergunta incômoda, e é apoiado por essa atitude destemperada.
IMAGINE um país em que um deputado federal semianalfabeto, na mais benigna das hipóteses, integra a Comissão de Educação e Cultura da Câmara.
IMAGINE um país em que o partido atualmente no poder concederá aptidão moral ao protagonista do maior escândalo de corrupção da história — e que dá aulas, em seu estado, de Ética Política.
IMAGINE a lógica de funcionamento da capital federal que permanece uma cidade fora do tempo e do espaço, que mantém códigos imorais próprios e nutre um insolente desprezo pela opinião pública e pela ética.
IMAGINE um país além da imaginação. Esse país é o BRASIL POLÍTICO.
OBS: Mas no rol do “IMAGINE” da reflexão de VEJA, faltou um, que é bem emblemático, que eu acrescento agora:
IMAGINE um país cuja bancada evangélica (dos sanguessugas) faz indignar os cristãos, a ponto do Pastor Ricardo Gondim, assim se expressar: “Por favor, não insistam em me pedir que seja misericordioso com esses ratos alados: eles sugaram o sangue de brasileiros pobres. A única sugestão que tenho para eles é que cada um amarre uma corda no pescoço e se jogue de uma ponte para dentro de qualquer esgoto".
Por Levi B. Santos
Guarabira, 01 de maio de 2011
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