Não sou completamente capaz
O enxergar, alguma coisa me diz:
Que ainda não sou senhor de mim
Às vezes me quedo “fora de mim”
Como um bebê, chorando na noite
Como uma criança chorando por luz
Mergulho na ausência de uma parte de mim
Retiro os envoltórios, para ver o que sobrou:
Apenas um frágil filhote de homem.
Sorvo a angústia da eterna dependência
Marcado pela impotência, não sobrevivo isolado
O modelo da presença paterno-materna
Como uma imagem a tutelar meus pensamentos
Faz mendigar meus olhos, cheios do “porquê?”
Avassaladores anseios dentro de mim residem:
Retraimentos solitários e comportamentos agressivos
Engodo delicioso, fugas efêmeras, refúgio benfazejo
Misterioso cotidiano da rivalidade dos desejos.
Com uma face emancipada e outra dependente
Marcado pela lei dúbia do desejo ambivalente
Vivo como irmãos, despossuídos mutuamente.
Sem poder TRADUZIR meu ser incongruente.
Por Levi B. Santos
Guarabira, 08 de julho de 2011
Imagem: http://www.overmundo.com.br/banco/o-solitario
2 comentários:
Diante da impossibilidade de traduzirmos corretamente quem somos, resta-nos caminhar com graça e poesia, celebrando a vida pela sua beleza que se reflete com ambiguidade.
Abraços e uma boa semana.
Meu mestre Bronzeado, quem será este homem que descobrirá a si mesmo ainda nesta geração? A distancia necessária para tal feito seria uma volta completa em torno do mundo,parando aqui e alí, vendo outros de si dentro de seus "semelhantes" que, de tão diferentes, acabam tornando- se iguais.
Parabéns meu mestre, e desculpe a minha ausência.
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