Morreu
hoje, Millôr Fernandes, o patrono dos
cartunistas brasileiros que fazia a minha alegria e a de muitos na década de
cinqüenta.
Era
um meninote iniciante na arte da leitura. Com 13 anos de idade freqüentava a
casa de uns amigos, cujos pais tinham melhores condições financeiras que os
meus, para me deleitar com a leitura das seções da revista “O
Cruzeiro” ― o único semanário a circular por
todo o país, nessa época (anos 50), inclusive aqui nos cafundós do brejo da Paraíba.
As
seções dessa revista que despertavam mais a minha curiosidade eram a do “Amigo da Onça” – de Péricles, a “Reportagem Que não Foi Escrita
― de Mario Mascarenhas, a “Última Página “
― de Rachel de Queiroz e o “Pif Paf”
― de Millor Fernandes.
No
teatro ele foi um exímio na arte de divertir. Em1972, ano em que fazia
residência médica no Rio de Janeiro, tive a oportunidade de assistir a uma de
suas peças mais aplaudidas pelo público ― “Computa, Computador, Computa”.
Nas minhas andanças pelas livrarias e sebos sempre gostava de entrar em contato com as pérolas de seu vasto repertório humorístico. Recentemente tive o prazer de reler algumas obras clássicas
de Molière e Shakespeare, popularizadas em edições de bolso, em que ele foi o tradutor.
Essa
foi a segunda grande perda, em menos de uma semana, de monstros sagrados que
fizeram a alegria do país no campo da comédia e do humor.
Guarabira, 27 de março de 2012
3 comentários:
Sem Chico e sem Millor.
Levi, eu não tinha hábito de ler nada dele mas muito novinha tive contato com a poesia matemática. Adorei!!! Li e reli, me deleitei totalmente com o quociente apaixonado. rsrs...
Um abração! Fica com Deus.
É verdade, Levi, esse mês de março tá ruim!!! (deixei uma postagem lá na CPFG) sobre outra grande perda, a Ademilde Fonseca.
"Essa foi a segunda grande perda, em menos de uma semana, de monstros sagrados que fizeram a alegria do país no campo da comédia e do humor."
Com o coração triste vamos aos poucos nos despedindo das pessoas que nasceram antes da 2ª Guerra e que foram bem presentes em nossas vidas durante algumas décadas.
Além de seu inegável talento, Millôr foi exemplo de trabalho e dedicação. Um homem que até 2009 trabalhou na revista Veja, sem esquecermos que ele foi um dos fundadores do jornal O Pasquim.
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