A
fúria resultante da intolerância religiosa vem tomando corpo ultimamente em
todo o mundo. Protestos varreram a imprensa mundial ante ontem, tudo provocado
por um filme dos EUA que denigre o profeta Maomé.
No ocidente, baluarte do iluminismo quem
diria? É nesse ocidente onde se estabeleceu o histórico direito de respeitar o outro
em sua subjetividade, que uma perigosa combinação de fobia e ignorância se vem
preconizando contra o Islã. Não há dúvidas de que somos os maiores hipócritas,
pois, como supostos herdeiros da razão não estamos preparados para aceitar
aqueles que percebem de modo diferente aquilo que tem como sagrado.
Ignoramos
ou fingimos ignorar que somos portadores de um impulso de tendências autodestrutivas.
Com que facilidade repetimos para nós mesmos essa tão velha mentira: “isto, só está
assim por causa do outro!”. Freud acreditava em um princípio que o cristianismo
tomou emprestado da filosofia: o de que o nosso maior inimigo é interno e, de
forma definitiva, nos pertencia. Grande verdade!
É
pura balela dizer-se que se preocupa com o destino da humanidade. O que queremos
realmente é a homogeneização ou massificação em que os limites individuais da
subjetividade cultural desapareçam. Lá no fundo, o que queremos é continuar a
ver com bons olhos normas sociais e culturais se atritarem em suas fronteiras.
Dizemos que é heróico morrer pela pátria e pela religião, sem saber que o
motivo desse instinto de destruição é conseqüência da falta de síntese entre nossos
afetos paradoxais.
Ali
Kamel, redator-chefe da revista Veja, filho de um muçulmano e uma baiana, casado com uma Judia, diz algo que devemos nos debruçar
para mastigar melhor: “O ‘inimigo’ hoje
acredita que fala com Deus. Para eles o apocalipse não é o fim do mundo, mas
apenas uma verdade revelada, inescapável, anunciadora do Reino dos Céus na
Terra. O mundo não se dá conta de que, para o neurótico em busca do Paraíso,
não há diferença entre morrer para matar dezenas ou morrer para matar milhares”.
A
guerra entre os "exércitos de Jesus" e os "exércitos de Maomé" — é mantida pelo mesmo e inflamável gás. Esse é o combustível que, desde os tempos bíblicos
imemoriais, através dos livros ditos sagrados, continua a fazer estragos. O mito de Abel e Caim é a nossa marca humana, e como
ela está tão presente em momentos como esses, em que a máxima de destruir o outro numa
tentativa de apaziguar os nossos conflitos internos se torna mais presente.
O
filósofo “herege” Nietzsche, foi um dos que exploraram a dúbia natureza humana. REATIVO, como todo homem, assumiu a gravidade de seus impulsos inconscientes.
Ele percebeu que por trás da doutrina religiosa existia a má consciência ou
ressentimento que esgotava a força dos “seus piedosos exércitos mentais” na pretensão
de um inalcançável aprimoramento moral.
Por Levi B.
Santos
3 comentários:
Levi, a religião de Maomé é um grande barril de pólvora prestes a explodir com qualquer faísca. O Islã é uma religião do ódio: ódio aos inimigos. Ódio ao "Ocidente Cristão". Ódio a qualquer um que manche a figura do seu Profeta. Não que todos os mulçumanos sejam assim, mas em seu contexto geral, é assim que é.
Imagine só se os cristãos saíssem quebrando tudo pela frente e matando toda vez que alguém denegrisse a figura de Jesus? Talvez não haja figura mais amada e mais questionada do que Jesus. Como você disse no seu texto, para o cristão, o "inimigo" não é "carne e sangue" mas para o Islã, o inimigo é exatamente isso: toda carne e sangue que ouse criticar sua religião.
É EDU
Se os deuses pelo menos pudessem avisar que se alimentam desse combustível - o ódio encravado no coração do homem. (rsrs)
O grande nó é que cada “exército divino” seja de que lado for, acredita que fala com Deus.
Até quando?...
Em São Paulo seiscentas pessoas saíram ontem (dia 21) às ruas em defesa de Maomé.
VIVA O ESPÍRITO RELIGIOSO - COMO NOS VELHOS TEMPOS BÍBLICOS!!!
Para saber mais acesse o link abaixo:
http://oglobo.globo.com/mundo/em-sao-paulo-600-vao-as-ruas-em-defesa-de-maome-6167824
Postar um comentário