Ontem (dia 23), Lula,
não sei se pressionado, diante da presidenta e três cardeais petistas, renunciou
sua candidatura à presidência em 2014, praticamente iniciando a campanha de sua
apadrinhada, vinte meses antes da eleição. (Vide
artigo de Luis Nassif no jornal Estado de S. Paulo).
O sugestivo título do ensaio
− A Arte de Ser “Ex” − de Roberto
Pompeu Toledo, na última página da revista VEJA desta semana,
surpreendentemente, levou-me a fazer um paralelo entre a renúncia de Bento
XVI e a do ex-presidente nordestino, de Garanhuns – PE.
O texto do jornalista é um
exercício de ficção sobre a situação do poderoso Papa, supostamente
enclausurado após sua renúncia ao trono. Diz, Pompeu Toledo, a certa
altura do ensaio: “Imaginemos, no
entanto, que, não tarde muito, o ‘ex’
se entedie da nova vida. Resolve então fundar um Instituto. ”Dá-lhe o nome de
Instituto Bento XVI e nele montará um escritório, no qual se ocupará de uma
densa agenda: audiências a bispos e cardeais, bem como a leigos de diversa
extração (até mesmo chefes de estado); publicações de folhetos sobre as
excelências de sua administração sobre os rumos da Igreja e a sorte dos povos,
[...] o que alimentará o rumor de que o ‘ex’ continua a exercer direta
influência nos rumos da instituição”.
Lendo bem a vagar o trecho acima, o leitor(a)
não precisa fazer grande esforço para ver que há pontos em comum entre a
renúncia de Bento XVI e a de Lula em ser candidato em 2014.
Lula, ao escolher o seu Instituto
no bairro de Ypiranga ― São Paulo, para anunciar a sua renúncia em ser
candidato a presidente, às avessas, evoca D. Pedro I e seu grito
ensaiado ― às margens do rio Ypiranga. Não tão bobo quanto o antigo imperador,
o grito de Lula para Dilma e a trindade cardinalícia que o acompanhavam na reunião,
deve ter soado diferente, tipo: “Dependência
ou Morte!” ―, ao invés de “Independência ou Morte”.
Perguntas emblemáticas que o jornalista deixa no ar em sua obra de ficção,
a meu ver, se encaixam bem nas duas renúncias, ou seja, podem perfeitamente transitar tanto em
Roma de Bento XVI quanto no Brasil de Lula, se não vejamos:
● O que
faz um ex- Papa?
● Conseguirá
ele “desencarnar” do cargo?
● Sentirá
saudade do tempo em que reinou?
●
Quererá influenciar o governo do sucessor?
● Abrigará o secreto (ou nem tão secreto)
desejo de voltar ao posto?
Por Levi B. Santos
Guarabira, 24 de fevereiro de 2013
5 comentários:
Ao passar pela net encontrei o seu blog, estive a ler algumas coisas e posso dizer que é um blog fantástico,
com um bom conteúdo, dou-lhe os meus parabéns.
Se desejar fazer parte de meus amigos virtuais esteja à vontade, decerto que irei retribuir seguindo também o seu blog.
Sou António Batalha, do Peregrino E Servo.
Olá!
Cheguei aqui por acaso, e lendo o texto, com relação a "Renuncia ao Pontificado", como dito em meu Blog, não quero defender nem atacar ninguém, mas em se tratando da "Revista Veja", antes de qualquer coisa prefiro rever a começas por quais os valores que ela presa.
OBS: Virei aqui mais vezes
Sinta-se em casa caro, poeta António Jesus Batalha
O seu blog de poesias interessou-me, e vou ficar seguindo-o.
Abraços,
Levi B. Santos
Sinta-se em casa caro, poeta António Jesus Batalha
O seu blog de poesias interessou-me, e vou ficar seguindo-o.
Abraços,
Levi B. Santos
Cara autora do Blog “Entre Pássaros e Flores”
Na verdade, eu quis aproveitar o texto de Roberto Pompeu Toledo, cujo título “A Arte de Ser Ex’, achei que tinha tudo a ver com o “papa político do PT” de nossas terras.
Lula renunciou a sua candidatura à presidência da República e ao mesmo tempo não renunciou, por que ele, nos bastidores, ainda é quem continua dando as cartas a Dilminha, ao presidente do Senado e da Câmara, ao Haddad da maior capital do país.
As perguntas do ensaísta Pompeu Toledo, dirigidas a Bento XVI, cai de forma muito mais realista na pele do imperador Lula, que na comemoração recente dos dez anos de História do PT, sem um pingo de auto-crítica omitiu o maior escândalo e o maior julgamento do século ― o do Mensalão.
Abraços,
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