Os
gregos foram os articuladores de uma das maiores artimanhas da História ― no
que ficou conhecido até hoje como o “Presente
de Grego”. Eles puseram ardilosamente um gigante cavalo de madeira
colocado bem às portas de Tróia. Após
ficarem deslumbrados com o fantástico presente transportado para dentro de sua
cidadela, os troianos foram alegres da vida, dormir sua primeira noite de
sonhos maravilhosamente realizados. Mas a alegria durou pouco tempo, pois nessa
mesma noite, os soldados gregos que estavam escondidos dentro do imenso cavalo de
madeira saíram do seu interior para saquear toda a cidade de Troia.
Essa
história tornou-se paradigmática, caindo bem naquilo que se recebe como doação
ou oferta e termina em uma bruta dor de cabeça.
A
presidenta Dilma, ao retirar de sua vistosa vitrine eleitoreira o programa
“Minha Casa Minha Vida” lançado em
2009 ―, empreendeu uma versão do conto do presente grego na área da política e
da economia.
O
sonho das famílias de pouca renda vem se transformando em uma brutal dor de
cabeça. A revista Veja, que saiu às
bancas nesta semana, dá conta de que “o
índice de inadimplência está em 20%, na população com renda até 1.600 reais
(dados da C.E.F). É um número dez
vezes maior que a média dos financiamentos imobiliários no Brasil.” Para
ler a reportagem completa, Clique
Aqui.
É
bom salientar que o atual atraso no pagamento das prestações do “Minha Casa Minha Vida” é dez vezes maior
que os créditos podres da grande crise imobiliária ocorrida recentemente nos EUA,
que afetou o mundo inteiro. O que se pode concluir é que o nosso governo está,
de forma irresponsável, preparando uma bomba relógio para o futuro.
O
programa eleitoreiro de Dilma já está sendo apelidado de o “Minha Casa Minha Dívida”. Como sempre
acontece nos programas de cunho eleitoral, o governo, sem cerimônia, usa e
abusa das transações ilegais, como a de recentemente retirar 10% do FGTS para
financiar o presente de grego. No
dizer do ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore, “O governo compra o eleitor à vista e obriga
a sociedade a pagar por ele a prazo”.
Um
dia, talvez, o “bom” brasileiro que tem muita fé e diz que Deus é brasileiro,
venha colher dinheiro caindo do alto do céu para fazer face as suas futuras dívidas.
Quem sabe?
O
imponente e mítico Cavalo de Tróia que os troianos receberam dos gregos e lhes proporcionaram
uma noite festivamente comemorada, mas com final desastroso, para não dizer
trágico, vem reforçar o meu ceticismo quanto à doações espetaculosas que escondem em seu bojo nebulosas transações.
Não
custa nada, relembrar a ano de 2007, em que nos EUA, um milhão de proprietários
inadimplentes foram obrigados a devolver suas casas (seus cavalos de Troia)
financiadas com o aval do governo americano.
Mas
o nosso governo é teimoso: há dois meses lançou o P.P.E.F. (Programa
para Piorar o Endividamento das Famílias): uma linha de crédito
até 5.000 reais ― “O Minha Casa Melhor”
― Um outro nome para iludir o eleitor.
Por Levi B.
Santos
6 comentários:
O problema deve ser decorrente do endividamento em geral da sociedade brasileira tendo em vista o inflacionamento da economia já que as taxas de juros e as prestações do programa me parecem até bem baratas.
Rodrigo
A Dilma, com seu programa imediatista-reeleitoreiro, sabe muito bem o "porquê" do programa está fazendo água, com 20% das prestações em atraso há 3 meses. (rsrs)
Sem mencionar a qualidade das casas. Muitos desses projetos de habitação popular se transformam em verdadeiros abacaxis. Casa próxima a leito de rios, sem estrutura...
Pode contar, Levi, que, no próximo ano, pode pintar uma renegociação dessas dívidas, com abatimento, novos prazos e até perdão.
O que a Mariani colocou é um dado relevante. O governo federal precisa ter um maior controle sobre as obras. Afinal, é dinheiro público.
Ainda assim, continuo um defensor do programa habitacional que pode ficar ainda melhor. Moradia é um direito social que precisa ser realizado por meio de políticas públicas. No RJ, tenho visto projetos acontecendo próximos a lugares estruturados e onde haja estação do metrô. Um exemplo seria a Pavuna.
Abraços.
Você disse, Rodrigo, que “pode pintar uma renegociação dessas dívidas, com abatimento, novos prazos e até perdão”.
Acredito que não existe perdão para dívida, proveniente de programas imediatista-eleitoreiros, como esse da Dilma. O que há, é a sua transformação em mais impostos sobre os nossos ombros.
Parodiando Lavoisier: “Nada se perdoa, tudo se transfere.” (rsrs)
Um exemplo, para reforçar o que você oportunamente comentou, Mariani:
”A construção dos apartamentos que os parentes das vítimas do morro do Bumba em Niterói, receberiam parou, simplesmente porque prédios do condomínio que custaram R$ 22 milhões, correm o risco de desabar.
As imagens das rachaduras podem ser vistas do alto. De perto, não deixam dúvidas de que a construção está em risco. Elas aparecem em pelo menos dois dos 11 prédios do conjunto habitacional no bairro Fonseca, em Niterói. São obras do programa Minha Casa, Minha Vida , do governo federal, para onde irão vítimas das chuvas que atingiram a cidade há quase três anos” .
(FONTE: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/predios-do-minha-casa-minha-vida-destinados-a-desabrigados-do-morro-do-bumba-podem-desabar/ )
No Japão (um país sério), governante que fizesse tal coisa ou se suicidaria ou iria terminar seus anos de vida na cadeia.
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