Treinamento
contra atos de terrorismo no metrô do Rio de Janeiro
A
paranoia (ou
pensamento delirante crônico)
de
que atentados
terroristas são
passíveis de acontecer nas
Olimpíadas que se aproximam, pode
acelerar o sentimento de intolerância latente na alma humana. “O
grande perigo que todos nós corremos é o de constrangermos ainda
mais pessoas que pareçam diferentes, ou seja, de pele mais escura”
—
afirmou
o jurista
americano Christopher
Kutz,
professor de jurisprudência e política social da
Universidade de Berkeley (Califórnia),
depois
dos
atentados às Torres Gêmeas nos EUA.
Por
sua vez, o americano Thomas Sanderson do Centro de Estudos
Internacionais e Estratégicos dos EUA, respondeu algumas perguntas
no site
do Jornal Nexo, afirmando, logo de início, que a Olimpíada no
Brasil pode ser um potencial alvo, ressaltando ao mesmo tempo que
leis antiterror também acabam sendo usadas para justificar excessos.
Confiram
trechos da entrevista de T. Sanderson no Jornal Nexo.
Jornal
Nexo:
•
O Brasil aprovou uma lei
antiterror. Movimentos sociais temem que essa lei sirva para
criminalizá-los. Como balancear o terrorismo com a preservação de
direitos?
Thomas
Sanderson:
●
Infelizmente,
muitos países que aprovam legislações antiterrorismo fazem um uso
abusivo desses novos poderes e miram movimentos de protesto e de
oposição. Isso acaba enfraquecendo a democracia e gerando
instabilidade, que é exatamente o tipo de coisa que o Estado
Islâmico deseja. Então, quando os serviços de segurança e os
políticos agem de maneira abusiva, eles acabam se tornando serviçais
de grupos extremistas como o Estado Islâmico e a Al-Qaeda.
Jornal Nexo:
• O Brasil tem capacidade e conhecimento suficientes para se proteger?
Thomas
Sanderson:
•
Mesmo
os melhores serviços de segurança do mundo, como os dos EUA, de
Israel, do Reino Unido, da França, foram incapazes de impedir que
todos esses ataques ocorressem.
Jornal Nexo:
● As
redes sociais são armas de propaganda e recrutamento de grupos
terroristas. Como isso funciona?
Thomas
Sanderson:
●
A
propaganda é uma ferramenta de recrutamento e de influência. O
Estado Islâmico recruta pessoas que estão marginalizadas. O grupo
empodera essas pessoas com promessas de aventura, de salários, de
justiça, de vingança, de redenção e de uma missão divina, que é
proteger e construir o Estado Islâmico. As imagens publicadas nas
redes sociais oferecem evidências vívidas desses benefícios,
influenciando novos membros em potencial. E nós temos zero ou muito
pouca condição de fazer uma contraposição a isso.
Sobre
a Manchete da Folha de ontem (dia 21) “Governo Monitora Cem
Suspeitos com o Terror no País”:
•
Não
há muitos detalhes mas, em princípio, parece que a cultura do
vazamento e do espalhafato policial ajudou a produzir uma ação
pouco eficiente e, talvez, desastrosa com esta prisão dos suspeitos
de se organizaram para a prática de terrorismo nos Jogos Olímpicos.
[Jornalista
Fernando Brito]
Até
a cidade da Padroeira do Brasil não escapou
da paranoia:
Principal
destino do turismo religioso do Sudeste, Aparecida, no interior de
São Paulo, está na lista das cidades sob risco de ataques
terroristas, segundo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O
município, que vai hospedar a delegação russa de ginástica
rítmica, abriga o maior templo católico do país e deve receber
mais de 550 mil turistas nos fins de semana durante os Jogos
Olímpicos
[www.odia.ig.com.br]
O
Brasil, mais que as grandes potências, está preparado para qualquer
tipo de atentado:
Um
General
disse durante a audiência que, para garantir a segurança da Rio
2016, o Brasil prevê "a criação de um centro anti-terrorista"
com especialistas norte-americanos, britânicos, espanhóis e franceses.
O
Ministério da Defesa criou uma estrutura
temporária chamada Comando Conjunto de Prevenção e Combate ao
Terrorismo que
integra todas as capacidades e poderes das Forças Armadas,
específicas contra o terrorismo. "Tudo
que existe de capacidade de contra terror na Marinha do Brasil, no
Exército Brasileiro e na Força Aérea foram agrupados neste comando
conjunto para que nós colocássemos essas capacidades à disposição
durante os Jogos Olímpicos", explicou
o general Mauro
Sinott.
Tem mais essa para aquecer ainda mais a paranoia:
Uma
vistoria do Sindicato dos Médicos do estado do Rio
de Janeiro
e do
Conselho Regional de Medicina do RJ nas unidades de saúde
municipais, consideradas referência para o atendimento durante a
Olimpíada, revela que os hospitais estão superlotados e não há
condições para que atendam a demanda que pode ser gerada por um
evento de grande porte. [Portal
G1]
Bem,
caro leitor, a paranoia que
toma conta do país a duas
semanas do
início das Olimpíadas, pelo
visto, tende a aumentar de intensidade.
Com certeza, operações
antiterror nunca vistas no mundo
serão veiculadas, em seus
mínimos detalhes, nos meios de comunicação. Aos que têm mais de
55 anos de idade, para evitar o estresse e problemas cardíacos de graves repercussões,
aconselha-se
não saírem
de casa; vejam tudo pela telinha ou telona de TV em seus macios e
confortáveis sofás, servindo-se
de pipocas, caso
não sejam
hipertensos.
Por
Levi B. Santos
Guarabira,
22 de julho de 2016