Era
bem criança quando por ocasião das epidemias de sarampo, varíola ,
Coqueluche e tracoma (conjuntivite
purulenta por Chlamydia
tracomatis).
ouvia as mães dizerem: “Deixem
as crianças brincarem juntas; é
melhor que peguem logo a doença para ficarem livres dela”.
Não havia ainda a vacinação em massa para essas doenças
infecto-contagiosas e as crianças sadias se misturavam com as
doentes sem saber que estavam com este tipo de inciativa procedendo
a tal imunização
pelo contato com os
infectados. Quanto mais cedo
a criançada pegasse a doença mais rápido ficaria
imune a essas moléstias.
Uma
fala
recente da
parte de um ministro da saúde me deixou de orelha em pé, ao evocar
os tempos antigos em que as mães fazendo
as vezes de
agentes leigos de saúde davam
seu apoio a imunização natural por
contato dos sadios com os doentes.
Em
meados de janeiro de 2016 a infeção viral denominada Zica,
proveniente dos confins da África estava causando um pânico danado na
população brasileira, especialmente por afetar fetos durante a
gestação. Como os projetos de desenvolvimento da vacina contra Zica
estava num impasse devido ao longo tempo que se teria para que
se pudesse abranger o grande
número
de mulheres que estavam em vias de engravidar, o ministro Marcelo
Castro, em uma conversa com jornalistas, saiu com uma solução à
moda antiga:
“Não
vamos dar vacina para 200 milhões de brasileiros. Nós vamos dar
para as pessoas em período fértil. E vamos torcer para que as
pessoas antes de entrar no período fértil peguem a zika, para elas
ficarem imunizadas pelo próprio mosquito. Aí não precisa da
vacina”
―,
afirmou
perante
a imprensa.
À
maneira das mães do meu tempo de criança rude na década de 1950, o
ministro da saúde estava ali como que a convidar as crianças do
sexo feminino a pegarem logo o Zica.
Não
deixe de conferir o vídeo histórico abaixo replicado:
A presidente Dilma, após a decisão do ministro da saúde pela imunização natural das mulheres forçando-as a pegarem Zica o mais rápido possível, em um discurso na Abertura da Conferência Nacional de Saúde, valha-me Deus: confundiu o vírus da Zica e da Chikungunya com o mosquito aedes aegypti:
“E,
agora, eu queria destacar uma questão, que é uma questão que está
afetando o Brasil inteiro, que é a questão da vigilância
sanitária: gente, é o vírus Aedes aegypti [que ela pronuncia
“aegipsi”] , com as suas diferentes modalidades: chikungunya,
zika vírus. Nós temos de tratar a questão do Zika vírus com muita
seriedade”.
Vale
a pena
conferir
o risível vídeo abaixo replicado:
As mulheres adultas de antigamente não tinha os recursos fenomenais da Televisão para propagarem suas condutas nos casos de epidemias que assolavam o nordeste do país naquele época. Mesmo com a ausência dos recursos tecnológicos de rápida comunicação que se tem hoje, as mães de família dos velhos tempos, em razão da falta de vacinas, realizavam a seu modo suas ações preventivas estratégicas de casa em casa a favor da imunização que consideravam bem natural, ao permitir que crianças sadias entrassem em contato com as doentes o mais rapidamente possivel para ficarem livres das doenças infecciosas que assolavam ruas inteiras.
Quem em sã
consciência poderia imaginar que em plena era de imenso progresso na
área científica a autoridade maior em Saúde do País viria incentivar as mulheres a se deixarem
infectar por perigosos vírus a fim de adquirir imunidade, com o suposto intuito de evitar anomalias fetais em suas futuras gestações.
Pelo andar
da carruagem pode-se presumir que algo de apocalíptico existe no ar em matéria de Saúde Pública:
“E quando todos adoecerem então virá o FIM”.
Por
Levi B. Santos
Guarabira,
12 de julho de 2016
Link
da imagem do Topo:
http://www.leovillanova.net/wp-content/uploads/2015/05/Maio-20-05-15-Aedes-NET.jpg
7 comentários:
Bom dia, Levi.
Ainda bem que teve o impeachment...
Acho que até o Lula deve estar se sentindo mais aliviado com o afastamento da presidenta que, por colocar o PT na oposição e permitir que a arrumação da economia de maneira amarga pelas mãos de Temer para este lhe entregar um país mais arrumado em 01/01/2019...
Mas falando de saúde, tenho procurado observar o atual ministro que parece ser alguém muito próximo das operadoras dos planos de saúde. Uma de suas ideias seria criar um serviço popular para a população mais pobre, o que talvez possa dar mais certo que o SUS já que o problema da saúde pública no Brasil tem sido mais de gestão, seguida pela corrupção e falta de médicos. Mas, se ele imitar o Obama e o governo pagar um plano para a população, poderá ser bem sucedido, sendo certo que ele dependerá da aprovação de novas leis bem como de muitas discussões no Congresso.
Quanto às epidemias, tenho dúvidas se o atual governo conseguirá resolver o problema para o próximo verão. Provavelmente não pois o mosquito anda por aí picando muita gente. Descreio que haverá tempo hábil para que uma vacina fique pronta para ser colocada em uso antes do final do governo Temer sendo certo que falta uma legislação mais rígida que discipline a população bem como fortaleça a fiscalização dos agentes de saúde (o uso de "drones" para monitorar as residências seria uma ideia). De qualquer modo, há que se investir nas pesquisas científicas a fim de que as três doenças transmitidas pelo vetor sejam efetivamente combatidas.
Como não há solução a curto prazo, o jeito talvez será o governo ter uma política de distribuição gratuita de repelentes às gestantes como se fosse um medicamento ou dar todos os incentivos possíveis para o barateamento do produto. O que acha?
Abraços.
O que escrevi no ensaio "Um Mosquito Bem Brasileiro", nesse blog há pouco mais de um ano, tem tudo a ver com a Comédia das três pragas (Zica, Dengue e Chikungunya)que assolam a nossa república das bananas. Destaco abaixo um trecho da postagem sobre esse invencível Aedes (que para alguns tem natureza divina; para outros tem parte com o diabo).
"Quem diria que, hoje, apesar dos vastos recursos tecnológicos e científicos existentes, esse mosquitinho de pernas alvi-negras (corinthiano ?, santista?) viria atormentar os brasileiros? Plagiando a letra da canção “Teresinha” de Chico Buarque, o Aedes chegou sorrateiro e se instalou feito um posseiro dentro dos lares . Após infectar todo o norte e nordeste, o Aedes se enfastiou da região árida e quente, mudando a sua Central de atuação para a “cidade-coração” do país ― São Paulo (quarta maior metrópole do mundo). Por enquanto, o mosquito bem abrasileirado vai repassando para o homem quatro tipos de Dengue, um deles fatal: o hemorrágico. Como na antológica canção paulista, “SAMPA”, de Caetano Veloso, o mosquito vive cruzando diariamente a Ypiranga e a avenida São João com a maior traanquilidade. Plagiando o começo de umas das estrofes de “Sampa”, o sem-vergonha do mosquito que se naturalizou brasileiro, ataca, sem dó e sem piedade, o povo oprimido nas filas, vilas e favelas."
Ainda não satisfeito por fazer inumeráveis vítimas com a Dengue, o mosquitinho sem-vergonha, mas altamente inteligente, trouxe a Zica e a Chicungunya para infectar e deixar sequelas irreversíveis na triste nação que não tem Senhor. Segundo religiosos da corrente mística, o mosquitinho sem-vergonha está com seu exército altamente preparado para as Olimpíadas que se aproximam. (rsrsrs)
Em falar nas Olimpíadas, por pouco uns cientistas resolveram defender o cancelamento do evento, o que me pareceu exagero porque os jogos estão previstos para agosto. Mas o fato é que sempre há um risco de alguém passar o verão no Brasil e pegar uma dessas doenças. Já as grávidas devem mesmo evitar o país.
Acho, Rodrigão, que essa Olimpíada ficará historicamente conhecida como a primeira a ser realizada em meio a três pragas endêmicas (de Dengue, do Zica e da Chikungunya).
A imagem do mosquito Aedes aegypti com uma bola entre suas pernas bem que poderia ser o símbolo oficial dessa desgovernada competição esportiva mundial.(kkkkk)
As Olimpíadas nem me preocupam tanto quanto o verão de 2016/2017 que vem por aí. Acho que, no mínimo, o governo Temer deveria distribuir repelentes às gestantes por meio do programa Farmácia Popular do Ministério da Saúde. O que você acha?
Estamos perdendo a guerra para virus, bactérias (resistentes a maioria dos antibióticos) e mosquitos que já demonstram resistência a repelentes, Caro Rodrigo.
Na minha área (Ginecologia) já existem bactérias,como a Clamídia, que se escondem dentro das células do aparelho genital feminino, evitando que pomadas ou cremes tópicos tenham efeito sobre elas.
Decididamente, o mundo dos seres microscópicos está pondo en xeque a parca inteligência do outrora homo sapiens.
Boa noite, Levi.
A meu ver também tem faltado racionalidade humana no uso desses antibióticos sem respeito aos horários e prescrição médica. Felizmente, agora a aquisição desses medicamentos é controlada.
Além disso, por ser em muitas doenças sexualmente transmissíveis, há que se considerar a falta de cuidados de muitos que teimam em não se prevenir deixando de usar preservativos ou de manter um relacionamento conjugal de fidelidade. Não concorda?
Ótimo domingo!
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