● Se não sabia, fique sabendo,
que o governo de Deodoro da Fonseca, iniciado em 15 de novembro de
1889, por ser provisório como o de Temer, foi marcado por intensa
atividade legislativa.
●Dizia-se, como hoje, que a União
compunha-se de três poderes harmônicos e independentes entre si: O
executivo, o Legislativo e o Judiciário.
●
O lucro estratosférico das
empresas criadas na república de Deodoro permitia uma rápida
fortuna aos que delas se associassem.
●Os anúncios de jornais de 1889
davam conta de uma república fantasiosamente inventada, um país de
papel, composto de títulos, certidões e contratos responsáveis por exuberantes lucros que enchiam os bolsos dos alegres
e aparentemente cordiais banqueiros.
●
Rui Barbosa, ministro da Fazenda
de Deodoro da Fonseca, com pouco mais de um mês no cargo, anunciou
um programa econômico em tudo parecido com o do economista Henrique
Meirelles do Governo Temer. O mote principal era o mesmo consagrado
hoje: o de fugir dos empréstimos e organizar a amortização,
proibindo terminantemente a contração de novas dívidas.
(Há
muito de primitivismo no homem da pós-modernidade. Não seria
exagero dizer que caminhamos em um círculo onde o presente já foi
passado. Nesse caminhar trocam-se apenas os atores, mas o espírito ou o que
faz acionar o motor de nossa ambígua história atual é o mesmo de ontem.
Para compreender porque o enredo histórico trágico-cômico, sem a participação do povo, que estamos assistindo em novembro de 2016 é uma “reprise” do que foi encenado nos idos de “15 de Novembro de 1889” ―, leia o livro “1889” de Laurentino Gomes ― Editora Globo)
Para compreender porque o enredo histórico trágico-cômico, sem a participação do povo, que estamos assistindo em novembro de 2016 é uma “reprise” do que foi encenado nos idos de “15 de Novembro de 1889” ―, leia o livro “1889” de Laurentino Gomes ― Editora Globo)
Por Levi B. Santos
3 comentários:
Caro Levi,
Li o livro do Laurentino Gomes, posso encontrar algumas semelhanças entre o o ontem e o hoje, mas também posso lhe dizer que a política econômica do presente é de fato séria, digna de resgatar a confiança perdida na era lulo-petista. Ou sejam nada que lembre a farra do encilhamento...
Entretanto, no que diz respeito à corrupção, não estando esta ainda sob total controle, precisamos nos livrar da maldita herança.
Caro Rodrigão
Você, que leu o livro "1889" de Laurentino, talvez guarde na memória uma pérola de similitude entre a república de ontem e a de hoje, que colhi quando o li no início de 2014 (cujo enredo cai bem nos dias atuais). Trata-se daquela parte do livro em que o autor fala da deposição de D. Pedro II, quando a Monarquia cedeu lugar à “República”. O autor acentua que o alagoano Deodoro da Fonseca nada tinha de republicano. No fundo, era um monarquista convicto e amigo do imperador derrubado – rsrs.
(O emblemático trecho composto de vinte linhas que fala dos bastidores do início de nossa republiqueta, foi reproduzido pelo escritor na contracapa de “1889”, terceiro livro de sua trilogia. Os dois primeiros volumes foram “1808” e “1822”)
O que acontece, Levi, é que muitas vezes nossas autoridades e liderança sentem-se pressionados a fazer a revolução "antes que o povo a faça", como já dizia um certo político da republiqueta.
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