Sempre aos domingos pela manhã, me dirijo ao centro da cidade, para pegar a minha “VEJA” na principal banca de Revista. Para surpresa minha, no exato momento em que ali chegava, dei de cara com o desfile da Igreja "Assembléia de Deus" local. Por sinal, um desfile bem organizado.
Logo ali a minha frente estava o pelotão de homens (obreiros) impecavelmente uniformizados de ternos pretos. Em seguida vinham os pelotões das mulheres ─, todas esfuziantes e alegres, colorindo majestosamente o ambiente com suas garbosas vestimentas, dando vida e alma a festividade.
Senti que o pelotão de homens marchava de uma maneira fria e sem emoção, o que me fez logo tirar a seguinte conclusão: “acho que desfile de homens devia ser sempre feito em quartéis”. Digo isso, porque ali, as mulheres, donas que são da mais fina sensibilidade, deram um banho de emoção contagiante, com seus lenços brancos acenando para o alto. Todas sorridentes, sem demonstrar frieza ou cansaço. Ali estavam meninas, moças, esposas, viúvas, gordas e magras, algumas claudicando pelo reumatismo e pelo peso da idade, outras mancando, devido os calos formados pelos sapatos apertados nos pés. Porém, o importante, é que elas marchavam de uma maneira alegre e fagueira com a ginga tradicional que faz da mulher brasileira, a mais festiva do mundo. Todas numa espontaneidade nunca vista, bradando para o alto com suas vozes agudas e estridentes o estribilho: “Jesus ─ Rei dos Reis e Senhor dos Senhores”.
Eu acho que o tema deste congresso das mulheres, devia ter sido: “A Noiva de Cristo”, de tão intensa que era a empolgação delas. Não tenho dúvida, que ali, os homens deram as mãos à palmatória, reconhecendo o brilhantismo das servas do Senhor.
Pensando bem, qual o homem que teria a coragem de quebrar um vidro de perfume caríssimo, e derramar sobre os pés de Cristo, como fez Maria Madalena, e depois enxugá-los meigamente com os seus longos cabelos? Os marmanjos daquela época, não gostaram da espontaneidade da atitude feminina, mas Cristo aprovou o ato daquela mulher. É! Realmente há coisas, que só a mulher sabe fazer muito bem...
Ali mesmo eu cheguei a pensar: bem que poderia estar lá em cima, no carro do trio elétrico, uma, como Miriam, irmã de Arão, que com um tamborim nas mãos, dançou, exultando a passagem pelo mar vermelho, à pés secos. Isto, numa analogia ao que está escrito no livro de Êxodo 15, 20: "Então Miriã, a profetisa, irmã de Arão, tomou um tamborim e todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças".
Naquela manhã ensolarada de domingo, sob um céu azul de brigadeiro, o centro, as praças e principais avenidas, foram delas.
Parabéns para estas valorosas mulheres, no seu congresso. Evento este em que eu tomei a liberdade e audácia de mudar o tema da festa para: “A NOIVA DE CRISTO”.
Por acaso, não foi para Ele (O esposo-espiritual), que elas tão bem se apresentaram ali em praça pública?
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