Vaidade, sorrateiro sentimento do coração humano.
Tem às vezes aparência de uma virtude em excesso.
Mas o maior dos vaidosos, não admite a vaidade;
Não sabe que nasce com ela. E ela se acaba nele.
Até mesmo na humildade, ela está à sua espreita.
É a companheira sombria, misteriosa e esquisita.
De todas as paixões, é ela a que mais se esconde.
Até as ações mais pias, podem nascer da vaidade.
Quem tem não a conhece, tampouco a distingue,
É como espelho de grau que aumenta nossa forma.
É um instrumento que tira dos olhos nosso defeito,
Ao mesmo tempo expõe os defeitos que há no outro.
Das vaidades últimas, ela é vanglória antecipada,
Ao sermos despejados de volta solene à terra.
A vaidade está presente até mesmo na agonia,
Enriquecendo de adornos o pobre vil moribundo.
Como se na hora fatal, o morrer não fosse nada,
E o nosso mundo de coisas, pudéssemos conduzir.
Vaidades das vaidades. Em tudo está a vaidade.
Vaidade que se nota até nos últimos suspiros,
Ela está nas pompas frias da derradeira partida,
Está na lápide brilhante de um branco mausoléu,
Está nas letras inseridas na pedra fria marmórea;
Na suntuosidade do túmulo, a inspirar veneração.
É como um sonho infinito de desejo recorrente,
Encastelado no centro da moldura imaginária.
Até no nobre ataúde, a vaidade está presente,
Até mesmo na antevisão do nicho no altar-mor.
É nos mórbidos preparos da funesta caminhada,
Que o ser inconsciente desfruta a vaidade última.
Versos por Levi B. Santos
Guarabira, 28 de Dezembro de 2008
Tem às vezes aparência de uma virtude em excesso.
Mas o maior dos vaidosos, não admite a vaidade;
Não sabe que nasce com ela. E ela se acaba nele.
Até mesmo na humildade, ela está à sua espreita.
É a companheira sombria, misteriosa e esquisita.
De todas as paixões, é ela a que mais se esconde.
Até as ações mais pias, podem nascer da vaidade.
Quem tem não a conhece, tampouco a distingue,
É como espelho de grau que aumenta nossa forma.
É um instrumento que tira dos olhos nosso defeito,
Ao mesmo tempo expõe os defeitos que há no outro.
Das vaidades últimas, ela é vanglória antecipada,
Ao sermos despejados de volta solene à terra.
A vaidade está presente até mesmo na agonia,
Enriquecendo de adornos o pobre vil moribundo.
Como se na hora fatal, o morrer não fosse nada,
E o nosso mundo de coisas, pudéssemos conduzir.
Vaidades das vaidades. Em tudo está a vaidade.
Vaidade que se nota até nos últimos suspiros,
Ela está nas pompas frias da derradeira partida,
Está na lápide brilhante de um branco mausoléu,
Está nas letras inseridas na pedra fria marmórea;
Na suntuosidade do túmulo, a inspirar veneração.
É como um sonho infinito de desejo recorrente,
Encastelado no centro da moldura imaginária.
Até no nobre ataúde, a vaidade está presente,
Até mesmo na antevisão do nicho no altar-mor.
É nos mórbidos preparos da funesta caminhada,
Que o ser inconsciente desfruta a vaidade última.
Versos por Levi B. Santos
Guarabira, 28 de Dezembro de 2008
2 comentários:
a paz irmão gostei muito do seu blog e lhe desejamos um feliz ano novo
Linda esta poesia; nos mostra que o ser humano é tão vaidoso, que mesmo morto, os seus familiares escolhem o melhor caixão, o melhor funeral, e entre pompas, adornos, aderescos que não levam a nada, nós somos enterrados.Parabéns! bela inspiração.
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