26 janeiro 2009

VENDIDA




Vendeste o meigo corpo e prendeste a tua alma,
Abdicando da inocência, a beleza e a esperança.
Pois saibas que na vida não há fardo mais pesado
Que a cruz desse pecado sendo ainda uma criança.




Deixasse o amor puro do doce tempo da escola.
Dos arroubos pueris só restam sombra e saudade.
E quando os anos passarem e cansares dessa vida,
Lembrarás as fantasias sem a mácula da maldade.




O teu olhar radiante que enlouquecia os rapazes
Desapareceu com o tempo, o sofrimento o levou.
Os gemidos e teus ais hoje espantam os clientes,
Que em teu corpo imaturo se serviram sem pudor.




Os teus amantes agora te consideram um estorvo;
De tua graça e teu riso, eles nem se lembram mais.
Mas se esboçares um sorriso em teu sono agitado,
Sei que em sonho estarás voltando para teus pais.



Versos por Levi B. Santos
Guarabira, 26 de janeiro de 2009

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Levi,
Esses versos me fez lembrar de uma menina de Campina Grande, que mesmo sendo criada com tanto carinho, escolheu essa vida. Pena que ainda não conseguiu voltar para os pais.

Micheline Gomes disse...

Levi

Que poesia impactante e atual. Quantas meninas vemos perdidas pelo mundo afora.
Você é um excelente poeta!

Deus te abençoe...