Luiz Felipe Pondé ― filósofo, professor de ciências da religião e polêmico ensaísta
da Folha de São Paulo ―, em um artigo publicado no dia 30 de fevereiro deste
ano (Por Que Estudar Religião?) faz uma ácida
pergunta, para logo em seguida elencar uma série de hipóteses em que o estudioso
e amante da religião poderia se enquadrar. Diz ele:
Você
estuda religião? Aposto que, se sua resposta for SIM, a causa é uma das
hipóteses abaixo. ‘Somos previsíveis como ratos de laboratório’
Ele, depois de uma série de considerações, em que divaga sobre
preconceito, neutralidade, fé religiosa e ciência, elenca as suas hipotéticas
situações, no intuito de que o leitor, estudioso da religião, faça a sua opção sobre o "por quê" de escolher esse campo do saber. Ri de mim mesmo, ao procurar o item (ou itens) em que melhor me enquadraria.
Proponho as seguintes hipóteses, diz ele:
1.
Pessoas buscam a universidade ou instituições afins para estudar religião
porque têm inquietações "espirituais", mas se acham "cultas e
bem (in)formadas" e estão um tanto de saco cheio das "igrejas"
(no sentido de religiões institucionais) que existem no mercado. Ou mesmo
porque sentem vergonha de serem religiosas "oficialmente" e, por
isso, preferem estudar religião a praticar religião.
2. Porque
odeiam religião por conta de traumas infantis familiares ou escolares ou por
algum grande sofrimento que gerou algum tipo de "revolta contra
Deus". Normalmente essas pessoas querem acabar com a religião.
3. Razões
ideológicas: religião aliena (marxistas), oprime mulheres e gays, condena o
sexo. Ou seja: querem um mundo sem religião ou com religiões simpáticas a suas
ideologias.
4. Para
abrir uma igreja, ganhar dinheiro ou poder político.
5. Para
tornar sua vivência religiosa mais "culta e bem informada" e
"modernizar" sua vida religiosa cotidiana, como em questões
relacionadas à ciência ou à ética.
6. Por
diletantismo sofisticado movido por inquietações existenciais e/ou filosóficas.
7. Porque
pertenceram ao clero de alguma religião e só sabem ganhar a vida com temas
relacionados à religião.
8. Para
usar o conhecimento em recursos humanos nas empresas.
9.
Geopolítica internacional: fundamentalismos, multiculturalismos, comércio
exterior.
10. Porque
é professor e o ensino religioso é um mercado em expansão, além de que, se for
egresso de classes sociais inferiores (o que é muito comum), títulos acadêmicos
costumam ser uma ferramenta razoável de status e aumento na renda.
Resumo da ópera: dinheiro, status,
angústia existencial, fé, política, opção profissional à mão ou simplesmente
falta de opção.
NOTA: Bem,
como o acintoso Pondé não é tão onisciente assim, o leitor tem toda liberdade
de discordar de suas hipotéticas situações acima citadas, acrescentando
a sua opinião a respeito.
Site da Foto: tudoeespanto.blogspot.com
Site da Foto: tudoeespanto.blogspot.com
Guarabira, 07 de maio de 2012
12 comentários:
Pondé é um dos maiores idiotas dos últimos tempos.
Pela reação esboçada, o Pondé pisou nos calos do anônimo. (kkkkkkkkkkkk)
Levi, gosto do que tenho escutado ele dizer nas entrevistas que assisto. Me enquadro penso eu em alguém que se interessa pelo estudo da religião por questões de inquietações espirituais, curiosidades, querer fazer caber minha fé no meu mundo.
Acho que me enquadro no número 1.
Abraços.
Parece que ele esgotou mesmos as motivações...rssss
No meu caso é pura afinidade. Gosto do tema, acho a religião a maior e mais significativa manifestação de humanidade que as nossas culturas forma capazes de forjar.
E aí, Levi, de qual motivação o meu inconsciente está mais próximo....??? rssss
Mariani, e Edu
O próprio Pondé, como professor de religião da PUC, teve as suas motivações para se dedicar tanto a esse campo do conhecimento e, com certeza, ele está incluído dentro das hipóteses que ele mesmo elencou.
Primeiro do que tudo, o escritor escreve para si mesmo. (rsrs)
Mas eu me esqueci de dizer que vocês podem marcar mais de uma opção.
No meu caso, sei lá, eu marcaria os itens 1, 2 e 5. (rsrs)
Mas, olhando bem, a hipótese Pondiana que se enquadra mais dentro da psicanálise Freudiana, seria a 2. Parece-me que este Nobre Sentimento RELIGARE começou lá no nosso Éden, nas nossas origens.
Mas eu não generalizaria essa hipótese a ponto de dizer que todos que tiveram traumas na infância, sentem obrigatoriamente o desejo de destruir a religião.
Que me dizem, vocês ?
Levi você vai me achar arrogante ou burro kkkk mas não consegui me enquadrar ai deve ser a seis na verdade meu interesse é meio que berçal kkkkkkk meu spais me educaram na fé mas hoje vivo por convicção sei lá kkkk
Caro Levi,
Realmente ele não tem como ser tão ciente quanto Deus que é o Onisciente, mas eu diria que eu me enquadro mais próximo da opção 6. Para ser mais sincero, estudo religião (por conta própria) mais para fins de conhecimento do comportamento humano e de mim mesmo. Hoje já não estou correndo atrás de respostas como em outros momentos de minha vida. Sei que todas elas estão dentro de mim. Aidna assim, quando estudo religião, sempre aprofundo um pouco mais. Ao lado disso, não nego que já existiu ou que ainda existe dentro de mim aquela tentação em querer acumular e demonstrar conhecimento como um símbolo de status.
Além da opção 6, observo um pouco em mim das opções 5 e 9 também.
Realmente, Gilberto, Você tem toda razão ao optar pelo item 6
"inquietações existenciais e/ou filosóficas", quem não as tem? (rsrs)
Rodrigão!
É isso aí, você me acompanhou na salada de juntar três itens (rsrs)
Talvez eu tenha incluído o ítem 2, pelo fato de ter sido um igrejado forçado a reprimir muitos de meus afetos perfeitamente normais para uma criança de minha idade, nos idos de 1953.
A minha sorte é que encontrei os "moleques de rua", como eram denominados pela eclésia, os meninos incrédulos, que para o "bem" o para o "mal" contribuíram para que pusesse meus pés no chão, pois só entendia de querer voar com os anjos. (rsrs)
Levi,
aqueles que um dia foram religiosos fiéis e se tornaram ateus radicais que querem destruir a religião daria um ótimo ensaio vindo daí, não? rsssss
O que diz a psicanálise sobre? Não, não diga, escreva um texto e poste... rsss
Edu
Mecanismos de defesa, meu caro.
O acadêmico de psicologia, Márcio, em um comentário ao seu próprio texto "O Ateísmo Nunca Irá Conseguir Acabar Com a Religião" disse essa grande perola:
Mas foi exatamente a psicologia, ou mais precisamente a psicanálise, que me fez enxergar o religioso e a religião, como fazendo parte do ser humano, deixando assim de ser um ateu radical desonesto burro e intolerante. (rsrs)
Postar um comentário