Dilma e o sorridente chef de cozinha – Lisboa - Portugal
“Nunca
na história de nosso país” houve tanta preocupação com a aparência, em vez da
transparência. Nunca se falou tanto em maquiar.
Afinal, o desenrolar no Brasil do Campeonato Mundial de Futebol entre Nações de
todos os Continentes, que se realiza a cada quatro anos, será assunto no mundo inteiro
durante mais de trinta dias. Ultimamente, a mistura ou coquetel de Copa do
Mundo com campanhas eleitorais tem nos fornecido farto material para reflexão
sobre as incongruências (des)governamentais no trato da coisa pública.
Na
contramão de um governo que tem se dedicado, unicamente, a propagandear que a
Copa no Brasil será a maior e a mais rica (e a mais cara) da história
futebolística mundial, manifestações que pipocam por tudo quanto é canto estão
mostrando a outra cara daquilo que se convencionou como o “país das maravilhas”.
“Se
não houver direitos, não haverá Copa” ― foi o grito “perigoso” e sábio que
se ouviu nas ruas, recentemente.
Tem
passado da conta esse governo gastador que, com total falta de transparência, deixa
de investir em obras prioritárias em sua casa para afagar os Castros,
construindo sem contrapartida o gigantesco porto de Mariel em Cuba. O governo,
temerosamente, pisa na corda bamba ao adotar a máxima do “pão e circo”, na falsa
certeza de que, dessa forma, está agindo o bastante para extinguir do coração
de muitos a revolta contra os descalabros reinantes em todos os setores
ministeriais. Que a cúpula governante
não se fie tanto em subestimar a inteligência da população, pensando que ela
não entende nada sobre prioridades. Ao resolver trilhar por caminhos escabrosos,
trocando a transparência pela aparência ou maquiagem, talvez esteja
simplesmente a atiçar o cão com vara curta.
Esse
usado e vezado verbo, Maquiar, remete-me a um fato ocorrido
recente, em que se pode notar a preocupação doentia com a fútil exterioridade
do aparentar ser o que verdadeiramente não é: A presidente Dilma, em sua recente
visita à Lisboa, ao invés de prestar contas da gastança sua e de sua comitiva em
Portugal, passou um tempão irritada e irada ao ver estampada uma foto sua, de
olheiras, no Instagram, ao lado do
sorridente chef de cozinha de um dos
três melhores restaurantes Lisboense. Foi a própria Thema ― rede de Hoteis de
Portugal e dona do restaurante onde Dilma jantou ― que divulgou a sua foto aparentando
um extremo cansaço. (vide link abaixo)
Mas
Wladimir
Safatle, ontem, em sua coluna na Folha de São Paulo, deu um conselho prudente
à presidenta. Disse ele: “Alguém deveria lembrar que talvez os
brasileiros não tenham nascido para ser figurantes de campanhas de
patrocinadores da Copa”.
O
grande nó do governo que mantém a preço de ouro um curral de 39 ministérios, é
que muita gente já está sabendo que sua equipe vem maquiando dados econômicos a
fim de disseminar a percepção de que a nação está solidamente equilibrada ―
conversa para boi dormir ―, que não mais engana os investidores internacionais.
Essa maquiagem de dados não é de hoje. Ela tornou-se escancarada desde o
segundo semestre de 2012. “Esse processo se cristalizou aos olhos dos
analistas internacionais já no final de 2012, quando as principais revistas e
jornais econômicos do mundo passaram a acusar a nova realidade brasileira”
[LEIA
MAIS – AQUI]
Mas
Dilma
já está provando dos efeitos colaterais da química maquiadora. É difícil reter
a maquiagem por tempo indeterminado. Veja o que aconteceu quando, num cochilo,
foi fotografada de olheiras, sem a “bendita” máscara química.
A
maquiagem econômica de um Gigante adormecido em berço esplêndido está derretendo
com o clima de altas temperaturas que estamos experimentando. As redes sociais
estão aí a repercutir o que se deseja tanto esconder debaixo das sete capas dos
enxertos maquiladores.
Ululam
os maquiadores maquiavélicos: “Viva o Pré-Sal!. Mas quem,
porventura, não sabe que a Petrobrás, que já foi um dos nossos maiores orgulhos,
tem 32,4% de possibilidades de ir à falência nos próximos dois anos? (vide
Revista Exame).
O
governo se queixa de que andam fazendo pressão
psicológica contra sua gestão. Ele pode enganar a muitos, mas não a todos. Lá
no fundo o governo petista sabe que dentre os brasileiros que saem às ruas,
alguns, já estão cientes de que o Brasil (il,il,il) já vive a Bolha Imobiliária que arrasou os EUA em
um passado recente (vide
link).
Uma maquiagem horrenda patrocinada pela Caixa Econômica Federal foi desmascarada.
Ela escorreu rápido: é do conhecimento de todos que houve apropriação indébita
de contas inativas de milhares de poupanças, quem sabe (?), para obreiros da
Copa. (vide link)
“Se
não houver direitos (transparência), não haverá Copa”. Não sei, mas será
que esse grito de poucos que saíram
às ruas nas últimas manifestações é pra valer mesmo?
O grande
problema da maquiagem é que ela não segura, nem adere permanentemente à
pele. Ela escorre perigosamente, principalmente, em época de calor infernal,
como a que está acontecendo atualmente no país. A Copa e as eleições estão às
portas. Até lá, para o bem ou para o mal, muitos produtos usados em maquiagem
derreterão, deixando à mostra a verdadeira face de um Brasil ressacado e cheio
de “olheiras”.
Quem viver, verá.
Por
Levi B. Santos