Em
seu artigo de última página da Revista Veja que saiu às bancas
hoje, (dia23), o ensaísta J. R. Guzzo faz eco a um recado inusitado
dado por um General da ativa do Exército aos três poderes da
República, quando do alto de seu cargo, assim se referiu de forma
contundente: “ou as instituições solucionam o problema
politico, pela ação do judiciário, retirando da vida pública
esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós
teremos de impor isso”. “O alto comando tem 'planejamentos
muito bem feitos' para esse objetivo, ele confirmou que os militares
não vão ficar assistindo em paz ao apodrecimento simultâneo do
Executivo, Legislativo e Judiciário por causa da corrupção,
deboche e impunidade de uma vida pública cada vez mais depravada”
― escreveu Roberto Guzo em um momento emblemático do seu texto,
sob o título “Chegará a Hora”.
“Está
bom assim ou precisa mais?” ― pergunta o autor, a certa altura do
seu ensaio-alerta, para em seguida acrescentar: “Havia mais de 30
anos seguramente, não se ouvia um oficial superior dizer nada
parecido, nem de longe, sobre as misérias da política brasileira e
a possibilidade de 'chamar a tropa' para resolver as coisas".
Mesmo
sem povo nas ruas, é mais que evidente a indignação daqueles que
trabalham e veem parte de seus impostos espalhada no chão de um
vasto apartamento, sem que até agora, os destinatários da grande
bolsa bilionária tenham aparecido para relatar toda a trama perversa
de que foram autores. É
bom lembrar, nessas horas sombrias, o que disse o psicanalista Jorge
Forbes, sobre a VERGONHA : “A
pessoa deve apresentar alguma coisa que, se perdida, a vida não vale
a pena”.
Se
a Vergonha for atropelada pelo cinismo, ressonâncias de um tempo
pesadamente triste de nossa história recente continuará a pairar
perigosamente sobre nossas cabeças.
Guarabira, 23 de setembro de 2017
Um comentário:
Boa noite, Levi.
Como havia comentado em sua postagem lá no Facebook, há dúvidas se o posicionamento do general na Loja Maçônica realmente refletiria o que de fato pensam os demais militares do alto escalão das Forças Armadas brasileiras. O entendimento que prevalece é que hoje a situação do Brasil é muito diferente de 1964 e que não haveria riscos à soberania nacional.
Abraços e ótima semana!
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