24 setembro 2017

Um Duro Recado




Em seu artigo de última página da Revista Veja que saiu às bancas hoje, (dia23), o ensaísta J. R. Guzzo faz eco a um recado inusitado dado por um General da ativa do Exército aos três poderes da República, quando do alto de seu cargo, assim se referiu de forma contundente: “ou as instituições solucionam o problema politico, pela ação do judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos de impor isso”. “O alto comando tem 'planejamentos muito bem feitos' para esse objetivo, ele confirmou que os militares não vão ficar assistindo em paz ao apodrecimento simultâneo do Executivo, Legislativo e Judiciário por causa da corrupção, deboche e impunidade de uma vida pública cada vez mais depravada” ― escreveu Roberto Guzo em um momento emblemático do seu texto, sob o título “Chegará a Hora”.

Está bom assim ou precisa mais?” ― pergunta o autor, a certa altura do seu ensaio-alerta, para em seguida acrescentar: “Havia mais de 30 anos seguramente, não se ouvia um oficial superior dizer nada parecido, nem de longe, sobre as misérias da política brasileira e a possibilidade de 'chamar a tropa' para resolver as coisas".

Mesmo sem povo nas ruas, é mais que evidente a indignação daqueles que trabalham e veem parte de seus impostos espalhada no chão de um vasto apartamento, sem que até agora, os destinatários da grande bolsa bilionária tenham aparecido para relatar toda a trama perversa de que foram autores. É bom lembrar, nessas horas sombrias, o que disse o psicanalista Jorge Forbes, sobre a VERGONHA : A pessoa deve apresentar alguma coisa que, se perdida, a vida não vale a pena”.

Se a Vergonha for atropelada pelo cinismo, ressonâncias de um tempo pesadamente triste de nossa história recente continuará a pairar perigosamente sobre nossas cabeças.


Guarabira, 23 de setembro de 2017

Um comentário:

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Boa noite, Levi.

Como havia comentado em sua postagem lá no Facebook, há dúvidas se o posicionamento do general na Loja Maçônica realmente refletiria o que de fato pensam os demais militares do alto escalão das Forças Armadas brasileiras. O entendimento que prevalece é que hoje a situação do Brasil é muito diferente de 1964 e que não haveria riscos à soberania nacional.

Abraços e ótima semana!