Fazer os laços que eu sempre desejei,
Calçar nos pés aqueles sapatinhos
Andar de mini-saia livre pelas calçadas
Lembro-me enfim mesmo por um tempinho
Daquilo que não tive em meio a criançada.
Agora sei bem o que é ser menina
Ao te ver tão frágil a repetir meus gestos.
É minha a tua face, tenho eu a impressão,
Quando os lábios se alongam e surge um sorriso
Uma saudade imensa invade meu coração.
Estas pequeninas pernas, será que foram as minhas
Por ter passadas ligeiras, me deram por apelido
Pernas finas corredeiras, como minha mãe chamava
Ao desembalar como tu, correndo pelas ladeiras,
Cai , cai acolá. E no chão liso escorregava.
Tempos vividos que tive, e estou revendo agora.
Imitando a tua fala, me faço de novo criança,
Então na rede em meus braços, feliz a te embalar.
Em sonhos eu me vejo lá na Santa Terezinha
Ouvindo então bem baixinho, mamãe a cantarolar:
BOI, BOI, BOI, BOI DA CARA PRETA, PEGA ESSA MENINA QUE TEM MEDO DE CARETA.
Guarabira, 06 de aAgosto de 2006
Um comentário:
Tio, essa foi demais!!!!
O retrato de avó e neta foi perfeito.
Cristiane
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