27 dezembro 2008

BOMBARDEIOS NO NATAL DA TERRA SANTA




Hoje (27 de Dezembro de 2009), após o café da manhã, entro na internet, e deparo com o real natal da suposta terra santa Israel. A foto (acima estampada) mostra o violento e insano bombardeio, cometido ao ocaso da data em que se comemora o nascimento de Cristo. A triste notícia está em destaque no topo do site da UOL, encabeçada pelos seguintes dizeres: “Israel ataca faixa de Gaza em represália. Ao todo são cerca de 155 mortos, e mais de 300 feridos em estado grave".


Nessa época em que se deseja a “paz” entre as nações, por ironia, é justamente na terra em que Cristo viveu e pregou as “Boas Novas de Paz”, que o ódio e a vingança exalam os seus vapores mais bestiais. Para corroborar o que digo, leiam o que diz um trecho da recente reportagem:

“A organização Hamas pediu aos seus seguidores que 'vinguem pela força' os bombardeios israelenses na Faixa de Gaza".
"Pedimos que nossas tropas se vinguem pela força às operações do inimigo israelense" - conclamou o porta-voz do Hamas em uma mensagem difundida na emissora de rádio da organização.

Tudo isso que está ocorrendo lá na Palestina confirma a rejeição por parte desses povos em constantes atritos, de um dos pilares básicos do evangelho de Cristo, que preconiza o AMOR AO INIMIGO. Lá continua vigorando a máxima do Velho Testamento: “Olho por Olho, e Dente por Dente.”
Ainda bem, que na maior parte do mundo, o ódio e a vingança, se é que existem, andam camuflados, escondidos em algum recanto do coração humano. Aqui entre nós, esses sentimentos agressivos não se exteriorizam sob a forma de guerra de extermínio. Porém, talvez, eles se façam presentes nas palavras ditas e escritas por nós à respeito do outro que não comunga da mesma fé.


Por estar tão visível, tão perto dos nossos olhos, o ódio e a vingança entre Palestinos e Judeus se constituem uma coisa desumana, uma monstruosidade.


Israel quer impor a ferro e fogo a sua vontade sobre os palestinos através da coação, e vice-versa. Mas esse desejo de coagir o outro a viver ao nosso modo é simplesmente um desejo de “posse”, que por recusar a alteridade, transforma-se na própria negação da mensagem de Cristo.

A verdade de Cristo é uma verdade nômade, uma verdade que não tem terra nem lugar comum, por isso mesmo ela é a exclusão de qualquer possessão. O sentimento possessivo movido a ódio e vingança é como o lodo que contamina a água, e ele está na raiz de todas as guerras.


Mas fica a pergunta:


Será que no nosso cotidiano, de modo sutil, o ódio e a vingança não estão presentes em nossas ações e palavras?

Só poderemos responder adequadamente a essa indagação, após mergulharmos no mar sombrio e escuro de nosso inconsciente; lá no mais profundo abismo do nosso ser, onde talvez se abriguem lembranças inconfessáveis e crimes não ditos.



Crônica por Levi B. Santos
Guarabira, 27 de Dezembro de 2009

7 comentários:

Anônimo disse...

Meu caro Levi,
Voce ja parou pra pensar que a defesa de Israel eh o ataque, para nao correr o risco de ser varrido do mapa? De uma olhada no nosso tamanho e veja se podemos nos dar ao luxo de nao atacarmos. Desculpe meu amigo, mais eh facil julgarmos quando nao estamos vivenciando o contexto, e quando somos bombardeados pela opiniao da midia antisemita, nao se trata de vivermos a maxima do VT de "Olho por olho...", isso eh uma questao de sobrevivencia, quer o mundo aceite ou nao.

Levi B. Santos disse...

Prezada Yehudith Zeituni


Infelizmente, nós aqui no Brasil nos valemos das notícias veiculadas pelos nossos meios de comunicação, que como você bem se expressou, podem estar fermentados pelo anti –semitismo
Na verdade, essas notícias podem estar distorcidas pelos formadores de opinião da imprensa de uma maneira geral. As fotos que aparecem na internet, são de palestinos despedaçados. A mídia pode estar sendo parcial, pois não mostra os mortos do lado israelense.
É claro que numa situação crítica de guerrilha, ou mesmo de uma guerra civil, não se pode esperar das populações vitimadas pelo conflito, uma reflexão mais acurada e imparcial sobre o problema, visto que todos sofrem na pele as cruezas e agruras mais violentas do conflito. Neste ponto eu até concordo com sua reação. No entanto, deve-se cobrar das autoridades envolvidas no conflito, maior bom senso, capacidade de reflexão apurada, e muita diplomacia, tudo isso para que os civis e a população como um todo, seja poupada dos dissabores nefastos de uma guerra, que por ser tão longa e cruenta, tem seu sentido completamente esvaziado, se é que há algum sentido em uma guerra.

De qualquer forma, independentemente do número de vítimas, a violência, a intolerância e o extremismo, que tem sido experimentado por ambos os lados, denota uma incapacidade atávica para um diálogo frutífero, onde as partes se dispam dos preconceitos, das idéias preconcebidas de fundo religioso e político, para que surja da discussão dialógica, um caminho, uma espécie de “terceira via”, onde ambos os lados possam ceder e aceder ao acordo mútuo e benéfico.

Em relação ao artigo que escrevi, procurei dar mais ênfase ao “ódio e a vingança”, que estão bem visíveis no comunicado do Hamas, conclamando todos a vingarem-se.

Na verdade, o desiderato do meu texto, foi o de levar à reflexão sobre o “ódio e a vingança”, quando escrevi:

“Mas fica a pergunta:

Será que no nosso cotidiano, de modo sutil, o ódio e a vingança não estão presentes em nossas ações e palavras?

Só poderemos responder adequadamente a essa indagação, após mergulharmos no mar sombrio e escuro de nosso inconsciente; lá no mais profundo abismo do nosso ser, onde talvez se abriguem lembranças inconfessáveis e crimes não ditos”.

TRADUZINDO: Isso significa que lá no mais recôndito do nosso ser, não somos tão diferentes dos Judeus e Palestinos”

P.S. Vocês aí como cristãos, portanto neutros, em relação a essa disputa, poderão nos fornecer subsídios valiosos para uma avaliação mais sensata e justa.

Muito obrigado,
Levi B. Santos

(Continuem prestigiando o blog. Enviem sempre seus comentários, críticas e sugestões. Eles são importantes).

Anônimo disse...

quero parabenizalo pelo blog...fique na paz do senhor!

Anônimo disse...

Prezado Levi.
Obrigada por dar suas considerações sobre o que comentei. Entendo que voces veem o problema através da ótica tendenciosa dos meios de comunicação do Brasil, o que é uma pena pois a veracidade dos fatos não é transmitido como deveria. O conflito no qual estamos envolvidos é muito mais complexo do que podemos imaginar, uma vez que estamos lidando não com autoridades de um pais, mas com facções terroristas. Estes por sua vez, não respeitam a ética dos acordos de paz, porque eles mesmos são destituidos de qualquer tipo de ética. Digo isso, porque eles fazem a cabeça de crianças desde tenra idade para odiarem Israel e desejarem a morte dos judeus, isso tudo em nome de Allah.O mundo ve as fotos de palestinos espedaçados, e, é claro, imediatamente julga Israel como um monstro que mata crianças inocentes. Na atual situação, há semanas Israel apelava para o cessar fogo do Hamas, que sem tréguas ataca as cidades de Asquelom, Asdod e Rehovot, cujas populações, ha semanas vivem o pesadelo dos ataques, recolhidos em abrigos antiaéreos. O contra-ataque de Israel atingiu cerca de quarenta reduntos do Hamas e os mortos em quase sua totalidade, foram palestinos ligados a essa facção terrorista. Atingimos também civis? Sim atingimos, pois deliberadamente eles colocam seus quartéis no meio da população civil, exatamente pra que em situações como esta, causem a comoção de quem estar de fora. Infelizmente o espaço não dá para me referir a tantas situações que comoveram o mundo como a morte de crianças, cujos pais expuseram a vida dos próprios filhos à morte em troca de míseros quinhentos dolares. Isto, a mídia não tem interesse em publicar.
Meu caro amigo, sei que voce é um bom conhecedor das Escrituras e sabe que Israel não é um país qualquer. Não é à toa que as grandes potencias mundiais vivem de olho no que acontece aqui. D-us fundou Sião para um propósito (não fundou Nova York, Brasília nem outro lugar qualquer). Fundou Sião e deu seus oráculos a Seu povo Israel. Temos aqui uma questão espiritual e isso não pode jamais ser desvinculado. Ao longo dos anos, até séculos, o plano de D-us para Israel caminhou pra sua concretização. Quando Israel desobedeceu foi disperso, sofreu agruras mil, inclusive o Holocausto, mas, o plano de D-us para essa nação contunua de pé. A paz que tanto almejamos, com certeza não virá com esses acordos que inúmeras vezes já presenciamos. Só o Altíssimo poderá estabelecer a Sua paz aqui na nossa terra. Enquanto isso, temos que nos cuidar para preservamos aquilo que recebemos d'Ele.
Bem, quanto a nós, vivemos aqui e somos cidadãos judeus messianicos, portanto, não somos neutros, principalmente porque conhecemos o que a Palavra de D-us nos afirma sobre essa terra, o que deveria ser a posição de todo aquele que conhece as Sagradas Escrituras.
Meu amigo, nao sei se fui longe demais nas minhas considerações, me perdoe se me excedi. Desejo a voce cada vez mais sucesso no seu blog. Um abraço.

Anônimo disse...

Oi Levi,
O comentário acima foi meu, desculpe esqueci de colocar o nome.

Levi B. Santos disse...

Prezada Yehudith


Seu comentário foi bastante esclarecedor, até porque foi feito por quem está vivendo bem perto do foco de conflito. Já era do meu conhecimento esse artifício dos terroristas palestinos de fazer escudos de civis para depois explorar as conseqüências dessa insanidade em seu favor através da mídia. Na época de Josué, não era diferente: os reis vizinhos (terroristas de ontem) se vestiam de trapos para enganá-lo, se passando por míseros pedintes.
Já que você falou acerca das Escrituras e disse: “...temos aqui uma questão espiritual e isso não pode jamais ser desvinculado”, gostaria de expor aqui o que vem a minha mente nessas horas de conflito.
Fico imaginando a saga de Cristo, por uma terra em que o seus não O receberam. A Bíblia está repleta desse vai-e-vem de inúmeras guerras entre Israel e os Filisteus (hoje palestinos), e acho que Deus cansado de tantas guerras, terminou enviando o seu Filho para tentar apaziguar os ânimos, pregando um reino que não era desse mundo. É justamente nesse ínterim que me vem a imagem de Cristo chorando lágrimas de impotência por querer e não poder juntar o seu povo, quando disse: “Quantas vezes quis juntar os teus filhos como a galinha junta os seus pintinhos...
No tempo de Cristo eram os Romanos que oprimiam os Judeus. Da mesma forma que hoje, a mídia daquela época insuflava o povo. Ocorreu contra Jesus, a ponto de transformá-Lo politicamente em um perturbador da ordem pública, e religiosamente em um blasfemador.
Num exercício mental, se pudéssemos trazer Cristo para esse local de discórdia, como Ele se posicionaria? Agora mesmo ao fazer essa pergunta me vem uma outra imagem: a de Pedro usando da espada para defender o seu Mestre. Apesar de Cristo ter discordado, nada mais aparentemente justo, que a reação humana desse apóstolo, ante a atitude dos algozes.

Será que na conjuntura atual do conflito Israelense – Palestino, Cristo concordaria com a guerra, como única solução a ser tomada.

Já li muitos livros de autores descendentes de Judeus, sobre o Judaísmo Dentre eles os de Samuel Katz, Renato Mezan, Phillippe Julien. E o que mais me impressionou, foi o livro de Haim Cohn (Ex-Presidente da Corte Suprema de Israel). Falando sobre o sentimento de ódio e vingança existente contra os Judeus, esse renomado Jurista apresenta a versão crítico-judaica do julgamento de Jesus. Diz ele:
“Não podemos aceitar como correta, a narrativa da tradição do evangelho de João. A sua narrativa incorre num erro judicial grave que influiu na história da humanidade durante séculos, incutindo um ódio tão profundo para com o povo Judeu, que se transformou em perseguição e causou tanto derramamento de sangue.”

Veja como fica extremamente difícil para nós “cristãos” entender a situação de Israel à luz dos evangelhos. O Judeu ortodoxo não crer na veracidade histórica de um Filho de Deus, como está registrada nos evangelhos. Tanto é que, na sua oração tudo se pede diretamente a Deus, sem a necessidade da intermediação de Cristo.

Renato Mezan (Psicanalista e estudioso do Talmude e Torah) acha que o Judaísmo e o Cristianismo são totalmente “irreconciliáveis”.

Desculpe-me, se atual
conflito me fez enveredar pelos meandros da rivalidade histórica entre os Judeus e as outras nações vizinhas.

Mas uma coisa me dói por dentro:
“Será que há seres humanos realmente irrecuperáveis, fadados por isso, a ser varridos da face da terra?”
Quem sabe, você nos próximos e-mails, não me dará mais subsídios para entender mais a contento, o grande enigma que permeia essa região.


Cordialmente,
Levi B. santos

Anônimo disse...

Meu caro amigo Levi,
Fiquei impulcionada para continuar com as considerações sobre esse tema tão complexo, daí ouso tecer alguns comentários sobre o que voce escreveu. Primeiro, gostaria de esclarecer que Palestinos não são os antigos filisteus. Esse povo foi extinto pelos persas no século X a.C. Tempos depois o imperador romano Adriano, numa tentativa de irritar os judeus chamou a região de Israel de 'Palestina' e mudou o nome de Jerusalém para "Aélia Capitolina". Depois os árabes adotaram o nome em sua língua, e até o pronunciam erradamente porque não há na lígua árabe a letra 'p', e aí chamam de 'falestina'. Depois já em tempos recentes, Yasser Arafat, líder árabe, adotou o nome 'palestinos' dizendo que os árabes são descendentes desse povo, a fim de justificar ao mundo que eles estavam aqui bem antes de nós. Ele fundou a Liga para Libertação da Palestina, pra não dizer 'liga para destruição de Israel', o que nao soaria muito bem. Sugiro ao amigo visitar o seguinte blog: http://solascripturabrazil.spaces.live.com/Blog/cns!BD86CECD299B4BA9!620.entry, aqui voce terá uma noção mais completa sobre esse termo e sobre esse antigo povo, também chamado 'povo do Mar' ou descendentes da Ilha grega de Cretha.
No seu comentário, voce diz também(usando uma imaginação) que 'Deus cansado de tantas guerras, terminou enviando o Seu Filho para apaziguar os animos...', sei que o amigo sabe que a vinda de Jesus não foi assim. Desde o Éden, quando o homem pecou, D-us prometeu alguém que viria 'esmagar a cabeça da serpente', numa referencia clara do plano de salvação através de Seu Filho Jesus, e, depois em inúmeras passagens bíblicas, é predito a vinda d'Ele como Mediador entre D-us e o homem. O profeta Isaías é um dos que prediz a Sua vinda setecentos anos antes. Jesus viria como Messias de Israel e da humanidade; foi um plano perfeito elaborado por D-us desde a eternidade.
Bom, depois 'sua imaginação ve Cristo chorando lágrimas de impotencia por querer juntar o seu povo como a galinha ajunta os seus pintinhos'..., mas se voce colocar o final do versículo Ele diz '...mas, não quiseste', portanto não foi porque Ele era impotente. Nesse tempo, os discipulos esperavam que Jesus fosse estabelecer um reino que os livrasse do jugo de Roma, mas Ele veio como "Salvador", depois virá outra vez como "Rei" e nesse tempo certamente estabelecerá um reino perfeito.
Voce se referiu a autores de origem judaica que não creem na veracidade dos evangelhos, e é verdade, nenhum judeu aceita os evangelhos e nem a figura de Jesus como Salvador e Messias. Mas, Paulo falou na II carta aos Coríntios, no capitulo 3, que foi posto um véu sobre o coração deles, e este só é tirado quando eles creem no Senhor Jesus. Infelizmente, este véu ainda continua, até que chegue o momento oportuno quando D-us mesmo o removerá e aí eles chorarão "quando verem Aquele a quem traspassaram"... numa referencia clara a pessoa de Jesus.(Zacarias 12.10). Meu amigo, Israel ainda é como fala em Ezequiel 37, um vale de ossos secos,que se juntaram, criaram tendões, cresceram as carnes e a pele, mas ainda o espírito de vida não lhes foi soprado. Mas quando esse Espírito for soprado, eles entenderão o plano de D-us e reconhecerão Jesus. Fico imaginando o dia em que Renato Mezan (autor que voce citou) reconhecer Jesus como Messias de Israel e 'chorar amargamente por te-lO traspassado'.
Quero deixar bem claro para voce também, que não temos nada contra o povo árabe em si, repudiamos sim, religiosos mulçumanos, que em nome de Allah, pregam uma religião de 'ódio e vingança'. Nós temos alguns árabes em nossa congregação e desfrutamos de uma comunhão de irmãos e crentes em Yeshua.
Bem, no final do seu texto voce pergunta se realmente há seres humanos 'irrecuperáveis fadados a serem varridos da face da terra'... se isso é uma referencia aos 'palestinos', veja bem, Israel não tem nenhuma intenção de 'varre-los da face da terra', queremos apenas que eles nos deixem em paz para vivermos no minúsculo pedaço de terra que nos cabe como promessa, já que eles teem todos os países ricos que estão ao nosso redor como suas possessões. Ainda, só a título de informação, nesse conflito todo quem está abastecendo a região de Gaza de medicamentos e assistencia para os hospitais é Israel. O será isso se não uma prova de que não queremos etrminá-los?
Bom amigo, talvez eu tenha sido um tanto prolixa e tenha lhe enfadado um pouco, se assim o foi me perdoe. Receba meu abraço cordial.

Shalom! Shalom!

Yehudith Zeituni.