Afresco — Juízo Final — Capela Sistina
Está
tudo pronto para o início do conclave que escolherá o novo Papa. Ontem foram
concluídos os reparos de instalação da chaminé no telhado da Capela Sistina ―
famosa pelos afrescos que Michelangelo (1475 - 1564) pintou na parte interna da abóbada do templo,
dizem, em posição muito incômoda.
Por sinal, foi a pouco mais de três meses que ocorreu o aniversário dos 500 anos dos deslumbrantes painéis desse fenomenal pintor que, diga-se de passagem, deu muito trabalho ao Papa Júlio II: o serviço muito penoso e lento de Michelangelo lhe renderam umas bordoadas do cajado papal. O irascível artista foi instado a destruir seu painel com a "Origem a Criação", por causa de um Adão frontal completamente nu, com a genitália bem proeminente. Na ocasião, ele bateu o pé e disse: “Se não deixarem tudo como pintei, desisto em concluir a obra!”. Os cardeais, torcendo seus rostos, enfim, aquieceram. Conta-se que grande parte do cardinalato reagiu com rispidez, alegando a indignidade das pinturas, as quais continham anjos e apóstolos com partes pudendas vergonhosamente expostas. Fumaça preta para o endiabrado pintor! (rsrs)
Por sinal, foi a pouco mais de três meses que ocorreu o aniversário dos 500 anos dos deslumbrantes painéis desse fenomenal pintor que, diga-se de passagem, deu muito trabalho ao Papa Júlio II: o serviço muito penoso e lento de Michelangelo lhe renderam umas bordoadas do cajado papal. O irascível artista foi instado a destruir seu painel com a "Origem a Criação", por causa de um Adão frontal completamente nu, com a genitália bem proeminente. Na ocasião, ele bateu o pé e disse: “Se não deixarem tudo como pintei, desisto em concluir a obra!”. Os cardeais, torcendo seus rostos, enfim, aquieceram. Conta-se que grande parte do cardinalato reagiu com rispidez, alegando a indignidade das pinturas, as quais continham anjos e apóstolos com partes pudendas vergonhosamente expostas. Fumaça preta para o endiabrado pintor! (rsrs)
Todo
o mundo estará de olho na chaminé da Capela Sistina a partir de terça-feira
(dia 12), quando se inicia o conclave (e suas escaramuças,
disputas e guerras santas, etc) aguardando ansiosamente a saída da fumacinha
preta ou branca.
Mas
aqui pra nós: de onde os cardeais retiraram esse negócio de fumaça da discórdia
e fumaça da concórdia, ou, sabe-se lá, do Cão e de Deus?!
Pedi
auxílio ao Google sobre a simbologia
da fumaça, mas só encontrei isso: “Fumaça
negra ― significa que a igreja continua sem Papa; fumaça branca ― significa que
existe Papa.”
Mas
isso é muito pouco, e não aplaca a minha sede de curiosidade. Deve existir mais
significado. Hoje é domingo, a revista Veja atrasou. Estou sem fazer nada, vou
escarafunchar mais.
Viva!!!
O bispo da diocese de Montenegro deu uma versão plausível para a fumaça, que
não tem nada a ver com Mitologia, Escatologia ou Teologia. Diz ele:
“Séculos atrás a comunicação era muito
precária. E como havia a necessidade de informar o andamento das votações no
conclave, foi criada o sistema da fumaça preta e da fumaça branca. Os cardeais
colocavam seus votos para serem queimados e davam um jeito de a fumaça sair
preta (grifo meu ― pixe?), indicando
dessa maneira a falta de consenso. E quando a escolha acontece, os votos são
queimados, e com um processo próprio a fumaça se torna branca”.
Não
me contento. Parodiando Shakespeare: há mais coisas
escondidas entre o processo “fumaçal” e as quatro paredes da Capela que as
minhas vãs palavras escritas nesse ensaio.
Deixo
o Google pra lá, e pego meu
dicionário de expressões e ditados populares. Finalmente, encontro uma
expressão que me alivia e, cai, como uma luva, para explicar a tal da fumaça preta: “A Coisa Tá Preta ― ato denegrível, sujou, tá num beco sem saída, tá na sinuca de bico,
situação insustentável” ― enfim, tudo que o antecessor, Bento
XVI já cansou de falar aos quatro cantos da terra sobre a Igreja nos
últimos dias. O nó é que mesmo com “a brancura final” da fumaça, o “fantasma de
cor negra” vai continuar rondando o Vaticano por, sei lá quanto tempo.
Não
foi à toa, que o sarcástico e inteligente Michelangelo dedicou a maior parte de
seu tempo a pintar o maior painel da capela Sistina ― cuja foto está
no topo desse ensaio ―, representação do JUÍZO FINAL ―, pairando sobre o altar como uma
ameaçadora nuvem sobre as cabeças dos que irão escolher o novo Comandante
espiritual e Senhor das finanças, esperanças e heranças do riquíssimo império
do Vaticano.
Por Levi B. Santos
Um comentário:
O conclave começou hoje: ninguém atingiu os dois terços mais um dos votos dos cardeais. E tome fumaça preta.(rsrs)
Mas a maior animação não está no Vaticano e sim em Londres onde as bolsas de apostas estão a todo vapor.
Jogar no cardeal Odilo Scherer, de São Paulo, dá a cada libra apostada, um retorno de 12 libras se o mesmo ganhar a corrida. O favorito até agora é o Italiano, Angelo Scola ― quatro libras a cada libra apostada.
Lembrem-se de que quanto maior o número de palpites num determinado candidato, menor o retorno, como acontece na loteria dos times de futebol na Copa do Mundo.
Faça rápido sua aposta, pois a fumaça branca pode sair amanhã! (rsrs)
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