22 setembro 2020

Israel, em Total Descontrole, Enfrenta Segunda Onda de COVID-19

 

Assustei-me quando tomei conhecimento de que o governo de Israel, tomara uma medida drástica para evitar o pior nessa pandemia de coronavírus. Pasmem, o primeiro ministro, Benjamin Netanyahu, foi obrigado a decretar (dia 18 do mês em curso) um rígido LOCKDOWN de 3 semanas, isto, depois de “atingir a cifra constrangedora de 3 mil casos novos de Covid-19 por dia”. O jornal “Jerusalem Post”, de ontem (dia 21), dá conta de que “os hospitais em Israel atingiram sua taxa de capacidade, e dois não podem mais receber pacientes”. "É incrível pensar como Israel deixou de ser o país que todos no mundo olhavam como modelo para um país que todos agora olham com um exemplo do que não se deve fazer" constatou ainda o jornal "Jerusalem Post" em um editorial.(https://g1.globo.com/mundo/blog/sandra-cohen/post/2020/09/07/por-que-israel-fracassa-no-combate-a-pandemia-do-novo-coronavirus.ghtml)

Negacionistas, os judeus ultraortodoxos têm sido, em grande parte, responsáveis pelo desastre atual na saúde pública desse país, no que diz respeito a Pandemia de Covid-19. Por sinal, esse tipo de comportamento grassa também nos EUA e no Brasil.

Os adeptos dessa facção religiosa israelita aproveitariam os três feriados israelenses para dar adeus às máscaras e ao isolamento social. Naturalmente, devem ter pensado:

Nós, o forte povo de Javeh, não necessitamos de máscaras nem precisamos de distanciamento social. Os outros, mascarados e assombrados que recusam as “patrióticas” aglomerações, são uns fracos”.

Antevendo o resultado de toda essa insana festança comemorativa do Ano Novo judaico, Israel se tornou a primeira economia desenvolvida a tomar tal medida (Lockdown) para conter a segunda onda de Covid-19 que, segundo estudiosos, poderá ser pior do que a primeira.

A propósito da atitude alienada dessa corrente religiosa israelita negacionista da pandemia de Covid-19 (que também tem seus discípulos em nossas terras) trago à tona uma emblemática frase do cientista judeu, Albert Eisntein(1879 ─ 1955) pinçada de um discurso que fez em Londres (1930) ─ dirigido à “Sociedade de Protecão à Saúde dos Judeus” (“Como Vejo o Mundo” ─ página 88 ─ Albert Einstein ─ Editora Cultura).

A pérola de frase que Einstein bradou no prólogo de sua memorável fala de 1930, ainda hoje, ecoa entre nós:

Quem quer manter o espírito deve se preocupar também com o corpo, que é seu invólucro”.



Por Levi B. Santos

Guarabira, 22 de setembro de 2020

05 agosto 2020

A Título de RECORDAÇÃO ─ Ressonâncias do Infausto Mês de AGOSTO em Nossa Frágil República


Em nossa republiqueta, dentre as tragédias que ocorreram nesse infausto mês, a mais citada é a de Getúlio Vargas. Foi bem no início de agosto de 1954 que o calvário de Getúlio Vargas ─ o “Pai dos Pobres” ─ teve seu início.

Foi na madrugada do dia 05 de agosto que tudo começou a degringolar em nossa república das bananas. No atentado planejado meticulosamente para matar Lacerda (o maior rival de Gegê), o tiro saiu torto, ferindo de morte o Major Vaz, que nada tinha a ver com o caso. Dezenove dias depois, sob pressão, Getúlio, no Palácio do Catete Rio de Janeiro, daria um tiro no coração, entrando na História (sagrada e mundana) como mártir nacional.

Na verdade, o Getúlio de São Borja – (RS) de 90 anos atrás, já era um Mito. A idolatria que varria o país de ponta a ponta, atingiu o ápice em janeiro de 1930, quando uma multidão composta de 100 mil pessoas na esplanada do Castelo aplaudia de forma fanática, um Gegê vistoso e eufórico por ocasião do lançamento da plataforma de sua facção ─, a Aliança Liberal.

O Jornal Correio da Manhã do dia seguinte trazia ecos dessa grandiosa manifestação pública, onde o nome de Deus, para fins claramente eleitoreiros, era exibido em largas faixas. A manchete de primeira página, em letras garrafais, era essa: “DEUS É LIBERAL”. Deus poderia a até ser liberal, mas foi Gegê que, num arroubo de antifeminismo, de última hora, impediu que o “belo sexo” sufragasse seu voto nas urnas. Para afagar às mulheres, os getulistas de 1930 lançaram essa pérola de bordão: “Mãe, esposa, irmã, noiva! Fazei com que aqueles que gozam das delícias de vossos afetos e carinhos votem em Getúlio Vargas, para que haja paz na Pátria amada”.


Mas voltemos a agosto de 1954.


Diante de um povo desamparado, frustrado e sedento de um Salvador da Pátria, Orígenes Lessa (um dos cancioneiros de Gegê), tomou para si a obrigação de imortalizá-lo na literatura de Cordel, elevando-o à categoria de Jesus Cristo. Não era assim que funcionava o modelo medieval, tempo em que o universo terrivelmente sacro se aliava ao universo profano-político, sem ter ninguém a reclamar? Na verdade, esse modus vivendi” vem desde o cristianismo de resultados do Imperador Constantino (300 d.C). Foi através de farta distribuição de altos cargos que o soberano do vasto Império Romano conseguiu corromper a Igreja Primitiva.

Essa ligação tão intima do Sacro com o Profano, me leva a pensar que o desenvolto Getúlio já sabia que o Messias da religião cristã podia se fundir(ou confundir) com o messias político/terreno, para gáudio das massas ensandecidas ─, como bem evidencia, abaixo, o cordel de Orígenes Lessa:



Jesus Cristo pelo povo

Padeceu morte e paixão,

Getúlio foi outro Cristo,

Varou o seu coração

Com uma bala sublime

Para salvar a Nação!



Morreu mas ressuscitou

E subiu ao céu com glória,

Assim há de ser Getúlio

Que vai ficar na memória.

Viverá eternamente

Alumbrando a nossa História.”



P.S.:

Faltavam 17 dias para completar oito anos de idade, quando, pelas ondas do rádio, ouvi a voz embargada do locutor Heron Domingues, do “Repórter Esso”: “Getúlio Vargas acaba de cometer suicídio!!!!”.

As ruas de Alagoa Grande (PB), repentinamente, se encheram de gente a chorar e a se lamentar. Tive o mesmo terror e tremor que experimentava no final das tardes da sexta pascoal, quando o Senhor Morto, nos ombros dos padres e sacristães, percorria as principais ruas da cidade, passando bem de frente a minha residência.


FONTES CONSULTADAS:

1. Nossa História nº 10 – Agosto de 2004

2. 90 Anos da Revolução de 1930 – Editora “A UNIÃO”


Por Levi B. Santos

Guarabira, 05 de agosto de 2020

19 julho 2020

O EFEITO PLACEBO em Um Caso de Asma Brônquica






João Pereira Coutinho, além de doutor em Ciência Política pela Universidade Católica Portuguesa é ensaísta da Folha de São Paulo. Ele escreve sempre às Terças Feiras na última página do caderno “Ilustrada”. Achei por demais interessante sua abordagem sobre o efeito placebo”, em um artigo que publicou nesse Jornal, no dia 04 de setembro de 2018, sob o título “Nada de Novo Debaixo do Sol”.

Antes de o autor falar sobre o efeito placebo, fez referências ao fundamentalismo religioso, que ele considera não muito diferente do fundamentalismo daquele que se diz ateu. afirma em certa altura de seu texto. “...acreditar que só a ciência poderá redimir a condição humana é, nova ironia, uma transposição da linguagem religiosa para a do domínio da técnica”
Depois de confessar ser um hipocondríaco (e quem não tem um pouco disso?) há 42 anos em uma família de médicos, fez a seguinte revelação: “Em diversas ocasiões sei que fui enganado. Mas também sei que melhorei sempre: a visão de um comprimido funciona em mim como a promessa de um osso para um cachorro triste”.

O ensaio de João Pereira teve o condão de evocar em mim a figura de um paciente de adiantada idade, que no tempo em que dava meus plantões no setor de urgência (1980 à 2001) no Hospital Regional de Guarabira (PB), o via quase que semanalmente, em suas crises severas de asma brônquica. Certa ocasião em conversa com outros colegas chegamos à conclusão de que havia algo de fundo psicológico no desencadeamento da crise de falta de ar daquele senhor. Foi aí que decidimos aplicar o placebo da injeção de aminofilina que aplicada por via endovenosa fazia cessar imediatamente a crise. De tanto tomar a aminofilina ela já a conhecia de longe, pelo tamanho e cor da ampola. A ampola de água distilada, diga-se de passagem, tinha o aspecto semelhante ao do pequeno frasco de aminofilina. Saliente-se, aqui, que a água destilada é completamente inócua, quando se aplica bem lentamente na veia. Lembro que ele nunca deixava aplicar todo o conteúdo da ampola de 10 ml, pois com apenas um terço dela já se sentia completamente eupneico, e saía da sala de urgência rindo e agradecido.


Por Levi B. Santos
Guarabira, 19 de julho de 2020

18 junho 2020

A FUGA DO HOSPÍCIO






No tempo em que exercia sua função de cronista no Diário do Rio de Janeiro (1860) e na Gazeta de Notícias (1900), Machado de Assis publicava, diariamente, seus folhetins. Durante 40 anos, quando a Imprensa Brasileira gozava um período importante de consolidação, ironizou, como ninguém, o dia a dia da política e suas ideias prontas.

As cenas do Homem, dito civilizado, em seus folhetins, carregados de metáforas tinham um sabor de comédia e de insensatez, como esse que trago, com os devidos créditos, à baila em momentos trágicos e risíveis de nossa república das bananas.

A fuga do Hospício é mais grave do que pode parecer à primeira vista. Não me envergonho de confessar que aprendi algo com ela, assim como que perdi uma das escoras de minha alma. Este resto de frase é obscuro, mas eu não estou agora para emendar frases nem palavras. O que for saindo saiu, e tanto melhor se entrar na cabeça do leitor.
Ou confiança nas leis, ou confiança nos homens, era convicção minha de que se podia viver tranquilo fora do Hospício dos Alienados. No bond, na sala, na rua, onde quer que se me deparasse pessoa disposta a dizer histórias extravagantes e opiniões extraordinárias, era meu costume ouvi-la quieto. Uma ou outra vez sucedia-me arregalar os olhos involuntariamente, e o interlocutor, supondo que era admiração, arregalava também os seus, e aumentava o desconcerto do discurso. Nunca me passou pela cabeça que fosse um demente. Quando o interlocutor, para melhor incutir uma ideia ou um fato, me apertava muito o braço ou puxava com força pela gola, longe de atribuir o gesto a simples loucura transitória, acreditava que era um modo particular de orar ou expor. O mais que fazia, era persuadir-me depressa dos fatos e das opiniões, não só por ter os braços mui sensíveis, como porque não é com dois vinténs que um homem se veste neste tempo.

Assim vivia, e não vivia mal. A prova de que andava certo, é que não me sucedia o menor desastre, salvo a perda da paciência; mas a paciência elabora-se com facilidade; ─ perde-se de manhã, já de noite se pode sair com dose nova.

O mais corria naturalmente. Agora, porém, que fugiram doidos do Hospício e que outros tentaram fazê-lo (e sabe Deus se a esta hora já o terão conseguido), perdi aquela antiga confiança que me fazia ouvir tranquilamente
discurso e notícias. É o que acima chamei uma das escoras de minha alma. Caiu por terra o forte apoio. Uma vez que se foge do Hospício dos alienados(e não acuso por isso a administração) onde acharei método para distinguir um louco de um homem de juízo? De ora avante, quando alguém vier dizer-me as coisas mais simples do mundo, ainda que não arranque os botões, fico incerto se é pessoa que se governa, ou se apenas está num daqueles intervalos lúcidos que permitem ligar as pontas da demência às da razão. Não posso deixar de desconfiar de todos.

A própria pessoa ─ ou para dar mais claro exemplo, ─ o próprio leitor
deve desconfiar de si. Certo que o tenho em boa conta, sei que é ilustrado, benévolo e paciente, mas depois dos sucessos desta semana, quem lhe afirma que não saiu ontem do Hospício?”.

(A segunda parte dessa Crônica de Machado de Assis publicarei posteriormente).


Levi B. Santos
Guarabira, 18 de junho de 2020

03 junho 2020

TEMPOS SOMBRIOS NOS CONVIDAM A REVISITAR ADOLF EICHMANN






Há três dias, quando ranços do autoritarismo ameaçavam destruir nossas instituições democráticas, o membro mais antigo, desde 2007, da Suprema Corte, o respeitado nacional e internacionalmente decano, Celso de Mello, veio a público para fazer um alerta mais que necessário, pois estava sendo acusado pelo próprio presidente da república e seus assessores, de ter se excedido na aplicação da lei. Em meio às pressões dos incomodados, o decano do STF, em alto e bom som, comparou o Brasil atual com a Alemanha Nazista.

Aos desavisados que nada conhecem da História Mundial e não sabem que os acontecimentos de cunho autoritário e fascista tendem, vez ou outra, a se repetir no decorrer do tempo, achei por bem trazer à baila as Cavernas de Aladim. Elas, sem sombra de dúvida, ainda estão por aí, a esconder maléficos fantasmas. Para aqueles que estão sempre fazendo releituras do passado totalitarista na História da Humanidade, creio, não ser difícil de perceber o “por quê” dos temporariamente amnésicos ficarem tão surpresos e suspensos com a fala firme do decano. É preciso resistir à destruição da ordem democrática, para evitar o que ocorreu na República de Weimar quando HITLER, após eleito pelo voto popular e posteriormente nomeado pelo presidente Paul Von Hindenburg como Chanceler da Alemanha, não exitou em romper e em nulificar a progressista democrática e inovadora Constituição de Weimar, impondo ao país um sistema totalitário de Poder” ─ disse do alto de sua envergadura, o veemente ministro Celso de Mello.

Em meio a três calamidades de um desgoverno, na Política, na Saúde e na Economia, tenho pra mim que, mais do que nunca, é tempo de avivar a memória. Me disponho a fazer um pequeno retrospecto histórico, revisitando a maior autoridade em “Totalitarismo e Banalidade do Mal” ─ a alemã, Hannah Arendt (1906 ─ 1975), historiadora e jornalista política, que participou em Jerusalém do longo julgamento do genocida Adolf Eichmann, responsável direto pelo Holocausto de mais de seis milhões de Judeus que foram exterminados em câmaras de gás nos campos de concentração. Tanto Eichmann, quanto o monstro, Hitler, tinham Adolf como primeiro nome.

No seu magnífico livro ─ “Eichmann em Jerusalém” (Editora Companhia das Letras) ─, Hannah Arendt faz uma desconcertante revelação:Eichmann havia sido descrito pelos PSIQUIATRAS como um homem obcecado, com um perigoso e insaciável impulso de matar, uma personalidade pervertida e sádica. Nesse caso, seu lugar seria o asilo de alienados”.

Os trechos de Hannan Arendt (replicados abaixo), fala da infância de Eichmann, que por incrível que pareça, corrobora exatamente com o pensamento de Freud em seus estudos sobre o desenvolvimento psíquico, quando afirmava que a personalidade, essencialmente, estaria formada por volta dos cinco anos de idade.

A infelicidade, começou cedo; começou na escola. O pai de Eichmann, contador da Companhia de Bondes de Solinger, teve 5 filhos, quatro homens e uma mulher, dos quais, ao que parece, só Adolf, o mais velho, não conseguiu terminar a escola secundária, nem se formar na escola vocacional para engenharia na qual foi matriculado então. Ao longo de toda a sua vida, Eichmann enganou as pessoas sobre suas primeiras dificuldades.”

Surpreendentemente, Eichmann falando a respeito de seus pais diante dos juízes que o julgavam em Jerusalém, se comportou como uma pessoa ressentida, como bem demonstra o trecho abaixo:

Eles não teriam se enchido de alegria com a chegada de seu primogênito se fossem capazes de ver, que na hora de meu nascimento, para provocar o gênio da felicidade, o gênio da infelicidade já estava tecendo os fios de dor e tristeza em minha vida. Porém, um véu suave e impenetrável impedia meus pais de enxergar o futuro”. (Eichmann em Jerusalém – página 39 - Companhia da Letras)

A reflexão histórica que Hannah, brilhantemente, levou a termo, naquilo que ela mesma rotulou de “Um Relato Sobre a Banalidade do Mal”, que ainda hoje serve como fonte inesgotável de consultas procedidas por políticos, filósofos, historiadores, sociólogos, universitários e psicanalistas, no intuito de se conhecer melhor os meandros maléficos que rondam a psique de um genocida, como foi o caso de Adolf Eichmann.

No dia 11 de maio de 2020 (três semanas atrás) fez exatamente 60 anos que Eichmann foi capturado e sequestrado de um subúrbio de Buenos Aires na Argentina pelo exército Israelense, para ser julgado pela Corte Máxima de Jerusalém, por CRIMES CONTRA A HUMANIDADE.

No último capítulo e começo do epílogo do livro “Eichmann em Jerusalém”, obra de leitura obrigatória para quem quer se debruçar de forma profunda sobre o tema NAZISMO e ORIGENS do TOTALITARISMO, a alemã, filha de pais judeus não praticantes, Hannah Arendt, com seu olhar de águia, foi fundo ao “Coração das Trevas” ameaçadoras das sociedades democráticas de seu tempo.

Fica a cargo do leitor ou da leitora aquilatar o que nesse breve ensaio postado há de semelhança com os momentos atordoantes por que passa a nossa frágil república. Ontem, dia 02, o país contabilizava o total de 31.000 mortes, sendo 1.262 só nas últimas 24 horas, de uma pandemia que, ao que parece, ainda está longe do pico. Inacreditavelmente, essa imensa mortandade, na mídia televisiva, é assunto abordado de forma secundária. A primazia no noticiário na TV, pasmem, cabe as querelas da baixa politicagem ─ uma espécie de ópera bufa que castiga nossos ouvidos durante toda a noite, numa briga sem fim de egos inflamados nos três poderes, sempre girando em torno da figura central de um governo que, incessantemente, incita e desafia as próprias instituições que deveria respeitar. Recentemente, o nosso maior mandatário ao ser inquirido por uma apoiadora sobre os enlutados no dia em que o número de mortos bateu todos os recordes, respondeu de forma curta e grosseira: É o Destino de Todo Mundo!”

Mas voltemos a história do carrasco nazista alemão:

No cadafalso, diante da morte, Adolf Eichmann, ainda teve a audácia de proferir umas de suas frases clichês secas, demonstrando de forma cabal sua total insensibilidade: “Esse é o Destino de Todos!”. Viva a Alemanha, viva a Argentina!.

Assim, escreveu Hannah Arendt, no final do último capítulo “Julgamento, Apelação e Execução” de seu memorável livro:

Foi como se naqueles últimos minutos estivesse resumindo a lição que esse longo curso de maldade humana nos ensinou ─ a lição da temível banalidade do mal, que desafia as palavras e os pensamentos”.

Por falar em Banalidade do Mal, é triste a constatação de que em nossa república das bananas esse MAL, esteja simbolizado pelo descaso do governo federal com o infectado que a cada minuto morre de covid - 19 e pelas FakesNews financiadas com dinheiro público, detonadas aos montes nas redes sociais. Até o "Deus que deveria estar acima de todos" vem sendo vergonhosamente BANALIZADO para FINS PROFANOS. 


Por Levi B. Santos
Guarabira, 03 de junho de 2020

28 maio 2020

Quando o Nome de "Deus" é Envolvido em um Conflito Político-Ideológico





Este breve ensaio, bem que poderia ter o título, abaixo:

'Uso e Abuso do Nome de Deus para Fins Eleitoreiros'. [“Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim” Mateus 15:08]

Possuidora de uma vasta obra, entre as quais se destaca o antológico livro ─ “Adão, Eva e a Serpente”, a professora, de História da Religião na Universidade de Princeton, Elaine Pagels, foi partícipe da tradução de rolos encontrados em um vaso no subsolo do deserto da cidade egípcia de Nag Hammadi (provavelmente datados do século II d. C).

Em seu fenomenal livro ─ "As Origens de Satanás" ou “Um Estudo Sobre o Poder que as Forças Irracionais Exercem na Sociedade Moderna”, a historiadora faz referência a uma significante passagem destacada e traduzida desses rolos encontrados em 1945 no deserto de Nag Hammadi:

Conta-se que um cristão anônimo foi perguntado por um de seus discípulos sobre o que quisera dizer o grande apóstolo Paulo, quando advertira que ‘nossa luta não é contra o sangue e a carne, e, sim contra os principados e potestades, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestes’ (Efésios 6:12). O mestre responde criando uma revelação secreta, intitulada ‘A Realidade dos Governantes’, a qual diz, eu enviei desde que perguntastes sobre a realidade dos governantes (cósmicos)”. Por causa de seu poder, ignorância e arrogância ele disse

Estás enganado Samael, isto é, “Deus dos Cegos”…

Elaine Pagels, ao tratar do “erro induzido por governantes sobrenaturais malignos, que se faziam passar por Deus neste mundo”, faz, acima de tudo, uma profunda reflexão sobre a ironia da condição humana, e seu intrigante legado de “amor” e ódio.

Toda vez que se envolve o nome de Deus numa luta Político-Ideológica entre irmãos com pensamentos diferentes ou opostos na perspectiva de que um destrua ou elimine o outro, como sobejamente a história ambivalente das religiões "monoteístas" tem demonstrado, o final desse enredo é sempre trágico. Quanto a esse anseio narcísico de irmãos querendo derrotar e menosprezar irmãos, já dizia o rabino e sociólogo Nilton Bonder, líder da congregação israelita no Brasil, em "Judaísmo para o Século XXI": "Não haverá paz, enquanto ambos, ou melhor, todos os lados interessados não forem derrotados. Uma derrota na expectativa de Triunfo de todos os lados é a única esperança da Paz. Sempre foi."

Em Resumo: É muito difícil negociar uma questão básica de ordem psicológica, quando se trata de saber qual dos dois filhos Deus gosta mais. Na história da divina e trágica comédia político-religiosa quando um deus (ou um messias) é manipulado e engodado pelo vil metal a ficar do lado de sua angélica e sanguinária militância, o do outro lado, por mais que se mostre capaz e não alienado, vai ser sempre rotulado de falso.


Para o antropólogo, Roberto Redfield,a visão mundial de muitos povos consiste em essência de dois pares de oposições binárias: ‘humano/não humano’ e ‘nós/eles’. A distinção entre ‘nós’ e ‘eles’ surge já em nossa mais remota evidência histórica em antigas tabuinhas sumérias e acadianas.


Uma sociedade não descobre simplesmente seus outros, ela os fabrica.” (Elaine Pagels)


Por Levi B. Santos
Guarabira, 28 de maio de 2020

21 maio 2020

“DUDU” ― O Presidente Urucubaca



Marechal Hermes da Fonseca – Revista Nossa História nº 32


Passados sessenta dias de uma Quarentena que teve dia marcado para começar, mas não para terminar, resolvi revisitar a minha coleção da Revista mensal ― “Nossa História” ― Editora Vera Cruz. Talvez condicionado pelo pandemônio político da atualidade, me ative à edição n° 32, de junho de 2006, que trata das peripécias do Marechal Hermes da Fonseca, nosso 8º presidente da república.

Em seu artigo ― “O presidente Urucubaca” ―, Nívea Pombo, mestre em História Social pela Universidade Federal Fluminense, faz um passeio, ao mesmo tempo real, trágico e risível sobre o personagem que em campanha explorou o mote “política das salvações”, cujo símbolo era uma vassoura para varrer a roubalheira dos civilistas. No dizer de muitos daquela época, a morte prematura do ex-presidente, Afonso Pena, em 1909 (dois anos antes do término de seu mandato) teria sido consequência de uma grande contrariedade que teve com Hermes da Fonseca, em uma tensa discussão. Devido a esse entrevero, o marechal ficou conhecido popularmente como “o presidente urucubaca”.

Após a campanha eleitoral muito acirrada entre civilistas e militares. Hermes, enfim, derrotou seu opositor, Rui Barbosa e governou o Brasil de 1912 à 1916. Segundo a autora do texto, “o presidente mal despiu a farda foi acusado de vencer graças às fraudes eleitorais.” Se hoje, com urnas eleitorais eletrônicas digitais, ainda há quem advogue que as eleições podem ser fraudadas, avaliem como eram apuradas e contabilizadas as cédulas de votação depositadas em pequenos sacos de lona, antes do ano 2000?

Logo no começo de seu artigo, a historiadora cita alguns dados peculiares desse personagem:

Baixo, gordo e calvo. Hermes da Fonseca era dono de traços físicos pouco atraentes. Pesava ainda sobre o presidente a fama de ser indeciso, ignorante e pé-frio. Durante todo o seu governo, a opinião pública o azucrinou. Pela sua presumida ignorância foi apelidado de ‘Dudu’. Na imprensa, as caricaturas e paródias faziam mais sucesso do que suas ações administrativas, o que fez dele a maior vítima presidencial de chacotas.[...]Pouco afeito aos estudos, foi expulso após brigar com três colegas e rasgar a batina de um padre”.

O Rio de Janeiro, como ainda hoje acontece, era sempre o epicentro dos pandemônios políticos das mais variadas magnitudes. No que diz respeito ao popularmente cognominado,“Dudu”, diz a escritora e mestre de nosso enredo político-social:

a antiga capital da república ficou oito meses em estado de sítio, o que minou sua tênue base política e foi um prato cheio para as críticas civilistas. Eram os primeiros indícios de que a gestão do marechal seria turbulenta e azarada”. Mesmo com seu filho Mário Hermes com quem andava colado e, muitas vezes, mais atrapalhava do que o ajudava, construiu várias vilas operárias, como a de Sapopemba, hoje bairro de marechal Hermes. Em sua vida palaciana gostava de magnas festas e saraus. Os rega-bofes eram tantos, que o velho Rui Barbosa, apelidou o Catete de “Versailles do século XVII”, aludindo a famosa corte francesa. Sobre as farras palacianas, assim escreveu, Nívea Pombo:

Nenhum evento causou tanto ‘frisson’ quanto o sarau ‘Corta-Jaca’. Considerada chula e pornográfica, a composição era um dengoso maxixe de Chiquinha Gonzaga. Tudo foi motivo para mais caricaturas e canções irreverentes:

O Dudu sai a cavalo
O cavalo logo empaca
E só recomeça a andar
Ao ouvir o Corta-Jaca”.


Depois de um governo com muitos empréstimos internacionais a pagar e quase nenhuma de suas promessas messiânicas realizadas, com exportações despencando e crise severa na produção de borracha na Amazônia, o marechal Hermes da Fonseca entrega ao seu sucessor, Wenceslau Braz, um país extremamente endividado.

Sobre o triste fim do presidente Urucubaca, conclui a mestre em História Social, Nívia Pombo:

Com o fim do mandato recolheu-se em Petrópolis e passou a fazer móveis e casinhas para passarinhos. Dois anos depois, foi preso pelo envolvimento numa conspiração militar contra o presidente Epitácio Pessoa. Em liberdade e doente, voltou a Petrópolis onde faleceu de um ataque cardíaco em 09 de setembro de 1923. Seu último desejo foi ser enterrado em trajes civis, dispensando as honras militares”.


Por Levi B. Santos
Guarabira, 21 de maio de 2020

Fonte Consultada:
Revista Nossa História Ano 3 / nº 32 – junho de 2006

13 maio 2020

O PSIQUISMO EM TEMPOS DE PANDEMIA ― BREVES CONSIDERAÇÕES




É na linguagem apreendida desde os meus primórdios que hoje, no ocaso da vida, ainda me ancoro. O que faço com as pulsões, fantasias, astúcias e finezas do meu tempo pueril, senão, dia a dia revolvê-las, reciclá-las ou adorná-las com as plumagens esmaecidas do presente?

Quando as trevas do mundo se me apresentam com toda sua dureza, acossado por uma pandemia horrorosa e mortal de um vírus que escolheu justamente os idosos com suas comorbidades para estabelecer a seleção “natural” mais drástica da pós-modernidade, só me resta empreender uma autoanálise. Então, à guiza de recolher algumas pérolas envido esforços na tentativa de ver, mais de perto, fantasmas escondidos nas profundezas de meu obscuro oceano psíquico, instância essa, denominada por Freud, “O Inconsciente”.

Sob o império das necessidades inerentes ao momento extremamente difícil da atualidade que, no meio religioso, já se nomeia como “o fim dos tempos”, nessa quarentena resignei-me a tatear por dentro de casa, vendo paulatinamente, as páginas cinzentas dos dias tombarem sobre as páginas negras da noite, ante meu débil olhar embaciado pela idade avançada.

Nas noites intercaladas por momentos insones, ainda tenho alguns sonhos de esperança. Ainda sonho me vendo criança, colhendo fragmentos do Jardim do Éden nos idos de 1946, quando em Alagoa Grande nascia eu para a linguagem. Os meus pais, ainda tão jovens e imaturos, saídos de uma curta adolescência, usaram o VERBO, e o DESEJO Paterno/Materno para encarnar-me. Fui o primogênito, e como tal, honrado com o título de provedor da família, como bem simboliza o nome Levi, de origem hebraica, que hoje me faz jus, em todos os aspectos.
O psicanalista francês, Jacques Lacan, que promoveu a releitura das obras de Freud, fazia em seus seminários referências ao “Nome-do-Pai”, junto com a tríade do “simbólico, do real e do imaginário” ─ arquétipo introjetado pelo pai no psiquismo do filho. Mesmo já adulto, quando esse filho dá uma ordem, é a voz ancestral do Pai que fala através dele.

Um DESEJO, Uma PALAVRA, um dia nos fundou. Somos filhos das PALAVRAS. Elas permanecem lá, inscritas em nosso corpo. As ruínas dos castelos que imaginariamente construímos na infância, com certeza, estão arquivadas em nosso cérebro, Para não sermos consumidos, em tempos sombrios como esse que estamos atravessando, ressonâncias se deslocam dos alicerces movediços de nossas lembranças, para amenizar nosso sofrimento.

Embora tendo em mim os sinais físicos da fraqueza inerente à idade, não posso demonstrar abatimento espiritual. Às vezes, me quedo rindo por dentro, ao ouvir da esposa, dos filhos e netos a consoladora frase: “Ele está com aparência melhor!”. Na primavera, quando as belas flores de variadas cores dos boungavilles se derramam sobre os muros do meu quintal, o desânimo dá lugar a rasgos de esperança de novos tempos, novos ânimos, novos ares de felicidade.

Mas a felicidade, cantada em versos pelo nosso poetinha, Vinícius de Moraes, é fugaz, “como uma gota de orvalho numa pétala de flor/Brilha tranquila/Depois de leve oscila/E cai como uma lágrima de amor”.

Não sou senhor de mim, mas também não sou completamente incapaz de me reconhecer na criança que um dia fui. Não posso refletir sobre esse mundo complexo e ilógico que me escorrega entre os dedos, mas posso enxergar o material de que fui forjado para ser, com todas as vicissitudes e ambivalências, o que hoje sou.

Quando eu denomino esse mundo atual de complexo, ilógico e escorregadio, quero com isso dizer, que essa grave pandemia de coronavírus e a consequente banalização da morte em tempo real pela Televisão, está deixando, não só a mim, quanto aos outros inundados de ansiedade e reféns do desamparo. Cada um inquirindo a si mesmo, se será ou não a próxima vítima desse potente e imbatível vírus.

Como seres forjados para a angústia, de certa forma, o desamparo que experimentamos hoje, pode ser entendido, psicologicamente, como uma repetição ou eco do primeiro desamparo: a nossa expulsão violenta do aconchegante ninho materno ─ o Útero ─, quando, mediado pelo choro, passamos a viver em um mundo cruel e inóspito. Talvez, em nível inconsciente, o desamparo primevo, tenha algo a ver com a exacerbação dos sentidos que, agora, frente a uma Pandemia, se mostra quase que incontrolável.


09 maio 2020

A TERRÍVEL LÓGICA BOLSONARIANA





No dia 14 de abril de 2020 o Jornal Italiano "Correio dela Serra" fez uma análise da postura dos líderes dos principais países do mundo, quanto ao combate do Coronavírus. A nota 2, a mais baixa, coube ao negacionista Jair Bolsonaro. 

Desde o começo da pandemia, aqui no Brasil, o presidente, mesmo sofrendo pressão interna da população, vem atuando contra os protocolos da OMS, e do Ministério da Saúde, ao defender a abertura prematura do comércio em plena ascensão da curva de infecção pelo Covid-19. 

Uma reportagem da revista Britânica,"The Economist", em sua última edição, afirma que o presidente Jair Bolsonaro está isolado em seu discurso contra o novo Coronavírus, o que poderia marcar "o começo do fim de sua Presidência"

A fim de passar uma imagem de que "tudo não passa de uma gripezinha" o presidente, de forma maldosa, passou deliberadamente a incentivar a população a desobedecer às normas do isolamento social. As aglomerações arquitetadas pelo governo e  seus militantes, sem nenhum cuidado preventivo, passaram a ser rotina nos finais de semana em Brasília, somando-se a isso as carreatas com apelações antidemocráticas, tipo "Intervenção Militar com Bolsonaro no Poder, inclusive fazendo alusão à volta do AI-5.

Foi por essa época que o presidente aumentou o tom de desdém contra a Pandemia de Coronavírus, com asneiras do tipo: 
Assim como uma gripe, outra qualquer leva a óbito (frase proferida em 17 de março de 2020).

O povo vai saber que foi enganado pela crise do coronavírus. (frase proferida em 23 de março de 2020). 

Qual seria a estratégia inclemente do presidente, senão a de desejar uma curva de infecção vertical, com a rápida contaminação de todos, visando um suposto encurtamento do tempo da pandemia?
Como todos sabem, o maior mandatário da república nunca deu o mínimo de atenção para a gravidade que sua atitude impensada está, em consequência, levando o sistema hospitalar rapidamente ao colapso total. Ele nunca titubeou, por diversas ocasiões, em demonstrar que desejava proteger muito mais o Mercado do que as vidas humanas. De forma hiistérica, sem o mínimo de tirocínio, soltou pérolas do capitalismo selvagem, como essas:  

O Vírus tá aí, vamos ter de enfrentá-lo, mas enfrentar como homem, pô, não como moleque! (frase proferida em 29 de março de 2020)

Alguns vão morrer? Vão, ué, lamento. É a vida. Você não pode parar uma fábrica de automóveis só por que há mortes todos os anos na estrada! (frase proferida em 27 de março de 2020).

70% da população brasileira vai ser contaminada pela Covid-19. Não adianta. Se não for hoje, vai ser semana que vem, mês que vem, é uma realidade. (frase proferida em 18 de abril de 2020).

Na sua lógica capitalista selvagem, existe somente a mão única: a da salvação da Economia, não importando a falência da Saúde nem tampouco a quantidade tremenda de mortos veiculadas diariamente pelos meios de comunicação. De forma exaltada e desumana, em sua ótica avessa e perversa, joga sobre a turba ensadecida indigestas indiretas dirigidas aos familiares que perderam seus pais e avós devido ao Covid-19. No dizer inumano dele: 

"O que são milhares de idosos com comorbidades, diante de uma recessão econômica?"

O presidente negacionista vem, semanalmente, protagonizando patéticos espetáculos na frente de seus extremados seguidores, numa espécie de maniqueísmo raso, visando unicamente o boicote às medidas de isolamento social; medidas adotadas em todo o mundo pela OMS com o objetivo de retardar a progressão da infecção pelo Covid-19 e, consequentemente, evitar o colapso do sistema hospitalar. 
O propósito do desalmado presidente, como o de querer que todos peguem a doença de forma rápida, supondo que o país ficaria livre logo da pandemia com todos voltando a trabalhar normalmente, é uma amostra de que se encontra totalmente perdido em suas racionalizações desordenadas. A insensibildade de um governante xenófobo, vai, com certeza, levá-lo, futuramente, a ser cobrado pela vida de muitos. 

Para o sistema, aqueles que passaram dos 65 anos de idade são, hoje, nada mais que estorvos a serem eliminados. Em suma, o que mais se deseja é a lógica de MERCADO, onde termos como INVESTIMENTO e DINHEIRO são os que mais contam, como mostra a mensagem do novo ministro da Saúde e empresário/consultor da área médica, Nelson Teich, cujo pensamento coaduna muitíssimo bem  com a lógica terrível do temível presidente:

E, se tem uma outra coisa que é fundamental, é que como você tem dinheiro limitado, você vai fazer escolhas. Então você vai ter que definir onde você vai INVESTIR. Então, sei lá, eu tenho uma pessoa que é uma pessoa mais idosa, que tem uma doença crônica, avançada, e ela teve uma complicação. Para ela melhorar, eu vou gastar o mesmo DINHEIRO que eu vou gastar para INVESTIR num adolescente, que tá com um problema. O mesmo DINHEIRO que eu vou INVESTIR lá é igual. Só que a pessoa é um adolescente que vai ter a vida inteira pela frente, e o outro é uma pessoa idosa, que pode estar no final da vida. Qual vai se a sua ESCOLHA?”. (Nelson Teich - em um vídeo polêmico de 2019)

Enquanto digito meu ensaio, essa exata lógica mercantil do Nelson Teich que o insensato presidente exalta em meio a gargalhadas, está acontecendo em várias UTIS do Brasil. Hoje, dia 09 de maio de 2020, no Rio de Janeiro, pasmem, 336 pessoas estão na fila por um leito de UTI.

Para quem, como o nosso presidente da república, desdenhou da pandemia e passou a vida inteira conclamando a população a não obedecer o isolamento social, essa tragédia ficará registrada nos anais da história mundial como a maior mortandade a cair no colo de um mandatário da nação.


Por Levi B. Santos
Guarabira, 09 de maio de 2020


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