No
dia 14 de abril de 2020 o Jornal Italiano "Correio dela Serra" fez uma análise da postura dos líderes dos principais países do mundo, quanto ao combate do Coronavírus. A nota 2, a mais baixa, coube ao negacionista Jair Bolsonaro.
Desde
o começo da pandemia, aqui no Brasil, o presidente, mesmo sofrendo
pressão interna da população, vem atuando contra os protocolos da
OMS, e do Ministério da Saúde, ao defender a abertura prematura do comércio em plena ascensão da curva de infecção pelo Covid-19.
Uma
reportagem da revista Britânica,"The Economist", em sua última edição, afirma que o presidente Jair Bolsonaro está isolado em seu discurso contra o novo Coronavírus, o que poderia marcar "o começo do fim de sua Presidência".
A fim de passar uma imagem de que "tudo não passa de uma gripezinha" o presidente, de forma maldosa, passou deliberadamente a incentivar a população a desobedecer às normas do isolamento social. As aglomerações arquitetadas pelo governo e seus militantes, sem nenhum cuidado preventivo, passaram a ser rotina nos finais de semana em Brasília, somando-se a isso as carreatas com apelações antidemocráticas, tipo "Intervenção Militar com Bolsonaro no Poder, inclusive fazendo alusão à volta do AI-5.
Foi
por essa época que o presidente aumentou o tom de desdém contra a Pandemia de Coronavírus, com asneiras do tipo:
―
Assim
como uma gripe, outra qualquer leva a óbito (frase proferida em 17 de março de 2020).
―
O
povo vai saber que foi enganado pela crise do coronavírus. (frase proferida em 23 de março de 2020).
Qual
seria a estratégia inclemente do presidente, senão a de desejar uma curva de infecção vertical, com a rápida contaminação de todos, visando um suposto encurtamento do tempo da pandemia?
Como todos sabem, o maior mandatário da república nunca deu o mínimo de atenção para a gravidade que sua atitude impensada está, em consequência, levando o sistema hospitalar rapidamente ao colapso total. Ele nunca titubeou, por diversas ocasiões, em demonstrar que desejava proteger muito mais o Mercado do que as vidas humanas. De forma hiistérica, sem o mínimo de tirocínio, soltou pérolas do capitalismo selvagem, como essas:
―
O
Vírus tá aí, vamos ter de enfrentá-lo, mas enfrentar como homem,
pô, não como moleque! (frase proferida em 29 de março de 2020)
―
Alguns
vão morrer? Vão, ué, lamento. É a vida. Você não pode parar uma
fábrica de automóveis só por que há mortes todos os anos na
estrada! (frase proferida em 27 de março de 2020).
―
70%
da população brasileira vai ser contaminada pela Covid-19. Não
adianta. Se não for hoje, vai ser semana que vem, mês que vem, é
uma realidade. (frase proferida em 18 de abril de 2020).
Na
sua lógica capitalista selvagem, existe somente a mão única: a da salvação da Economia, não importando a falência da Saúde nem tampouco a quantidade tremenda de mortos veiculadas diariamente pelos meios de comunicação. De forma exaltada e desumana, em sua ótica avessa e perversa, joga sobre a turba ensadecida indigestas indiretas dirigidas aos familiares que perderam seus pais e avós devido ao Covid-19. No dizer inumano dele:
"O que são milhares de idosos com comorbidades, diante de uma recessão econômica?"
O
presidente negacionista vem, semanalmente, protagonizando patéticos espetáculos na frente de seus extremados seguidores, numa espécie de maniqueísmo raso, visando unicamente o boicote às medidas de isolamento social; medidas adotadas em todo o mundo pela OMS com o objetivo de retardar a progressão da infecção pelo Covid-19 e, consequentemente, evitar o colapso do sistema hospitalar.
O propósito do desalmado presidente, como o de querer que todos peguem a doença de forma rápida, supondo que o país ficaria livre logo da pandemia com todos voltando a trabalhar normalmente, é uma amostra de que se encontra totalmente perdido em suas racionalizações desordenadas. A insensibildade de um governante xenófobo, vai, com certeza, levá-lo, futuramente, a ser cobrado pela vida de muitos.
Para
o sistema, aqueles que passaram dos 65 anos de idade são, hoje, nada mais que estorvos a serem eliminados. Em suma, o que mais se deseja é a lógica de MERCADO, onde termos como INVESTIMENTO e DINHEIRO são os que mais contam, como mostra a mensagem do novo ministro da Saúde e empresário/consultor da área médica, Nelson Teich, cujo pensamento coaduna muitíssimo bem com a lógica terrível do temível presidente:
“E,
se tem uma outra coisa que é fundamental, é que como você tem
dinheiro limitado, você vai fazer escolhas. Então você vai ter que
definir onde você vai INVESTIR.
Então, sei lá, eu tenho uma pessoa que é uma pessoa mais idosa,
que
tem uma doença crônica, avançada, e ela teve uma complicação.
Para ela melhorar, eu vou gastar o mesmo DINHEIRO que eu vou gastar
para INVESTIR num
adolescente, que tá com um problema. O
mesmo DINHEIRO que eu vou INVESTIR lá é igual. Só que a pessoa é
um adolescente que vai ter a vida inteira pela frente, e o outro é
uma pessoa idosa, que pode estar no final da vida. Qual vai se a sua
ESCOLHA?”. (Nelson
Teich - em um vídeo polêmico de 2019)
Enquanto
digito meu ensaio, essa exata lógica mercantil do
Nelson Teich que
o insensato presidente exalta em meio a gargalhadas, está
acontecendo em várias UTIS do Brasil. Hoje,
dia 09 de maio de 2020,
no
Rio de Janeiro,
pasmem, 336
pessoas estão na fila por um leito de UTI.
Para
quem, como
o
nosso presidente
da república,
desdenhou da pandemia e passou a vida inteira conclamando a população
a não obedecer o isolamento social, essa
tragédia
ficará registrada
nos anais da história mundial como
a
maior
mortandade
a cair no colo de um mandatário da nação.
Por
Levi B. Santos
Guarabira,
09 de maio de 2020
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