Notícias de guerras e escaramuças
entre Israelenses e Palestinos da faixa de Gaza, já se tornaram algo tão previsível
ou comum, que quase ninguém se debruça mais para comentá-las. Manchetes, fotos,
vídeos de escombros e cadáveres despedaçados, misturados a fogo e fumaça já não
despertam tanta curiosidade.
Vagando pela internet, eis que me
deparei com o discurso do Rabino Yehudah Ben Yaakov, pronunciado em julho de 2006, por ocasião de uma das
reedições desse eterno conflito pela “terra
que mana leite e mel”; terra que na visão do grande patriarca,
Abraão, um dia, Javé prometeu tomar dos Cananeus e seus descendentes para entregá-la a sua descendência, via Isaque.
Enquanto lia a preleção do rabino, voei na imaginação à saga
bíblica de um povo em busca da Terra Prometida
― terra que Canaã, o amaldiçoado por Noé (ou Javé), fez brotar tudo de
bom, sendo por isso, fonte de toda inveja. Canaã compreendia Gaza ao sul e Hamã ao norte, margeando a costa oriental do mediterrâneo. (Gênesis
10:15-19).
No livro de Gênesis, o patriarca Abraão, em seu imaginário,
percebe um Deus a lhe mostrar uma vastidão de terras que se perdiam no
horizonte. Javé lhe aparece dizendo: “É a tua posteridade que eu darei essa
terra” (Gênesis 12: 7).
Ao mesmo tempo em que fazia uma reflexão sobre o texto do rabino
Yehudah,
lembrei-me da história que os evangelhos contam de um Judeu, a quem chamaram de
Filho
do Homem, mas precisamente àquela parte, parecidíssima com a visão
que teve o patriarca Abraão. Uma autoridade aparece a Jesus,
lhe prometendo uma imensidão de terra já habitada com uma condição, em tudo
semelhante a do visionário maior dos israelitas: “Olha, tudo isso será teu, se me
adorares” (Lucas 4:7).
O lendário anseio Abraâmico projetado em um Deus conduziu-me
ao episódio descrito pelos evangelistas, como a “Tentação do Deserto”. O mito aqui reaparece com outra roupagem, ou
pelo lado avesso da promessa javélica primitiva: o “messias” Yeshua
rechaça de imediato o desejo de
riqueza e de poder político ― promessa tentadora vinda da contra-parte de Javé. Alguns
trechos dos evangelhos demonstram que o “Filho
do Homem” entendia que o inimigo maior estava no próprio homem e que era no
interior dele que se originava todo o conflito, exteriorizado naquilo que Hegel
denominou de relação “Senhor e
Escravo”.
Chesterton, falando sobre “Deuses e
Demônios”, em seu livro “O Homem Eterno” (página 149 ― Editora Mundo Cristão), disse algo profundo
que tem muito a ver com as guerras e conflitos insolúveis, como esse do oriente
médio: “Qualquer que seja o desencadeador bélico específico, o alimento das
guerras é alguma coisa na alma”.
Mas o israelense, de
um lado, e o palestino do outro lado,
talvez não saibam que dentro deles existe um arquétipo patriarcal defendendo-se de sua contraparte. Talvez não saibam que entranhado em seu emaranhado
psíquico estão os velhos afetos antagônicos que permeiam o “inconsciente religioso coletivo” a que se referiu Jung
em suas intermináveis análises psicoteológicas. Talvez não compreendam que a
história mítica do Filho do Homem
representa o Arquétipo da Alteridade,
que está a convocar um encontro democrático entre polaridades opostas, pelo desapego a unilateralidade que impede de se aceitar as diferenças existentes
entre filhos de um mesmo Pai.
O certo é que uma briga em nome de Deus, o poder político
comprou para si. O rabino Yehudah Ben Yaakov, altaneiro, chega
assim, a se expressar sobre o exclusivismo de seu Deus: “Cremos que Israel é a nação
sacerdotal que D-us estabeleceu dentre todas as nações, para operar em nós”.
Não há nada mais poderosamente inflamável que uma afirmação
dessa natureza, ainda mais, quando se sabe que o outro lado se apresenta também
com um imaginário General a frente de seu exército.
Para uma reflexão apurada dos amigos
leitores e debatedores, passo, sem mais delongas, ao texto emblemático do
Rabino messiânico (de julho de 2006, mas bem atual) que colhi na internet, pelo
famoso Google:
Oremos também por aqueles que se colocam como nossos inimigos, para que sejam libertos do jugo satânico que os faz atentarem não apenas contra nós, mas também contra suas próprias vidas ao se colocarem contra o D-us Vivo, o D-us de Israel. Oremos pelos árabes que não querem viver como terroristas nem desejam lutar contra Israel, mas que muitas vezes lhes faltam a força necessária para reagir aos apelos do Islã. Há alguns casos de ex-inimigos de Israel, que depois de terem experimentado a revelação de Yeshua HaMashiach tiveram suas vidas transformadas, e se arrependeram a tal ponto que hoje são sionistas fervorosos (Walid Shoebat).
Oremos também por todo o Israel que está na Galut, para que HASHEM nos ajude a ajudar nossos irmãos em Eretz de modo efetivo, e que não sejamos enredados pela inércia, omissão ou contendas internas.
“A Palavra do Rabino”
A Sinagoga SHEAR YAAKOV, como congregação judaico-messiânica
observante e praticante da Torah à luz da revelação de Yeshua HaMashiach,
declara publicamente seu apoio incondicional ao Estado de Israel. O SHEAR
YAAKOV está incondicionalmente compromissado com o Estado de Israel, apoiando,
defendendo e abençoando-o em todas as áreas.
Israel está, uma vez mais, sendo atacado por aqueles que se
prestam aos propósitos satânicos de tentar
nos matar, roubar e destruir. Recomendamos a todos os que pautam suas vidas
pelas Sagradas Escrituras:
1 – Vigilância
Precisamos estar atentos para não sermos confundidos pela mídia tendenciosa. Busquemos
a verdade, tanto para compreender
a situação de Israel e dos seus inimigos dentro do contexto da História, quanto
para entender detalhes importantes dos acontecimentos destes dias. A mentira aprisiona e engana, mas a Verdade liberta. Leia os artigos Argumentos em defesa de Israel e A atuação da mídia no Oriente Médio e compreenda um pouco mais sobre o que se passa em Eretz Israel.
Procuremos nos manter bem informados, acessando as notícias de fontes judaicas
(veja em Links). Tenhamos senso crítico ao ler as declarações de alguns
líderes mundiais (ONU, países europeus, governos latinos, papa, etc.) que mal
conseguem disfarçar o velho ranço de
anti-semitismo em suas declarações
contra Israel e a favor dos nossos inimigos.
2 – Tefilah
Cremos que Israel é a nação sacerdotal que D-us estabeleceu
dentre todas as nações, para operar em nós e através de nós. É importante que
cada um assuma sua responsabilidade de estar intercedendo por Israel. Sabemos
que o Estado de Israel não buscou a guerra, mas depois de ter sido atacado em
seu próprio território, agora exerce seu legítimo direito de auto-defesa. Oremos para que Israel vença
todas suas batalhas, e alcance seus objetivos
militares da forma mais rápida e
eficiente possível. Oremos para que ADOSHEM TZEVAOT esteja à frente das Forças
de Defesa de Israel, capacitando nossos combatentes com destreza e habilidade,
e protegendo-os em Seu Nome. Oremos também por nossos irmãos em Eretz que não
estão no front, para que suas vidas sejam preservadas e cada um deles possa
contribuir fazendo sua parte para a vitória de
Israel. Oremos pelos soldados judeus seqüestrados, para que suas
vidas sejam preservadas e possam voltar vivos para suas casas. Oremos pelas
suas famílias e pelas famílias daqueles que perderam seus parentes e agora
estão em luto. AQUELE que ressuscita os mortos também há de enxugar todas as
nossas lágrimas e confortar todos os enlutados de Israel.
Oremos também por aqueles que se colocam como nossos inimigos, para que sejam libertos do jugo satânico que os faz atentarem não apenas contra nós, mas também contra suas próprias vidas ao se colocarem contra o D-us Vivo, o D-us de Israel. Oremos pelos árabes que não querem viver como terroristas nem desejam lutar contra Israel, mas que muitas vezes lhes faltam a força necessária para reagir aos apelos do Islã. Há alguns casos de ex-inimigos de Israel, que depois de terem experimentado a revelação de Yeshua HaMashiach tiveram suas vidas transformadas, e se arrependeram a tal ponto que hoje são sionistas fervorosos (Walid Shoebat).
Oremos também por todo o Israel que está na Galut, para que HASHEM nos ajude a ajudar nossos irmãos em Eretz de modo efetivo, e que não sejamos enredados pela inércia, omissão ou contendas internas.
3 – Engajamento
Precisamos ter atitudes práticas que nos levem da preocupação
contemplativa às ações pragmáticas. É importante que nos engajemos, de todas as formas possíveis, em ações efetivas a favor de
nossos irmãos que estão em Eretz Israel. Se você quer fazer algo mais por
Israel, visite http://www.yeshuachai.org
Acima de tudo, é importante estarmos conscientes de que a luta que travamos não é
apenas material, não se limita a uma guerra entre homens e homens, mas
transcende as interpretações políticas, históricas e ideológicas, pois é uma luta principalmente espiritual. Israel é o testemunho vivo, a evidência material, verificável
até por ateus e agnósticos ao lerem seus jornais, da existência e da ação de D-us em nossos dias. Se
Israel não existisse, as Escrituras poderiam ser contestadas como não sendo
verossímeis, e a própria existência do D-us de Israel poderia ser negada. Mas nós judeus somos a prova viva e incontestável da veracidade
de D-us e das Escrituras. Não ignoramos o ódio e as motivações satânicas dos que
almejam a destruição de Israel. Essa guerra é espiritual, e nós, como sacerdotes em Yeshua HaMashiach,
somos chamados à ação. Também sabemos, as Escrituras nos ensinam, que HASHEM
usa situações como esta em que os inimigos nos afrontam, para tratar com
Israel, levando-nos a fazer um auto-exame da nossa vida espiritual coletiva e individualmente, para que possamos
ver onde erramos, nos arrepender dos nossos pecados, sermos purificados e nos consertar perante ELE. É tempo de jejuns, de muita
tefilah, de muito estudo de Torah, de teshuvah, de buscarmos a face do nosso
D-us, o D-us de nossos pais, Avraham, Yitzchak e Yaakov. ELE certamente nos
sustentará na batalha e nos dará a vitória, e mais uma vez toda a terra saberá que há D-us em Israel.
Em Yeshua,
chessed v’shalom,
Rabi Yehudah Ben Yaakov
chessed v’shalom,
Rabi Yehudah Ben Yaakov
P.S.:
E o
rabino Yehudah Ben Yaakov termina a sua fala colocando mais lenha na
“fogueira santa”, ao revisitar os velhos tempos do guerreiro “Deus dos Exércitos”-
através da citação da parte final de I Samuel 17:46: “...e toda a terra saberá que há Deus em Israel”.
Por Levi B. Santos
Um comentário:
O link para ter acesso aos comentários ao texto aqui postado é este:
http://logosemithos.blogspot.com.br/2012/11/o-conflito-israelense-palestino-em-gaza.html?showComment=1354029665371#c9129558753976326610
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