04 novembro 2012

Obama, Romney, Furacão Sandy e o Fundamentalismo Religioso




Pesquisa recentemente realizada para Presidente dos EUA (as eleições ocorrerão no próximo dia 06), dá conta de que os católicos (46%) pendem para o lado de Obama, e os protestantes (50%) apóiam o candidato mormon, Romney. Junte-se Obama + Romney + o Furacão Sandy + Fundamentalismo religioso e se terá um quadro profético imaginário semelhante às narrativas apocalípticas descritas na Bíblia. Como não poderia deixar de acontecer, o país de berço gospel crê que os acontecimentos do momento são recados “divinos” para os seus afiliados.

A superstição, como sempre, no meio fundamentalista, é responsável por um caldo de poderoso veneno, ao juntar eleições com catástrofes para as mais estapafúrdias previsões. Prova disso é que o Estado Americano de OHIO está sendo considerado como os "olhos" e a "boca" de Deus ― quem ganhar lá, leva.

A revista Veja desta semana diz que o vencedor em OHIO tem 100% de chances de ser o novo presidente. É que, nas últimas 29 eleições presidenciais, Ohio acertou no vitorioso em 27.  E aí, para dourar a pílula, entram: estatística, matemática, superstição e o dedo de Deus.

Em suas campanhas, cada um dos candidatos está se comportando de maneira fidedigna ao seu Deus. Depois da devastação provocada pelo furacão Sandy, Obama recebeu e atendeu ao recado “divino” no sentido de parar com o ritmo frenético de sua campanha, pois mantê-la a todo vapor seria uma mostra de insensibilidade ante à tragédia que destruiu lares e provocou cerca de 100 mortes. Quanto a Mitt Romney, seus profetas receberam, também, um insight divino: manter a agenda no ritmo esfuziante, com um detalhe: trocar urgentemente os seus comícios por campanhas de arrecadação de mantimentos para as famílias atingidas pelo furacão.

Na próxima terça-feira (dia 06), é que saberemos qual o "deus" que faturou mais alto.

Não será novidade nenhuma se os dois candidatos, Obama e Romney, em analogia ao Apocalipse de João, profetizarem para os eleitores de Nova Iorque e de Nova Jersey que eles verão surgir dos locais onde tudo foi devastado, uma Nova Jerusalém.

Por enquanto, os dois candidatos dizem que suas palavras são fiéis e verdadeiras.

“...Próximo está o tempo” (Apocalipse 22: 10)


Por Levi B. Santos
Guarabira, 04 de novembro de 2012
Imagem: brasileirovivendonoseua.blogspot.com

7 comentários:

Felipe disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Felipe disse...

Muito bom o seu texto, só não aprovo sua visão de fundamentalismo(a qual se confunde com neo-pentecostalismo e misticismo).Para mim fundamentalismo é ser um cristão coerente com a palavra, ser bíblico, e não é ser ignorante. Todavia, entendi a reflexão. Valeu!!

Mariani Lima disse...

Dizem que o Obama está tirando melhor proveito do furacão. Mas depois que o candidato ao governo do Rio de Janeiro Garotinho se auto denominou "escolhido" "O Davi" de Deus em eleições passadas qualquer insight profético seja lá onde for será fichinha rssrs...

Levi B. Santos disse...

Caro Felipe Lopes


Seja bem vindo ao nosso recanto.

Entendi a sua colocação quanto ao termo fundamentalismo, que de certa forma exprime uma conotação negativa. (rsrs)

No caso aqui da campanha dos dois candidatos a presidência dos EUA, eu quis evidenciar, de forma humorada, a que ponto chega o ser humano, que na busca doentia pelo poder político, usa e abusa dos conceitos religiosos, ligando-os aos fenômenos da natureza, no caso - o furacão Sandy ―, para tirar proveito em favor de seus próprios interesses megalomaníacos.

Levi B. Santos disse...

Mariani


Eu cheguei a ler de internautas, nas rede sociais, que Obama usou ferramenta de manipulação do tempo a fim de causar a tempestade, para depois surgir como o Messias enviado para salvar os norte-americanos.

É demais para nossa paciência... (rsrs)

Eduardo Medeiros disse...

Levi, Romney fez a melhor estratégia para ganhar votos com o Sandy(recolher donativos) mas o deus do Obama falou mais alto...rsss

RODRIGO PHANARDZIS ANCORA DA LUZ disse...

Penso que o furacão ajudou Obama pela maneira como ele, um Democrata, lidou com a tempestade doferentemente do Republicano George W. Bush quando Nova Orleans foi destruída. Já as dificuldades econômicas dos USA foram responsáveis pelo bom desempenho da oposição. Não descato a variável fundamentalista em determinados estados norte-americanos, mas tenho pra mim que os eleitores do Bible Belt seriam muito menos sugestionáveis do que os brasileiros frequentadores de determinadas igrejas daqui. Pois, apesar de tudo, trata-se de cidadãos mais instruídos ainda que mais alienados em outros aspectos da vida política.